Perfeitamente Normal - Os Dursleys escrita por Ditto


Capítulo 2
Capítulo 2 – Os Potters




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Os Potters eram o exemplo de uma família inglesa anormal, nada parecidos com seus parentes sanguíneos os Dursleys. Além disso eles eram anormais na anormalidade, o pai da família era um dos mais se não o mais famoso bruxo daquele século e aquela era uma família que volta e meia era capa do Profeta Diário pelas coisas mais bobas, como “Os Potters tomam sorvete de chocolate”. 

Harry Potter sorria alegre para a família toda reunida que almoçava na mesa. Gina tinha conseguido um descanso do trabalho, James e Alvo estavam de férias de Hogwarts. Ele sentia uma dor no peito quando pensava que chegaria um dia que os três filhos estariam em Hogwarts e a casa ficaria vazia. Mais dois anos e sua caçula também partiria, como ele viveria sem ouvir os “papais” pra cá e pra lá?

Aquilo era o que ele sempre quis pra si, uma família grande que o amasse. Além dos filhos e da esposa ele tinha todos os Weasleys também como família, vários sobrinhos e irmãos-postiços. Ao contrário dele que quando criança passava os dias sozinhos, os filhos sempre tinham companhias com vários primos ao dispor.

Primos... para ele aquela palavra nunca tinha significado muito, Duddley era seu primo mas nem nos sonhos mais loucos eles foram amigos. Sua infância consistia em fugir do primo e dos amigos dele, nunca, mas nunca os dois tinham brincado de alguma coisa juntos.

Ele ficou surpreso daquela vez, a tantos anos atrás quando a Ordem chegou para escoltá-lo e esconder os Dursleys que o primo tinha dito que ele não era um desperdício de espaço. Aquele gesto vindo de Duddley significava muito.

Com o fim da guerra eles se aproximaram um pouco, trocavam cartas durante o Natal. Ele sabia que tinha dois sobrinhos e que um estranhamente tinha a mesma cor de olho dele. Os genes dos Evans pelo que parecia não era nada fraco.

Estavam quase terminando o almoço quando uma coruja parda apareceu na janela, bicando levamente para fazer barulho e a deixarem entrar.

Lily quando viu o pássaro se levantou rápido para abrir a janela. A coruja piou agradecendo e parou na frente de Harry, esticando a perna para o homem tirar a carta ali presa.

— Quem é? – Gina perguntou curiosa quando viu o selo da carta.

Aquele era um selo dos Correios Bruxos, sempre que um trouxa queria enviar uma carta para um bruxo ele colocava a carta em qualquer caixa de correio, a mesma era encaminhada para o Correios Bruxo e ali eles tinham uma equipe de corujas que as distribuíam.

— Não sei – Harry murmurou confuso também reconhecendo o selo.

Harry não conhecia muitos trouxas e duvidava que aqueles que conhecia iriam enviar cartas. Só uma pessoa vinha em mente, mas Duddley só enviava carta em dezembro, então era minimamente estranho uma carta do mundo trouxa em pleno verão.

— Abre pai! – Lily pediu.

Harry riu da curiosidade da filha, mas fez o que ela pediu. Porém, a cada linha lida sua expressão foi ficando mais séria e preocupada. Aquilo não podia ser verdade... podia?

Gina vendo a expressão de preocupação do marido se virou e pediu aos filhos:

— James, por que você e seus irmãos não vão no quintal brincar um pouco de quadribol?

— Ah mãe... mas eu quero saber – Lily choramingou.

Gina olhou séria para o filho mais velho, que fez um leve aceno com a cabeça concordando.

— Vamos Lily, vamos Alvo! Hoje eu ensino vocês a fazer aquela pirueta no ar, aquele que parece que estamos quase caindo quando nos levantamos rapidamente.

Quando os três filhos saíram da mesa e os deixaram sozinhos, Gina se virou para o marido:

— O que foi Harry? O que está escrito aí?

— Eu... eu não sei ao certo, não sei se Duddley está sendo sério ou não, se isso é só uma brincadeira de mal gosto igual as que ele fazia quando criança. Mas... em todos esses anos Duddley nunca mandou mais que uma carta por ano, não faz sentido o porquê dele brincar agora...

Gina ao ouvir o nome do primo de Harry ficou confusa. O que Duddley poderia querer assim de repente?

— Pode dar mais detalhes, não estou te entendendo muito bem.

— Aqui – disse Harry lhe entregando o papel – acho melhor você ler por sim mesma.

A mulher pegou a carta e começou a correr os olhos pelo papel:

Oi Harry, acho que você deve estar achando meio estranho essa carta. Na verdade, eu estou achando muito estranho estar aqui escrevendo para você. Todos os anos trocamos cartas, é verdade, mas sempre no Natal e sempre jogando conversa furada fora, sobre como estão os filhos e tal.

