Saint Seiya: O Rugido do Camaleão escrita por Anderson Luiz


Capítulo 48
Uma Nova Ameaça




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[Ilha de Andrômeda, Somália]

— Ufa! Teletransportar outra pessoa junto é cansativo... - Comentou Kiki arfando um pouco. - Não sei como o mestre Mu consegue, ele faz isso parecer tão fácil...

— Desculpe pelo incomodo Kiki, mas eu disse que poderíamos vir a pé...

— A pé? Tá maluco? - Disse Kiki sentando-se no chão para recuperar um pouco do fôlego. - Íamos demorar muito, só preciso de uns minutos pra me recuperar... de qualquer forma quem é que você veio visitar?

— O meu mestre.

Shun e Kiki começaram a caminhar pela ilha até chegar no local onde eram realizados os treinamentos dos aspirantes a cavaleiros, porém sem ninguém no comando da ilha os aspirantes estavam meio perdidos sobre o que fazer e por isso o local estava vazio.

Shun então decidiu ir até os dormitórios, Kiki o acompanhou. No meio do caminho foram recebidos por uma das aspirantes que havia notado a presença de um cosmo familiar.

— Shun! - Gritou uma jovem correndo na direção dos dois.

— Erda!? - Gritou Shun feliz em ver um "rosto" familiar.

— Então é verdade, você sobreviveu a batalha das doze casas, fico muito feliz... isso quer dizer que a June…

— Sim, ela também sobreviveu, porém ainda está no hospital... mas tenho certeza que em breve ela retornará. - Respondeu Shun sorrindo, tentando parecer animado.

— Que bom. Estávamos todos preocupados com vocês. Os outros também ficarão felizes em saber das novidades... - Erda olhou para o Kiki. -Shun, quem é esse garoto?

— Eu sou Kiki, e eu não sou um garoto, sou um mensageiro do Santuário.

— Mensageiro do Santuário? - Questionou Erda um pouco preocupada. - Mas o que trouxe vocês dois para a Ilha de Andrômeda?

— Eu vim saber como andavam as coisas na ilha e vim visitar o mestre. Depois irei voltar para o Santuário, respondendo ao chamado do Grande Mestre.

— Voltar pro Santuário? Mas Shun, logo você que sempre odiou lutar, pretende mesmo...

— Sim. Eu já fiz a minha escolha. - Falou Shun interrompendo Erda.

— Entendi, sei que o mestre ficará ainda mais orgulhoso de você. - Respondeu ela colocando a mão no ombro de Shun.

— Erda, você pode ficar de olho no Kiki enquanto eu falo com o mestre?

— Claro Shun. Sei que o mestre vai ficar muito alegre com a sua visita.

Shun se afastou e foi ao encontro do seu mestre.

— Aaaah... mas eu queria conhecer o mestre do Shun. - Murmurou Kiki.

— Infelizmente isso não será possível, pois o mestre Daidalos está morto.

— Morto? - Espantou-se o garoto. - Er... espera... Daidalos... Daidalos... lembrei! Daidalos de Cepheus, não é?

— Isso mesmo. - Falou Erda virando-se na direção que Shun seguiu. - O mestre Daidalos era um cavaleiro extremamente honrado e respeitado por muitos, mas ainda assim ao desobedecer às ordens do Grande Mestre foi sentenciado à morte. Ele foi morto por um cavaleiro de ouro a mando do Santuário.

Shun finalmente chegou no túmulo do seu mestre Daidalos, ele colocou a urna de Andrômeda ao lado da lápide e se ajoelha em frente à ela.

— Mestre... eu... eu... sinto muito... Eu queria poder ter lutado ao seu lado... quem sabe eu poderia ter… - Falou Shun com os olhos rasos de água. Ele sabia que mesmo que tivesse lutado junto com Daidalos teria sido inútil. - Mas eu não vim aqui para me lamentar… eu vim dizer que finalmente me decidi, eu vou lutar por Atena e pela humanidade, vou seguir os seus passos… e por causa disso talvez eu não volte por aqui por um bom tempo, por isso queria falar com o senhor um pouco.

Nesse momento Shun sentiu uma presença familiar ao seu lado, como se alguém estivesse tocando o seu ombro. Ele também pensou em ter escutado alguém sussurrando em seu ouvido.

