Mirror Myself In You escrita por LadyDelta


Capítulo 27
Lost in love


Notas iniciais do capítulo

Cheguei!!!!!!!! Oi.

Aviso, era pra ser capítulo duplo, mas precisei fazer um relatório fodido que não teve aviso prévio, logo, só deu prazo de revisar um capítulo. Amanhã cai outro aqui na conta, relaxa.

Eu deveria dizer muita coisa aqui? Não? Tem necessidade hoje ou posso ser um grilo saltitante amanhã? Tô com mó sono.

Att 1/2

Música para esse capítulo: Lost in love - Air Supply

Playlist da história.

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Dito isso

~Boa leitura.



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Galateia Pov.

Desci do carro conferindo a mensagem no meu celular, só para confirmar se Liane ainda iria querer sair para algum lugar. Hoje eu posso dizer que foi um dos dias mais legais pra mim, o que é engraçado, já que depois que passei a ter contato frequente com a Vick, todos os dias se tornam os mais legais, acho que está ligado ao fato de que eu não me esforçava nem um pouco para me divertir antes disso. Antes da Liane ir para Itália, os meus fins de semana eram sempre legais, depois disso a minha definição de “legal” era jogar videogame, um dia “divertido” se tornou os que eu entrava no modo PVP dos jogos que eram possíveis e irritava meus oponentes. Agora que tenho tanto a presença da Vick, quanto a da Liane, acho que estou quase me aposentando nos jogos, porque quando não estou falando com uma das duas, estou treinando, em aula ou no psicólogo.

— Galateia! – Tia chamou assim que abri o portão principal junto de Vicent e dei um leve sobressalto pelo susto de vê-la abaixada no chão, limpando uma folha da sua flor favorita.

— Vai levar bronca! Se fodeu. – Vicent correu para dentro e revirei os olhos.

— Senhora?

— Você saiu cedo para biblioteca, não veio em casa para almoçar e tenho certeza que não fez uma refeição saudável na escola. – Começou e me encolhi.

— Desculpe, acabei não vindo hoje. Mas dessa vez comi algo saudável. – Falei, já que realmente aconteceu, porque como a Vick estava comigo e em dias que vai para biblioteca sempre almoça no seu “restaurante favorito” eu acabei indo junto dela. Como as pessoas tem um local favorito para comer?

— Tem certeza? – Estreitou os olhos e sorri.

— Eu nunca mentiria para senhora, tia. Almocei em um restaurante com a Victória.

— Victória... Você anda passando mais tempo com essa menina do que comigo. – Murmurou fazendo um bico e acabei rindo. – E esse fim de semana já vai dormir na casa dela. Está crescendo mais rápido do que posso acompanhar. – Reclamou e deixei minha mochila sobre uma espreguiçadeira.

— Quer sair para tomar sorvete? – Perguntei começando a tirar o paletó do uniforme e seus olhos brilharam.

— Você querendo sair à noite? Liane te convidou?

— Sim senhora. Quer ir com a gente?

— E eu vou perder a chance de ficar perto das minhas duas sobrinhas? Irei tomar um banho. – Bateu as mãos ao lado do corpo e veio em minha direção beijando meu rosto. – A janta está pronta, tome seu banho e coma algo. – Pediu e assenti. Antes de ir fazer o que ela disse, mandei uma mensagem para Liane, a alertando que levaria tia Cass.

Não demorei muito para tomar meu banho, muito menos para me vestir, deixando de lado o vestido para colocar meu conjunto rosa de moletom. Está frio e não quero sentir ainda mais quando tomar sorvete. Saí do quarto arrumando o capuz do tecido em minhas costas e tia se olhava no espelho do corredor enquanto passava batom. Sorri carinhosa e fui em sua direção a abraçando pelas costas. É engraçado como a cada contato que faço com minha mãe, meu carinho por tia Cass se torna maior. Ela aceitou cuidar de mim sem pedir nada em troca e me deu todo o carinho. Eu não a trocaria por nada nesse mundo.

— Te amo, tia. – Declarei e ri por ouvir seu coro de “Own”.

— Titia também te ama, pitbullzinho. – Acariciou meu braço com sua mão livre enquanto continuava a passar seu batom. - Tirei seu prato, está no micro-ondas. – Alertou e assenti lhe soltando para ir comer. Coloquei o tempo certo para minha comida esquentar e peguei meu celular conferindo se Liane dizia onde estaria.

[19:02]: Vou esperar vocês perto do teatro, uma zona segura onde ninguém que conheço costuma ir, fora que está fechado. Eu sou um gênio.

Li sua mensagem e acabei rindo. O que custava vir aqui? Daqui a pouco passa sete meses e ela ainda está escondida de todo mundo.

