Mirror Myself In You escrita por LadyDelta


Capítulo 26
Just the two of us


Notas iniciais do capítulo

Buenas noches! Olá, cumu que vai? Então, eu sumi, sei disso. Se tu me conhece lá pelo twitter, sabe porque, mas se não, digo agora.

Sei que estava programado uma semana boiolinha, mas ela não aconteceu por motivos de: Minha mãe pegou covid, ficou mó tempo bem mal e eu não olhei pro lado do meu computador e nem nada na minha vida durante esse tempo. Ela melhorou semana passada e hoje está bem melhor.

Enfim, foi muita loucura por aqui e a semana boiolinha teve ser adiada. Eu até faria ela essa semana agora, mas organizando os capítulos aqui, percebi que, são grandes demais para uma semana boiolinha, então irei postar um hoje e um capítulos bônus até quinta and, o capítulo de quinta.

Então em vez de ser a semana boiolinha como estava programado e seguindo os acontecimentos da história nesses próximos capítulos... A semana boiolinha será substituída por uma chamada "semana Paulina Bracho and Paola Bracho" porque assim como elas, metade é boa e metade é malvada. E sim! Eu gostava da Usurpadora, me julgue.

Preparada? Eu sei que não.

Tirando dúvidas aqui, sim! A cena do armário segue viva na parte da Paulina. Não gostasse do nome da semana? Tô nem aí.

Extra: EU SEI QUE NÃO RESPONDI OS COMENTÁRIOS, JURO QUE FAREI ISSO. NÃO DESISTE DE MIM, POR FAVOR.

Sem mais delongas, uma ultima explicação.

A música para esse capítulo é do Grover Washington Jr, mas eu queria o cover dela que é feito pela Lucy Ellis, mas como o Spotify não me permite colocar o cover dela na minha playlist cheirosa, vai ser ela no Youtuber e no Spotify ficará a versão original, bom que a assim tu escolhe qual curte mais, se não gostar de nenhuma, problema não é meu.

Enfim.

Música para o capítulo:

Grover Washington Jr - Just the two of us

Ou

Just the two of us - Lucy Ellis

Playlist da história.

YouTube:

https://www.youtube.com/playlist?list=PLqzyWlKccLfamc0Zj0ZnRquCAmLaa_Den

Spotify:

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Dito isso

~Boa leitura.



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Victória Pov.

Segurei a mochila em minha mão um pouco mais firme e entrei na biblioteca em silêncio, cumprimentei a bibliotecária com um aceno de cabeça e fui para onde deveria me encontrar com a Galateia, já que ela sempre está aqui nas quintas, não demorando para vê-la sentada em sua posição perfeita de sempre. Suspirei deixando a mochila no chão e caminhei em sua direção, me sentando no sofá em silêncio do seu lado.

Já se passou quase duas semanas desde o nosso trabalho de química e Galateia está a cada dia mais carinhosa comigo, no entanto, desde a semana passada que estou me sentindo estranha. Ela continua brincando de flertar comigo, mas me lembrei de algo que tinha evitado não pensar. Galateia já gosta de uma pessoa, então é impossível que esteja flertando de verdade comigo, por isso que já faz uma semana que estou evitando brincar de volta, porque sinto que só vou me machucar nisso, já que, se ela gosta de outra pessoa, não tem a mínima possibilidade de alguma coisa surgir disso. Só estou me iludindo com o carinho que ela tem comigo e começando a confundir as coisas, vendo algo a mais em um momento em que ela só está brincando.

— Hum... Chegou quietinha. O que foi? – Perguntou fechando o livro para me olhar. Virou padrão eu vir na biblioteca toda quinta-feira, já que depois que descobri a rotina da Galateia, não poderia continuar vindo as terças.

— Estou meio desanimada hoje. – Murmurei me escorando para trás no sofá e sua expressão se tornou preocupada.

— Está doente?

— Nha, só desânimo mesmo.

— Quer um abraço? – Perguntou e assenti rapidamente, me movendo para lhe abraçar apertado, fechando os olhos por ela começar um carinho em minha cabeça. Eu gosto do jeito que ela me da carinho o tempo todo.

— Posso ficar assim por mais tempo que o comum? – Sussurrei e ouvi sua risadinha.

— Carente?

