A Jornada escrita por SrtaAthena


Capítulo 20
Capítulo 19




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Narradora On

As lágrimas da jovem Haruno pareciam não ter fim, seu rosto inchado fazia par com as olheiras de noites em claro, velando o sono do pequeno Tatsumi, que não parecia estar em estado melhor que a rosada. Desde que saíram da Ilha Kazan o barco foi  levado por uma corrente marítima, sendo guiando pelo destino, enquanto seus tripulantes pareciam fantasmas, sem olhar, sem rumo.
Os acontecimentos de antes pareciam pesadelos que ambos não conseguiam esquecer, o loiro acordava trêmulo quase todas as vezes, procurando os braços de Sakura, choroso e assustado, tendo seu refúgio todas as vezes, enquanto a jovem tinha apenas suas lembranças e a noite atrelada como confidente.

As reversas de comida os ajudaram a passar pela maresia do oceano, que os jogou a beira de uma praia desabitada, envolvia por muros de pedra ingrime e cheias de lodo, a cima apenas árvores a perder de vista. Não sabiam onde estavam, mas parecia melhor que vagar pelo oceano sem rumo aparente.

Com o garoto em sua costa, Sakura desafiou a imensidão de pedra, machucando os dedos toda vez que vacilava, escorrendo por causa do lodo e algas escorregadias, conseguindo chegar a cima com muito esforço, Tatsumi a incentivava a continuar, enquanto seu peito levantava e subia com força, em suas últimas forças, se não fosse pelas coisas que aprendeu já teria desistido a muito tempo, seu coração estava quebrado e seus sentimentos em frangalhos, o que a deixava de pé era a necessidade de seguir em frente com seu companheiro de viajem, e de uma promessa, de deixar o pequeno seguro.

As horas de baixo das copas das árvores não facilitava em nada, estava abafado e o vento parecia impedido pelas árvores, as raízes eram altas, além de barulhos de animais ferozes, fazendo o pequeno apertar a mão de Sakura com força, com medo.
Quando a noite caia, era ela que subia nas árvores mais altas, para dormir com Tatsumi em seu colo, usando uma corda para nenhum deles cair, enquanto tentava descansar de mais um dia de viajem.

Quando tinham sede ou fome se rendiam a natureza, pegando água de pequenos riachos de água cristalina e de frutas em arbustos baixos, onde os pássaros também se fartavam de comida boa. Os dias pareciam intermináveis, até encontrarem uma estrada, que os levaram até uma vila pequena, quando descobriram estar em território do fogo.

—Então o barco só deu a volta, devemos ter saído em uma das praias com ligação ao país do fogo....que ironia_ Sakura riu, pegando um pouco de dinheiro que Ayame tinha dado para fugirem, comprando mantimentos e algumas ervas medicinais em barracas, na Vila.

Sakura não queria dar muito na vista, então decidia dormir sempre fora da Vila, em árvores ou em uma caverna próxima, vigilante e desperta as coisas ao redor.

As coisas pareciam ter voltado a estaca zero, sozinha, ou quase isso, se virando para sobreviver naquela linha da vida, com uma criança a tira colo. Sua mente voltava a funcionar corretamente, quando lembrou mais precisamente das coisas que antecederam a fuga.

Kabuto, Sasuke-kun, o ataque de ambos a casa de Ayame, que parecia ter tido relações estreitas com Orochimaru, relações esta que a rosada pouco conhecia, na verdade, parecia no escuro quando tentava se lembrar de informações úteis, sem sucesso. Tatsumi também não parecia entender o que tinha acontecido, denominando ambos aos homens maus que atacaram sua casa e sua tia. Ele não sabia de nada, apenas que tiveram que fugir, de pessoas mal intencionadas, assim como os armários que atacaram a casa que cresceu e a sua mãe, que não estava do seu lado.

Era tanto para uma criança de 9 anos assimilar, sempre se perguntando ou desferindo dúvidas e questionamentos a Sakura, que tentava ser a mais compreensível possível em explicar a mesma coisa todas as vezes, vendo que não queria muito efeito, já que o pequeno ainda não conseguia entender a maldade do mundo ninja.

— Saky-nee..._ as madeixas loiras do menino estavam espalhadas pela mochila do pequeno, que mantinha uma respiração irregular e uma expressão de dor.

Estava doente, doente de tanto sofrer, de tanto ter que fugir.

Sua testa ardia em uma temperatura alta, e seu corpo tinha pequenos espasmos, deixando a rosada em pânico, usando seu jutsu médico para aplacar a febre e o mal estar do pequeno, mas não era suficiente diante das circunstâncias em que se encontravam: uma caverna, úmida, ao relento, com chuvas caindo periodicamente, além da falta de cobertas e elementos para sobrevivência. Mesmo com os cuidados, tudo parecia apenas paliativo.

Dois dias se passaram rapidamente, com uma rosada mudando os panos da testa do pequeno, com uma bacia de maneira, contendo infusões de ervas e óleos de flores misturados a água, a fim de auxiliar nos cuidados, que pareciam mais difíceis a cada minuto. Se perdura-se por mais tempo, Tatsumi não teria mais salvação.

