A Jornada escrita por SrtaAthena


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo postado com sucesso, mas antes devo explicar uma coisinha.

Os pais da Sakura quase nunca apareciam no anime, quando apareciam a tratavam mal e a humilhavam na frente dos amigos e afins, então decidi representa -los como pais ruins e despreocupados com ela. Não que eu não goste deles, mas tem sempre uma primeira vez.

Desde já uma boa leitura.



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Levantei aos pulos, enquanto Tsunade-sama tirava as luvas de  operação, encarando a mim e a enfermeira Yumi. Queria encher ela de perguntas, mas depois de 5 horas de operação, duvido muito que ela queira ouvir uma menina tagarelando no ouvido dela.

— Naruto está bem, vai ficar em observação pra vermos como ele reage, mas está fora de perigo, Sakura, então por favor, se acalme_ solto o ar, afrochando meus dedos, que estavam em punho, como uma súplica de boas notícias, nem tinha notado que meus ombros estavam tão duros quanto rochas, mas quando pude sentir o ar de alívio, meu corpo desabou.

Os braços de Yumi vieram ao meu encalço, assim como os de Tsunade-sama, ambas me levaram pelos corredores, enquanto sentia meus olhos pesados, sentindo a adrenalina se esvaziando pelos meus poros, permitindo que meu corpo pudesse sentir o baque dos acontecimentos. Entramos numa sala com o teto branco, senti o frio da maca de metal, assim como o do estetoscópio, que antes circulava o pescoço de Yumi, mas que agora fazia pressão contra meu peito.

Ofeguei, sentindo minha respiração irregular, Tsunade falava, mas não conseguia compreender o que saia de sua boca, nem mesmo entender seus gestos, minha visão começou a embasar e aos poucos perdia os sentidos, como daquela vez no banco frio, a diferença era que agora era numa maca, num lugar que eu chamava de segundo lar, que estava me socorrendo.

— Tsunade...sama_ sussurrei, com os olhos semi cerrados, tentando me levantar daquela maca incomoda, mas o vulto loiro me deitou novamente, com delicadeza, sussurrando coisas que não conseguia compreender.

Fechei os olhos, com o corpo pesado e quente, tentando respirar pela boca com as poucas forças que tinha, senti uma agulhada e em seguida algo grudento, mais vozes pela sala, barulhos de coisas sendo arrastadas e pacotes sendo rasgados, em seguida apenas o desconhecido e o medo de perder tudo, até mesmo minha vida.

 

 

/_

 

 

Tsunade On 

 

Vi a Haruno perdendo os sentidos enquanto relatava o estado de Naruto, seu corpo amoleceu quase que instantaneamente quando terminei minha fala, sendo impedida de cair pelos braços da enfermeira, quase pulei naquela menina quando sua respiração começou a ficar falha, sua pele queimava como fogo e seu corpo estava mole como um pudim. 

 

— Vamos pra sala de curativos, rápido! _ segurei suas pernas enquanto a morena segurava seu torço e cabeça, correndo pelo corredor do andar 3 para a sala de curativos mais próxima.

 

Era nova na aldeia e não sabia de todas as instalações, tinha decorado o básico do hospital e me sentia perdida, mas com a ajuda de meus instintos e da jovem profissional, chegamos a sala mais rapidamente. Viramos duas vezes no corredor e entramos  numa sala média, com as paredes cinzentas e teto branco, com apenas duas janelas pequenas, dois armários de remédio na parede a direita e uma maca sem colchão a esquerda, quase perto da porta.

 

Sinalizei a maca a morena, que colocou a rosada com cuidado, enquanto ajeitava suas pernas e tirava suas sandálias ninja. Peguei luvas em um dos armários e um conjunto de agulhas e estojo com um soro, deixando a jovem com a enfermeira, que conferia seus batimentos.

 

— Taquicardia, Tsunade-sama, e está com a temperatura alta _ mordo meus lábios, correndo pro lado da morena, passando um algodão com álcool pela pele da rosada, colocando a agulha com o contador do soro, firmando o instrumento usando um esparadrapo. Pendurei a bolsa em um suporte, conferindo se tinha ferimentos ou algo mais sério em seu corpo, mas não encontrei nada.

 

— Tsunade....sama_ Sakura fez menção em levantar, com um braço levantado, como um papel ao vento, segurei o mesmo e a fiz deitar  mais uma vez na maca, vendo suas íris esverdeadas se esconderem em baixo das paltebras pesadas.