— Sim! Muito. – Lhe abracei mais forte e tornei a fechar os olhos. – Mas como não quero atrapalhar a sua leitura, pode voltar a ler. – Alertei e ela negou com a cabeça.

— Nem pensar, se você quer carinho, não vou ficar lendo.

— Eu me deito aqui no seu colo e você pode me dar carinho e continuar sua leitura sem te atrapalhar. – Propus e ela assentiu. Sorri contente e deitei a cabeça em suas coxas, mantendo o sorriso por sua mão vir direto ao meu cabelo para iniciar um carinho. - Nossa! É um dos que te indiquei? – Perguntei ao prestar atenção na capa do livro quando ela o abriu de novo.

— É sim, até o momento estou gostando muito. – Sorriu me olhando rapidamente e fiquei admirando seu rosto quando voltou a ler. Deus, Galateia é extremamente branca.

—  Tão séria. – Resmunguei levando o indicador em sua bochecha e a apertando de leve, rindo baixinho da sua caretinha. 

— Você veio aqui para me atormentar? – Perguntou num tom brincalhão e ri alto, me arrependendo logo em seguida. Esqueci que isso aqui é uma biblioteca. 

— Claro. – Estiquei ambas as mãos e apertei os lados do seu rosto, rindo pelo biquinho que a obriguei fazer. – Que boquinha bonitinha. – Fiz a voz que uso para brincar com minha cachorra e ela negou com a cabeça se soltando e sorrindo.

— Você é uma chata, sabia? – Perguntou divertida e assenti. 

— É um dos meus dons. 

— Oh! Que dom maravilhoso, não? Vai continuar explorando ou me deixar ler? 

— Hm... Estou dividida. – Brinquei e ela negou com a cabeça voltando a ler. Fiquei analisando sua expressão e me atrevi a levar o indicador em sua bochecha de novo, tornando a cutucar, só que, dessa vez ela fingiu que eu não lhe fazia nada. - Ah! Depois eu que sou chata. – Resmunguei fazendo meus dedos andarem por seu braço e ela soltou um suspiro antes de deslizar a mão livre para meu cabelo, a qual peguei para brincar com seus dedos, balançando alguns deles. Sua atenção se manteve no livro e estreitei os olhos por uma vontade súbita de beijá-la me dominar. Caralho, muito linda, pelo amor de Deus. Soltei um suspiro pesado por saber que não conseguiria o que queria, então abri a boca, guiando sua mão ali e mordendo o dorso do seu polegar com certa força, rindo do sobressalto que ela deu.

— VICK! – Gritou sacudindo a mão e caí na risada. – Poxa, doeu. Tá doendo. Meu Deus, olha as marcas dessas navalhas que você chama de dente. – Reclamou e peguei sua mão de volta, beijando sobre a marca.

— Desculpa, me deu vontade de te beijar. – Falei e arregalei os olhos por ela me olhar em surpresa. – Morder! Pelo amor de Deus, me deu vontade de te morder, então mordi. – Falei em pânico por ter soltado a frase sem perceber, porra. Eu tenho demência.

— Hm... – Murmurou e cobriu meu rosto com a mão, apertando minha cabeça em suas pernas. – Pra aprender e parar de ser um cachorrinho. – Reclamou e ri mordiscando a ponta do seu dedo. – Para com isso. – Murmurou e juntei nossas mãos para testar o encaixe.

— Não vou fazer mais. – Garanti, sorrindo por sua carinha séria voltar a se concentrar no livro. Foquei na sua expressão de sobrancelhas franzidas e subi a mão para seu ombro, segurando ali e conseguindo o apoio para me erguer e beijar seu rosto com carinho e, a reação dela foi colocar uma mecha do cabelo atrás da orelha sem desviar os olhos do que lia. Sorri perversa e me aproximei sorrateiramente mordiscando o lóbulo da sua orelha. Ela permaneceu estática no mesmo lugar, embora esperasse uma reação de raiva, choque ou recusa, seu rosto apenas ficou mais vermelho que um tomate. - Não tem graça brincar com você. – Murmurei me deitando de volta e focando no teto, arregalando os olhos por seu rosto se abaixar próximo do meu e seus lábios tocarem minha testa com carinho, para em seguida beijar ambos os lados do meu rosto.

— Pronto? Teve sua atenção? – Perguntou e foquei no seu rosto, sorrindo por sentir seu perfume por precisar respirar, fazendo contato direto com seus olhos azuis.

