A Jornada escrita por SrtaAthena


Capítulo 11
Capítulo 10




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Sakura On

O sol já estava se pondo e nada de Liara-san aparecer, Tatsumi ficou tão afoito que acabou dormindo nas raízes da árvore, enquanto eu fiquei em alerta, segurando a kunai.

Por kami-sama, como conseguia ter saído da Vila da flores e ter entrado em uma dessas, que bela sorte eu tenho não é mesmo Inner-baka?!

— Naomi-chan?_ me virei, com a kunai levantada, ficando na frente do menino, que ainda dormia tranquilamente.

— Liara-san? Por kami..._ suspiro de alívio, abaixando a arma, enquanto a loira se aproximava, com a espada de antes na cintura.

— Desculpe se lhe assustei, mas precisei correr pro outro lado quando senti seu chakra se afastando por aqui, não podia deixar que pegassem vocês_ a mulher se aproximou, observando o filho com um semblante melancólico.

— Então você sabia que eu era uma ninja_ a mesma afirmou com a cabeça, me encarando_ por que me deixou ficar se sabia?

— Não tinha por que, com um chakra desses, tão.....bom, eu sou uma antiga samurai, fui treinada pra sentir meus inimigos_ arregalei os olhos, com aquela revelação, nunca tinha visto ou falado com alguém do país do ferro.

— Então por que não está mais lá? _ fui direto ao ponto, vendo as íris negras se afundaram na escuridão das sombras da noite.

— Desonrei meu nome, fui exilada, não posso voltar, mas por causa disso acabei chamando demais a atenção, principalmente com o que ganho atualmente_ e olhei curiosa, fazendo a continuar_ sou ferreira em uma loja na Vila, ela fabrica armas ninja e afins para os viajantes "certos", não é um ramo muito justo se e que me entende. Um cara, Takay, acabou ouvindo falar de mim e deseja que eu fique em sua organização, mas nunca aceitei seu pedido, que agora passou de uma ordem, quase um veredito.

— Tatsumi é tudo que tenho e que eu mais prezo nesse mundo, acabou ficando perigoso demais para ele ficar aqui, na Vila dos barcos_ Liara tirou uma mecha loira do rosto do menino, que se alinhou em seus braços, quando sentou -se, levando pro seu colo, ainda no mais profundo sono_ você vai pra Vila Kazan...poderia levá-lo? Tenho uma amiga na Ilha, ela pode cuidar dele enquanto me resolvo aqui.

Encarei aquela cena, sentindo inveja por não ter lembranças como aquelas com minha mãe, apenas as mais desastrosas possíveis.

— Como negaria? _ esboço um sorriso pequeno, vendo a loira suspirar de alívio.

— Serei eternamente grata a você, sempre, Naomi-chan_ Liara se levantou, com o menino nos braços, adormecido.

— Pode me chamar de Sakura...Você foi sincera comigo, estou retribuindo_ acaricio as madeixas loiras, ouvindo o suspirar enquanto dormia, sob os olhos atentos da mais velha, que não comentou nada.

— Vamos.

Afirmo com a cabeça, correndo de volta pra Vila, Liara mantinha Tatsumi apertado nos braços, enquanto pulava graciosamente entre os galhos e pedras, seus cabelos grandes voavam no mesmo ritmo, me mantendo um pouco mais atrás, cuidando da retaguarda da loira, mas não demoramos pra chegar a saída da floresta, observando o comércio iluminado e movimentado.

— Por aqui_ Liara se afastou das pessoas, entrando numa rua mais vazia, segui seus passos, atenta a tudo.

Ali tinha mais casas que comércios, então a maioria estava com as portas fechadas, com as luzes acesas por causa do horário. A loira andou com a cabeça baixa, entrando num estabelecimento pequeno, como uma mercearia, passamos pelo balcão rapidamente, entrando por uma porta estreita, que dava pra um corredor. Aí Sakura  onde estava se metendo?

— Liara! O que tá fazendo aqui? Você tá de folga _ um homem apareceu de uma porta do corredor, dando de cara com agente, olhando a loira e depois o filho_ o que houve?

— Preciso tirar Tatsumi daqui_ informou, entrando na sala onde o homem moreno tinha saído, entrei atrás deles, em silêncio_  a......_ olhei a mesma, prestando atenção em suas palavras_ a Naomi vai leva lo para Ayame na Ilha.

Ayame? Ela conhecia a pupila de Tsunade-sama? Ou era outra com o mesmo nome? Como? Qual eram seus laços? Kami Sama que merda e essa?!

— Certo, tem um barco ancorado, meu amigo deve partir pra pescar, posso pedir a ele que os leve agora_ Liara sorrio, sendo puxada pelo moreno_ vamos, temos que ir logo para conseguir pegar a carona de vocês.

