Mirror Myself In You escrita por LadyDelta


Capítulo 33
Baby one more time


Notas iniciais do capítulo

OIEEEEEE! Como vai você, você e você também? Tem aniversariante hoje, tem aniversariante recebendo presente atrasado hoje e tem eu, pedindo desculpas por não responder os comentários de vocês T_T, gente, eu sinto muito mesmo, mas meu tempo agora se resume a morrer trabalhando e gastar um curto tempo da minha vida jogar Genshin pra me distrair. Normalmente meu humor em dias assim é uma merda da merda e eu não gosto de responder ninguém se meu humor tá ruim. Marceline... Desculpa!!!!!! Tem tantos comentários seus e eu me sinto mal por não ter respondido eles, perdoa eu.

Enfim, gente. Dois capítulos para hoje, esse agora e o outro mais tarde, SE o Alex achar uma musiquinha pro próximo no tempo que vou dar a ele, sn só amanhã, okay? De qualquer forma, são dois capítulos e isso já é o suficiente, certo? Dia 22 tem outro porque tem mais um aniversário.

Vocês não estão me enganando não né? Tantos aniversários brotaram recentemente hjgashjsd.

Enfim.

Música do capitulo: The marías - Baby one more time

Playlist da história.

YouTube:

https://www.youtube.com/playlist?list=PLqzyWlKccLfamc0Zj0ZnRquCAmLaa_Den

Spotify:

https://open.spotify.com/playlist/2GOa9C4tuU2boRWQEZwGtG?si=i115-RDLS1e8UfRhYOlnEQ


Me siga no twitter, sempre surto por lá e aviso também caso algo aconteça:

https://twitter.com/LeidiDeuta

Entre nas #WeAreOvelhinha se quiser falar qualquer coisa relacionado a história:

https://twitter.com/hashtag/WeAreOvelhinha?src=hashtag_click

Dito isso

~Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/798356/chapter/33

 

Galateia pov.

Eu não estava entendendo muito bem o que levou a situação da Vick sentada no meu colo e me beijando, mas estou aproveitando cada segundo do seu surto de coragem. Essa garota beija bem e fica dizendo que não, mas quem sou eu para questionar? Quanto mais ela achar que não sabe, por mais tempo sirvo de cobaia. Ainda estou surpresa com a atitude dela, mas isso não me impede de lhe dizer a melhor forma para nos beijarmos e me aproveitar desse fato. Quando saí de casa na sexta de manhã, não passou pela minha cabeça que eu iria beijar essa garota, nem por um momento, mas veja só agora. Não só beijei ela, como também continuo fazendo isso.

— O que achou desse? – Perguntou em um sussurro ao afastar a boca da minha e guiei ambas as mãos ao seu rosto para puxá-la de volta pra mim.

— Acho que ele combina muito com esse. – Toquei seus lábios de novo e sorri por sentir seu sorriso.

— Você é muito gay. – Falou se afastando para rir e tombei a cabeça um pouco para o lado lhe olhando com carinho. Ela é muito fofinha.

— Você me beija e eu sou gay?

— Você deixou. – Fez bico e foi minha vez de soltar uma risada.

— Deixo mais se quiser. – Propus e seu sorriso voltou.

— Quero! – Voltou a apoiar os braços do lado do meu corpo e foquei neles por um pouco mais de tempo. Vick tem braços bonitos. - Na verdade eu sempre quero. – Confessou e lhe olhei pronta para dizer “eu também”, mas ela me beijou antes que eu dissesse qualquer coisa. Para ser sincera, eu não faço a mínima ideia de como que chegamos nessa situação desde que começamos a nos falar, mas ela é a melhor que poderia acontecer.

Movi meus braços um pouco para trás e me equilibrei melhor em sua cama, movimentando meus lábios no ritmo dos seus, soltando uma risada por ela se atrapalhar quando fiz isso. Eu acho fofo como ela não sabe o que fazer, mas mesmo assim tenta.

— Você tá me atrapalhando. – Reclamou e fechei os olhos pra rir ainda mais. Fofinha.

— Eu tô? – Perguntei erguendo uma sobrancelha em pura implicância.

— Tá! Fica quieta e deixa eu te beijar. – Bradou emburrada e ergui ambas as sobrancelhas em diversão.

— Uau, ela tá nervosinha. – Impliquei.

— Galateia... Olha, não quero mais. – Se virou para sair de cima de mim e lhe segurei pelo braço, lhe puxando de volta.

— Calma aí, gatinha brava. Só aconteceu de você beijar na mesma direção que a minha, eu não estou te atrapalhando. – Segurei suas mãos com carinho e foquei em seus olhos verdes, não deixando de sorrir por sua carinha brava. – Quer tentar de novo? Dessa vez eu fico quieta – Propus e sua expressão brava foi substituída por uma convencida.