— Uhum, atenção recebida. – Falei divertida.

— Certo. Você quer chocolate? – Se endireitou e se inclinou para pegar sua bolsa ao lado do sofá.

— Eu estou enjoada de comer chocolate. Não gosto de doce. – Confessei e ela me olhou surpresa.

— Que absurdo é esse de não ter amor próprio? – Perguntou achando a barrinha de chocolate na bolsa e me olhando carinhosa. Espera! Ela acabou de me comparar a um chocolate? Engoli em seco e me sentei. Lá vem ela de novo, flertando comigo.

— Vou comer uns 200 também. – Tomei o chocolate da sua mão e seus olhos se arregalaram.

 — Hey! E isso agora? Acabou de falar que não gosta. 

— É! Mas eu não suporto mais ficar esperando meu desejo se realizar. Isso está demorando muito. – Resmunguei enfiando a barrinha toda dentro da boca e mastigando. 

— Nossa, Vick. Tem nem três semanas que fez seu pedido. 

— Como assim não tem nem três semanas? Cara... Tá pra fazer um mês e meio e ainda não ganhei o meu beijo. – Murmurei exagerando no tempo e ela deu um sorrisinho de lado. 

— Ora, ora, ora! Então você quer ser beijada? – Arregalei os olhos e tampei a boca com minha mão direita. Droga! Que boca maldita. - Qual é! Você desperdiçou um desejo para pedir um beijo? Sério isso? – Perguntou erguendo uma sobrancelha e corei olhando para outro lugar sem ser para seus lindos olhos azuis. 

Galateia Pov.

Quando saí de casa hoje, tinha duas coisas em mente, tentar falar com minha mãe na intenção de fazer algum contato com ela e tentar descobrir porque que de uns dias para cá a Vick parece meio “estranha” com minhas brincadeiras, não que ela deva sempre retribuir todas elas, mas ultimamente ela não parece querer retribuir nenhuma. Eu estava com muito medo dela ter começado a desgostar de mim, mas agora, do nada ela soltou que o seu desejo era ser beijada! No seu sonho ela disse algo sobre beijo também.

O desejo dela era que eu a beijasse? Se era, coisa que já fiz e me envergonho e arrependo profundamente, porque ela de repente parece estar me evitando? Será que confundi tudo e ela gosta de outra pessoa e eu me convenci de que era de mim para me sentir mais querida? Não seria nenhuma surpresa, já que de acordo com meu psicólogo eu “tenho a vontade e o desejo de ser compreendida e aceita”. Devido a isso, será que apostei todas as minhas fichas em algo que não era certo? Mas se eu estiver errada, posso continuar tentando, não é? Quer dizer, nada me impede de continuar jogando minhas fichas e apostando nela.

— Algum problema com o meu desejo? – Perguntou emburrada e sorri. Talvez eu descubra se ela gosta realmente de mim ou me confundi se continuar mantendo esse assunto. 

— Nenhum, mas se o problema é ganhar um beijo... Eu deveria te beijar? – Perguntei sentindo minhas mãos levemente trêmulas e os olhos verdes se arregalaram.

— Qu-quê? – Gaguejou e fechei o livro para lhe olhar e evitar que visse como minhas mãos tremiam.

— Seu desejo é ser beijada, não é? Eu te beijo e realizo ele?

— Se quiser me ver cair dura e estirada nesse chão sem sinais vitais, pode fazer isso. Porque eu obviamente vou desmaiar se uma deusa como você ousar me beijar. – Falou rápido e cheguei mais perto do seu corpo, apoiando o braço no encosto do sofá. Isso significa que ela me acha no mínimo atraente. Quer dizer, ela já disse isso umas vezes, mas com seu comportamento recente, as chances de estar brincando são grandes.

— E se não cair dura? É só um beijo. – Tentei, sorrindo por sua surpresa pela minha aproximação sorrateira, apoiando a mão em meu peito para me afastar para trás. Ela está com raiva ou nervosa?

— Tem um limite para suas brincadeiras. – Sussurrou e arregalei os olhos em descrença. Oh... Então ela está brava. Estou sendo oficialmente rejeitada? – Se me beijar eu vou me apaixonar e isso vai ser muito inevitável da minha parte. – Sussurrou e lhe olhei em silêncio. Se apaixonar? Espera, então ela realmente gosta de mim e acha que tudo que faço é brincadeira? - Qual foi o seu desejo? – Perguntou mudando de assunto e lhe olhei com os olhos estreitos por fugir da situação. Garota, eu quero ter certeza dos seus sentimentos, não fica pulando de um assunto pro outro feito um grilo.

