Saint Seiya: O Rugido do Camaleão escrita por Anderson Luiz


Capítulo 9
Assassinos de Prata




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[Entrada do Monte Fuji, Japão]

— Mestre Mu! Mestre Mu! Um inimigo acabou de chegar… é um cosmo muito poderoso e agressivo! - Falou Kiki surpreso ao sentir o cosmo que emanava da estrela cadente que caiu no Monte Fuji.

— Tenha calma, Kiki. Eu já estou ciente disso.

— E o que vamos fazer? - Perguntou Kiki em pânico.

— Mais cosmos estão vindo para cá… e quando eles chegarem a aniquilação dos cavaleiros de bronze será inevitável… Preciso pensar em algo rápido… - Pensou Mu.

 

[Dentro do Monte Fuji]

— Vamos Ikki, acorde! - Disse Seiya levantando o cavaleiro de Fênix. - Me explique direito essa estória…

— Urgh… É-é isso mesmo que você ouviu Seiya, e não é só você, mas todos os que estão ali no chão desacordados… com exceção da Amazona de Camaleão… compartilhamos do mesmo sangue!

— Não! Isso não pode ser verdade! Pare de falar besteiras, Ikki! De onde você tirou uma coisa dessas!?

— Não é besteira! A escolha dos cem órfãos não foi por acaso…

— Então isso quer dizer…

— Isso mesmo… aquelas cem crianças que foram enviadas para se tornarem cavaleiros... nasceram de mães diferentes… mas têm o sangue do mesmo pai!

— Quer dizer que... Você, eu, Shun, Shiryu, Hyoga e todos os outros órfãos somos todos irmãos?! Eu não consigo acreditar… porque tinha que ser desse jeito?! - Lamentou Seiya. - E nosso pai… Quem é o nosso pai, Ikki? Você sabe quem é, não é?

— Sei sim, mas se eu te disser você terá nojo do seu próprio sangue! Porque o nosso pai é o homem que todos nós mais odiamos nesse mundo…

— Alguém que todos odeiam? Então o nosso pai… o nosso pai é o…  - Nesse momento Seiya é interrompido por um grande tremor. - O que está acontecendo!? Isso é um terremoto? Será que o Monte Fuji entrou em erupção? Desse jeito nós seremos soterrados!

— Seiya… hoje finalmente eu percebi que todos os cem órfãos tiveram o mesmo destino infernal, sem exceções… E graças a isso eu percebo que você realmente tinha razão… até agora eu não passei de um covarde…

— Ikki… agora não é a hora de… - Nesse momento a caverna que eles estavam começou a colapsar.

Porém, é possível ver quatro estrelas fugazes surgindo do interior do Monte Fuji e se dispersando noite adentro… Logo em seguida, mais quatro estrelas cadentes caíram no Monte Fuji.

— Hahaha, é mesmo um pecado que o local de repouso eterno dos cavaleiros de bronze seja nas entranhas do Monte Fuji. - Disse um cavaleiro, enquanto caminhava pela bela base do Monte Fuji. - Mas no fundo eles devem estar agradecidos, porque fui eu a enterrá-los aqui! - A luz do luar refletia em sua armadura de prata dando a ele uma incrível aura prateada.

— Tsc.. não está indo com muita sede ao pote, Misty!? - Indagou uma voz feminina que também trajava uma armadura de prata.

O cavaleiro de prata virou-se na direção da voz. - Marin? O que você quer dizer com isso?

— Seiya e os outros ainda estão vivos. Por acaso não percebeu as quatro estrelas fugazes que escaparam do Monte Fuji no último instante?!

— Hunff.. Está insinuando que eles conseguiram escapar através de teletransporte? Meros cavaleiros de bronze não deveriam possuir tal aptidão. O mais provável é que eles tenham sido ajudados por alguém…

— Bem, seja como for, os cavaleiros de bronze escaparam, mas avisarei aos outros para persegui-los.

