Perfeitamente Normal - Os Dursleys escrita por Ditto


Capítulo 3
Capítulo 3 – Harry e Dursleys




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Harry estava parado em frente a uma grande porta de madeira sem saber direito o que fazer. Duddley tinha o convidado certo? Então porque ele tinha tanta dificuldade em tocar a campainha.

Por Merlin, era era o Menino-que-sobreviveu, aquele que derrotou Você-sabe-quem, e mesmo assim estava lá parado travado em frente a casa tomando coragem. Antes que voltasse atrás apertou o botão e logo ouviu passos apressados vindo em direção a porta. Era isso, agora não podia voltar atrás.

Quando abriu a porta se deparou com uma mulher alta esfregando as mãos molhadas no avental, aquela devia ser Fiona.

— Oi – ele disse a cumprimentando ainda um pouco sem jeito.

Ela o olhou com os olhos arregalados que logo se suavizaram.

— Você é o Harry – ela afirmou com segurança.

— Sim, sou. Como sabe?

— Os olhos – ela respondeu sorrindo – são idênticos aos do meu filho mais velho. Entre por favor, Duddley está no trabalho mas em alguns minutos estará aqui.

A mulher abriu a porta convidando Harry a entrar e sentar. Harry olhava a casa curioso, era uma casa bonita, bem arrumada e com várias fotografias dos sobrinhos espalhadas em porta-retratos. Mas ao contrario da casa que ele tinha crescido na infância, essa casa era acolhedora, trazia uma boa sensação.

— Sente-se – Fiona pediu apontando para o sofá – vou trazer um chá para você.

Harry acenou com a cabeça e a mulher foi em direção a cozinha. Fiona era alta e tinha os cabelos castanhos encaracolados presos em um rabo de cavalo.

Harry olhou as fotografias e viu uma que saltou aos olhos, os dois irmãos no zoológico com uma zebra ao fundo. Entretanto o que mais chamava atenção era os olhos de Jim, que contra a luz tinham ficado em um tom verde mais vibrante ainda.

Era esquisito ver a cor de olhos sua e de Alvo ali presente também.

— Aqui – Fiona disse voltando e lhe entregando uma caneca – é Camomila, acho que vai ser bom para acalmar os nervos. A conversa que vamos ter não será uma tranquila.

— E os meninos? Jim e Sam?

— Na casa de uns amigos aqui da vizinhança. Sam é curioso, ia querer ficar ouvindo atrás da porta e essa não é uma conversa para eles ouvirem, não agora pelo menos. Harry acenou com a cabeça concordando.

Os dois ficaram trocando amenidades até o barulho de uma chave na porta os interrompeu, e Duddley afrouxando a gravata entrou na casa.

— Oi Duddley – Harry cumprimentou quando viu o primo.

Duddley parou e olhou para Harry, não estava esperando aquela visita tão cedo. Os dois primos se olhavam, avaliando o quanto tinham mudado desde que se viram a tantos anos atrás. Os dois já eram homens feitos, e inclusive já apresentavam alguns cabelos brancos nas têmporas.

— Oi Harry – cumprimentou – você parece bem.

— Sim, eu estou. Assim como você.

Duddley deixou a mala no chão e sentou-se na poltrona vazia ao lado do primo e da esposa.

— Acho... não, tenho certeza que é melhor a gente já ir direto ao assunto que te trouxe aqui. O assunto que escrevi para você na carta.

— Tudo bem – Harry respondeu se mexendo na cadeira.

— Pessoas criam ventos no seu mundo, não criam?

— Podem criar – o bruxo respondeu mas ao ver o olhar do primo continuou a falar – você soava confuso na carta mas agora olhando nos seus olhos percebo que você já sabe a resposta do que me perguntou. Por que me trouxe aqui se já sabe o que Jim é?

Duddley suspirou cansado e foi como se uma tonelada de peso caísse em seus ombros.

— Eu lembro como você era quando criança Harry, o quão infeliz era em casa. O que quero saber é se Jim será assim também? Vai deixar de ficar feliz aqui e só começar a falar desse seu mundo e da escola mágica?

— É difícil prever qual será a reação dele. Mas lembre-se que a história dele é diferente da minha. Ele é feliz aqui pelo que você me escreve nas cartas, não é? Então ele deve ter uma história parecida com vários colegas meus. Eu tenho uma amiga que os pais são “normais”, são dentistas, e ela sempre gostava de voltar pra casa e passar tempo com eles.