Antes que você fique preocupado todos aqui estão bem. Fiona manda um abraço para todos. Bem.. para falar a verdade não estamos tão bem assim. Quero dizer, estamos mas não estamos. Não sei nem como explicar, muito menos assim por carta. Eu não sei nem como começar.

Acho que o melhor seria eu escrever direto o porquê estou escrevendo para você, e o porquê preciso da sua ajuda. Mas se eu só falar você vai achar que eu estou louco. Deus, até eu estou me achando louco e pensando se vi coisas que não existem. Mas não, existe testemunhas, Fiona e várias pessoas no parque viram. Não é possível que todos estejamos loucos. Ou estamos? Nem sei mais.

Acho que estou saindo muito do ponto, nem sei se estou fazendo sentido aqui. Pensei em reescrever a carta mas acho que qualquer uma que eu escrever vai sair ruim. Fiona está aqui lendo em cima do meu ombro e dizendo para eu escrever o fato como realmente aconteceu, que assim vai fazer sentido. Vamos lá.

Bom, como você deve ter visto Londres esteve ensolarada então resolvi sair com os meninos para o parque. Acho que você também deve ter levado seus garotos para algum lugar semelhante a um parque no mundo mágico, aproveitar esse dia.

Enfim, ali aconteceu uma coisa... uma coisa que nem sei direito como explicar. É tipo aquelas coisas que você fazia quando criança sabe? Quando as coisas aconteciam? Tipo quando você foi parar no telhado da escola?

A gente estava no parque, o Sam foi parar no meio da ciclovia, uma bicicleta estava prestes a o atropelar quando o Jim gritou e aí um vento, como se fosse um vendaval, surgiu do nada e tirou meu filho dali. Eu vivi um pouco contigo para saber que isso não é normal, ventos não carregam pessoas. Mas carregam no seu mundo, não carregam Harry?

E se eu paro pra pensar, Jim sempre esteve em situações esquisitas, situações que ele não sabe explicar. Achei que ele mentia para se safar de castigos, mas agora não sei. Como disse, eu vivi contigo por um tempo para saber que essas coisas não acontecem do nada.

Harry, o que quero dizer é que acho que o Jim puxou mais que os olhos verdes de você. Eu acho... não, eu sinto que tem algo a mais. E se tiver, eu preciso saber, eu preciso saber o que eu faço com o meu filho.

Fiona está falando para eu o convidar a vir pra casa, acho que vai ser um choque para os meninos conhecerem o “tio” deles assim de repente mas concordo com ela, esse é um momento que eu preciso que você venha, que só essas cartas não são o suficiente.

Eu preciso que você me diga se essas coisas são da minha cabeça ou são reais. E acho que só você mesmo para me responder isso.

Duddley

Gina terminou de ler com os olhos arregalados. Aquilo a tinha pego totalmente de surpresa.

— Harry, mas se...

— Pode ser verdade – disse o homem cortando a esposa – são genes afinal, não são? Se minha mãe era bruxa, meu sobrinho tem tanta chance quanto.

— Eu sei – Gina concordou – o que você vai fazer em relação a isso?

— Eu nunca tinha imaginado isso. Eu sei, é meu sobrinho, do meu sangue, mas nunca achei que os Dursleys fossem ter um bruxo. Era presunção minha, eu sei, mas nunca achei. Eu só...

— Continua.

— É irônico sabe? Tia Petúnia e tio Vernon odiavam ter um anormal em casa, devem estar se revirando no túmulo agora se soubessem que tem um neto mágico.

— Você deveria ir ver seu primo. Sei que vocês não se veem a anos, que depois de tudo que passaram na infância não conseguem manter contato direito, mas ele pediu sua ajuda, e parece realmente perdido.

— Eu sei, você tem toda a razão, e o que vou dizer aos meninos? A Lily? Como eles vão reagir quando descobrirem que tem mais primos?

— Ora – a esposa sorriu – vão amar, claro. Eles adoram os primos e vão adorar agora ter primos que não são primos dos outros. Aposta quanto que Lily vai soltar algo como “primos exclusivos”.

Harry sorriu, sim, a família poderia aceitar aquilo tranquilo. Mas se o que estava na carta se confirmasse, se o seu sobrinho fosse realmente um bruxo, será que Duddley conseguiria lidar com aquilo? Ou aquele menino teria uma infância tão miserável quanto ele mesmo teve anos atrás?

Não... balançou a cabeça discordando. Duddley o tinha procurado, Duddley procurou ajuda. Isso era bem mais do que tio Vernon tinha jamais feito.

Aquela era a hora dele rever o primo.


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