Sakura mordia os lábios, encarando a face do menino, que dormia a maior parte do tempo, acordando apenas para se alimentar ou para andar um pouco e respirar ar puro. Suas bochechas estavam vermelhas por causa da febre, a infecção deveria estar se alastrando mais rapidamente, não tinha muito o que fazer além de pedir ajuda para ele, é apenas para ele. Seu pequeno irmãozinho.
Com o pergaminho escarlate, a rosada escrevia para sua Hokage o mais rápido que conseguia, alertando que estaria voltando em pouco tempo, explicando apenas o excessial no pergaminho, que foi fechado rapidamente. Arrumou o que tinha, carregando Tatsumi nas costas, partindo para Konoha. Seu antigo lar.

/-

Tsunade On

Aquelas pilhas de responsabilidade pareciam não ter fim, estava na quinta ou sexta caneca de café preto, tendo apenas a iluminação da noite e dos lustres como companhia, Shizune já tinha ido embora, assim como os outros daquele prédio, deixando apenas minha guarda de confiança protegendo a porta e a mim mesma.

Tinha algumas papeladas mais importantes que outras, mas pareciam irrelevantes depois do pergaminho de Ayame, notificando que servos de Orochimaru estariam a espreita, para encontra-la ou o que quer que fosse. Aquilo me deixava alarmada de todas as formas, já que antes de suceder ao título de Hokage, aquela cobra tinha tentado me capturar para concertar seus braços selados, ou até mesmo aquele corpo podre, que já deve estar nas últimas.

Mas de qualquer modo, o que mais tinha que fazer? Apenas esperar por notícias, nem Konoha nem ninguém sabia da ligação com Ayame, minha antiga pupila e também, ex companheira de Orochimaru, não tinha ligação com ela, não abertamente, e, depois de tantos anos, ela aceitou meu pedido em treinar Sakura, que tinha mandado notícias a quase duas semanas, seu pergaminho deveria ter chego hoje, o que me fazia crer que algo estava errado.

Solto um suspiro angustiante, arranhando a madeira com força, de maneira impaciente, aquela calmaria me deixava irritada e ansiosa com o que tivesse acontecido ou que estava acontecendo longe dos muros seguros de Konoha. Kuso!*

Afundo minhas unhas na madeira, ouvindo o estalo de algo dentro da gaveta. O pergaminho!
Puxo a gaveta com força, pegando o objeto com as mãos trêmulas...tinha que aprender a ser mais calma, acho que era isso que me fazia perder tantos jogos e apostas por ai.

Quando abri o pergaminho, encontrei a caligrafia da Haruno, que discorria, com uma ou duas letras trêmulas. "Estou voltando na noite de amanhã, explico quando chegar, por favor, não diga a ninguém, preciso de sua ajuda"

Era o que estava escrito, um pedido de socorro da rosada, que não descreveu nada do que tinha acontecido, do motivo de sua vinda tão repentina.
Mas não era hora de fazer perguntas sem respostas, tinha que preparar tudo para a vinda da jovem, e que seja a mais escondida possível.

— Ah....mais trabalho
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Preparei as coisas na surdina, me escondendo e evitando os conselheiros velhos e unificados o máximo que puder. O dia se arrastou, agradecendo a kami-sama por Naruto estar fora com Jiraya, que o convenceu, a muito custo, a deixar a vila para seu treinamento, mesmo que seu desejo fosse ir atrás da Haruno, "desaparecida".

Que os deuses me perdoassem por tamanha mentira ao loiro, que ficou arrasado quando descobriu do desaparecimento de sua colega de time.

Além da traição de seu colega, ainda tinha que lidar com a falta de sua colega, tudo ao mesmo tempo...

— Senhora? _ encaro a porta ser aberta por Shizune e dois ANBUS, da minha equipe, que participariam do encontro e encobririam nossos rastros. Nem mesmo Kakashi poderia saber da volta da rosada, que não demorava a chegar.

O resto dos preparativos seguiram fluidos, deixando a morena em meu posto, se fazendo passar por mim, com o Jutsu de transformação básica, enquanto a mim, segui com os dois homens, por dentro do monte Hokage, usando a rota de fuga, jogada as traças, como passagem para encontrar Sakura, fora da Vila.

Um ANBU ia na frente e o outro a trás, comigo no meio, ainda estava me acostumando com aquela proteção excessiva, além dos olhares perante minha presença, reverências e etc.

Descemos, passando pelos alojamentos de evacuação da Vila, continuando por uma passagem, descendo mais, até o último nível, de onde surgia uma câmara de pedra, vazia e iluminada por tochas novinhas. Esperamos, com meus nervos a flor da pele, andando de um lado para o outro, com meus ANBUS parados, como estátuas.

Parecia que tinha se passado uma eternidade, quando escutamos passos se aproximando, pelo corredor que dava para o lado de fora, meu peito parecia que ia saltar pela boca quando Sakura passou pela passagem, com a respiração ofegante e as bochechas vermelhas, seu cabelo estava desgrenhado, bem mais curto que me lembrava, com duas mechas ao redor do rosto, cansado.

— Tsunade-sama...voltei.


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Notas finais do capítulo

Glossário do capítulo

Kuso=merda/droga



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