— Você só quer me beijar mais.

— Com toda certeza. – Concordei e seu rosto ficou vermelho. – Assim... Eu não me importo de te beijar o quanto você quiser. Estou aqui para tirar todas as suas dúvidas. – Falei guiando as mãos para sua cintura e me encolhi pelo tapa que recebi no ombro. – Oushe, por que disso?

— Você é muito sem vergonha. Minhas dúvidas, você só tá se aproveitando da minha inocência. – Resmungou.

— Estou. – Concordei em implicância e ela riu alto, voltando a me acertar um tapa.

— Você cortou meu clima, não quero mais te beijar para adquirir experiência. – Cruzou os braços e ergui um pouco o corpo para aproximar minha boca do seu ouvido. Como assim EU cortei o clima? Eu SOU o clima.

— A é? Mas você não quer ver a experiência que eu tenho? – Sussurrei e suas mãos trêmulas apoiaram em meus ombros. – Eu ainda não te mostrei nada. – Lhe puxei um pouco pela cintura e me mantive quieta logo em seguida. Não quero que ela fique com medo de mim. – Tem várias formas para se beijar. – Especifiquei ao que me referia e sua mão deslizou suavemente por meu ombro.

— Só acredito vendo. – Falou baixo e subi as mãos por suas costas.

— Ótimo. Primeiro vamos começar com você trocando de lugar comigo.

— E se eu não quiser? – Provocou e estreitei os olhos.

— Acha que isso é capaz de me desestabilizar? – Perguntei divertida e engoli em seco por sua expressão séria.

— Eu acho que sim. – Você está certa.

— Errada. – Menti e ri do biquinho contrariado que fez.  – Mas veja, não é tão ruim assim. – Guiei as mãos de volta para sua cintura e as deslizei ali suavemente. – E não preciso que você troque de lugar comigo, posso muito bem mostrar todas as minhas qualidades com você desse jeito. – Falei confiante e seu rosto ficou vermelho.

— Pode?

— Vou te mostrar. – Guiei uma mão para sua nuca e puxei seu rosto para o meu, roçando nossas testas por um pequeno período de tempo para olhar em seus olhos. Gostaria de não me sentir nervosa, mas mesmo sabendo que beijar é algo que sei, quando se trata de fazer isso com a Vick, parece que estou aprendendo. Ela se atrapalhar me deixa atrapalhada e nervosa, e mesmo que eu tente disfarçar isso com uma pose de confiança, é tudo que não tenho no momento. Se pra ela talvez eu seja uma figura de confiança, infelizmente estou bem longe disso.

— Esperando você me mostrar. – Falou baixinho e soltei o ar em uma risada envergonhada. Essa garota... Acho que ela não faz o mínimo de noção do efeito que tem em mim.

— Desculpe, me perdi por um momento. – Acariciei sua nuca com os dedos e soltei um suspiro. – Na verdade, eu estou bem nervosa. – Confessei e seus olhos se arregalaram suavemente em surpresa, as ireses vibrando.

— Está?

— Sim... Você me deixa nervosa e eu me sinto tão sem jeito que parece que desaprendi a ter confiança. – Revelei e suas pupilas dilataram um pouco.

— Eu também estou nervosa, você é a primeira pessoa que eu beijo e bom... Olha só pra você. – Fez um gesto com os olhos e franzi o cenho. – É tão linda que parece que vou morrer se olhar muito. – Suspirou e sorri me sentindo envergonhada. Essa garota... – Daí você vem dizer que está nervosa? Galateia, eu que estou nervosa em beijar você. – Se encolheu e sorri firmando a mão em sua cintura para lhe trazer um pouco mais para perto.

— Ok, então estamos nervosas juntas. – Murmurei olhando para o lençol da cama. – Mas ainda assim quero te beijar. – Ergui a cabeça para voltar a fazer contato com seus olhos.

— Graças a Deus, porque eu também quero. – Sorriu e me inclinei um pouco para chegar o rosto perto do seu, beijando sua bochecha com carinho.

— Então troque de lugar comigo. – Pedi perto do seu ouvido e sorri contente por ela se retirar de cima do meu corpo, assim finalmente conseguirei respirar feito um ser humano normal e não como alguém prestes a ter um ataque.

— O que isso muda? – Perguntou e pude ver que era total e completa curiosidade de sua parte.