 

— Vamos ministrar soro pra ela e medicamentos pra diminuir sua temperatura, ela não tem nenhum ferimento ou algo externo além dos sintomas de gripe ou ataque de ansiedade, mas vamos fazer uns exames de rotina, ok?_ olhei para a morena que apenas afirmou com a a cabeça devagar_ me ajude a leva lá pro quarto, ela deve ficar mais confortável numa cama do que numa maca fria. 

 

— Sim Tsunade-sama_ respiro fundo, puxando a maca pelo corredor, enquanto a enfermeira empurrava do outro lado, junto com o suporte do soro. Pegamos o elevador do andar e fomos para o segundo, onde ficava os quartos, que estavam com metade ocupados. 

 

— Devo avisar os responsáveis da Sakura?_ paro no número 21, abrindo a porta enquanto ouvia a morena fazendo perguntas, era curioso a maneira nada formal que tratava a menina, que dormia tranquilamente.

 

— Por favor, não estamos numa emergência e precisamos do aval dos pais pros exames da Srta. Haruno _ pego a rosada pelos ombros, colocando a no colchão com a ajuda da enfermeira, puxando o lençol para cobri lá até o pescoço, colocando o suporte de soro do lado de seu corpo adormecido. 

 

— Sim senhora.

 

— Ah, Yumi não é? _ me viro, olhando a enfermeira que afirmou com a cabeça, devagar_ Você conhece bem a srta Haruno para ser tão informal?

 

— S-sim...ela sempre visitava o menino Uchiha, o que fugiu, e o Naruto, que a senhora estava operando uns minutos atrás_ cruzo os braços devagar observando a moça enquanto falava_ fica tanto tempo por aqui que eu e alguns profissionais nos afeiçoamos, foi quase impossível resistir a sua inocência....

 

— Compreendo_ mordo o início da unha, tirando um pouco de esmalte vermelho, mantendo um olhar na rosada e outro na enfermeira, que a observava com ternura.

 

— Já sofreu tanto, mas nunca deixou de ajudar, algumas vezes ajudava com os menores nos exames, tem muito interesse na área de ninjutsu médico.

 

— É mesmo?_ ergo uma sobrancelha, analisando o corpo frágil da jovem, que se remexia devagar em baixo dos lençóis, fazendo caretas como se tivesse tendo um pesadelo.

 

— Sim! Tenho certeza que seria uma ninja médica incrível_ coloquei a mão fechada em sua testa, deixando uma luz verde preencher o local, dando o alívio a jovem, que suspirou em alívio 

 

— Não tenho dúvida...._ sussurro, ajeitando o lençol, tirando a mão devagar, sorrindo levemente, olhando para alguém que poderia ter um futuro promissor.

 

 

/_

 

 

Tratei alguns assuntos pelo hospital e no escritório, mas no fim do dia visitei minha paciente, Sakura. Já estava sem jaleco, dando lugar a minha bata verde, de costume, depois dali uma pilha de papéis me esperava no escritório, mas ainda tinha um certo tempo pra visita e pegar um copão de café na cantina do hospital.

 

Percorri o corredor, cumprimentando alguns que falavam comigo, ou, respondendo perguntas de pacientes e de medicamentos, algo bem comum, como médica ninja e com líder da Vila, ainda não tinha me acostumado com o título, mas tudo ao seu tempo. Parei na frente do quarto da rosada, mas parei imediatamente quando ouviu gritos de uma voz desconhecida. 

 

Olhei pela parte transparente da porta de correr, encontrando duas figuras além da de Sakura dentro do quarto, uma era loira e feminina, a outra tinha cabelos rosados, em um tom mais escuro, e masculino, provavelmente seriam os pais de Sakura ou seus responsáveis que vieram vê lá.

 

"Acho melhor não atrapalhar" penso, me afastando um pouco da porta, mas parei ao ouvir mais gritos femininos, soltei um suspiro, ficando atrás da porta, decidida a ouvir aquela "conversa", que estava mais pra discussão.

 

— Nós damos as costas apenas algumas horas e já temos que vir no hospital? Que absurdo Sakura Haruno!_ mordo os lábios, ouvindo o som estridente da mulher, que estava com as mãos na cintura, na frente do leito.

 

— Mãe fale mais baixo, estamos num hospital...

 

— Silêncio, você não está com moral pra pedir alguma coisa mocinha! Nem está em missões, como foi parar aqui? Eu exijo uma resposta! 

 

— Querida, por favor, vão nos expulsar se falar mais alto que isso_ o homem colocou as mãos dentro do kimono, pelo que parecia, recebendo um soco da mulher.

