Perfeitamente Normal - Os Dursleys escrita por Ditto


Capítulo 1
Capítulo 1 - Os Dursleys




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Os Dursleys eram o exemplo de uma família inglesa normal, possuíam uma casa espaçosa com uma cerca branca, dois filhos razoavelmente bem-comportados e um cachorro que passava a maior parte do dia tomando sol no quintal da casa. Mas, ao contrário dos pais que tinham orgulho e se esforçavam em serem “normais”, Duddley Dursley não se importava com a opinião alheia. Se ele e a esposa estavam felizes, isso era o que bastava.

Era uma manhã ensolarada em Londres, um fato raro, e Duddley aproveitou esse momento para se espreguiçar na cama rolando para o outro lado. Sábados eram seus dias preferidos, nada de trabalho então nada de acordar cedo. Ele dava graças que os filhos já estavam mais velhos, um com recém onze anos e o outro com sete anos, e não eram mais bebês que acordavam no meio da noite chorando por sua atenção. 

Sentiu o cheiro de bacon defumado vindo da cozinha e sorriu, sua esposa realmente sabia como agradá-lo. Podia não ser mais o menino gordinho da sua infância, mas ainda tinha o mesmo apetite voraz por coisas gordurosas. O médico que o perdoasse, mas se ele morresse de enfarte por causa de bacon seria uma morte feliz. 

Sentindo-se um pouco culpado por deixar a esposa preparar o café sozinha levantou-se da cama esfregando os olhos ainda um pouco sonolento.

— Bom dia – disse a esposa assim que a encontrou na cozinha.

— Bom dia querido, achei que iria ficar mais na cama – respondeu Fiona ainda fritando os ovos

— Até pensei nisso, mas me senti culpado em deixá-la aqui sozinha.

— Oh – exclamou com falsa surpresa – mas que marido prestativo eu tenho. Já estou acabando aqui, pode ir lá no quarto chamar os meninos por favor?

Duddley concordou com a cabeça e subiu as escadas, abriu as cortinas do quarto dos meninos deixando a luz entrar.

— Hora de acordar – falou dando uma sacudida leve nas costas de cada um dos filhos – o café da manhã está pronto.

Duddley sorriu ao ver os dois meninos preguiçosos na cama, se recusando a se levantar. Eles lembravam muito ele quando pequeno, sua mãe o sacudia várias e várias vezes na cama e nada dele se mexer. Sorriu com saudade dos pais, interiormente ele sabia que seus pais não tinham sido dos melhores, o mimaram demais, mas eram seus pais e ele os amava apesar de tudo. 

— Não quero – murmurou o filho mais novo colocando a cabeça embaixo do travesseiro para evitar a luz do sol. 

— Vai embora pai – o mais velho resmungou – é sábado. 

Duddley riu interiormente, mas manteve a postura séria. Jim e Sam Dursley sabiam ser manhosos quando queriam.

— Ah... que pena... acho que vou ter que comer todo o bacon sozinho então...

Ao ouvir bacon Sam pulou rápido da cama empolgado.

— Mamãe fez bacon? – o menino perguntou empolgado.

— Sim, é só descer – respondeu para o menino.

Sam era o seu filho mais novo com sete anos, ele era alto para sua idade e se orgulhava disso. Além de ter puxado os mesmos olhos azuis dele o filho também tinha puxado o apetite. Felizmente sua esposa tinha controle e não deixava o menino sair comendo tudo o que via pela frente e por isso Sam não era uma criança obesa como ele mesmo tinha sido.

— Um a menos – murmurou quando viu o filho descer correndo em direção a cozinha – falta mais um.

Jim por outro lado tinha puxado mais a esposa em questão de aparência, também era alto para a idade como o irmão e tinha cabelos castanhos bem encaracolados, nada parecido com os cabelos loiros lisos do pai.

— Vamos Jim, está na hora – disse puxando os cobertores do filho tentando o forçar a se levantar.

Jim tinha recém feito onze anos e eles organizaram uma festa temática do Homem Formiga no jardim, o menino tinha adorado já que esse era seu super herói favorito. Era um garoto educado, embora as vezes se metia em confusão na escola, coisa típica da idade. Uma vez ele tinha brigado com um menino na escola e tinha sumido com todos os lápis coloridos do garoto. Duddley tinha sentado com o filho, pedindo que ele devolvesse os lápis que o castigo seria menor, mas Jim tinha jurado que não tinha sequer visto os lápis.

Ou daquela vez que aquele menino John tinha tentado bater em Sam e Jim tinha defendido o irmão fazendo John cair em uma poça de lama sujando todo o uniforme. O que ele achou engraçado daquela briga foi que os dois filhos disseram para ele que Jim não tinha sequer encostado no menino, era como se John tivesse tropeçado sozinho e caído na poça.

Se fosse ele quando criança, teria berrado aos quatro ventos que tinha ganho uma briga. Mas Jim por outro lado se recusava a admitir a briga e afirmava que não tinha feito nada. De onde o menino tinha tirado essa falsa modéstia era um mistério.

— Vamos filho, está tarde – falou e agora começou a fazer cócegas no filho, o forçando a se levantar.

