Mirror Myself In You escrita por LadyDelta


Capítulo 32
Lovebug


Notas iniciais do capítulo

Hello, olha como estou aqui de novo, já que outra ovelha faz aniversário, né? Vocês não estão mentindo pra mim não, não é?
Comentário do capítulo passado eu responde junto com os desse e tudo vai ficar lindo.

Feliz aniversário Ari, parabéns pra tu.

Creio que não tardo a demorar com um capítulo novo, porém depende.

Gente, eu tô com sono, então só virei até aqui e deixarei meu Ctrl C + V das informações básicas que já tão careca de saber

Música do capítulo: Jonas Brothers - Lovebug

Playlist da história.

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Dito isso

~Boa leitura.



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Victória pov

Abri os olhos um pouco sonolenta e olhei para baixo pela pressão em meu peito, vendo que Galateia dormia com metade do corpo sobre o meu, a respiração calma e o semblante tranquilo, o total oposto de ontem a noite, onde parecia que a qualquer instante iria explodir. Nunca tinha visto uma pessoa ter uma crise de ansiedade antes, Téia foi o primeiro caso e, por algum motivo, me sinto feliz por ter podido ficar ao seu lado. Já vi muitas pessoas ansiosas por causa das aulas de natação que faço, mas nada comparado a crise de ansiedade dela. Uma coisa é pessoas que travam no trampolim e voltam tremendo para trás e falam que a ansiedade atacou, outra bem diferente foi ver a Galateia em total pânico sem nem sequer estar perto da água. Ela estava tremendo e suando frio e não tinha NADA que lhe colocaria em risco no meu quarto. Percebi que ou existem graus de ansiedade ou pessoas usam a desculpa de ansiedade para não fazerem o que não querem.

— Tão lindinha. – Sussurrei tocando sua bochecha com a ponta do indicador e suas sobrancelhas se curvaram em irritação até seu rosto se esfregar em meu peito no intuito de se livrar do que lhe incomodava. Prendi os lábios uns nos outros para evitar rir e deslizei o dedo sobre sua sobrancelha, arregalando os olhos por ganhar um tapa forte na mão.

— Para de me irritar. – Reclamou de olhos fechados e não aguentei segurar o riso, deixando uma risada alta sair. Caralho, que mão pesada.

— Estou irritando a princesa? – Provoquei e os olhos azuis se abriram no susto, e pude ver suas bochechas ficarem vermelhas antes das suas mãos cobrirem o rosto. Meu Deus que coisinha mais fofa, ela ficou com vergonha.

— Hey, Vick. Desculpa, esqueci que estava dormindo na sua casa. – Murmurou envergonhada e sorri.

— Está tudo bem. Como se sente? – Perguntei com receio. Não sei se ela quer falar sobre o que aconteceu e também não quero parecer uma insensível tocando em um assunto que ela não goste. Cada um tem seu jeito de lidar com “problemas”.

— Bem. Me desculpe por ontem. Isso não costuma acontecer, só quando tenho pesadelos. Acordar no quarto com tom azul me pegou de surpresa também. Eu não queria ter... Sabe, agido daquele jeito. – Se encolheu e peguei sua mão levemente.

— Téia, não tem que pedir desculpa. – Alertei divertida e seus olhos olharam para o meu rapidamente antes de focar no forro da cama. – Não fez nada errado. – Garanti e soltei sua mão para me erguer da cama. – Agora bora! A gente tem um dia beeem longo pela frente e se a senhorita acha que vai passar metade dele dormindo, está muito enganada. – Falei animada e fui para suas costas, pegando por baixo dos seus braços e a puxando para se levantar, rindo por ela pesar o corpo para frente. – Garota! Levanta, a gente tem que ir na sorveteria, fazer piquenique, jogar, comer besteira. É seu último dia aqui, não quero desperdiçar um minuto. – Voltei a lhe puxar e perdi as forças por começar a rir quando seu corpo se sacudiu para voltar a posição anterior.

— Eu quero dormir mais, você me acordou. – Reclamou tentando se soltar e parei de rir para começar a lhe puxar de novo.

— Não, Galateia. O dia está lindo, já são quase dez da manhã. Por que você quer dormir ainda mais? – Reclamei voltando a lhe puxar e sua cabeça se virou para trás no susto.

— O quê? Que horas disse que são?

— Quase dez. – Repeti e seus olhos se arregalaram.

— Isso é impossível, eu nunca passo das 07h:30min dormindo. – Fez bico e mordi o lábio inferior por ela ficar uma gracinha.

— Parece que eu sou a sua exceção. – Pisquei convencida, mas seu rosto corar e sua atenção se focar na parede me fez ficar desconcertada. EU SOU A EXCEÇÃO?