— Quer que eu perca tempo te explicando na teoria ou te mostre na prática? – Perguntei e seu sorriso de canto foi o suficiente para que eu entendesse que de teoria ela não queria saber nada. – Tudo bem... – Me sentei sobre suas pernas, colocando os joelhos de cada lado delas e guiei uma mão para seu ombro esquerdo, apoiando um pouco o peso do meu corpo sobre o dela. – Não tem nada de muito diferente. – Sussurrei aproximando o rosto do seu, guiando minha boca para seu ouvido. – É que, quando você está aí e eu estou aqui, me sinto mais confiante para fazer isso. – Guiei a outra mão para sua nuca e puxei sua boca na direção da minha, iniciando um beijo um pouco diferente dos que já trocamos. Esse eu estava fazendo questão de mantê-lo firme, sugando seus lábios devagar, mas com pressão. Por um lado eu sabia do ferimento em seu lábio inferior, mas o ignorei completamente para sugá-lo com os meus, me arrepiando pelo gemido que ela soltou. Sua mão direita subiu para meu pescoço e sua esquerda agarrou a beirada da minha blusa, apertando o tecido entre os dedos. Movi meu corpo um pouco para frente e mudei a direção que beijava seus lábios ao sentir sua nuca se arrepiar abaixo dos meus dedos, não mantendo o contato de nossas bocas por muito mais tempo por meu ar começar a acabar. Afastei o lábio dos seus levemente e seus olhos verdes se abriram em total confusão para em seguida os fechar de novo.

— Ainda não sei direito o que eu quero falar. – Sussurrou e olhei para seus lábios, voltando a beijá-los na mesma intensidade de antes, apreciando cada deslizar dos seus dedos pelo meu pescoço. Sua mão em minha blusa a soltou para segurar direto na minha cintura, a palma quente sobre minha pele. Afastei lentamente minha boca dos seus lábios e deitei a testa sobre a sua, tentando acalmar o ritmo da minha respiração, qual a dela acompanhava. – Ok... Entendi o que muda. – Falou divertida e sorri.

— Ótimo.

— Você está com sono? – Perguntou sem retirar a mão que segurava minha cintura e afastei a testa da sua para deitá-la em seu ombro. Gostaria de dizer que não, mas hoje o dia foi um pouco agitado comparado aos meus dias normais. Normalmente costumo ter tanto sono na sexta-feira por causa das aulas e treinos, mas vir para casa da Vick me fez acumular mais sono que o normal.

— Embora eu não queira, estou. – Murmurei aborrecida por realmente estar querendo dormir.

— Oh, que ótimo, porque infelizmente eu também estou. Talvez tenha sido a chuva? – Perguntou e ri divertida.

— A correria pelo parque com a sua irmã?

— O sorvete? – Continuou e passei os braços por suas costas a abraçando.

— O sorvete é o principal vilão.

— Nunca mais como sorvete. – Resmungou.

— Que pecado. – Ri e fechei os olhos pelo carinho na cabeça.

— Se eu dormir nessa posição vou ter dor nas costas e amanhã tenho natação. – Reclamou e ergui a cabeça para sair da posição, franzindo o cenho por sua decepção quando fui para o colchão.

— O que foi?

— Não era pra você sair daqui.

— Mas foi você mesma que disse que ia ter dor nas costas...

— Foi uma observação, não um pedido pra você sair. – Voltou a reclamar e me deitei ao seu lado, me virando para colar ao seu corpo.

— Dessa forma é melhor pra ambas. – Alertei e seus braços passaram por meu corpo me puxando para mais perto.

— E dessa é ainda mais. – Fechou os olhos e sorri fazendo o mesmo. Sempre fui acostumada a dormir grudada na Liane, porque ela me acostumou mal. Com sua ausência eu não sabia que sentia tanta falta disso, só estou percebendo agora, fazendo a mesma coisa com a Vick.

— Acho que devo dormir mais algumas vezes assim com a Lily. - Foi ela quem me acostumou, o que significa que ela quem sempre gostou desse tipo de afeto.

— Sua irmã? – Vick perguntou e lhe olhei confusa. Eu disse isso alto?

— Sim, a gente sempre dormia assim.

— E por que pararam?

— Já aconteceu muita coisa com a gente. Ficamos um tempo sem nos falarmos, mas nunca ficamos brigadas, é só que... Foi complicado. Nossas ideias do que era melhor uma pra outra não batiam. – Fechei os olhos pelo carinho na minha cabeça continuar.

— Se quiser falar sobre... – Deixou no ar e me aconcheguei mais nela.

— Ela estava passando por uns problemas que estava me afetando, achou que a melhor forma de lidar com eles era se afastando de mim, quando o que eu queria era que ela confiasse em mim para que eu a ajudasse lidar com eles. Ficamos separadas por quatro anos e ela voltou por agora. – Contei superficialmente e bocejei por ficar com mais sono. – Durante esse tempo meio que culpei ela por ter me deixado, mas na realidade ela não teve culpa e eu que estou me sentindo culpada por não ter me aprofundado nesse assunto com o meu psicólogo e evitado metade dos meus problemas. – Murmurei.