— Tudo bem Marin. - Respondeu Misty. - Entretanto, eu mesmo vou resolver isso. - Pensou o prateado, que começou a procurar o rastro dos cavaleiros de bronze. - Achei um! - Disse Misty que começou a perseguir o rastro mais diferenciado dos quatro, achando que nele encontraria a resposta de como os cavaleiros de bronze conseguiram fugir.

— Droga, ele percebeu. Mas agora não posso ir atrás do Seiya, preciso cuidar dos outros cavaleiros de prata. - Disse Marin partindo na direção oposta.

— Mestre Mu… Teletransportar tantas pessoas ao mesmo tempo do interior do Monte Fuji vai acabar com a sua saúde!

— Eu estou bem Kiki, não se preocupe, foi algo bem simples.

— Mas porque o senhor resgatou os cavaleiros negros!?

— Já que eles não iriam sobreviver, pensei em usá-los a nosso favor, criando uma distração. Só me pergunto o que aconteceu com o cavaleiro de Fênix, ele não queria ser salvo e decidiu ficar para trás.

— Distração? Como assi… Me-mestre, tem dois cosmos vindo em nossa direção, eles são rápidos demais! Um deles vai nos alcançar em alguns segundos!

— Eu sei, mas não se preocupe, vamos abrir o diálogo.

Mu e Kiki aterrissam na Praia de Yumigahama, que fica bem próxima ao Monte Fuji e esperam a chegada do cavaleiro que os perseguia.

— Mestre Mu, ele está aqui! Ele está aqui! - Gritava Kiki.

— Mu? O famoso Mu de Jamir? Confesso que não esperava por essa. Por outro lado, eu estava certo. Realmente existia alguém ajudando os cavaleiros de bronze. Estou curioso pra saber porque você está os ajudando, mas primeiro me entregue esse cavaleiro de bronze que você está carregando. - Falou Misty aterrissando próximo dos dois.

— E se eu me recusar? - Questionou Mu, com toda tranquilidade do mundo.

Misty levanta o seu dedo indicador e lança uma onda de choque que atingiu o chão e abriu uma pequena cratera aos pés de Mu.

— Mes-mestre Mu… ele fez isso só com um dedo?! - Disse Kiki assustado.

— Mu, se você não colaborar, o próximo buraco vai ser em seu corpo!

— Espera aí, Misty! Nossa missão não é matá-lo!

— Marin? - Disse Misty olhando por cima do ombro para a amazona. - Por acaso você não foi avisar os outros cavaleiros de prata para perseguirem os cavaleiros de bronze?!

— É claro que avisei. Em breve eles devem chegar trazendo os cadáveres dos cavaleiros de bronze.

— Não me importo em acabar com os dois de uma só vez… - Disse o prateado voltando sua atenção para Mu com um olhar ameaçador.

— Essa não é a nossa missão, não irei repetir. - Disse a amazona bem séria.

— Entendo… por enquanto ele está a salvo. Mas me responda uma coisa Marin… Aquele ali não é o seu pupilo? - Disse o prateado apontado o dedo para Seiya que estava sendo carregado por Mu. - Não me diga que você mesma veio se encarregar de sepultá-lo? Ou foi apenas coincidência? - Porém, Marin não respondeu.

Mu então colocou Seiya gentilmente no chão e usando as suas habilidades telecinéticas o despertou. Seiya levanta assustado, sem saber onde estava ou o que estava acontecendo.

— Onde estou? E-e quem é você!? - Perguntou Seiya se levantando ainda meio tonto.

— Mestre cuidado, esse cara é maluco! - Gritou Kiki apontando para o bronzeado.

— Hei! Foi você que trouxe a armadura de Pegasus… Então isso quer dizer que ele é…

— Isso! Ele é o meu mestre! Quero ver você tentar sacudir ele!

— Eu já pedi desculpas por isso… - Seiya fica surpreso ao ver sua mestra. - Marin… o que você está fazendo aqui?