— Certo, vou me aprontar. – Resmungou saindo da cama e fiquei lhe olhando ir para o banheiro. Como ela consegue ser tão fofa fazendo absolutamente nada?

Galateia pov.

— Eu vou querer um milk-shake de avelã. – Jhu falou dando pulinhos perto do balcão e olhei  para o menu exposto na parede do outro lado do balcão.

— E você? O que vai querer? – Olhei para Vick de canto e sorri carinhosa. Até agora nossos dedos estavam entrelaçados, porque quando decidimos sair ela pegou minha mão e eu me sinto boba demais para pensar racionalmente sobre qualquer coisa.

— O que você quiser.

— Mas quem vai tomar é você, princesa. – Voltei a atenção para o menu e ela fez o mesmo. Não estava com pressa para pedir e Vick também não parecia ter pressa, então quando Jhu recebeu seu pedido eu a olhei ir se sentar com seu milk-shake, voltando a atenção para Vick, que parecia pensar minuciosamente no sabor que iria querer.

Ri baixinho depois de já termos escolhido o que queríamos e ergui a mão que segurava a dela para depositar um beijo sobre ela, sorrindo por ela fazer o mesmo. Estávamos esperando seu pedido ficar pronto, assim como o meu.

— O que vamos fazer depois? – Questionei girando o cartão em minha mão livre e ela se aproximou mais de mim, deitando a cabeça em meu ombro.

— Qualquer coisa que me deixe assim, bem pertinho de você. – Murmurou e ri baixinho.

— Eu fico perto de você de qualquer jeito. - Disse o óbvio e apertei minha mão livre em punho por ganhar um beijo na bochecha.

— Ótimo, porque ficar grudada em você é os meus momentos favoritos. – Falou divertida e  soltei sua mão para passar meu braço por sua cintura e lhe puxar para colar em mim, beijando seu rosto várias vezes seguidas, me afastando para pegar nossos sorvetes quando a atendente voltou com eles.

XxX

— Eu trouxe um bolo bem grande. – Jhu falou lambendo seu picolé de morango e olhei para Vick, que mexia seu sorvete com a colherzinha, misturando tudo em um único sabor. Sorri e cheguei mais perto do seu corpo de forma sorrateira. Ia fazer praticamente duas horas que estávamos na sorveteria e ela enrolava para todo sorvete que pegava.

— No caminho a gente compra alguma coisa também. – Falei dando um pouco de atenção para criança que sorriu grande.

— Tipo? – Vick murmurou com a colher na boca e olhei as horas no meu celular, o acendendo no exato momento que Liane me enviou uma mensagem.

— Não sei, nunca fiz um piquenique antes. Que tal umas frutas? – Falei desbloqueando o aparelho para responder minha irmã, suspirando por ver serem só áudios. – Se incomodam se eu ouvir os áudios da minha irmã? – Perguntei em ver que ela já mandava outro.

— Nem um pouco. – Jhu sorriu e travei o dedo um segundo antes de apertar o play, digitando rapidamente uma mensagem pra ela.

Galateia:

Quão seguro é eu ouvir esses áudios no viva voz?

Enviei e olhei para os lados esperando sua resposta, que chegou logo depois do seu áudio.

Liane:

HAHAHAHAHAHA, são seguros, exceto o primeiro. Ignora ele por enquanto, tô falando da sua namorada lá.

Neguei com a cabeça e cliquei sobre o segundo áudio, aguardando uns segundos.

Você disse que me ama em uma mensagem anterior. Então, olha! Eu estou aqui na casa da minha amiga e peguei o violão dela por uns minutos, daí quero tocar essa música pra você. Talvez ache chato ou... Sei lá, mas ela é meio tudo o que eu quero dizer pra você. O nome é Star Again do Isak Danielson, então... Só ouça. — Pediu e desci o próximo áudio apertando para ouvir. Eu nem sabia da existência dessa música até agora, então não faço ideia do que esperar.

I know this time is all I have (Eu sei que esse tempo é tudo que eu tenho). – A música começou e foquei nos segundos do áudio que passavam, ouvindo atentamente tudo que a letra dizia, observando o óbvio. Toda música fica linda na voz da Lily, porque ela realmente ama cantar e tocar.

— Que voz é essa? Que arraso. – Vick falou animada e sorri prestando atenção na letra.

— O timbre dela tem uma rouquidão linda demais. – Jhu observou e assenti várias vezes concordando.

— Ela está cantando de todo coração. – Falei continuando com a atenção na música e fechei os olhos brevemente pela continuação da letra, me sentindo levemente incomodada pelo resto do áudio.