— Você parece ter uma forma bem prática de resolver seus problemas. – Falou divertida e dei uma risada nasal.

— Queria que fosse prático mesmo, a maioria me deixa ansiosa e me faz ter crises de ansiedade. – Resmunguei esfregando o rosto perto do seu ombro. – Mas de todos eles, acho que o que me faz ter mais arrependimento é não ter feito exatamente o que a Liane me pediu para fazer uma época. Enfim, muito sono. – Voltei a bocejar e ouvi sua risadinha.

— Então durma com os anjinhos.

— Já estou, você. – Sussurrei me deixando dormir.

XxX

Acordei um pouco sonolenta ao ouvir o despertador soar e me sentei na cama um pouco confusa, vendo que Vick desligava o mesmo como se ele estivesse prestes a explodir.

— O que houve? – Perguntei esfregando os olhos tentando dissipar o sono.

— Nada, pode voltar a dormir. Ainda é cedo pra levantar. – Alertou e estiquei a mão até o meu próprio celular para conferir as horas, vendo que ainda daria seis e meia.

— Por que tão cedo?

— Hoje eu tenho o dia todo de natação, então acordei mais cedo para me alongar e essas coisas. Não gosto de fazer isso na escola porque come muito do meu tempo, então faço em casa. – Explicou retirando os cadernos da mochila e deixando somente um.

— O dia todo?

— Uhum, Débora vai me alugar da segunda aula até o horário de saída. – Fez bico voltando a se virar pra mochila e me sentei em posição de meditação.

— Então no final das aulas eu vou te esperar lá na escada. – Alertei e ela ajeitou a postura como se tivesse levado um choque.

— Uh... Er... Sim! Nós temos que conversar, certo? – Perguntou nervosa e sorri. Coisa mais fofa.

— Temos sim.

— Tá bom. Agora volte a dormir. – Pediu e neguei com a cabeça me virando pra sair da cama.

— Não tenho mais sono. Vou escovar meus dentes. – Fui para o banheiro e não me demorei para sair, vendo que Vick abria a janela quando voltei para o quarto.

— Você devia dormir mais, eu que irei treinar o dia todo, basicamente. – Falou arrumando o pano de sua cortina e me aproximei.

— Não, vou ficar aqui, te estorvando. – Brinquei e sua sobrancelha franziu em confusão.

— O que é estorvar?

— Atrapalhar, perturbar, irritar, incomodar e derivados. – Sorri.

— E como fará isso?

— Tenho meus métodos. Sou muito boa nisso, acredite.

— Quem dera ter você me estorvando todos os dias da minha vida. – Alongou o braço direito e deitei a cabeça um pouco para o lado em curiosidade.

— Não seria mais fácil e prático fazer isso antes de ir nadar? – Questionei e a mesma mudou o método de alongamento, se curvando para trás.

— Talvez, se eu fosse uma sedentária, mas como pode ver, rica em saúde. – Fez uma pose convencida e lhe olhei de cima a baixo, observando o short de dormir e a regata preta, fora que seu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo fofo. Devo dizer que ela é extremamente rica em saúde mesmo. Não é um costume observar corpos alheios, mas o da Vick em particular tem toda a minha atenção e bom, ela tem músculos muito bonitos.

— Bom, devo admitir que tem razão nisso. – Coloquei as mãos na cintura e olhei para os lados procurando minha mochila. – Viu minha mochila?

— Só digo se me deixar testar um negócio. – Falou divertida e lhe olhei confusa.

— Que negócio?

— Faz assim com os braços. – Forçou os bíceps e os observei em completo silêncio. Certo, talvez eu seja facilmente atraída por esse tipo de coisa, estarem acompanhando a pessoa que eu gosto ainda, contribui muito. – É pra você fazer, não ficar me olhando. – Riu desfazendo a pose e suspirei a imitando como estava anteriormente. – Uuh, olha vejam só. – Se aproximou lentamente e desfiz a pose me encolhendo. – Não, garota! Deixa-me ver isso direito. Não é possível que você consiga me jogar no chão e contra a parede tão facilmente e não tenha esses braços upados. – Reclamou pegando meus braços e ri.

— Não tenho. Meu treino não envolve pegar massa corporal, é mais levado pelo equilíbrio, as vezes a força nem é exatamente necessária.

— Jura? E se eu ficar implicando com você? – Ergueu uma sobrancelha e franzi o cenho em confusão.

— Você quer que eu te acerte com um golpe de karatê?

— Sim, mas sem a parte do karatê. – Sorriu e lhe olhei por alguns segundo.