A contragosto Jim se levantou da cama esfregando os olhos com força. Jim fisicamente era quase igual a esposa tirando os olhos... os olhos da família Evans, os olhos do seu primo Harry.

Ele tinha ficado surpreso quando Jim tinha nascido com aqueles olhos verdes esmeralda, tão idênticos a Harry e a sua tia Lily que ele nunca chegara a conhecer. Até mesmo Harry ficou surpreso quando ele comentou o fato em uma das cartas de Natal anuais que ele enviava para o primo.

Harry tinha três filhos e apenas o do meio, Alvo, tinha puxado os olhos verdes. E, contra todas as expectativas, Jim Dursley também tinha aquela cor.

A sua situação com o primo era confortável, Harry o tinha perdoado de todas as maldades que ele fez quando criança e os dois mantinham uma espécie de amizade, mandando uma carta para o outro todos aos Natais. De certa forma isso o confortava, Harry era seu único parente vivo já que sua tia Marge nunca tivera filhos, e mesmo não gostando muito dos tios Harry o tinha acompanhado no enterro dos pais.

No seu casamento Harry não tinha aparecido, mas lhe deu como presente um fogão mágico auto limpante que Fiona era agradecida até hoje. Quando se casaram ele explicou para a esposa que o primo era diferente e que era famoso nesse outro mundo de mágicas e feitiços, e em comum acordo eles tinham decido que não contariam essa parte para os filhos, pelo menos não agora.

Era um segredo, e crianças infelizmente não sabem guardar segredo. Com certeza se Jim e Sam soubessem sobre o mundo bruxo já teriam espalhado para os quatro ventos e sabe-se lá como eles fariam para consertar a bagunça. Ele que não ia querer bruxos carrancudos do Ministério na sua porta.

Não... desse jeito era melhor... uma carta por ano, Harry perguntando sobre os seus filhos e vice-versa, os dois jogando conversa fora e pronto.

A única coisa ruim é que Jim e Sam nunca tinham conhecido os primos. Pelas cartas dava para ver que James seria um bom primo mais velho pois era brincalhão e divertido. Talvez eles não gostassem muito da pequena Lily, Jim e Sam estavam naquela fase que diziam que todas as meninas eram chatas.

Satisfeito que Jim tinha se levantado desceram as escadas juntos e sorriu quando viu Sam já se empanturrando de ovo e bacon.

Os quatro Duddleys se sentaram a mesa e começaram a comer juntos, Sam empolgado contando das aulas, que nessa semana tinha aprendido sobre os planetas e que Mercúrio era o que ficava mais perto do Sol.

Quando todos estavam satisfeitos se levantaram e foram trocar de roupa. Deveriam aproveitar que o dia estava ensolarado e para dar uma passeada no parque. Jim estava empolgado porque agora já conseguia andar sem as rodinhas de apoio, e Sam invejava o irmão mais velho esperando quando ele também seria capaz disso.

Quando chegaram no parque ele e a esposa estenderam uma toalha embaixo da sombra de uma árvore e se sentaram confortavelmente ali, o cachorro da família rapidamente se enroscou nos pés dos dois para uma boa soneca, e os dois adultos naquela posição conseguiam ver os filhos pedalando para cá e para lá. Logo Jim e Sam apostaram competição de quem pedalava mais rápido até uma árvore próxima .

Duddley ficava pensando como teria sido sua infância se ele e Harry tivessem sido criados realmente como irmãos, se seria como os dois filhos. Os dois tinham a mesma idade, iam para a mesma escola, e sim, as personalidades não eram muito parecidas mas seria natural os dois terem se considerados irmãos. Mas não, ele e Harry nunca tinham brincado juntos, ele tinha seus amigos que moravam na mesma rua e Harry... Harry não gostava muito de sair.

De repente Fiona ficou rígida do seu lado e ele virou-se para ver o que ela olhava quando congelou também, Sam estava parado no meio da pista e uma bicicleta vinha em alta velocidade em sua direção. Jim olhava a situação do irmão assustado, levantou o braço e com todas as forças gritou:

— Sam! Saí daí! Saaaaaai! Saaaaaaai!

E no momento que gritou um vento forte surgiu do nada, um vendaval que assustou as pessoas que passeavam pelo parque, empurrando Sam, e apenas Sam, da pista e evitando por um segundo que o menino fosse atropelado.

Jim se virou para os pais, os olhos verdes lacrimejando assustados com o que tinha acabado de fazer. Duddley olhava a cena sem acreditar direito, ele já tinha visto coisas parecidas antes, será que Jim era...

— Pegue os meninos, a gente precisa ir pra casa – Duddley avisou a esposa – agora.

No carro todos estavam silenciosos, Duddley tentando ajeitar as ideias na cabeça. Será que aquilo significava que além dos genes dos olhos verdes o filho também tinha puxado algo a mais do lado da sua tia Lily?

— Eu vou... – murmurou com a esposa evitando que os filhos ouvissem a conversa – eu vou mandar uma carta para o Harry. Acho que está na hora dele vir conhecer os sobrinhos.


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Notas finais do capítulo

espero que estejam gostando. próximo capitulo é na sexta, e vou postando toda sexta! Comentários são bem vindos!



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