— Meu Deus! ELA CANTA MUITO BEM. – Jhu gritou empolgada e fiquei olhando para as mensagens de Liane, que ainda faltava um áudio para ouvir. Não é o comum de acontecer, mas sua música me deixou triste, de uma forma que não estava preparada para ficar. Ironicamente isso me fez perceber que embora Lily tenha ido embora e ficado sem falar comigo, não foi só eu que me machuquei com isso. Mais do que ninguém, sei como ela odeia ficar sozinha e por mais que o que ela tem feito me deixou magoada, não fui deixada sozinha, quem ficou sozinha o tempo todo, foi ela.

— Hey, você tá bem? – Victória perguntou preocupada ao meu lado e assenti voltando a olhar para as mensagens dela.

— Eu... Vou ligar para ela por um momento. – Avisei sacudindo levemente o celular e me ergui com seu aceno confuso, porém positivo.

— A gente vai te esperar aqui. – Falou voltando a comer seu sorvete e andei um pouco até sair da sorveteria, enviando uma mensagem para Lily.

Galateia:

{10:48}: Vou te ligar, tudo bem?

Liane:

{10:48}: Oh... Sim! Tudo bem, ótimo. Pode ligar.

Neguei com a cabeça reparando que ela não consegue ser neutra em nada que faz, nem mesmo enviando uma mensagem escrita. É tão óbvio que está feliz que chega a ser engraçado. Coloquei o celular para chamar e o ergui até meu ouvido.

Liane na escuta. — Atendeu animada e sorri de canto.

— Bom dia. Eu gostei da sua música. – Confessei e ela ficou em silêncio por alguns segundos.

Oh... Você... Entendeu porque eu a escolhi? — Sua voz soou receosa e olhei para o céu claro, com poucas nuvens.

— Acho que sim. Você não está me perdendo, Liane. – Falei voltando a olhar para frente. – E nem vai. Eu sinto que essa não foi a sua intenção, mas sua música me deixou triste.

O quê? Nãããão! Não era pra te deixar triste. Eu só queria te passar um pouco dos meus sentimentos, não foi pra... Droga, eu sinto muito. – Pediu um pouco afobada e acabei rindo.

— Está tudo bem, respira. Eu recebi os seus sentimentos, mas... Acho que sou responsável por grande parte dele.

Não! Galateia, você não entendeu a música?! É justamente o contrário.

— Não é não. – Neguei. – Só me escuta. – Pedi. – Talvez nem você pense dessa forma, mas só me escuta.

Certo...

— Eu sinto muito. Me desculpa. – Pedi e ela ficou em silêncio. – Você foi embora e eu julguei você e te xinguei algumas vezes e por grande parte do tempo fiquei com raiva por ter me deixado. Até pouco tempo você me pedia desculpas e eu pensava “tudo bem”, mas acho que quem deve pedir desculpas, sou eu.

Do que você está falando?

— Quando foi embora, você não me deixou sozinha, Liane. Eu fiquei com pessoas maravilhosas que me amavam e amam e fazem de tudo por mim. Fiquei em um bom ambiente e em boa situação. – Comecei. – Você quem ficou sozinha. Durante todo o tempo, tentou sozinha, seguiu sozinha e se virou como podia, porque não queria continuar de um jeito que te prejudicava.

Galateia...

— Você não vai me perder, tá bom? Desculpe se não sou como antes e se na maioria do tempo pareço ser fria. Você não me deve mais pedidos de desculpas e eu não quero que sinta como se eu estivesse te afastando ou me afastando. Eu não quero ficar longe de você o te dar a sensação que estou distante. Desconsidere todas as coisas que eu te disse quando voltou pra casa. Eu estava magoada e só agora percebi como aquilo foi carregado de ressentimento. Eu estava feliz por você ter voltado, estou feliz por estar aqui. Só não me deixa de novo, por mais que ache que precise. Eu amo você, Liane. – Declarei encerrando meu discurso e ouvi seu fungar do outro lado.

— Por que você tem que ser tão aleatória? Quando atendi, jurei que ia brigar comigo. — Voltou a fungar e neguei com a cabeça. – Parece que meu coração foi acertado por vários socos de fofura. Eu amo tanto você, obrigada por ser minha irmã e obrigada por ter me dito essas coisas.

— Obrigada por pensar em mim. Gostei muito da sua música.

Tá bom, ok. Calada agora ou eu vou chorar de novo e você sabe como fico catarrenta. — Murmurou e ri baixinho. – Mas então, como estão as coisas com a garota aí? Tá tudo bem? — Perguntou e olhei para trás confirmando que Vick estava sentada na mesa com Jhu, fingindo ser um leão marinho ao usar os dois canudos waffer do seu sorvete.

— Eu queria muito te contar agora, mas estamos para ir em um piquenique. Mas a gente se beijou. – Contei animada e ouvi seu grito do outro lado da linha.