— Ah... Acho que entendi, mas não vai rolar. – Pisquei indo em direção a cama e ela fez um bico me seguindo, de acordo com o plano.

— Nossa você é muito estraga prazeres. – Reclamou e agarrei seu braço direito, sorrindo antes de impulsionar seu corpo para passar por cima do meu. – O qu... UAAH.- Gritou quando a joguei sobre a cama, rindo alto do barulho que a cama fez e do seu grito, sendo acompanhada por ela, que cobriu o rosto com ambas as mãos para continuar rindo. – Deus hahahahaha.

— O que foi isso? – Jhu entrou no quarto assustada e olhou para irmã que não parava de rir, assim como eu.

— A Galateia me acertou com um golpe de karatê. – Contou ainda rindo e Jhu me olhou.

— Mas por quê?

— Ela que pediu! Mas não era pra ser hahaha, não era pra ser um golpe de verdade, mas a cama dela fez muito barulho e ela deu grito muito engraçado. – Contei sem conseguir segurar a risada e Vick se sentou.

— A culpa foi sua que disse que não ia rolar, eu não esperava que fosse mudar de ideia tão rápido. – Voltou a rir e dei de ombros.

— Se você pedir, obviamente eu irei fazer, princesa. – Fui me sentar ao seu lado e Jhu também veio se sentar com a gente.

— Você vai vir aqui em casa mais vezes? – Perguntou curiosa e olhei para o chão em silêncio. Eu gostaria, mas tem a parte que preciso ser convidada.

— Talvez.

— Talvez o caralho. Ela vai vir sim, todo dia. – Vick murmurou e revirei os olhos.

— Daí você quer o impossível.

— Impossível por quê? Não é só vir aqui em casa?

— Todo dia? Eu tenho uma vida, família, uma irmã, treino e derivados. – Contei não deixando de sorrir em saber que sou bem-vinda.

— Mera burocracia, apenas. Agora se as duas não se incomodam, eu tenho que me alongar. Jhu, vai acompanhar a Téia pra ela comer alguma coisa. – Vick pediu e me deixei ser puxada pela criança que se levantou em um pulo.

— Papai ontem me comprou pudim, eu te dou um pedaço. – Avisou abrindo a porta do quarto e olhei para trás vendo Vick acenando com a mão. Acho que irei passar um tempo com a irmã dela antes de precisarmos ir para escola.

XxX

Me sentei no banco do carro e Vick se sentou em meu colo, passando o braço esquerdo por meu ombro e sorrindo pra mim. Já fazia um tempo que estávamos juntos esperando meu motorista chegar. Ele só demorou porque estava na casa da minha mãe.

— Confortável? – Perguntei por Vick se aconchegar em mim.

— Poderia estar mais. – Reclamou.

— Você está muito abusada. – Murmurei e sorri por ganhar um beijo no rosto.

— É divertido implicar com você. – Olhou para frente e segui seu olhar, vendo que meu motorista nos olhava pelo espelho retrovisor com um sorriso.

— Senhorita Galateia, eu trouxe seus materiais escolares dessa semana, sua tia separou tudo durante o fim de semana. – Explicou e sorri contente, já que todas as coisas na minha mochila são de sexta-feira.

— Muito obrigada.

— Não tem de quê. – Voltou a sorrir. – Sua irmã também mandou um lanche para você. – Contou e virei a cabeça para o lado por Vick enfiar o rosto em meu pescoço.

— Sé-sério? – Perguntei gaguejando brevemente e ouvi sua risada abafada em meu pescoço.

— Sim, senhorita. Ela disse que é um sanduíche de patê de frango que ela fez, com suco de cereja.

— Eu quero! – Me inclinei um pouco no banco e Vick me olhou com os olhos estreitos.

— Galateia, nós almoçamos na minha casa tem uma hora.

— É suco de cereja e sanduíche de patê de frango, são duas das três coisas que não sei recusar.

— Ela também mandou um chocolatinho. – O senhor alertou e olhei pra Vick rapidamente.

— As três coisas que não sei recusar.

— Ela certamente mandou para o seu lanche da tarde.

— Liane? Não, ela mandou para eu comer quando soubesse que mandou, ela sabe que são minhas coisas favoritas. – Contei e olhei para o embrulho que meu motorista estendia para trás, que estava amarrado em um pano com orelhinhas de gato. – Viu, ela me trata que nem criança. – Mostrei o embrulho e Vick riu escorregando para o banco e saindo do meu colo.

— Realmente... Mas isso tá fofinho. – Sorriu observando o embrulho feito com delicadeza e o abri, girando o pote de plástico na mão para destampar, vendo dois sanduíches em um dos espaços, dois chocolates em outro e dois litros de suco na terceira repartição, sendo um de cereja e outro de maracujá.