— Eu estou orgulhoso de você, meu querido Shun.

Shun arregalou os olhos e se levantou, olhou para os lados, mas não conseguiu ver nada. Ele então suspirou, se ajoelhou novamente e continuou falando com seu mestre por mais alguns minutos, até que viu Kiki e Erda se aproximando.

— Já terminou Shun? - Questionou Kiki.

— Já sim. - Respondeu ele se levantando e pegando a sua urna de bronze. - Já podemos ir. Erda, eu sei que não preciso pedir, mas cuide bem do mestre.

— Eu vou Shun, pode ter certeza.

— Espera... - Disse Kiki se aproximando da lápide. - Se eu não me engano existem quatro armaduras de prata que ainda não voltaram para o Santuário. Cão Maior, Hércules, Mosca e Cepheus. E eu consigo sentir um resquício de cosmo emanando do túmulo. Vocês enterraram ele com a armadura, certo?

— Sim, isso mesmo. - Respondeu Erda.

— Bem, eu preciso ver se a armadura de Cepheus necessita de reparos e se for o caso preciso levá-la para o mestre Mu.

— Espere Kiki, mas para isso nós teríamos que abrir...

— Não comigo aqui... - Disse Kiki interrompendo Shun. Ele então fecha os olhos e junta as mãos, depois arqueia todos os dedos, mantendo a ponta dos dedos de ambas as mãos tocando-se, uma energia cósmica começa a se concentrar no espaço entre as mãos de Kiki e ao separá-las acontece um flash de luz muito forte e quando a luz cessa, lá estava a armadura de prata de Cepheus flutuando diante deles.

— Incrível... como esse moleque conseguiu fazer isso? - Questionou Erda surpresa com a façanha de Kiki.

— Kiki, você consegue controlar as armaduras? - Indagou Shun.

— Isso quer dizer que você conseguiria desarmar completamente um cavaleiro em uma batalha!? - Perguntou Erda.

— Não é bem assim. As armaduras estão vivas e tem vontade própria, controlar uma armadura contra a vontade dela é muito difícil e quando um cavaleiro está usando a sua armadura é ainda mais difícil dela ser retirada à força.

— Acho que entendi... - Disse Erda ainda embasbacada com as habilidades de Kiki.

— Kiki... tem alguma coisa errada com a armadura... Ela parece mais escura e opaca, sem o brilho prateado que eu me lembrava... - Comentou Shun.

— Como eu disse, as armaduras tem vida e a vida da armadura de Cepheus está acabando... ela está muito avariada e provavelmente aquele resquício de cosmo que eu senti veio dela.

— Então... será aquela presença que eu senti... foi mesmo o mestre Daidalos se despedindo? - Pensou Shun sorrindo.

Kiki teletransportou a urna de Cepheus e guardou a armadura de prata dentro dela e a colocou em suas costas.

— Pronto! Já podemos ir. Estamos atrasados. - Falou o garoto.

Shun então se despediu de Erda e voltou para o Santuário junto com Kiki.

 

[Santuário de Atena, Grécia]

— Mestre Mu! Mestre Mu! - Gritou Kiki se aproximando da primeira casa zodiacal.

— Já voltou Kiki? - Questionou Mu surgindo na frente da primeira casa.

— Sim mestre, olha o que eu trouxe! - Sorriu ao mostrar a urna de Cepheus.

— Cepheus… Entendo… então você foi até a Ilha de Andrômeda…

— Foi culpa minha… - Disse Shun se aproximando em seguida… - Eu precisava ir na ilha e pedi ao Kiki que fizéssemos uma parada lá. Me desculpe Mu.

— Tudo bem Shun, e como você está?

— Agora estou bem, na verdade eu tive muita sorte, só precisei de algumas semanas para me recuperar, graças ao poder de Atena que me salvou.

— Fico feliz em ver que está bem. Mas se você está aqui, imagino que tenha aceitado o chamado do Mestre Ancião.

— Sim, depois de tudo que aconteceu eu não tenho mais como ficar parado sabendo que todos vocês continuam lutando para proteger Atena e o mundo. Ah, sim… obrigado por consertar a minha armadura, mesmo sem vesti-la eu posso sentir uma poderosa força vital emanando da urna.

— Era o mínimo que eu poderia fazer, depois de ter deixado tudo nas mãos de vocês jovens cavaleiros.