— Eu deveria contar por quê... 

— Porque somos amigas. E! Você descobriu o meu. – Pontuou e acabei rindo. Eu descobri?

— Eu não descobri o seu, foi você quem contou. 

— Dá no mesmo! Agora me conta o seu, senão o meu não se realiza. – Murmurou de braços cruzados e neguei com a cabeça. Não se realiza porque você não quer, sua ridícula.

— Eu não vou te contar. E se realiza sim, acabei de me oferecer e você me chutou, maldade.

— Ok! Eu não queria saber mesmo. E não vou mais flertar com uma pessoa que gosta de outra. – Falou se erguendo para ir procurar um livro e olhei para o local pelo qual ela saiu em extrema surpresa. Gostar de outra pessoa? O quê? De onde que ela... Ó! Nossa primeira conversa nessa biblioteca. Eu me referi a ela como outra pessoa, porque não fazia ideia de como a cabeça dela estava funcionando. Agora ela acha que gosto de outro alguém? PORRA! FAZ TODO SENTIDO ELA CORTAR OS MEUS FLERTES! Pelo amor de Deus, mas que inferno. O que diabos faço agora? Ela está me cortando por isso? Acha que gosto de outra pessoa e fico flertando com ela?

— Maldição. – Reclamei e procurei meu celular na bolsa, buscando minha conversa com Liane, digitando uma rápida mensagem.

[09:45]: Preciso da sua ajuda.

Enviei olhando para trás, vendo que Vick procurava um livro entre as seções. Mas que droga. Como que as coisas chegaram a isso? Ela deve estar me achando uma escrota.

[09:45]: Eu sabia que chorar e me lamentar em posição fetal traria recompensas. O que você precisa da sua irmã superprotetora que faria e fará qualquer coisa por você?

Mandou de volta e neguei com a cabeça soltando uma risadinha. É muito difícil evitar um pouco a Liane quando ela sabe exatamente como me fazer rir. Querendo ou não, sei que ela realmente faria qualquer coisa por mim e é isso que não me permite me manter longe dela, não sabendo que está na cidade.

            [09:49]: Vick acha que eu gosto de outra pessoa, porque quando nos falamos antes, me referi a ela como “pessoa” no diálogo, justamente porque não fazia ideia de como ela se sentia sobre mim. Então... Se ela gosta mesmo de mim, deve estar me achando uma babaca agora, porque disse que não irá flertar com uma pessoa que gosta de outra. O que eu faço?

[09:49]: Lembra da conversa que tiveram no dia que disse pra ela que gostava de “outra” pessoa?

[09:50]: Sim.

Respondi e voltei a olhar para trás, vendo que ela se decidia entre dois livros que segurava, cada um em uma mão.

[09:51]: Volte nesse assunto de uma forma sutil e informe que desistiu da pessoa em questão, mesmo que essa pessoa seja ela. O ponto de vista não é o mesmo para vocês e se quer se aproximar dela sem revelar o passado de vocês, esse é o único jeito. Precisa dar a entender que seus sentimentos estão livres e se ela gostar de você, vai entender isso como sinal verde para avançar.

[09:52]: Tudo bem. Obrigada, Lily. Isso me ajudou bastante.

[09:52]: Sendo assim, pode tomar sorvete comigo hoje à noite?

Pediu e sorri para mensagem, começando a escrever minha resposta, parando por Vick voltar e se sentar ao meu lado de novo, segurando um dos livros que decidia sobre.

— Qual livro pegou? – Perguntei fingindo estar concentrada no meu livro e ela me olhou com os olhos estreitos.

— Não vou te falar. Descubra sozinha. – Murmurou e ri baixinho. Não acredito que ela consegue ser fofa desse jeito.

— Não me diga que está pegando pirraça comigo porque não quero te contar o meu desejo? – Perguntei e ri da sua carinha brava. Pelo amor de Deus, meu coração não aguenta.

— Humpf. – Virou o rosto para o outro lado, abrindo o livro para começar a ler. Sorri e estiquei meu dedo para cutucar sua bochecha algumas vezes.