— Olha, ela mandou pra você também. – Peguei um dos sanduíches e estendi o outro pra ela.

— Pra mim? Mas ela nem me conhece. – Falou o pegando com receio.

— O tanto que eu já falei de você, conhece sim. – Alertei pegando ambos os sucos e arregalei os olhos logo em seguida. Eu falei demais de novo.

— Oh... Então você fica falando de mim pra sua irmã? – Ergueu ambas as sobrancelhas em diversão e mordi meu sanduíche olhando para janela pra não ter de responder. – Ótimo, porque também falo de você pra minha. – Confessou e senti meu rosto esquentar. Não sei dizer que tipo de relação é essa que estamos levando, mas me deixa feliz. E ao que tudo indica, hoje no fim do dia vamos conversar sobre o que está acontecendo. Embora eu saiba o que esperar, ainda não posso deixar de me sentir ansiosa.

Victória Pov.

Ter a Téia na minha casa durante o fim de semana foi uma das melhores experiências da minha vida. Tá que não sei o que me deu no meio da noite para inventar de querer beijar ela, mas foi a melhor decisão que poderia ter tomado na minha vida inteira. Galateia é um amor e porra, o jeito que essa garota me beijou foi surreal e maravilhoso. Primeiro eu nem esperava que ela fosse deixar que isso acontecesse, mas o jeito que ela reagiu sobre, foi como se estivesse esperando que eu fizesse. Ela dizer quando estávamos na chuva que tinha vontade de me beijar, jamais imaginei que se eu tentasse mesmo, ela seguiria com o pensamento, mas finalmente tomei coragem e ela proporcionou os melhores momentos possíveis.

Por fim, quando estávamos para dormir, senti como se fossemos um casal apaixonado. Bom, da minha parte isso é totalmente verídico. Esse fim de semana só me fez ter a certeza que teoricamente eu já sabia, eu amo essa garota, verdadeiramente amo ela. Galateia tem uma vibe muito gostosinha de observar, tudo o que ela faz acaba se tornando adorável demais. Será que ela sente o mesmo em relação a mim ou o beijo que trocamos foi pura experiência adquirida? Porque por mais que eu tenha dito que da minha parte foi isso, é óbvio que estava mentindo ou será que não? Ela percebeu que eu só estava dando desculpa? Ou realmente pensou que eu estava lhe beijando pra ganhar experiência? Urgh, é em situações assim que me sinto uma completa burra! Se ela tiver entendido errado, não posso reclamar, porque foi eu quem disse, mas... Pelo menos hoje vamos conversar sobre isso. PORRA! HOJE VAMOS FALAR SOBRE ISSO! Eu nem sei por onde começar a falar com ela, são tantas coisas para dizer.

— Tão quietinha. – Sua voz soou perto do meu ouvido e virei o rosto em sua direção fechando os olhos por seu dedo cutucar minha bochecha.

— Estava pensando. – Sussurrei e olhei ao redor da escola, onde os alunos conversavam pelo jardim de entrada.

— Em que? – Perguntou e senti seus braços, cada um em cada lado do meu ombro, me abraçando por trás e deitando a cabeça na curva do meu pescoço. Essa garota quer me matar?

— Em você. – Falei a verdade em um tom de brincadeira e ouvi sua risada.

— Que maneira incrível de manter sua cabeça ocupada. – Beijou meu rosto e o peso do seu corpo pesou um pouco sobre o meu. - Vick... Eu quero dormir. – Sussurrou baixinho e senti todo meu corpo se arrepiar com seu toque e com seu sussurro. Caralho garota, não sussurra assim no meu ouvido.

— Eu não vou te carregar pra sala. – Alertei.

— Eu sei! Eu só queria te abraçar. – Corei e ela se aconchegou em mim, me apertando forte e me deixando imóvel.

— Téia... Assim não posso andar.

— E não é para andar. Apenas me dê carinho. – Garota! Deus... Eu ainda vou morrer.

— Tão carente o meu nenê. – Me desvencilhei dos seus braços para ficar de frente para ela e lhe abraçar de frente, beijando seu rosto e escondendo a cabeça na curva do seu pescoço. – Você tem um cheiro bom. – Sussurrei e ganhei carinho na cabeça. Seria errado se eu beijasse ela agora?

— Eu amo o seu abraço. – Me apertou mais forte e fechei os olhos aproveitando o momento. Essa garota vai ser o motivo da minha morte.

— Eu também amo os seus. – Deitei a testa em seu peito e desci as mãos para agarrar as suas, fazendo uma careta pelo som do alarme soar. – Urgh, eu não quero ir. Quero ficar aqui com você. – Reclamei e ouvi sua risada baixinha.