[19:10]: Só vou jantar e já saímos.

Mandei de volta e peguei meu prato o colocando no balcão ao lado do prato de salada que tia tinha deixado separado com o suco e fui até a gaveta para pegar meus talheres.

— Também tem sobremesa, mas como vamos tomar sorvete. – Tia falou entrando na cozinha e me sentei para comer.

— Vou deixar a sobremesa para antes de dormir. – Provei a comida e desviei minha atenção para o celular que vibrou sobre o balcão, esticando a mão livre para ver do que se tratava, vendo ser uma mensagem da Vick. Na escola hoje a gente acabou que ficando sem se falar, porque ela precisou sair da sala para ir fazer natação. Por causa disso, acabou passando o dia todo treinando enquanto o resto de nós estudava.

Vick:

[19:12]: Olha o que eu achei.

Era sua mensagem. Franzi o cenho e logo depois chegou o anexo de uma imagem, onde era a foto do seu indicador com uma borboleta vermelha pousada.

[19:12]: Coloquei o nome dela de Galateia, porque ela é linda.

Mandou e sorri soltando meu garfo para lhe responder, evitando olhar para tia Cass, já que estava com um sorrisinho nos lábios.

[19:13]: Chama ela de Victória, aí estará fazendo jus a beleza dela. O que vai fazer com ela? Eu estou jantando no momento e logo depois irei sair com minha tia e minha irmã para irmos tomar sorvete. Queria tomar sorvete com você, mas está muito longe.

Enviei e bloqueei o celular para fazer minha refeição, evitando olhar para o aparelho que vibrou três vezes sobre o balcão.

— Nunca vi você comer tão rápido. – Tia comentou escorada na porta da geladeira e bebi um pouco do meu suco lhe olhando.

— Hm?

— Normalmente você demora 20 minutos para comer, não importa quanta comida tenha no seu prato. Não tem nem sete minutos e está acabando. – Riu e dei de ombros voltando a comer.

— Infelizmente, não usar o celular quando se alimenta, é uma regra de etiqueta que não consigo burlar por mais de dois minutos, por mais que agora eu queira. – Reclamei e ela riu fazendo um sinal de que me esperaria na sala. Aproveitei sua ausência para comer ainda mais rápido, juntando todas as louças sujas e indo colocá-las na pia antes de voltar correndo para meu celular. Sorte a minha que o dia da louça hoje é do Vicent, se não teria de lavar e secar tudo antes de poder pegar o aparelho.

[19:13]: Vai ser Galateia e fim. Ela é minha e o nome sou eu que dou, logo, terá o nome da deusa da minha supremacia.

[19:14]: Vou deixá-la aqui na plantinha do meu quarto e amanhã pela manhã irei soltar no mundo.

[19:14]: Eu quero tomar sorvete também. A gente pode tomar amanhã, já que vai vir aqui em casa. Nossa, você vai vir na minha casa! Um sonho virando realidade. Manda um beijo para sua irmã e um beijo para sua tia. Vou jantar aqui também, antes que a Vanessa venha me ameaçar com a faca.

Ri divertida para as mensagens e comecei a digitar uma resposta enquanto ia na direção do meu quarto para escovar os dentes antes de sair de casa.

— Vou te esperar no carro. – Tia alertou ao me ver e assenti enviando minha mensagem para finalmente me focar nos meus afazeres.

[19:25]: Tudo bem, chame de Galateia. Já percebi que discutir com você é o mesmo que ir cavando a própria cova. Ela vai ficar triste de voar por esse mundo poluído, deve ser por isso que foi parar no seu quarto. Eu irei na sua casa! É a primeira vez que durmo fora, bizarro. Nós podemos sim tomar sorvete, daqueles bem grandões! Não mandarei seus beijos, me deixou sem nenhum, então vou roubar pra mim. Não deixe a Vanessa te matar, se não irei chorar eternamente. Falo com você assim que voltar para casa, até lá ficarei sem usar o celular. Beijo pra toda sua família, pra você não.

Enviei e guardei o celular no bolso indo escovar meus dentes, não demorando para terminar e correr para garagem, onde tia Cass realmente já me esperava com o carro ligado e a porta da garagem aberta.

— Onde Liane está? ­– Perguntou assim que me sentei no banco de trás.

— Em frente o teatro.

XxX

Olhei para o céu com poucas estrelas e percebi quando Liane sentou ao meu lado com sua taça de sorvete, erguendo a cabeça para ver o mesmo que eu. Já faz quase duas horas que estamos na rua e tia Cass parecia estar se divertindo mais que a gente.

— Eu estava sentindo falta disso. – Lily comentou e lhe olhei curiosa.

— Ver as estrelas?