Deus! Que orgulho. Funcionou a situação de voltar ao assunto? — Questionou e só então notei que desde que pedi sua ajuda, não falei mais com ela.

— Sim! Desculpa não te mandar mensagem depois disso. Acabou que ela mesma se levou para o assunto e eu joguei minhas cartas. Agora parece que estamos em uma situação meio casal? Eu não sei ao certo como as coisas estão. Ela está com vergonha ou algo do tipo e disse que só vai falar sobre o que aconteceu amanhã, no final das aulas. – Contei sem conseguir evitar minha euforia, vendo Jhu rir das palhaçadas da irmã. – Já usei todo meu estoque de tentativas também, então seja o que Deus quiser.

Ela deve estar é com medo de não conseguir se comportar como gente até amanhã. Não tiro a razão dela, olha só pra você, linda, inteligente, cheira bem e é um nenê. Deixa ela quietinha que tudo vai se resolver. — Aconselhou e acenei com a cabeça, mesmo que ela não pudesse me ver. - Fico feliz por estar me contando sobre isso, sinto que estou voltando a fazer parte da sua vida. — Sua voz saiu mais baixa e olhei para o celular por alguns segundos.

— Você nunca deixou de ser parte dela. – Sussurrei e desviei o olhar quando Vick se virou na cadeira para olhar na minha direção, logo lhe olhando de volta e sorrindo antes de fazer um aceno com a mão livre. – Agora eu preciso ir. Segunda você pode ir pra casa da tia?

Claro! Eu vou sim. Chegarei antes de você. – Garantiu e sorri por saber que ela realmente estará lá.

— Tudo bem, então te encontro lá.

— Tá, tenho que te contar uma coisa estranha que aconteceu esse fim de semana também. -  Falou e franzi o cenho.

— Que coisa estranha?

Te falo amanhã.

— Tá, mas sobre o que é?

Curiosa?

Do nada você fala que aconteceu uma coisa estranha. Claro que estou curiosa. – Resmunguei por realmente ter ficado curiosa com o assunto.

Relaxa, foi a Jude que me mandou mensagem do nada, falando umas coisas estranhas. Agora vai lá ficar com a garota que gosta. Eu vou tocar um pouco mais e já vou sair pra tomar sorvete também. Te amo. — Se despediu e lhe mandei um beijo encerrando a ligação. Guardei o celular no bolso e voltei para dentro da sorveteria, andando lentamente até a mesa onde as meninas riam.

— Voltei. – Saudei pousando as mãos nos ombros da Vick e sua cabeça se virou em minha direção.

— Bem-vinda de volta. – Sorriu. – Acabe seu sorvete que iremos sair para nosso piquenique. – Pediu e neguei com a cabeça.

— Estou cheia. Nós podemos ir? – Chamei e ela olhou para Jhu que assentiu.

— Podemos. Vou só pagar e a gente vai. – Alertou e Jhu arrumou a cadeira no lugar e segui Vick pela sorveteria.

— Hey, eu que vou pagar pelo sorvete. – Avisei e brequei no meio do caminho por ela girar sobre um calcanhar para me olhar.

— Quem disse?

— Eu?

Ain, eu pago dessa vez, quando você me convidar, você paga. — Fez uma voz fina e franzi o cenho sem entender, só então notando que a intenção dela era me imitar.

— Você faz uma imitação muito distorcida de mim. – Reclamei pela voz estranha que ela usou. – Eu posso pagar.

— Poder eu sei que você pode. Você pode comprar essa sorveteria se quiser, a questão é que eu não deixo.

— Não tem que deixar. – Impliquei.

— Quer apostar? – Desafiou.

— Se eu perder a aposta, tenho que te pagar quanto? – Perguntei divertida e ela estreitou os olhos.

— Se perder vai ter de imitar um galo.

— E se você perder vai ter que imitar uma vaca. – Rebati cruzando os braços.

— As duas vão imitar agora, porque eu paguei. – Jhu falou alto e olhamos em sua direção, vendo que ela estava no balcão e pegava a nota fiscal da mão da atendente, que guardava a maquininha de cartão.

— Como ousa? É meu encontro. – Vick resmungou e lhe olhei com uma sobrancelha erguida.

— Que encontro? Eu estou junto e segurar vela não é meu objetivo, então isso aqui não é um encontro. – Jhu resmungou e Vick me olhou por alguns segundos.

— Vamos no cinema fim de semana que vem? Só nós duas. – Convidou e arregalei ambos os olhos. Certo... isso foi muito imprevisível.

— Ok.

— Viu! Agora eu tenho um encontro, ridícula. – Deu língua pra irmã e a mesma revirou os olhos pegando minha mão para me puxar em sua direção.