— A gente senta uma do lado da outra, acho que não muda muito. – Lembrou e ergui a cabeça com um sorriso. É verdade, agora eu me sento colada nela.

— Certo, então vamos entrar. – Fui para seu lado e estendi a mão para ela, entrelaçando nossos dedos por ela a agarrar no mesmo instante. Acho que se eu morresse hoje, estaria feliz o suficiente.

XxX

Suspirei apagando pela terceira vez o cálculo que fazia e Téia apoiou a mão no queixo, me observando em silêncio e focando no meu caderno toda vez que eu precisava apagar um erro.

— Você quer ajuda? – Perguntou curiosa e soltei a borracha em um suspiro.

— Eu sou uma atleta, nem deveria estar fazendo essa conta. Meu futuro são medalhas de ouro. – Brinquei e ela riu.

— Sua beleza compensa sua falta de atenção. – Falou e arregalei os olhos.

— Meu Deus! Me chamou de burra na cara dura. – Falei chocada. Não acredito que ela disse isso.

— Não, eu disse que compensa a sua falta de atenção, meu amor. Você errou essa conta umas oito vezes, quando poderia ter acertado no início se tivesse lido corretamente. – Falou calmamente e umedeci os lábios perdendo meu raciocínio por ela me chamar de meu amor.

— Você fica me distraindo pra sair livre. – Resmunguei soprando os requisitos da borracha na minha folha toda cagada, mas a arranquei do caderno e comecei o enunciado em outra limpa. – Quero sua ajuda, por favor. – Pedi olhando para o relógio. Falta pouco para o fim da primeira aula e depois disso eu vou precisar ir pro ginásio.

— Tudo bem. – Se inclinou para meu lado e sorriu carinhosa. - Eu te ajudo a fazer a conta se me der um beijo. – Sussurrou e arregalei os olhos lhe olhando em choque.

— O quê?

— Aqui, beijinho. – Apontou para boca e lhe olhei sem reação. EU TÔ SONHANDO? MANO, COMO ASSIM?

— Er... Uh... Sério? – Perguntei desconcertada e ela sorriu.

— Por que não seria? – Falou perto do meu ouvido e me afastei no susto pelo professor voltar para mesa dele. Arrastei minha cadeira um pouco para longe e ouvi Vicent prendendo o riso assim como Galateia. Mas que caralho!

— Eu odeio você. – Sussurrei pra Galateia, que me jogou beijo voltando a se aproximar de mim.

— Só estou brincando com você. – Beijou meu rosto e olhei para Vicent, que nos observava sem falar nada. – Aqui, sua resposta final tem que ser 300. Então você precisa começar com esses dois aqui. – Escreveu os dois valores e olhei para folha do meu caderno um pouco avoada. Por que tenho a sensação de que ela não estava brincando?

— Por que não deixam para estudar no intervalo? – Vicent perguntou curioso e suspirei. Eu nem tive a chance de contar para ele que Galateia e eu nos beijamos e nem vai dar pra contar hoje, o que me resta é surtar um pouco com Débora quando for para as aulas de natação.

— Hoje não dá, tenho natação da segunda aula até o horário de saída. – Reclamei.

— Não vai lanchar? – Perguntou preocupado e abri a boca para responder, arregalando os olhos ao notar que eu não tinha plano algum para poder ingerir alimentos.

— Eu te levo algo na hora do intervalo. – Galateia alertou e lhe olhei com os olhos brilhando.

— Sério?

— Mas é claro, se puder.

— Claro que pode! Eu vou adorar. – Falei mais animada que o normal e Vicent nos olhou de olhos estreitos.

— Também vou comprar algo pra você quando ela for, daí ela leva junto.

— Não vai também? – Perguntei.

— Eu? Professora Débora não deixa os meninos entrar no ginásio quando as meninas estão praticando, só falta nos bater com cabo de vassoura. – Contou e acabei rindo. Sempre estou ocupada demais nadando para prestar atenção nas coisas que Débora faz. Se bem que isso é a cara dela. – Mas enfim, vamos marcar pra estudar depois? Vick tá com dificuldade em qual?

— Não consegue armar a quinta questão. – Galateia explicou e voltei a ficar concentrada na conta. Temos prova na próxima semana, e eu quero tirar uma boa nota para não precisar ficar de recuperação e ter de estudar ainda mais. Infelizmente ser atleta só conta como apoio na nota, mas eu tenho que tirar no mínimo a média pra isso funcionar e pra ser sincera, sempre fui horrível com números.

— Se eu ficar de recuperação vou me foder. – Resmunguei.

— Caralho, é verdade, semana que vem tem prova, não é?

— Sim! Uma droga, infelizmente.