— Não, de ficar perto de você. Quando voltei, meu maior medo era que não fosse olhar na minha cara nunca mais. Eu fiquei tão preocupada disso acontecer, que quando cheguei, a primeira coisa que fiz foi te procurar. Se você não quisesse falar comigo, eu não teria motivo algum para ficar. – Falou e ergui ambas as sobrancelhas.

— Não veio para ficar? – Questionei surpresa.

— Se você não quisesse falar comigo, não. Esse lugar, essa cidade, as pessoas, nossa mãe... Nada disso aqui significa algo pra mim, só você. Eu jamais voltaria aqui de novo, mas você ficou e eu nunca conseguiria seguir se te deixasse para trás. Nós prometemos fazer isso juntas quando éramos crianças e só fui na frente porque minha cabeça estava fodida. – Se ergueu e caminhou até ficar de frente para mim. – Eu sinto muito por ter te deixado aqui.

— Liane... Eu já disse que tudo bem. Você faz isso sempre que saímos juntas. – Murmurei por realmente ter se tornado um mantra dela, pedir desculpas quando saímos.

— Eu sei, mas... Sinto como se você estivesse chateada comigo. – Sussurrou encolhendo os ombros. – Entendo que você mudou, seu jeito de agir e tudo, mas quando nos vemos e sua reação não é vir me abraçar, machuca. Não porque você não veio, mas porque eu fui a responsável por isso. Se eu não tivesse ido, você não teria mudado o seu jeito carinhoso e talvez nem tenha mudado de verdade, só não usa mais comigo.

— Desculpe. – Sussurrei abaixando a cabeça. Realmente, minha relação com ela não é como antes e eu não queria que as coisas estivessem assim.

— Não! Você não tem que se desculpar por isso, nunca. – Se aproximou mais de mim e colocou a mão sobre a minha cabeça. – Só me deixe pedir desculpas todas as vezes sem brigar comigo. – Sorriu e olhei para trás dela por tia Cass vir segurando um algodão doce azul.

— Olha o que eu comprei pra vocês dividirem.

— Tia, nós não temos mais 13 anos. – Liane reclamou e estiquei a mão para pegar o doce. Eu amo algodão doce com todas as minhas forças.

— Bom que sobra mais pra mim. – Tirei um pedaço o deixando diluir na boca e Liane negou com a cabeça voltando a se sentar ao meu lado para pegar um pedaço também. - Acabou de reclamar que não queria. – Puxei para longe e arregalei os olhos por ela o tomar da minha mão.

— Disse, mas se eu não comer junto, você vai comer tudo sozinha e no futuro vai morrer de diabete. – Reclamou e revirei os olhos. Eu como uma quantidade ideal de doce durante o meu dia. – Agora diga, como está a sua namorada?

— Que namorada? – De onde ela tirou que tenho namorada?

— A Virgínia. – Quê? Espera! Virgínia era pra ser a Vick?

— O nome dela é Victória!

— Isso! Como ela está? Vai na casa dela amanhã, né?

— Ela está bem, mas não é a minha namorada. – Murmurei pegando mais um pouco do algodão doce.

— Não por falta de interesse seu, né? – Riu e revirei os olhos. – Conseguiu abordar aquele assunto? – Olhei para tia Cass para ver se ela prestava atenção na conversa e a mesma me olhava fixamente.

— Então? – Perguntou e acabei rindo.

— A senhora nem sabe do que estamos falando. – Liane brincou e ela riu.

— Mas é claro que eu sei! Vick é a menina que a Galateia gosta e que não se lembra dela. – Cruzou os braços fazendo um bico e Lily me olhou surpresa.

— Contou pra ela?

— Mas é claro! Eu conto tudo pra tia, exceto sobre você ter voltado, isso ela descobriu.

— Porque sou muito observadora. – Se gabou e Lily negou com a cabeça.

— Fiquei sabendo que achou sua filha e que por coincidência, ela é diretora da escola que a Galateia estuda e é “madrasta” da menina que a minha irmã gosta, que por obra do destino, também gosta dela. - Falou e tia assentiu várias vezes com a cabeça.

— Eu não sei dizer como que coisas assim são possíveis, mas se eu não tivesse aceitado o pedido da sua mãe por birra dela, hoje eu não saberia do paradeiro da minha filha, muito menos saberia que tenho uma neta. Ainda não acredito que tenho uma neta. – Pegou um pedaço do meu algodão doce e foquei nos meus pés. Nunca vou me cansar de questionar “quais as chances” disso acontecer. Talvez uma em um milhão? Ou talvez as mesmas chances que os Vingadores tinham de vencer o Thanos? Se bem que as possibilidades do homem formiga fazer isso por vários orifícios era de 100%. Como o doutor estranho não pensou sobre isso em vez de ficar caçando outras soluções? A Natacha não teria morrido e todo mundo estaria vivo e feliz. Fora que ele ficou ausente na luta toda por ter de segurar um monte de água aleatória? Enfim, qual era meu pensamento inicial?