 

— Já disse silêncio! 

 

— Mãe! Chega, eu estou me recupe-

 

— Sim, vamos por aí, que ataque foi esse? Já basta ser a mais frágil e baixa do seu time, agora tem ataques por aí? Que história é essa?! 

 

Aquilo era um absurdo, menosprezando a menina e quase devorando-a com aqueles questionamentos, mal conseguia ouvir dira ver!

 

— Mãe...apenas aconteceu, eu não estava bem! 

 

— Estava andando por aí, de um lado pro outro, estava bem Sakura! 

 

Solto um suspiro, abrindo a porta devagar, entrando no quarto, incomodada com aquela situação toda. Recebi os olhares se todos no quarto, um tanto assustados pelos mais velhos, me aproximando da cama onde a jovem estava.

 

— Boa noite!_ cumprimento, quase num rosnado, recebendo os cumprimentos de volta, de forma sem graça.

 

— Boa noite, Hokage-sama, estamos visitando nossa menina_ o rosado sorrio sem graça, ficando ao lado de Sakura, que não tirava os olhos da mãe.

 

—  Estou vendo, mais o horário de visita já passou, como conseguiram entrar? _ encaro a loira, que levantou uma sobrancelha.

 

— Estávamos preocupados, e, como estávamos trabalhando não tivemos tempo, conseguimos uma exceção! _ a loira respondeu, cruzando os braços, me olhando como de fosse me devorar por de baixo daquela encenação toda.

 

— Sim, que bom que tiveram essa oportunidade, como estão? _ coloco os braços por de baixo dos seios, endurecendo minha expressão, sentindo a tensão da loira em cima de mim.

 

— Estamos bem, não é mesmo Mebuki? _ continuo encarando a loira, que apenas exibiu um sorriso falso, o mais falso que tinha visto na vida.

 

— Sim, querido, sim! Apenas queríamos entender o que levou nossa filha a uma cama de hospital.

 

— Não foi respondido quando assinaram a papelada pros exames?_ ergo uma sobrancelha, me encostando na parede atrás de mim, sentindo o vento gelado da noite entrando pela janela.

 

— S-sim, mas queríamos ouvir da nossa menina_ o rosado acariciou as madeixas da jovem, que suspirou, parecendo irritada com aquilo tudo, levantei o olhar pra bolsa de soro, que estava quase vazia. Era uma boa desculpa.

 

— Compreendo, mas acho melhor vocês virem na hora da visita, preciso continuar os cuidados da sua filha, pros exames de amanhã, por favor_ Mebuki me fuzilou com o olhar, bufando contrariada.

 

— Certo, mas não sabemos se teremos tempo, viajamos muito a negócios e não temos muito tempo livre pra visitar nossa filha delinquente_ sinto uma veia pulsando na minha testa com aquela definição grotesca, kami Sama me de forças pra não jogar aquela mulher pela janela! 

 

— Tenho certeza que encontraram tempo, já que é sua filha_ sorrio debochada, podendo ouvir os pensamentos daquela mulher de tão enravecida que estava. Parecia que tinha tocado na sua ferida, mas não estava claro que iria dar o braço a torcer.

 

— Kizashi! Vamos _ a loira deu uma última olhada na filha, que apenas retribuiu o olhar_ nos vemos depois, querida...

 

O marido levantou, beijando a testa da rosada antes de seguir com a esposa, que batia o pé quando andava. Kizashi fechou a porta quando saiu, de forma delicada, ouvindo o bufar da jovem, que começou a chorar. 

— Desculpe se a senhora teve que ouvir esse desrespeito..._ soluçou, limpando as lágrimas com urgência. Sentei a sua frente, erguendo seu rosto pelo queixo, encarando esmeraldas enbaçadas pelas lágrimas que ainda caiam.

— Você não tem que se desculpar por nada querida, por nada, entendeu? _ esboço um sorriso, limpando suas lágrimas com meus polegares, recebendo um sorrisinho tímido.

— Sei que não, mas ouvir aquilo e duro pra mim, e não queria que outros olhassem também, eu já sou fraca e inútil, não queria ser conhecida com pais ruins.

Sakura colocou uma mecha atrás do cabelo, com o rosto vermelho por causa do choro. Queria conforta lá e afastar sua figura pequena daqueles pais opressores, mas não adiantaria muito, não usaria meu poder para tal coisa, séria injusto para os outros que também sofrem com isso, mas como  continuar olhando aquilo sem poder ajuda lá?


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