— Ainda assim, obrigado Mu. - Respondeu Shun sorrindo gentilmente.

— Bem, agora você deve ir até os dormitórios e se acomodar. Os outros cavaleiros de bronze irão lhe explicar a rotina atual do Santuário.

— Certo, mas antes Mu, eu queria perguntar algo sobre o futuro da Ilha de Andrômeda. Agora que ela está sem um responsável, o que acontecerá com os aspirantes da ilha?

— Bem, o mais provável é que algum cavaleiro assuma o posto no comando da ilha, ou talvez os aspirantes sejam convocados para o Santuário. Vai depender de qual estratégia o Mestre Ancião irá adotar de agora em diante.

— Entendi. - Respondeu Shun um pouco mais aliviado. - Bem, então eu vou indo para os dormitórios. - Shun se despe de Kiki e Mu e vai embora.

— Enquanto a você Kiki… - Falou o dourado virando para o pupilo.

— O que tem eu? - Perguntou o garoto receoso?

— Quero que leve a urna de Cepheus para o mestre Adukmaru. E depois disso deve voltar ao Japão e encontrar as armaduras restantes, Cão Maior, Mosca e Hércules e levá-las uma por uma ao Monte Osore.

— Quê!? Mas porque eu? - Reclamou o garoto fazendo uma careta.

— Nessas últimas semanas eu estive tão ocupado que você ficou sem treinamento, então encare essa missão como um treinamento de resistência. Então como eu disse, você deve levar uma por uma as armaduras. Atena nos contou que os três cavaleiros de prata foram enterrados na floresta próxima ao Hospital da Fundação Graad.

— Mas que droga… tudo eu, tudo eu!

— Se você quiser, pode vir treinar comigo. Será um prazer treinar o pupilo de Mu… - Falou Aldebaran surgindo com roupas de treinamento.

— Er.. Nã-não… obrigado… - Falou Kiki desaparecendo em seguida.

— Hahaha, esse seu garoto é uma figura Mu. E deu pra perceber que ele ostenta excelentes habilidades.

— Sim, o Kiki é bem habilidoso pra alguém tão jovem. Mas e você meu amigo, já está indo para o treinamento?

— Sim, vou fazer um treino especial com o pupilo do Aiolia. - Respondeu Aldebaran com um grande sorriso.

— Cuidado para não se empolgar demais meu amigo. - Respondeu o ariano sorrindo ao perceber as intenções do amigo.

Como Aiolia de Leão foi designado para ser o guarda-costas de Atena enquanto ela estivesse fora do Santuário, ele não podia concluir o treinamento de Igazen, então ele pediu a Aldebaran para assumir temporariamente esse posto.

Então um pouco mais de um mês se passou desde o fim da sangrenta batalha das doze casas, Atena continuava no Japão resolvendo as suas pendências para enfim se desvincular da família Kido, ainda sendo protegida por Aiolia. Seiya, Shiryu, Hyoga e June continuavam internados em coma na UTI do Hospital da Fundação Graad.

O Mestre Ancião tentou reestruturar o Santuário como pôde, ele ordenou que alguns cavaleiros de prata retornassem para o Santuário, convocou os aspirantes da Ilha de Andrômeda para ficarem no Santuário, o que deixou Shun muito feliz em ter tantos colegas ao seu redor.

Por precaução o Mestre Ancião enviou Ban, Nachi, Ichi e mais um grupo de soldados para a Ilha da Rainha da Morte para controlar os cavaleiros negros remanescentes até que alguém fosse designado para ficar na ilha, pois sem Guilty a ilha ficaria vulnerável e um novo exercito de cavaleiros negros poderia surgir.

Jabu, Geki e os outros cavaleiros de bronze ficaram responsáveis pela segurança do Santuário, que consistia em comandar os soldados rasos nas patrulhas diárias pelas redondezas, manutenção dos postos de segurança, etc. Eles eram a primeira barreira de proteção e se detectassem algo suspeito deveriam informar aos seus superiores imediatamente.

Mii e Igazen seguiram sendo treinados por Shina e Aldebaran respectivamente. Já Marin, decidiu por conta própria ir procurar por Seika, a irmã desaparecida de Seiya, como forma de agradecimento pelos sacrifícios do pupilo, ela também achou que a presença de Seika poderia ajudar no despertar de Seiya. Apenas Shina e Mii sabiam sobre isso.