XxX

Arrumei a faixa do meu kimono e me sentei no banco de descanso para aproveitar meu intervalo do treino. Hoje eu ainda tenho que passar na casa da Sam, porque prometi que jogaria vídeo game com ela e ainda preciso passar na floricultura e comprar uma muda de flor para tia Cass e deixar na casa da Sam pro Vicent levar para ela quando sair do colégio.

— Descansando? – Minha colega de treino perguntou sentando ao meu lado no banco e assenti pegando minha bolsa que estava embaixo do mesmo para procurar meu celular. – Então... – Começou e lhe olhei curiosa. Acho que o “então...” é sempre um alerta de que a pessoa quer pedir alguma coisa ou perguntar algo que normalmente não perguntaria. – Ela veio para ficar? – Perguntou e franzi o cenho.

— Liane?

— É, essa garota mesmo. – Virou o rosto para o outro lado e cruzou os braços. Por que o interesse repentino na Lily?

— Sim, pelo menos é o que ela me disse. Por quê?

— Só curiosidade. – Murmurou e voltei minha atenção para bolsa, tornando a procurar meu celular. – Ela vai voltar para as aulas? – Continuou e consegui achar meu celular entre o uniforme da escola, o tirando para fora.

— Não por hora. – Contei desbloqueando o aparelho e indo na minha conversa com Vick. Ela me mandou mensagem logo pela manhã e eu precisei pausar minhas respostas para começar o treino. – Ela não quer fazer contato com muita gente antes de se organizar, por quê? – Tornei a questionar. Qual o motivo dessas perguntas?

— Entendi... Mas ela vai passar por aqui outra vez? – Ignorou minha pergunta e lhe olhei com os olhos estreitos. Você quer as minhas respostas e ignora as minhas perguntas.

— Por que você mesma não pergunta pra ela em vez de ficar me interrogando? – Resmunguei começando a digitar minha mensagem pra Vick.

— Eu não estou te interrogando. – Murmurou e revirei os olhos.

— Está me fazendo várias perguntas sobre a minha irmã, é sim um interrogatório. Você nem quer falar porque quer saber e eu preciso continuar te respondendo? – Reclamei e seu olhar desceu para o chão.

— Justo. Eu meio que gostava dela. – Sussurrou e ergui uma sobrancelha parando de digitar minha mensagem. Será que ela é igual a Sara? Que começou a ter interesse na Liane depois de quase ser assassinada? Esse seria o literal de “gosto de apanhar de mulher bonita”?  – Antes dela deslocar meu braço, claro. – Alertou e voltei a atenção para o que escrevia. Ok, então ela tinha uma paixãozinha na minha irmã?

— E agora quer saber sobre ela por quê? – Perguntei terminando de digitar minha mensagem, rindo por receber um emoji de uma carinha dormindo para em seguida sua mensagem aparecer logo abaixo.

[08:34]: Aguardando você terminar de digitar toda série de Game of thrones.

Li e soltei uma risada dando enter para enviar minha mensagem.

[08:34]: Dei uma pausa para descansar. Hoje eu tive de auxiliar umas alunas novas que entraram na turma, então precisei aplicar todos os golpes que aprendi desde o início. Como estava dizendo antes de precisar começar a treinar, nós podemos fazer qualquer coisa que você esteja com vontade. Não tem nada em específico que eu não goste, então acho que qualquer coisa que sugerir eu irei topar de fazer.

Reli o que tinha mandado e voltei a atenção para Jude, que se mantinha quieta no seu lugar.

— Jude? – Chamei e ela suspirou.

— Eu só perguntei porquê... Bom... Sua irmã é muito linda. Parece que o tempo na Itália só fez realçar a beleza dela e... Não sei, talvez eu tenha um pequeno interesse, mesmo que minha cabeça diga que não devo, porque né. – Ergueu o braço pro alto e entendi que ela se referia a Liane ter deslocado ele. – Mas sei lá, eu meio que entendo “porquê” ela fez aquilo. – Murmurou e lhe observei por alguns segundos.

— Quer o número dela?

— Eu? Puff, não, não precisa. – Se levantou e acompanhei seus passos até ela parar na metade do caminho e voltar de costas pra mim. – Mas tipo, se você quiser passar, ou sei lá, anotar aqui na minha mão. – Estendeu a mão para trás e reprimi uma risada antes de pegar uma caneta no bolso exterior da minha bolsa e segurar sua mão para riscar o número de Liane na parte abaixo do seu polegar. – E meio que, uma dica pro que pode chamar a atenção dela? – Pediu e revirei os olhos guardando a caneta de volta. O que essas meninas tem com a minha irmã depois que ela briga com elas?