— Mas hoje a Galateia vai passar a maior parte do dia comigo. – Deu pulinhos enquanto andava na minha frente e travei no lugar por minha outra mão ser agarrada e eu puxada para trás.

— Teu cu que vai, é minha. – Vick reclamou e olhei de uma para outra por começarem a me puxar em direções opostas. O que está acontecendo aqui?

— Larga de ser egoísta! Você tem a Galateia pra você todos os dias.

— Não o tempo todo, só em tempo de aula! Não é a mesma coisa, larga. – Voltaram a me puxar e fiz um som com a garganta, o que as fizeram me soltar.

— Eu não sei bem o que está acontecendo aqui, mas me puxar igual um puxa-puxa não vai solucionar as coisas. – Fui até Jhu e a ergui no alto, lhe colocando sentada no meu pescoço, para andar até a Vick e agarrar sua mão esquerda, lhe puxando para mais perto de mim. – Satisfeitas? – Perguntei e Vick corou olhando pro outro lado. – O que foi?

— É assim que o papai me carrega quando saímos em família. Mamãe fica de um lado e a Vick do outro. Acho que ela imaginou vocês casadas. – Jhu falou mexendo no meu cabelo e ri baixinho.

— Mas a Vick já é a minha esposa, segundo ela. – Brinquei divertida e ela cobriu a boca continuando sem olhar para mim, o pescoço ficando vermelho. Ora vejam só, ela é toda envergonhada quando não estamos falando por mensagem.

— Se são casadas, eu sou a filha de vocês. – Jhu brincou junto e peguei uma sacola do nosso piquenique que estava sobre uma das mesas, deixando a cesta pra Vick. O que é engraçado, porque a Vanessa literalmente tinha uma cesta enorme de taboa papel.

XxX

Arrumei sobre a terra os galhinhos que havíamos catado pelo parque, encaixando direito para não deslizar no vidro do aquário pequeno que compramos para fazer o borboletario das futuras borboletas. Vick estava com a Jhu procurando folhas nas árvores, só pra terminarmos de montar tudo. Arrumei tudo em seu lugar e engatinhei até a nossa cesta de comida, pegando uma das tortinhas salgadas que Vane havia feito para nós. Já ia fazer umas duas horas que estávamos no parque e não tínhamos feito absolutamente nada além de ficarmos deitadas na grama olhando pro céu, o que particularmente eu estava adorando.

— Olha, eu achei essas aqui, não sei se elas vão comer quando forem lagartinhas, mas peguei mesmo assim. – Vick falou sentando ao meu lado no chão e começou a arrumar as folhas como uma casinha sobre os gravetos que eu havia organizado.

— É sempre bom colocar elas aleatoriamente. – Falei mordendo um pedaço da tortinha e Vick se inclinou em minha direção, o que me levou a arregalar os olhos em surpresa. Piscando confusa por ela morder a tortinha e voltar a sua atenção nas folhas.

— Eu consegui achar essas folhas aqui. – Jhu falou vindo correndo na minha direção com o punhado de folhas na mão.

— Nossa, você conseguiu muitas. – Elogiei entregando a torta para Vick, só pra ajudá-la a separar as diversas folhas em ordem de tamanho.

— Uma pena que estou contribuindo para nascimento de borboletas, tenho medo desse bicho. – Murmurou ajeitando as folhas no chão e ouvi a risada da Vick.

— Ela morre de medo de borboleta. – Debochou e neguei com a cabeça.

— Você tem medo de grilo. – Acusei e ela me olhou com as sobrancelhas franzidas.

— Eu tenho medo de grilo? – Perguntou confusa e prendi a respiração no mesmo segundo, essa não, acho que falei demais. – Não sabia que tinha te contado isso hahahahaha. Eu devo ter sido muito aleatória. – Riu divertida e sorri tentando disfarçar meu pequeno pânico. Por que diabos eu disse isso?

— Eu não gosto de aranhas. – Revelei e sua atenção focou em meu rosto.

— Tenho medo de palhaço. – Contou e ri brevemente.

— Eu também não gosto deles, não vejo a mínima graça e os acho irritante. – Revelei e dei espaço para Jhu se sentar entre minhas pernas, já que havia pegado um pedaço de torta e procurava um lugar para se sentar.

— Minha amiga também tem medo, ela começa a chorar. – Contou mordendo sua torta e deitou o corpo para trás, se aconchegando em mim.

— Ela deve ter fobia. – Comentei e olhei para trás quando as costas de Vick se encostaram nas minhas.

— Parece que vai chover muito hoje. – Se aconchegou mais em mim e olhei para cima só para conferir se as nuvens estavam mesmo carregadas ou não.

— Se chover a gente pode tomar banho de chuva. – Falei focada nas nuvens escuras e Jhu olhou para trás com as sobrancelhas erguidas.