— Qual é, Vick. Sabia que você parece uma criança? 

— E o Kiko? – Murmurou focando na sua leitura e suspirei. Talvez eu deva dar um tempinho para ela?

— Sério que vai ficar emburrada? – Perguntei, mas não obtive resposta. – Certo, faça como quiser. – Murmurei e voltei a minha mensagem com Liane.

[10:01]: Podemos, irei comprar milk-shake pra nós.

Enviei e olhei de canto de olho quando Vick se inclinou um pouco para ver o que eu fazia.

— O que você está fazendo? – Perguntou curiosa e me virei para o outro lado não lhe respondendo. Dois podem jogar esse jogo. - Eeeeh? Isso não é justo. – Resmungou colocando seu livro sobre a mesa e se apoiou em meus ombros tentando ver o que eu fazia.

— Um pouco de privacidade, por favor. – Pedi quando o celular alertou uma mensagem da minha mãe, respondendo algo que eu havia perguntado hoje de manhã. No entanto, Vick sacudiu meus ombros de um lado para o outro em pura implicância, me atrapalhando de ler o conteúdo.

— Você deixou de ter privacidade quando assinou seu contrato de amizade comigo. 

— Sério? Nossa! Onde eu assino para cancelar esse contrato? – Reclamei em um tom divertido e ela bufou.

— Não tem como cancelar, é pra vida toda. – Falou manhosa.

— Ah não! Não me diga que eu fui enganada? Você me deu calote, que merda. – Continuei com meu tom divertido enquanto lhe empurrava para trás e tentava digitar ao mesmo tempo.

— Galateia! Chataaaaa. – Reclamou e ri alto, parando de tentar lhe impedir de me empurrar, o que a fez se desequilibrar e cair deitada no meu colo. – Não acredito que você me soltou! Eu podia ter caído no meio do chão, quebrado meu pescoço e morrido. – Falou com a voz aguda e voltei a rir

— Vocês poderiam fazer silêncio? – Corei ao ver a bibliotecária chamar nossa atenção. 

— Tudo sua culpa. – Acusei quando Vick conseguiu se levantar e ela me olhou como se a qualquer momento fosse me matar. Iiiih ficou brava. 

— Minha culpa? – Bradou um pouco alto demais e indignada. 

— Senhorita. – A bibliotecária reclamou de novo e ela fez um bico de todo tamanho. 

— Eu vou ficar quieta. – Resmungou cruzando os braços, e quando se virou para mim eu sorri divertida.

— Onw! Ela vai se comportar. – Coloquei a mão em sua cabeça fazendo carinho. - Boa garota. – Usei uma voz melosa e ela semicerrou os olhos.

— Impressão minha ou está me comparando a um animal de estimação? – Perguntou ainda mais indignada e suspirei. Ok, ela não quer brincar, tudo bem.

— Eu só estava brincando, mas deixa pra lá. – Parei o carinho e voltei a atenção para o meu celular.

— Eu posso ser um. – Falou rápido e voltei a abrir a conversa com minha mãe.

— Um o quê? – Me fiz de desentendida, tentando ler do que se tratava a mensagem dela. 

— Deixa pra lá. Pelo jeito você é hipócrita. – Reclamou e bloqueei o celular para lhe olhar em descrença. O que diabos ela tem hoje? 

— Hipócrita? Por quê? 

— Eu não gosto de tecnologia. – Imitou com uma voz fina e sorri.

— Eu não falo com essa voz fina, ok? E sim! Eu continuo não gostando de tecnologia. 

—Jura? Imagina se gostasse. – Sussurrou pegando o livro de antes para ler e suspirei. Ela não está normal hoje.

— Estou falando com a minha mãe. Pedi algo para ela hoje de manhã e ela finalmente está me dando uma resposta. – Alertei e seu olhar desviou do livro para mim, um sorriso carinhoso surgindo nos seus lábios.

— Desculpa, eu estou de TPM, estou carente. – Confessou e sorri passando o braço por seu corpo e lhe abraçando. – Sinto muito incomodar você.