— Fala logo quem é e evite ficar dando voltas no assunto, ela se irrita se precisar tentar adivinhar as coisas. – Desviei a atenção para meu celular por ele apitar alertando uma mensagem.

— Tudo bem, valeu. – Saiu em uma corridinha e neguei com a cabeça começando a ler a nova mensagem da Vick, visto que ainda não havia respondido a anterior.

[08:38]: Olha só pra ela, toda professora e “faça o que eu mando”. Não tem exatamente algo que eu queira fazer. Nós podemos assistir filme no meu quarto pensar nisso na escola ou sei lá. EU SOLTEI A GALATEIA E ELA VOLTOU! TEM UMA BORBOLETA MORANDO NO MEU QUARTO!!!! Olha só que coisinha mais linda, ela é tão pacífica.

Desci o olhar para foto que ela havia me mandado onde a borboleta estava pousada na sua testa. Sorri carinhosa ao focar no seu sorriso e cliquei para lhe responder.

[08:38]: Como que se cuida de uma borboleta??? Será que ela gostou da flor do meu quarto?

Ri divertida e apertei para lhe mandar um áudio, antes que ela me enviasse meio mundo de mensagens. Vick além de falar muito rápido, digita na mesma velocidade. Muitas vezes é difícil de acompanhar.

Pela mensagem anterior, desculpe. Uma colega de treino veio me perguntar uma coisa e precisei parar de digitar. Sobre o filme, eu gostaria de assistir sim, vai ser muito divertido. Ok, a borboleta tem mesmo o meu nome agora. Seu quarto deve ser um bom ambiente para ficar, por isso ela não quer ir embora. Tia Cass cuida das do jardim dela deixando uma esponja com água de açúcar em um banquinho quando as flores não estão na época de florescer. Com toda certeza ela gostou muito de você, errada não está. Espere um segundo, meu sensei está me chamando, volto já.

Enviei e guardei o celular na bolsa para ir em direção ao meu professor. Não gosto de parar de falar com ela por ter de fazer outra coisa, mas infelizmente preciso faze-lo com frequência.

Victória Pov.

Sorri ao ouvir seu áudio e me joguei para trás na cama, vendo que a borboleta estava outra vez pousada na flor do meu quarto. Será possível que agora terei de tomar conta de uma borboleta? É uma invasora, não quer ir embora do MEU quarto. Meu Deus! A Galateia vai vir aqui em casa hoje à tarde, essa borboleta pode ser de muita ajuda. Porra eu quase morri ontem quando ela me disse que queria ser minha amiga.  A GALATEIA! Acho que de todas as conquistas da minha vida, saber que ela queria ser minha amiga foi a melhor delas. A gente acabou que almoçando juntas também, e foi super divertido.

Infelizmente quando chegamos à escola, Débora veio até a sala me puxando pela orelha e me obrigando a ir com ela até o ginásio ajudá-la a ensinar os alunos do primeiro ano a nadar direito. Graças a essa idiotice, passei o resto do dia sem falar com a Galateia. No final do dia meu celular tinha quase 200 mensagens do Vicent, sem mentira. Cara... Eram 153! E dessas 153... 10 eram da Galateia. Ela havia me enviado uma mensagem, curiosa com o que eu fazia, dizendo que não era para matar ninguém afogado ou algo do tipo, nas outras 9 ela havia escrito “Boa sorte” em todas as línguas oficiais. O que posso dizer sobre isso? Apenas que ela é fofa demais.

No fim do dia eu estava tão cansada que fui para sala de aula só pegar minha mochila e me despedir dela antes de ir desmaiar no carro da Vanessa a esperando terminar seus documentos e me trazer pra casa. Depois que cheguei em casa ainda tentei falar com Galateia um pouco, mas fui informada que iria sair pra tomar sorvete com a irmã. Preciso me lembrar de perguntar mais sobre a irmã dela. Quantos anos ela tem, uns 15? Enfim, sem muita alternativa, sendo que estava morrendo de sono, aproveitei a ausência dela para dormir até hoje de manhã. Agora estou aqui, que nem uma trouxa esperando-a ficar livre para me enviar mais mensagens.

— Essa borboleta vai sair daí não? – Jhu perguntou da porta do quarto e lhe olhei divertida. Acho hilário ela ter medo de borboleta.

— Vai não, é meu novo cão de guarda. – Brinquei e fui até a flor onde ela estava pousada. – Acho que ela tá se alimentando dessa flor. Tem esponja aqui em casa?

— Esponja? Tipo de lavar louça?