— Tomar banho na chuva? Tipo, literalmente entrar debaixo dela quando começar a chover? – Perguntou curiosa e ouvi Vick rir baixinho.

— Dessa vez eu entro na chuva com você, ainda mais que temos um terraço e podemos ficar lá por um longo tempo. – Falou divertida e sorri. Estou feliz recentemente e entrar na chuva vai ser divertido.

— Tudo bem, então se chover, nós vamos pra chuva. – Falei animada com a ideia.

— Vocês são muito loucas. Eu vou ficar quietinha dentro de casa, assistindo filme e comendo pipoca.

— Não sabe o que está perdendo. Entrar na chuva é muito legal.

— Por que disso?

— Meu pai que me fez gostar. Ele dizia que se, se sentir feliz, é bom entrar na chuva pra contar a ela seus sentimentos bons. – Contei e Vick se afastou das minhas costas para deitar na grama com a cabeça em direção as minhas pernas, porque assim eu podia ver seu rosto.

— E quando se está triste? – Colocou as mãos atrás da cabeça e lhe olhei por alguns segundos.

— Observa ela cair e conta seus sentimentos ruins para que ela possa levá-los embora.

— Isso é uma informação muito boa. Então significa que você está feliz? – Ergueu uma sobrancelha e enrugou o nariz em uma caretinha adorável.

— No momento, estou.

— Ótimo, porque eu também estou feliz.

XxX

Peguei as folhas da flor que estavam cheias de ovinhos e as coloquei sobre as outras do aquário, arrumando delicadamente para não prejudicar nenhum dos ovinhos. Fechei com cuidado pra não derrubar os gravetinhos, mas quase derrubei o aquário inteiro no chão por Vick entrar correndo no quarto, quase escorregando no tapete de entrada.

— GALATEIA, CHUVA. – Gritou animada e deixei o aquário de qualquer jeito para lhe seguir até a sala de estar, vendo Jhu assistindo filme como disse que faria e Vane fazendo carinho no cabelo de James, que estava deitado no seu colo e assistia ao filme também.

— Boa noite. – Saudei e todos acenaram para mim.

— Onde vocês vão? – Vane perguntou curiosa e Vick apontou para cima com um sorriso.

— A gente vai ficar na chuva.

— Por quê?

— Porque a Galateia tá feliz. – Me puxou pela mão e ri me deixando ser puxada por ela, deixando todo mundo para trás.

— A chuva não vai parar rápido assim, não precisa correr. – Falei divertida e fui literalmente jogada para dentro do elevador. – Garota? Quer me matar? – Ri e ela se colocou ao meu lado, apertando o botão do terraço.

— Te matar não está nos meus planos, não por agora. – Deu uma piscadinha e neguei com a cabeça.

— Nós faremos algo antes da sua decisão definitiva? – Brinquei e ganhei um tapa no braço. – Mas meu Deus, pra que toda essa violência?

— Você é idiota. As pessoas te olham e nem imaginam, mas olha só, toda engraçadinha. – Revirou os olhos cruzando os braços e a porta do elevador abriu, revelando o pequeno corredor que dava acesso a chuva parcialmente forte. – Então, você tem um ritual para entrar na chuva ou simplesmente vai? – Perguntou curiosa e peguei sua mão a puxando comigo pelo corredor, entrando na chuva como se ela não estivesse ali.

Victória Pov.

Talvez para Galateia o dia de hoje não tenha sido grande coisa, mas para mim, cada minuto era como algo incrível. Quando estávamos no parque e ela disse sobre entrar na chuva, acho que implorei para chover mais de cem vezes. Estava tão ansiosa para poder fazer isso que nem sequer me foquei em outra coisa e na minha cabeça só repetia em lupe que eu deveria ficar na chuva com a Téia, nem que fosse por dez minutos.

Quando voltamos para casa eu me encarreguei de vigiar as janelas para todo e qualquer sinal de chuva, até que finalmente ela começou a cair. Confesso que pareci um pouco desesperada quando fui avisá-la sobre os pingos, mas agora. Ver ela aqui, se molhando nas gotas grossas... Isso me faz lembrar da biblioteca e só parece reforçar a ideia de que meus sentimentos por ela cresceram naquele dia. Galateia é linda, e parece ter uma profundidade tão imensa que eu não sei se consigo me aproximar dela do jeito que quero.

— Você vai ficar olhando pra minha cara ou vai aproveitar a chuva? – Perguntou sorrindo, mas em seguida me olhou preocupada. – Ou talvez não está confortável e a gente pode sair. – Colocou o cabelo molhado atrás da orelha e me aproximei do seu corpo estendendo a mão, lhe convidando para pegá-la. – O que é isso? – Aceitou o convite e lhe puxei um pouco para mover seu corpo com o meu em uma dança desengonçada, já que dançar não era meu forte e eu só queria mesmo é me divertir com ela um pouco.