Ah claro, vou ouvir os estranhos que conheci, podem até ser psicopatas e eu docemente estou seguindo seus passos, perfeito Sakura, perfeito!

Saímos pela mesma porta, andando pela mesma rua de casas fechadas, indo para o cãs, tendo apenas um único barco ancorado, um mediano barco, que parecia estar nas últimas, mas boiava.

O moreno foi na frente, entrando no convés, encontrando um cara de meia idade, com um casaco pesado e calças pretas, pelo menos era até onde conseguia vê lo.

— Me desculpe ter que lhe envolver assim, mas eu estou desesperada....

Esboço meu sorriso, mesmo com milhares de perguntas alimentando meus pensamentos.

— Tudo bem, são caminhos que se cruzam, são inevitáveis tentar sair deles_ Liara afirmou com a cabeça, sorrindo, beijando a testa do loiro, que foi despertando aos poucos.

— Meu amor, acorde_ Tatsumi abriu os olhinhos castanhos, se espreguiçando nos braços da mãe, que o colocou em pé, no chão, ficando na sua altura.

— Já e hora do almoço?_ ri com sua inocência, enquanto o menino coçava os olhinhos.

— Ainda não querido, agora que anoiteceu_ olhei ao redor, sentindo a brisa marítima, me dando calafrios_ você vai com a Naomi-chan pra dona Ayame, vai passar uns dias com ela, tá bem?

— Mas por que? A tia Ayame fede a coisa velha e ela não pode cuidar de mim, mal sabe se cuidar!_ Tatsumi fez bico, fazendo Liara ri.

— Ainda sim, você vai_ a loira se levantou, colocando as mãos na cintura_ entendeu Tatsumi Kadai??

— Sim senhora!

Ri com a birra do menor, vendo o moreno se aproximando.

— Prontos? Ele já está indo_ Tatsumi pulou no mais velho, que o pegou no colo, girando o corpo pequeno no ar, sorrindo_ e aí meu garoto, tá pronto pra ir? 

— Preferiria estar com você e a mamãe.

— Pelo menos vai estar com a Ayame, ela pode te ensinar várias coisas legais_ levanto minha cabeça um pouco mais, tentando ouvir aquela conversa. " Que feio testuda, que feio".

— Vamos Kiron, eu quero chegar ainda essa noite na Ilha_ o barqueiro gritou do convés, já desatando o nó que prendia o barco ao cãs.

Tatsumi reclamou um pouco mais, mas pegou minha mão e seguimos para dentro do barco. Liara deu ao filho sua espada, a fina e corajosa espada que deve ter sido apontada pra muitos inimigos, mas se a mesma estivesse pronta para tudo, era capaz de passar a única coisa que contava sua história para seu único herdeiro.

O motor fez um barulho velho, fazendo ondulações na água límpida do oceano. Tatsumi se aproximou do meu corpo, abraçando minhas pernas, enquanto o barco se afastava da encosta, com Liara e seu amigo nos dando tchau. Acariciei as madeixas do loiro, que retribuo o gesto da mãe, sorrindo, mesmo que não gostasse da ideia.

Quando o barco alcançou águas mais profundas, pude relaxar um pouco, me aconchegando em umas cordas grossas que ficavam pelo convés , junto com o mais novo, que procurou refúgio no meu colo, a espada da mãe estava grudada em seu peito, enquanto tentava dormir até chegar a ilha.

Estava mais perto a cada onda que o barco conquistava do meu objetivo, Tsunade-sama não tinha dado muito detalhes de como sua antiga pupila era, mas se fosse como Shizune, seria tão competente quanto ela.

Enrolei meus dedos no cabelo do mais novo, tentando pegar no sono, mas não consegui, estava inquieta com a viajem e queria chegar logo a costa da ilha, não que eu não gostasse do oceano, mas quem nunca pensou que o barco fosse afundar depois de uma ou duas ondas altas e fortes? Kami me ajude.

Fiquei olhando o horizonte, era tão bonito quanto de dia, as estrelas eram mais brilhantes quando se estava afastado da Costa, até mesmo a lua, que orientava os pescadores, assim como este barco, a atravessar seus caminhos, a brisa fria embalava aquela beleza natural, sentindo meus olhos pesados, me perdendo naquele espetáculo, assim como eram  a imensidão negra de seus olhos.

 

Um tempo depois....


— Jogue a corda! Anda seu molenga, minha esposa está me esperando_ dei um pulo com os gritos do marinheiro, sentindo o barco balançar e bater em algo, devagar.

— Naomi-chan?_ acariciei o cabelo do menino, que, assim como eu, acordava assustado.

— Chegamos _ sussurro, me levantando com cuidado.

Encarei a penumbra, tentando me acostumar com a pouca claridade. Na verdade apenas a claridade de um poste do cãs super pequeno.