— Sim, mas sem ser usada.

— Tem na gaveta do armário. Pra quê?

— Galateia disse que é pra colocar água com açúcar em uma espoja e dá pra borboleta se alimentar. – Peguei o bichinho no dedo e Jhu me olhou como se eu fosse uma entidade diabólica.

— Vai alimentar esse monstro?

— Menina? É uma borboleta! E acho que ela gosta de mim. Galateia falou que isso era óbvio e me comparou com uma flor. – Contei observando como a borboleta era bonita.

— Essa merda não é bonita. Você só foca nas asas! Pega uma lupa e olha a cara desse bicho, parece um demônio.

— Se você colocar uma lupa na sua, também vai parecer um. – Impliquei e seus olhos se estreitaram.

— Aguarde, Vick. – Ameaçou saindo do quarto e ri sozinha colocando o inseto de volta na flor ao ouvir meu celular notificar uma mensagem da Galateia. Corri até minha cama e me joguei sobre o colchão para pegar o aparelho e desbloquear.

[08:58]: Minha aula acabou. Estou livre até chegar na casa da Sam.

Li o conteúdo da mensagem e fiz uma careta em desgosto. Meu Deus! Galateia está sempre ocupada.

[08:59]: Isso, me abandona de novo. Vai ser assim agora? Quando eu estiver te esperando no altar você irá se ocupar com outra coisa? Não é justo, preciso de mais amor, tá muito pouco.

Reclamei e quase deixei meu celular cair no chão por ele vibrar e notificar uma ligação dela. Porra! Do nada fez cosplay de peixe. Que susto do caralho.

Em primeiro lugar, você jamais esperaria no altar, porque eu não iria sair dele por nada. Segundo, sinto muito por ficar ausente algumas vezes, mas as sextas são corridas pra mim, ontem foi um acaso. Terceiro, eu te dou todo o meu amor. – Falou assim que atendi, me impedindo de dizer qualquer coisa. – Quarto, bom dia. – Saudou e abri um sorriso de orelha a orelha. Por que ela é tão fofa?

— Então quando nos casarmos, você trate de chegar logo. Você fica ausente porque é uma bobona, me abandona, deixa largada. Tô vendo esse amor todo aí, imagina se não me amasse, ia falar com você uma vez por mês. – Impliquei e ouvi sua risada alta.

Mas você é muito carente.

— Na verdade eu não sou não, mas tipo, é você né? Quem em faculdades mentais que preste, iria querer passar um momento sem sua atenção?

— Você tem minha atenção o tempo todo, até quando não quero te dar atenção você fica na minha cabeça.— Reclamou e arregalei os olhos por meu coração errar as batidas. GAROTA!

— Hummm então fica pensando em mim, é? Que tipo de pensamentos pervertidos anda tendo comigo, senhorita Galateia? - Provoquei para camuflar minha euforia. Ela fica pensando em mim? Porra, é um grande alívio, já que eu passo o dia todo com essa garota na minha cabeça.

— Se eu te contasse, teria que te matar.

— Ah não! Eu batizei uma borboleta com o seu nome, UMA BORBOLETA. Só me falta usar uma coleira dizendo que pertenço a você. – Reclamei e ouvi sua risada.

— Por essas e outras razões que você é minha pessoa favorita.— Arregalei os olhos em desespero total com a informação que foi jogada na minha cara. PESSOA FAVORITA? Pelo amor de Deus, Galateia! O que essa menina quer fazer comigo? Me matar do coração? Não é possível.

— Cala a sua boca que você é a minha pessoa favorita nessa porra de mundo.

— Mas meu Deus, você é muito violenta. Não pode ser a minha pessoa favorita?

— Mas é claro que eu posso. Somos casadas, esqueceu? É minha esposa. O que vai fazer agora, esposa? – Puxei um travesseiro para colocar atrás da minha cabeça e olhei para o teto claro devido a janela aberta.

— Estou entrando no carro para ir ver a Sam. O que você vai fazer agora?— Perguntou de volta e pude lhe ouvir desejar bom dia ao motorista.

— Eu vou chorar a sua falta em posição fetal.

— Aí não, que terrível. Por que não vem ver a Sam também?— Convidou e me sentei em um solavanco sobre a cama.

— Você tá falando sério? – Não acredito que ela está me convidando para ir visitar a Sam com ela.

— Claro que é sério. Quer que eu te busque?— GAROTA!

— Vacilou, eu quero! Trate de vir me buscar que enquanto isso tomo banho e me arrumo. – Me levantei indo na direção do banheiro e ouvi sua risada. Meu Deus, que risadinha mais fofinha.

— Tudo bem, chego aí hem... Um segundo. Qual o tempo até o condomínio da Victória? – Perguntou ao motorista.