— Estar com você jamais me deixaria desconfortável. – Garanti e olhei para os seus pés por ela os mover em perfeita sincronia em passos quase perfeitos. – Sabe dançar? – Questionei curiosa e ganhei um sorriso como resposta.

— Sei fazer várias coisas, dançar é uma delas. – Puxou meu corpo em sua direção e segurou minha mão perto do seu rosto, para seu braço livre me rodear pela cintura, praticamente colando nossos corpos. Olhei para seu rosto e acompanhei as gotinhas que desciam por sua bochecha e o cabelo molhado jogado para trás. Por que ela tem de ficar mais linda do que de costume?

— Linda. – Sussurrei e sua sobrancelha se ergueu.

— A chuva?

— Não, Téia. Você! Você é linda. – Elogiei e fechei os olhos pelo seu rosto se aproximar e sua bochecha se apoiar na minha.

— Você também é linda, Vick. Quero estar do seu lado pelo máximo de tempo possível. – Declarou.

— Boiolinha. – Impliquei e ouvi sua risada um pouco mais alta que o normal. Eu nem sei porque diabos estou no meio da chuva, à noite, com frio e dançando, mas estar fazendo isso com a Galateia é uma das melhores sensações do mundo. Ela me proporciona as melhores sensações possíveis.

— Eu gosto de você. – Sussurrei lhe abraçando pelo pescoço.

— Oi? – Perguntou alto por causa da chuva e ri baixinho. Eu sabia que ela não podia ouvir.

— Estou feliz. – Falei alto e ouvi sua risada.

— Eu também estou. Você me deixa feliz. – Declarou e afastei a cabeça de seu peito para olhar um pouco para cima, focando em seu rosto molhado. Porra, ela quer me matar?

— Galateia. – Chamei um pouco baixo e ela me olhou divertida. – Você me beijaria de novo? – Perguntei e seus olhos se estreitaram em confusão. – Tipo agora. Você me beijaria caso eu quisesse? – Questionei e sua atenção foi para o céu por alguns segundos.

— Essa pergunta tem duas respostas. – Falou e franzi as sobrancelhas em confusão. Como assim duas respostas?

— Que são?

— Sim e não. – Me olhou de volta e sorriu lindamente, quase me fazendo esquecer do não na sua frase.

— Por quê? – Perguntei e sua mão passou por meu rosto retirando o excesso de água.

— Porque quem terá de beijar é você. Então sim, eu te beijo se me beijar e não, eu não te beijo por iniciativa própria, mesmo com vontade de fazer isso. – Explicou e sorri de canto.

— Tá com vontade? – Provoquei e ela riu sem jeito.

— Com toda certeza. – Falou sem rodeio e fiquei lhe olhando um pouco em choque por ser tão direta. Ela é bem decidida ou eu que sou muito lerda?

— Quer me beijar agora? – Minha voz saiu receosa e fui olhada com diversão.

— Sim, mas não irei. Porém, estou disponível caso queira. – Beijou meu rosto e olhou para os lados. – Acho que devemos sair agora. Parece que está ficando mais forte e você está tremendo. – Acariciou meus braços rapidamente com as mãos e observei toda a atenção que ela tinha em tentar me aquecer. – Não quero que fique doente por minha causa, então, por favor. – Agarrou minha mão e me puxou para fora da chuva, nos levando para o corredor que dava para as escadas, já que óbvio, não iríamos entrar no elevador nessas condições.

Então quer dizer que de acordo com ela, tudo bem me beijar se quem tomar a iniciativa for eu? Isso é devido ao que eu disse sobre esperar pacientemente até amanhã? Por que ela tem que ser tão perfeita apenas sendo um ser humano normal? Não é possível que essa menina seja real.

Segui seu passos lentamente pela escada para não cairmos e mantive nossas mãos grudadas. Eu amo essa garota. Eu devo beijar ela hoje ou deixo para surtar amanhã?

Galateia Pov.

Passar pela sala de estar na volta acabou que sendo extremamente engraçado, porque senhor James não poupou piadas e Jhu não conseguiu segurar o riso, então para evitar que ficássemos com frio, Vick me empurrou para o seu banheiro e foi tomar banho no social da casa. Meu banho não demorou muito e agora estou aqui na cama, mexendo no celular e pensando sobre a “conversa” que tivemos na chuva. Qual foi o sentido da pergunta dela sobre lhe beijar? Confesso que me pegou desprevenida, mas felizmente consegui dar uma boa resposta, ou pelo menos é isso que acho. Eu com toda certeza quero beijar essa garota de novo, mas creio que em algum momento quem precisa ter certeza de algo, é ela. Minha vontade de beijá-la sempre estará aqui e eu nunca vou dizer que não se ela perguntar se quero fazer isso, mas se ela não tiver uma iniciativa, vou sentir que estou tirando proveito e isso não é legal.