 

[Linguaglossa, Sicília]

— Os cientistas não sabem o que está acontecendo, esse já é o sexto terremoto em apenas uma semana. E a cada novo tremor, as ondas sísmicas vão subindo na Escala Richter, esse tremor de momentos atrás atingiu 6,5 de magnitude, o que já é considerado um terremoto de grau forte. Muitos sismólogos e vulcanólogos estão alarmados e apontam que uma erupção do Monte Etna é inevitável.

— Lorenzo, segundo as autoridades, a quantidade de nuvens tóxicas e vapor que está jorrando do Etna é inacreditável e por causa disso muitos dizem que se essa erupção acontecer, o Etna vai quebrar os seus próprios recordes. Os especialistas estimam que essa erupção pode ser ainda maior do que a que aconteceu em 8 de Março de 1669. Naquele dia cerca de vinte mil pessoas morreram durante a erupção e depois em consequência dela. Segundo o que sabemos, as pessoas já estavam tão acostumadas com as erupções que não deram a devida importância para o que estava acontecendo e foram pegos de surpresa pela ferocidade do vulcão.

— Nós conversamos com o Ministro da Segurança sobre a possibilidade de uma evacuação em massa para evitarmos outro incidente como esse de 1669, o ministro informou que o Etna está sob vigilância constante e que o acesso a ele foi bloqueado. Ele também enfatizou que está seguindo rigorosamente todos os protocolos de segurança e que se for necessário será feita a evacuação da população. Mas será que estamos mesmo seguros Simone...

— Querido, por favor, desligue esse rádio. Eu já não aguento mais ouvir sobre isso, já estou começando a entrar em pânico.

— Tudo bem. - Respondeu o marido desligando o rádio. - Mas o que vamos fazer se ele entrar mesmo em erupção?

— Não vai ser a primeira nem a última vez que passaremos por isso, lembra o que aconteceu na primavera de 83? Foi quase um mês inteiro com erupções diárias e mesmo assim nós sobrevivemos.

— Eu sei que já passamos por isso várias vezes… mas não quero perder tudo o que conquistamos… essa vinícola é tudo o que temos… passamos anos maravilhosos aqui... esta vinícola é o nosso jardim sagrado… - Respondeu ele em lágrimas.

— A ideia de perder nosso jardim também aperta meu peito, é uma dor inexplicável… Mas precisamos nos preparar para o pior, então vamos deixar nossas malas prontas… - Respondeu abraçando o marido com força. - E lembre-se,  o nosso jardim pode florescer em qualquer lugar, basta estarmos juntos.

 

[Monte Etna]

— Droga! Os terremotos estão cada vez mais fortes e constantes.  - Disse um jovem rapaz enquanto corria pela base do vulcão.

— Sim, isso não parece ser natural. - Respondeu uma jovem garota que corria ao seu lado.

— Será que o dia que mais temíamos está se aproximando? - Questionou o jovem.

— Talvez. Eu já não tenho mais dúvidas que tem alguém tentando quebrar o Selo de Atena. - Respondeu a garota.

— Eu também consegui sentir uma presença estranha por perto, mas sempre que nos aproximamos do Selo ela some completamente, sem deixar rastro. - Comentou o jovem.

— Nós precisamos informar sobre isso ao Santuário imediatamente.

— Parece que não temos escolha.

— Nós não podemos nos dar ao luxo de achar que sozinhos daremos conta disso, seja lá o que for que esteja acontecendo.

— Ao terminarmos de checar o Selo, vamos enviar um mensageiro para o Santuário.

 


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo no ar, uma nova ameaça está para despertar. Espero que gostem.

Eu quero usar esse arco para focar no Shun e em alguns outros cavaleiros, fora do grupo dos principais. Ainda não escolhi quem vai participar, mas no próximo capítulo vocês vão saber.

*As erupções que eu mencionei aconteceram de verdade, infelizmente.

*Erda, a personagem é baseada na Erda de Cassiopeia de Saintia Sho, mas ainda não sei se ela vai usar a mesma armadura ou se vai virar uma amazona ou Saintia.

Agradeço aos leitores que aqui chegaram e até o próximo capítulo ^^



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