— O GPS está dizendo 38 minutos.— Alertou e franzi o cenho. O GPS? Eu não falei meu endereço de novo. Ele salvou minha localização no GPS do carro dele? Por quê?

— Chego em duas horas e quarenta minutos. Vou passar no psicólogo que é no caminho e já fazer minha sessão de hoje, porque como vou pra sua casa depois, não farei no horário normal. Acho que comerei alguma coisa também, tudo bem?

— Tudo maravilhoso, vou tomar um banho, comer, me vestir e desço para te esperar. Não necessariamente nessa ordem. – Alertei já programando o que eu conseguiria fazer no tempo que terei até ela chegar.

— Tá bom, não vou avisar pra Sam que irei te levar, ela vai ficar muito feliz se te ver de surpresa. Vou desligar agora, beijos.

— Sam é um amor. Beijos, te vejo daqui a pouco. – Encerrei a ligação e coloquei o celular sobre meu computador para dar vários pulos pelo quarto. - ELA ME CONVIDOU PRA IR JUNTO! CARALHO, ELA VAI VIR ME BUSCAR AAAAAAAAAAH.

— PARA DE GRITAR, SUA DOIDA. – Jhu gritou da sala e fiz uma careta parando de pular e indo para o banheiro pra tomar meu banho. Ela vai me buscar, vou morrer de amores.

XxX

Coloquei minha mochila no chão e amarrei o cadarço do meu all-star pela segunda vez desde que saí de dentro de casa. Fiz o laço bonitinho e ergui a cabeça pelo carro estacionar literalmente na minha frente e o vidro da janela de trás ser abaixado.

— Não precisava se ajoelhar. – Galateia falou apoiando ambos os braços na janela e deitando a cabeça sobre eles, deixando um sorriso lindo em seus lábios.

— Ah não? Quer que eu me arraste de joelhos até aí? – Brinquei e ela riu se afastando da janela para abrir a porta.

— Venha. – Chamou e sorri me levantando para pegar minha mochila no chão e entrar no carro. – Oi. – Saudou com um sorriso e me inclinei em sua direção, beijando seu rosto e lhe abraçando pelo pescoço.

— Oi e oi. Olha só, toda poderosa nesse kimono. – O puxei para frente e ri da sua careta por eu bagunçar sua roupa. – Você usa alguma coisa por baixo? – Perguntei tentando espiar e ganhei um tapa na mão.

— Garota? – Puxou o kimono o fechando direito e ri alto por ela manter a mão protegendo o local com o rosto vermelho.

— Pela sua reação, não usa não. - Mexi as sobrancelhas e suas bochechas ficaram ainda mais vermelhas

— Você tem curiosidade com cada coisa.

— Isso é algo importante para ter curiosidade.

— Hummm. Eu uso sim algo por baixo. É obrigatório para as meninas usar um top elástico.

— Cadê?

— Eu não vou te mostrar. – Fez bico e cruzei os braços.

— Por que não?

— Porque é indecente. – Corou e lhe puxei na minha direção para lhe abraçar apertado.

— Deus me dê forças para aguentar tanta fofura. Indecente, pelo amor, você é um nenê. – Apertei sua cabeça em meu peito e ela se afastou emburrada.

— Para com isso, chata. – Reclamou arrumando o cabelo que eu havia bagunçado ao lhe abraçar e coloquei a mão no peito me fazendo de ofendida.

— Como ousa? Eu te dou amor e você me xinga.

— Eu não te xinguei. Chata não é um xingamento.

— E se eu achar que é?

— Eu te pediria desculpas com todo o arrependimento do mundo. – Lhe olhei em silêncio por um momento e sorri. Galateia é adorável de todas as formas possíveis.

— Não acho que seja, só estava brincando com você. Antes de sair de casa eu alimentei a Galateia! – Contei em um pico de animação e notei que o carro estava em movimento desde que fechei a porta.

— Ela comeu direitinho?

— Comeu, estou achando que ela vai morar na flor do meu quarto. Kiss só não pode matar ela. – Lembrei e arregalei os olhos logo em seguida. - Porra, me esqueci totalmente do demônio que chamo de cachorra.

— Tem uma cachorrinha? – Seus olhos brilharam ao perguntar e sorri.

— Tenho sim. Você vai poder conhecer hoje, ela, meu quarto, sua cunhada, meu pai, Vanessa no seu habitat natural, meu espelho infinito, meus joguinhos do computador, a borboleta e eu um pouquinho mais. – Pontuei contando nos dedos e lhe olhei divertida, vendo que seus olhos estavam fixos no meu rosto e um sorrisinho ocupava seus lábios. – O que foi?