Respondi uma mensagem de Liane e olhei para porta do quarto quando Vick entrou por ela, girando a chave para trancá-la. Franzi o cenho pelo seu movimento quase lento e voltei a atenção para meu celular, desviando a atenção da tela por vê-la raspar a garganta e me olhar séria.

— O que foi? – Perguntei curiosa e involuntariamente bloqueei meu celular por vê-la andar em minha direção sem desfazer a expressão séria que tinha. Espera, por que ela está vindo na minha direção desse jeito?

— Você disse sim e não, não é? – Perguntou apoiando o joelho na cama e engoli em seco por sua mão se esticar e tomar o meu celular o jogando em um canto qualquer do colchão, já que não desviei a atenção para ele no momento. O que caralho está acontecendo aqui?

— Exatamente, por quê? Tem interesse? – Tentei brincar, mas seu corpo se aproximando por ela engatinhar na minha direção fez minha pose segura cair por terra.

— Tenho. – Sussurrou sentando sobre minha coxa, deixando os joelhos de cada lado das minhas pernas.

— Ok... Então... – Falei ansiosa, movendo minhas mãos para tocar sua cintura, segurando receosa de ambos os lados. Deus, essa garota me deixa nervosa. Do nada ela parece adotar de uma personalidade onde sua principal função é parecer mais segura que qualquer coisa.

— Mas... Eu meio que não sei o que fazer. – Sussurrou sem jeito e apoiou a mão direita na cabeceira da cama, o que levou meus olhos a se guiarem para seu braço, focando nos músculos tensionados, já que usava uma regata. Não sei se essa garota tem consciência de que ela é terrivelmente linda e forte. Os braços dela são lindos demais. Santo esporte de natação que deixa ela tão linda.

— Você não precisa saber, só faz o que tem vontade. – Sussurrei um pouco perdida e engoli em seco por sua mão livre segurar meu queixo e guiar meu olhar para seus olhos.

— Então olha pra mim. – Pediu suavemente e apertei as mãos em sua cintura com mais força. Juro por Deus, se ela do nada der pra trás eu vou ficar muito revoltada. Ela não sabe que tem um charme absurdo, e que eu fico totalmente a sua mercê.

— E aí? Vai ficar me olhando pelo resto da vida? – Falei um pouco nervosa com sua aproximação e foquei no seu sorrisinho de canto.

— Poderia fazer isso facilmente. – Moveu as sobrancelhas e neguei com a cabeça.

— Só olhar? Que desperdício. – Sorri e travei a respiração por seu rosto se aproximar mais e seu nariz tocar suavemente no meu.

— Então não vamos desperdiçar. – Virou um pouco o rosto para o lado e fechei os olhos sentindo seus lábios tocarem suavemente os meus. Segurei sua cintura um pouco mais forte e retribuí os movimentos que seus lábios faziam, tão suaves que e delicados quanto os dedos de sua mão se pressionavam em meu queixo, mantendo minha cabeça erguida. Ela tá me beijando! Meu Deus? Do nada? Eu não imaginava que isso seria possível, não depois do que falamos ontem pela parte da tarde. – Isso foi um pouco desajeitado. – Sussurrou ao afastar os lábios dos meus e abri os olhos brevemente, só para focar nos olhos verdes claros que  estava um pouco mais escuros.

— Você pode fazer de novo até pegar o jeito. – Propus e acabei sorrindo por seus lábios voltarem aos meus em um carinho suave, um pouco atrapalhado. – Espere. – Pedi delicadamente para não parecer que ela o fazia de uma forma errada. – Faça dessa forma. – Me inclinei um pouco para cima e mordisquei seu lábio o sugando suavemente com os meus, lhe beijando com toda calma possível. Na primeira vez que nos beijamos ela parecia ter bem mais controle da situação. Acho que ser a que inicia o beijo é um pouco demais para ela.

— Acho que entendi. – Sussurrou quando me afastei e travei minha respiração por seus dedos se emaranharem no cabelo em minha nuca e seu corpo subir um pouco mais para cima no meu, me forçando a olhar para cima, me levando a focar nos seus olhos verdes ainda mais escuros. – Vamos tentar desse jeito e você me diz se está bom. – Falou séria e engoli em seco totalmente perdida na situação. Garota? Como assim você entendeu? O que você pretende? Cadê a Vick com vergonha que não sabia beijar?


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Notas finais do capítulo

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