— Você não me incomoda. – Sussurrei beijando sua testa e olhei para tela do celular outra vez, voltando a tentar ler o conteúdo da mensagem. Sorrindo por Vick sorrateiramente passar para o meu colo e esconder a cabeça no meu peito. Caralho, eu vivi para ser abraçada desse jeito por essa garota. A primeira vez que puxei ela pro meu colo, ela pouco faltou para sair correndo, agora faz por livre e espontânea vontade. Eu amo isso.

F- como mãe:

[10:03]: Creio que apenas quarta-feira poderei concluir, no entanto, se for algo muito urgente, garanto terminado no fim de terça. Qual a importância?

Li sua resposta e suspirei. Eu não preciso da sua ajuda se for demorar 7 dias para poder me ajudar.

— Vick... – Chamei e ouvi seu murmuro no meu pescoço, já que estava abraçada comigo que nem um filhote de coala. - Como é a sua mãe? – Perguntei curiosa, já que não moram mais juntas.

— A minha mãe? Hã... Diria que é uma versão adulta minha. – Contou e sorri, isso é meio óbvio que é. Valquíria é extremamente linda. Acho que a única diferença dela para a Vick, é que seus olhos verdes são escuros e parecem ter uma aureola negra envolta da íris, já Vick tem olhos tão clarinhos, parece uma folhinha nova.

— Não era fisicamente, mas... Socialmente? – Perguntei confusa com a palavra que queria encontrar para explicar minha pergunta. – E como ela é com você?

— Ah! Bom... Ela é legal! Não tem o meu senso de humor, mas é legal. Mandona, perfeccionista com os detalhes da coleção dela. – Murmurou e sorri. – A é! Minha mãe tem uma grife de roupa, ela faz roupas bem do seu estilo. – Falou divertida e brincou com o tecido do meu uniforme. - Gosta de músicas horríveis, comidas que me dão nojo e se veste como uma madame, mesmo morando em um sitio. – Sussurrou em desgosto e acabei rindo.

— Você não gosta do interior, né? – Perguntei e a mesma negou várias vezes com a cabeça.

— Eu não me dou bem com terra, quer dizer, acho que teve um tempo que eu gostava, mas as coisas pareciam tão estranhas por uma época, que era como se eu não devesse ficar lá, então... Aqui estou. – Sorriu e fiz o mesmo. É estranho ela não gostar da fazenda, visto que quando criança, ela pouco faltava pra tomar banho de lama com os porcos. Na verdade, já quis fazer isso e quase me arrastou junto.

— Como ela é com você? 

— Hm... Ela me trata como se eu tivesse 5 anos. Às vezes é constrangedor, porque não tá nem aí se tem umas 500 pessoas vendo, vai me chamar de neném ou sei lá o que na frente de todos. – Resmungou fazendo uma careta e sorri carinhosa. - E como é a sua mãe? – Perguntou e fiquei alguns segundos em silêncio. Minha mãe? Eu não esperava pelo retorno dessa pergunta.

— Hã... Eu não sei. – Sussurrei e seus olhos se arregalaram por alguns segundos.

— Quê? – Perguntou tão surpresa que me encolhi no lugar. 

— Eu não moro com ela. – Tentei explicar. 

— Hm... Mas como ela é com você? – Como ela é comigo...

— Não nos falamos muito, às vezes, mas na sua maioria, só por mensagens. – Expliquei e ela franziu o cenho em confusão.

— Ok, então... Como ela é por mensagem? 

— Formal.

— Formal tipo como você é nas suas? – Perguntou rindo e neguei com a cabeça.

— Não, é como se ela estivesse sempre conversando com um CEO ou coisa parecida. Não existe um meio termo nas suas mensagens. – Contei e ela fez uma careta.

— Ok... E quando se falam pessoalmente? Como ela é?

— Acho que é como se uma pessoa chata puxasse assunto com você e você não quisesse conversar. Acho que é assim que ela é. – Sorri sem jeito e ela ergueu uma sobrancelha. É meio estranho dizer para outras pessoas como minha mãe é, visto que eu não a conheço o suficiente.

— No sério? 

— Totalmente, nós não temos uma boa relação. – Contei.

— Mas e aquele dia da biblioteca em que estavam juntas? Ela parecia legal. – Comentou confusa e fiz uma careta ao me lembrar que ela conheceu minha mãe de um jeito tão aleatório. Se eu pudesse escolher, ela não conheceria minha mãe nunca, porque é meio desconfortável apresentar a pessoa que gosto para uma que não participou nem um pouco na minha criação e não tem nenhum significado para mim. Prefiro mil vezes apresentar ela para tia Cass e a Liane, porque essas duas são as pessoas mais importantes da minha vida.