Seiya vai ao encontro de sua mestra, entretanto Misty de Lagarto se coloca no caminho. Marin explica a Seiya que ele era um cavaleiro de Prata. Seiya não entende o porquê de dois cavaleiros de prata estarem ali. Misty não perde tempo e ataca Seiya com um soco, facilmente o derrubando, o que deixou o cavaleiro de bronze assustado, aquele ataque foi tão rápido que ele não conseguiu ver nada.

Misty começa a pisar na cabeça de Seiya afundando-a na areia da praia. E diz que o bronzeado só tem duas escolhas, suicidar-se ou deixar o prateado o eliminar. Misty também conta que a ideia original era que o Monte Fuji fosse a sepultura de todos os cavaleiros de bronze rebeldes, mas graças a interferência de Mu todos fugiram.

Seiya fica ainda mais espantado ao saber que aquele terremoto foi obra dele, e Misty diz que para um cavaleiro de prata aquilo era coisa de criança. O cavaleiro de Lagarto questiona mais uma vez a Seiya se ele vai suicidar-se ou prefere que ele esmague o seu crânio e, ainda diz que a segunda opção seria mais rápida, fazendo mais e mais pressão na cabeça do bronzeado.

Porém, Seiya eleva o seu cosmo e consegue levantar a cabeça o suficiente para tirá-la do chão e segura o pé do prateado, dizendo que não ia escolher nenhuma das opções, que ele não ia desperdiçar a vida que o Mu se esforçou para salvar.

Seiya o arremessa para o alto, entretanto, ainda no ar Misty começa a rir dizendo que Seiya ainda não compreendeu a diferença entre um cavaleiro de prata e um de bronze e que uma luta só acontece quando os dois lados estão equilibrados, porém a diferença entre eles dois é incomensurável. E como se isso ainda não fosse o bastante, ele estava vestindo a sua armadura de prata, já Seiya além de esgotado estava sem armadura.

Mu intervém e diz que poderia trazer a armadura de Pegasus. O que deixa Misty ainda mais desconfiado das atitudes dele, ainda assim Mu solicita a Kiki que ele traga a armadura. Kiki consegue teletransportar-lá das entranhas do Monte Fuji até ali, faltando apenas o elmo da armadura. Misty novamente pergunta se Mu está do lado dos cavaleiros rebeldes, mas Mu diz que não tem preferência de lados e já que o bronzeado estava fadado à morte, ele apenas quis dar alguma esperança para Seiya.

Seiya veste a sua armadura e diz que está pronto para o combate, disparando seus Meteoros de Pegasus contra Misty que nem se moveu, o ataque não surtiu qualquer efeito. Misty se prepara para atacar Seiya, porém Marin intervém dizendo que aquela era a prova da diferença de poderes entre os dois e ataca Seiya perfurando o peitoral armadura de bronze e atingindo o coração do seu pupilo, que desaba morto no chão.

Todos ficam surpresos com a atitude de Marin, inclusive Misty, dizendo que imaginava que Marin deixaria ele eliminar Seiya por ela o ter treinado. De toda forma o prateado parabeniza a amazona dizendo que o Grande Mestre ficará satisfeito.

— Agora que minha missão já foi concluída a Marin não poderá me impedir. Quero que me revele toda a verdade! - Disse Misty se voltando para Mu.

— Eita Mestre e agora!? - Perguntou Kiki preocupado.

— Calma Kiki, não temos porque ter medo.

— Pois bem, então porque você estava ajudando esses moleques de bronze? Suponho que seu único papel era de restaurar as armaduras… Ou você também é um rebelde que está conspirando contra o Santuário? E é melhor escolher bem as suas palavras, pois elas podem ser as últimas! - Indagou o prateado bem sério.

— Eles vieram até mim para consertar as armaduras de bronze pois precisavam lutar contra os cavaleiros negros e assim o fiz. Fiquei acompanhando a batalha e ao final dela, achei que seria um desperdício deixá-los morrer daquela forma.

— E onde estão os outros cavaleiros de bronze? - Perguntou Misty ainda desconfiado.

— Temo que não seja mais necessário eu responder essa pergunta. - Respondeu Mu fechando os olhos e balançando a cabeça negativamente.