— Daqui vocês podem seguir pela estrada, não tem o que errar_ me virei, ouvindo as instruções do homem que nos guiou até aqui. Seu hálito fedia a bebida e a peixe, eca.

— Certo, Ahigatô, senhor?...

— Koda, agora vão, até a casa de Ayame demora meia hora.

Nossa, que bacana, andar naquela escuridão com uma criança, muito bom.

— Vamos Tatsumi-kun_ o ajudei a sair do barco, com seus olhinhos ainda pesados de sono_ acorde, nos vamos andar um pouco pra chegar até a Ayame.

— Haiiiii_ seus lábios formaram um bico fofo e eu ri com aquilo.

Andamos pela madeira do cãs, ouvindo as tábuas estalando, observei ao redor, encontrando apenas um grupo de homens afastado, perto de uma pequena casa, enquanto bebiam e se esquentavam perto de uma fogueira, depois disso era apenas mato e a penumbra da noite, mas ainda sim, conseguia notar a estrada de barro, muito usada pelos moradores, que seguia para dentro de uma passagem com muitas árvores ao redor, fazendo uma subida. Quando subimos tive que colocar o pequeno nas costas, por não conseguir subir sozinho, suas pernas estavam vacilantes e seu corpo sonolento, não chegaria lá nem empurrando.

Nem eu aguentaria uma subida daquelas, então pulei pelos galhos das árvores próximas, com silêncio e cuidado, pousando apenas quando o caminho se tornava mais firme e reto. Continuamos, com o loiro ainda nas minhas costas, até que chegamos a uma vila, e quando digo isso ainda estava sendo generosa, por que não tinham muitas casas ali. Devo ter contado umas 7 ao todo, além de um grande estábulo ou o que quer que fosse, ainda tinha pessoas na rua, que conversavam enquanto bebiam chá ou saquê.

Tatsumi estava dormindo, então não sabia ao certo o caminho para Ayame, meu mapa tinha se tornado inútil depois da Costa, pois não tinha mais instruções a partir do oceano. Me aproximei de uma das casas, com duas senhores sentadas em bancos de madeira, jogando papo fora.

— Com licença_ pedi, chamando atenção de ambas_ gostaria de saber onde fica a casa de Ayame?

— Ah, você está indo vê a defunta?

— Por kami, ela morreu? _ me exaltei, ouvindo o loiro resmungando nas minhas costas.

Ela tinha morrido? Não, por favor, quem me treinará agora? Quem vai ficar com o Tatsumi???

— Não querida, esse é o nome que as crianças dão a ela por aqui, defunto, ela mora além da Vila_ solto um suspiro, ouvindo as senhoras rirem da minha cara de pânico.

— É só seguir reto quando sair da Vila, acho que você vai andar uns minutos, horas, não me recordo, já sou tão idosa_  sorrio falso, querendo me enfiar na terra por aquela situação. Iria andar a ilha toda e não ia achar nada que não fosse planta_ mas tenho certeza que ela mora reto, vai encontrar uma casa bem tenebrosa, ela não gosta muito de visitas.

— S-sim, mas obrigada pela informação_ me afasto, ouvindo as mesmas dando tchau, movendo suas mãos magras enquanto isso.

Voltei a minha caminhada doce, me afastando da Vila aos poucos, se fosse apenas alguns minutos, ou mesmo horas, acho que conseguia chegar antes de amanhecer, certo?

 

/_

Errado! Totalmente errado Sakura Haruno!

Estava quase desfalecendo quando dei de cara com um javali nada amigável que, lógico, correu atrás de nós, corri como uma desesperada o quanto pude, pulando mas árvores, com o pouquíssimo chakra que ainda tinha, Tatsumi continuava dormindo, nossa que sono pesado, kami-sama, mas pelo menos isso ia me poupar se perguntas comprometedoras. Fiquei pulando até que tudo se aquietou, pousando na estrada de novo, voltando ao meu caminho.

Meu estômago roncava e meus braços já estavam dormentes de tanto carregar aquele menino, quando notei que o caminho terminava em uma clareira, com uma casa no meio, de onde saia uma fumaça de uma chaminé improvisada, me aproximei, caindo na grama da frente da casa, ofegante e suada. Meu cabelo grudada na minha bochecha, deixando o menino deitado no chão, do meu lado, enquanto tomava fôlego.

Parecia que sempre estava correndo quando sai de Konoha, sempre fugindo, deixando meus pulmões a beira de um ataque de nervos. Encarei a casa, que tinha a porta entre aberta, de onde saiu uma mulher de cabelos azuis, trajando um kimono marrom, desbotado.

Tentei me manter acordada, mas não consegui por muito tempo, a noite me engoliu, sentindo um cheiro doce de perfume de mulher, sobre mim.


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