— Ela não os odiava? Digo, por ela ser mágica e eles não?

— Duddley – Harry disse percebendo para onde o primo estava indo com aquela conversa – Jim não será infeliz. Você sabe exatamente o porquê minha infância foi daquele jeito.

— Mas e se eu for igual ao meu pai? E se no momento que Jim for para aquele colégio eu comece a o tratar mal?

— Você não vai.

— Como pode ter certeza?

— Porque você fez algo que seus pais nunca teriam feito. Você procurou ajuda, procurou entender.

Fiona se levantou da cadeira abraçando o marido.

— Jim te adora, ele nunca irá odiar passar tempo contigo.

— Tem razão, tem razão... – Duddley concordou.

— O que precisamos fazer agora – disse Fiona – é pensar em como contar isso aos meninos. Ou você acha melhor a gente esperar a carta dele dessa escola de bruxos chegar?

— O que vocês preferirem está bom – Harry respondeu – a escolha será de vocês. Diferente das outras famílias trouxas vocês já sabem sobre magia, então ao meu ver não teria porque esperar. Mas se quiserem esperar também tudo bem.

Duddley olhou para Harry com um olhar cansado, pensou um pouco e depois falou:

— Acho que está na hora de você conhecer seus sobrinhos Harry.

Harry acenou com a cabeça.

— Sim, acho que está na hora mesmo de conhecer Jim e Sam.

Fiona se levantou indo em direção a cozinha terminar o jantar enquanto os dois homens ficaram sentados na sala sem saber direito o que falar:

— Quer ver TV? – Duddley perguntou tentando quebrar o silêncio.

— Claro.

Duddley ligou em um canal que passava um jogo de futebol qualquer e os dois homens ficaram encarando o aparelho.

Aquela situação era estranha para os dois homens, os dois não sabendo direito o que fazer ou falar. Não se viam a anos e mesmo assim não sabiam o que falar entre si.

Quando o jogo estava em seus últimos minutos a porta da sala se abriu e dois meninos ofegantes entraram na casa.

— Quinze minutos, foi recorde!

Duddley sorriu discretamente, nos últimos tempos os filhos vinham cronometrando o tempo que levavam correndo da casa dos amigos até em casa. Ele gostava de ver como os dois eram tão unidos, até em brincadeiras bobas como marcar tempo.

— Sim! – respondeu Jim feliz – pai! Você viu que...

E as palavras morreram na boca do menino, ele olhou confuso para o outro homem na sala, um homem que ele nunca tinha visto antes.

— Oi Jim e Sam, tudo bem como vocês? – Harry perguntou educado.

— Jim – falou surpreso o menino mais novo ao encarar o estranho – olha a cor dos olhos dele! É igual aos seus!

Jim enrugou as sobrancelhas confuso, quem era esse homem na sala? E por que eles tinham esse traço idêntico?

— Quem é você? – Jim perguntou desconfiado.

— Eu sou Harry, sou o tio de vocês – o homem disse sorrindo.

— Nós não temos tios. Nem papai nem mamãe tem irmãos – o menino respondeu com a língua afiada.

— Modos Jim – Dursley corrigiu – e tecnicamente de fato ele não é seu tio, mas é parente. O Harry é meu primo, praticamente o tio de vocês então.

— Você tem os olhos igual o Jim – Sam falou alto nem um pouco acanhado.

— Sim, eu tenho. Assim como um dos meus filhos.

— Temos primos? – Sam perguntou sorrindo – eu sempre quis ter primos. A Lara na escola três primas que vem visitar ela todos os verões.

— Olha só, eu tenho três filhos, então você terá três primos também.

— Mas o que você quer aqui? – Jim cortou ainda desconfiado.

— Eu vim ver vocês e contar um pouquinho da minha família. Na verdade, agora pensando, acho melhor mostrar e aí vocês irão entender.

Harry sacou a varinha do bolso e murmurou baixo um feitiço, fazendo sua blusa mudar de azul para um verde escuro. Os dois meninos Dusley encararam a cena em choque com a boca aberta, sem nem saber como reagir aquilo.

— Como... como... - gaguejavam tentando formular uma frase

— Magia - Harry respondeu com um sorriso no rosto - isso é magia...


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