Neste momento uma enorme coluna de água surge no meio do mar e em seguida o mar se divide, então aparece um cavaleiro de prata carregando o corpo de alguém. E esse era Moses de Baleia que estava carregando o corpo do Cavaleiro de Dragão. Ele diz que Misty era uma piada, porque se Marin não tivesse avisado a eles sobre os cavaleiros de bronze eles teriam escapado. 

Outro cavaleiro de prata surge dizendo que Moses estava certo e que se não fosse por eles os cavaleiros de bronze teriam escapado. Ele era Asterion de Cães de Caça trazendo o corpo do Cavaleiro de Andrômeda. De repente um corpo caiu do céu e, este era o corpo do cavaleiro de Cisne, em seguida um cometa em chamas vai na direção deles, ao se aproximar as chamas começam a se dispersar, revelando mais um cavaleiro de prata, Babel de Centauro.

Ao constatarem que todos os quatro cavaleiros de bronze estavam mortos, os cavaleiros de prata os sepultaram ali mesmo na praia. Mu fica aliviado ao ver que aparentemente o seu plano estava dando certo e se afasta antes que fosse confrontado novamente por Misty.

“Pegasus, Dragão, Andrômeda e Cisne… vocês quatro quebraram as regras do santuário, lutando por interesses pessoais… a partir de agora vocês estão destituídos dos seus títulos como cavaleiros de Atena… e deverão repousar aqui para sempre…”

Depois de sepultamento, os cavaleiros de prata decidem ir embora, visto que, as ordens do Grande Mestre já haviam sido cumpridas, porém Moses se questiona sobre o paradeiro do quinto cavaleiro de bronze. Porém, Marin diz que provavelmente ele ficou soterrado dentro do Monte Fuji já que apenas quatro estrelas tinham saído de lá, entretanto Misty diz que eles não deviam baixar a guarda assim. Moses questiona o porquê, mas Misty diz que não é nada.

— Certo, mas antes me responda uma coisa, quem era aquele que estava aqui com vocês? - Perguntou Asterion.

— Mu de Jamiel. - Respondeu Marin.

— Aparentemente ele consertou as armaduras dos cavaleiros de bronze e os ajudou a fugir do Monte Fuji. - Respondeu Misty.

— E o que vamos fazer sobre isso? - Questionou Moses.

— Nada por enquanto. Vamos apenas reportar ao Grande Mestre e ele tomará as medidas cabíveis. Respondeu Marin.

— Então vamos indo? - Disse Babel.

— Podem ir na frente, queria ficar aqui um pouco mais. - Respondeu Misty.

Mu que assistia tudo de longe tinha certeza que Moses, Asterion e Babel haviam sido enganados por sua ilusão, mas o cavaleiro de Lagarto provavelmente ficou na dúvida, já que quem criou aquela ilusão foi a Marin.

Depois que todos foram embora, Misty vai até onde Seiya havia sido enterrado e a ataca!

— Levante-se! Eu sei que você não está morto! - Ao acertar o chão o prateado abre uma grande cratera, porém, Seiya conseguiu escapar do ataque, saltando no último momento para fora da sepultura e ficando frente a frente com o prateado.

— Como eu pensei… não há dano algum em seu peito, sequer está sangrando! A Marin simulou aquele ataque!

Punho Vazio… até fui enganado… nunca fui bom com ilusões… - Falou Seiya ofegante.

— Ela foi muito ingênua achando que poderia me enganar tão fácil assim! Agora Seiya, serei eu aquele que dará o golpe de misericórdia!

 


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Notas finais do capítulo

E num é que o capítulo veio mais rápido que imaginei? rsrs

*Punho Vazio é uma técnica onde a Marin finge um ataque e cria uma ilusão para enganar o adversário.

Tive que dividir ele em dois porque ficou muito grande, espero que gostem. Será que vai ter alguma surpresa no próximo?

Agradeço aos leitores que aqui chegaram e até o próximo capítulo ^^