— Eu estou gostando disso. Que tal ir estudar lá em casa, gatinha? A Ninfa e Sam são verdadeiras professoras, Sam de matemática e Galateia de física. – Falou animado e olhei de um pro outro em curiosidade. Isso não é uma má ideia, minhas notas são sempre ruins. Só fico na média por causa da natação, se não nem isso eu conseguiria.

— Eu sou péssima em cálculos. – Reclamei armando a conta do jeito que Galateia me instruía a fazer. Eu realmente estou precisando de aulas de reforço.

— Então está decidido! Amanhã mesmo você vai lá em casa estudar. Não quero que tenha notas ruins porque não está entendendo a matéria. –  Falou apontando para o que eu deveria fazer e segui sua orientação.

— Já que é assim. Eu vou avisar a Sam e ver se ela também pode ajudar. O objetivo aqui é que todo mundo possa aprender pra não ficar com nota baixa. Tenho que passar de ano dessa vez. – Vicent rodou o lápis nos dedos e terminei de somar a conta que Galateia me ajudava, sorrindo por chegar ao resultado que ela disse que tinha de dar.

— Vou pedir o meu pai assim que chegar em casa. Ele certamente vai deixar, porque se apaixonou pela Galateia.

— Você pode levar sua irmãzinha se quiser. – Vicent alertou e lhe olhei confusa.

— Jhu não gosta muito de sair de casa, sempre que quer brincar com a coleguinha dela, ela quem vai lá em casa. – Contei finalmente fechando o caderno em perceber que a aula do professor estava acabando.

— Ah... Então tudo bem, é que minha mãe vai estar em casa e ela ama crianças.

— Posso tentar chamar ela pra ir, talvez aceite se eu disser que vamos ver a Galateia, mas é pouco provável. – Contei olhando para Galateia, que abria o chocolate que veio junto com o lanche da sua irmã hoje cedo.

— Você quer experimentar? É um novo sabor que a Liane me mandou. Cereja com caramelo. – Falou e olhei o chocolate em seus lábios enquanto ela quebrava uma parte da barrinha para me dá. Sorri vendo que o professor estava ocupado guardando suas coisas e estiquei a mão segurando na gravata de Galateia e me inclinei em direção ao seu rosto ao mesmo tempo que puxava o seu na minha direção, pegando o chocolate em sua boca com a minha e unindo nossos lábios em um selinho.

— Muito gostoso. – Sussurrei soltando sua gravata e me afastei voltando a atenção para as coisas que estava guardando. – Pode ficar com o que ela mandou pra mim, afinal, meu desejo já foi mais do que realizado.  – Falei divertida e percebi o olhar de Vicent sobre mim. – Não é verdade? – A olhei de canto de olho e a mesma estava vermelha, tanto que cobriu a boca com a mão e virou a cabeça para olhar pela janela. Adorável.

— Eu não sei bem o que acabei de ver, mas vou me manter em silêncio para poder processar. – Vicent falou e olhei para porta vendo que Débora estava ali, conversando com a próxima professora. Suspirei colocando minha bolsa no ombro e me inclinando na direção da Galateia, que ainda olhava para janela.

— Estou indo pra natação. – Toquei seu ombro para falar perto do seu ouvido e sua atenção veio para mim. – Vai lá no intervalo mesmo? -  Perguntei e foquei nos seus olhos azuis.

— Irei, boa sorte na sua aula. – Sorriu e fiz o mesmo. – Farei anotações pra você.

— Obrigada, te vejo no intervalo. – Beijei sua testa e me ergui do meu lugar, vendo que mais algumas meninas da sala faziam o mesmo. Agora é treinar até a morte pra ser no mínimo aprovada pela Débora.

— Aí estão vocês, vamos nadar no próprio sangue hoje? – Débora perguntou animada e sorri andando ao seu lado para irmos pro ginásio. Eu adoro como ela faz todo mundo cansar a ponto de pensar que vão morrer. – Chegando lá quero que façam os alongamentos, não quero ninguém se queixando de cãibra no meio da aula. – Falou autoritária e andei um pouco na sua frente, me virando de frente para ela enquanto caminhava de costas.

— Eu já fiz meus alongamentos hoje pela manhã, então já posso ir direto pro treino. – Contei animada e ela sorriu.

— Perfeito, já aprontei a piscina pra vocês. Quero ver lágrimas e suor. – Fechou o punho em empolgação.

— Sim senhora, capitã. – Bati continência e corri na frente para descer as escadas pelo corrimão sem que ela visse e fui em direção ao ginásio. Hoje preciso bater meu próprio recorde, porque quando meu dia acabar quero estar pronta para poder falar com a Galateia sobre o que está rolando entre a gente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostasse?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mirror Myself In You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.