— Nada. – Riu e pegou o celular na sua bolsa. - Só ansiosa para conhecer minha cunhada. – Piscou e por um momento parei de respirar. Mas que caralho, eu disse cunhada? Porra. – Será que ela fala rápido que nem você? – Perguntou concentrada no celular e franzi as sobrancelhas.

— Eu falo rápido?

— A pergunta deveria ser se você consegue falar devagar. – Riu baixinho e me olhou rapidamente. – Na maioria das vezes parece que está cantando rap. – Brincou e ri lhe empurrando pelo ombro.

— Ridícula. Eu não falo tão rápido assim.

— Amorzinho, você fala. – Mantive o sorriso congelado no meu rosto ao ouvir como ela me chamou. – Tem vez que eu me pergunto se você está ou não respirando. – Continuou e bloqueou o celular o deixando no suporte ao lado da porta antes de se espreguiçar. – Estou com sono, posso te usar como travesseiro? Vai demorar um pouco para chegarmos. – Hã?

— Travesseiro? Mas é claro! Vem cá, vou ser o melhor travesseiro do mundo. – Abri os braços em sua direção e sorri por ela me abraçar antes de deitar no meu colo e fechar os olhos. Porra, Galateia! A garota que eu achava ser impossível de alcançar ou falar, está nesse momento deitada no meu colo. Eu sou muito sortuda, não é possível.

XxX

Fechei os olhos bocejando sonolenta e voltei a fazer carinho no cabelo da Galateia, que dormia deitada no meu colo e com o rosto escondido no meu abdômen. Movi meus dedos lentamente os enfiando entre as mechas castanhas e desviei a atenção para o compartimento do motorista, que se abaixou lentamente revelando o senhor de idade.

— Senhorita Galateia, chegamos. – Alertou e olhou pelo espelho retrovisor vendo que ela dormia. – Senhorita Victória. – Sorriu e lhe retribuí antes de olhar para Galateia e descer minha mão para seu rosto, acariciando suavemente para lhe acordar, vendo que o compartimento se fechava outra vez.

— Tum, tum, tum, meu coração por você faz tum, tum. – Cutuquei sobre sua bochecha e suas sobrancelhas se enrugaram antes da sua cabeça se afastar e seus olhos se abrirem levemente. Foquei nas írises azuis e ela sustentou meu olhar.

— Faz tum, tum é? – Perguntou se erguendo com um sorriso e meu olhar desceu para seus lábios.

— Faz sim. – Sorri e um dos seus braços apoiou no banco atrás das minhas costas e involuntariamente meu coração disparou por isso deixar seu corpo mais próximo do meu.

— Isso é interessante. – Se aproximou mais e apertei as mãos na barra da minha saia do uniforme. Caralho, caralho e caralho. – O meu também faz tum, tum as vezes. – Voltou a sorrir e engoli em seco. Porra, tum, tum é pouco pro meu coração agora.

— Só as vezes? Eu sei que você é secretamente apaixonada por mim. – Tentei brincar. – E o seu coraçãozinho dispara sempre que estou por perto.

— A é?

— Uhum, mas saiba que sou uma garota muito difícil. Não é simples me enfeitiçar com esses seus olhinhos azuis. – Bati o dedo indicador em seu nariz e ela riu. Porra, se ela não estivesse brincando comigo, sem dúvida estaria beijando a sua boca nesse momento. Não é simples o caralho, basta continuar respirando normalmente do meu lado. Diabo de garota cheirosa.

— É uma pena, então acho que terei de me esforçar mais.

— Bastante. – Menti soltando o ar por seu corpo se afastar de mim. Bastante... Só ela falar que não está brincando comigo que me jogo em cima dela no mesmo instante.

— Tudo bem, vou pensar em uma solução pra esse problema terrível que me impede de beijar a sua boquinha. – Abriu a porta do carro e fiz o mesmo com a minha. Essa desgraçada sabe jogar.

— Quem vê, até pensa que é do vale. – Murmurei fechando a porta e olhando para frente, estranhando estarmos em frente a papelaria onde nos vimos pela primeira vez fora da escola.

— Então estou fazendo certo, porque eu sou. – Veio para meu lado e pela segunda vez meu coração disparou. O quê? ELA DISSE “EU SOU”? CARALHO, PORRA, INFERNOOOO AAAAAAAAH!

— Não fode comigo, garota. – Falei lhe olhando perplexa.

— Até gostaria, mas você é uma garota muito difícil. – Piscou saindo na frente e fiquei no mesmo lugar, travada feito um poste. MAS QUE PORRA ACABOU DE ACONTECER AQUI? – Você não vem? – Chamou da porta com um sorrisinho e assenti ainda sem sair do lugar. Quê???


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Notas finais do capítulo

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