— Hã... Era o primeiro dia que estava me encontrando com ela depois de quatro anos. – Falei e sua expressão passou de surpresa para choque total.

— Passou quatro anos sem falar com a sua mãe? – Sua voz ficou mais fina que o normal e ri por isso. Eu gosto de como a voz dela altera de tom em questão de segundos. – Por quê?

Victória Pov.

Fiz a pergunta chocada e lhe olhei ansiosa para a resposta. Como assim a Galateia não falava com a Scarlet há quatro anos? QUATRO! Isso é um absurdo, eu não passo nem um mês sem falar com a minha, e olha que ela está longe pra caralho. Porra, a mãe dela é a SCARLET! Como que passou todo esse tempo sem trocar uma ideia com ela? Isso não faz o menor sentido.

— Porque ela me magoou muito. – Contou e olhei para baixo, só então notando que estava sentada no colo dela. MAS QUE CARALHO? COMO EU VIM PARAR AQUI? COMO EU SAIO SEM PARECER UMA DESESPERADA?

— Mas agora vocês estão se dando bem? – Scarlet? Você é uma mãe ruim? VOCÊ É UMA MEGERA? Meu Deus? Será que serei que nem a Hazel quando conhece Peter Van Houten?

— Er... É complicado. – Sussurrou e lhe olhei por alguns segundos em silêncio, focando nos seus olhos azuis. Por que ela parece triste? Scarlet não é uma boa mãe? Mas se não é, porque a dedicatória? Fechei os olhos por um momento e suspirei antes de lhe olhar com carinho. Não quero ver essa carinha triste.

— Hey. – Chamei cutucando suavemente sua barriga e sorri por sua risadinha fofa. - Qual foi seu desejo? – Perguntei para mudar de assunto, porque não quero que ela se sinta desconfortável. Se eu pudesse, traria só luz pro coração dela e jamais lhe deixaria triste.

— De novo com isso? – Perguntou rindo e lhe acompanhei.

— Não se responde uma pergunta com outra pergunta, sabia? 

— E por que acabou de fazer isso? – Perguntou e pensei um pouco no que eu havia falado. A não!

— Eu estou te corrigindo para não fazer de novo. E você me respondeu com outra pergunta? – Perguntei curiosa, tentando fazer uma brincadeira.

— Depende. Você não lembra o que eu te respondi? – Entrou na brincadeira e sorri. Eu amo a forma como ela sempre me segue nas brisas.

— Estou em dúvida. O que você disse? 

— O que acha que eu disse? 

— Eu não sei! Já disse que estou em dúvida. Você sabe o que disse? 

— Eu sei o que eu disse, mas quais são as suas dúvidas? – Sorriu e meu olhar desceu para sua boca, ficando fixo nos seus lábios. Porra, como eu queria que não fosse brincadeira dela ao me oferecer um beijo para realizar meu desejo. Caralho, eu queria muito beijar essa menina. O MEU DESEJO É BEIJAR ELA! Mas se eu aceito e ela logo depois solta um “era brincadeira?” com que cara fico?

— Minhas dúvidas? – Sussurrei desorientada. Minhas dúvidas são se você tem um mínimo sequer de interesse em mim.

— Uhum. Quais são? 

— Eu... – Engoli em seco e me forcei a desviar os olhos dos lábios rosados, soltando o ar quase como em um único fôlego. Deus, perfeita, completamente maravilhosa.  – Não quero mais brincar. – Murmurei percebendo que as batidas do meu coração estavam aceleradas e tentei sair do seu colo, travando no lugar por suas mãos me segurarem pela cintura. Garota! Não me segura assim não que eu fico fraca. 

— Quando foi que virou uma brincadeira? – Perguntou em um tom sério e lhe olhei, sentindo meu rosto queimar por sua expressão. Galateia? Porra, não me olha desse jeito, por favor.

— Chega, né? Já tá bom. – Resmunguei desviando os olhos e tornando a fixar a visão nos seus lábios. Droga! Se controle, Victória. Foca! Foca! Fo... Aaaah eu já estou focada, mas onde não deveria. 

— Seus olhos são muito lindos. – Falou vindo um pouco para frente para me abraçar, juntando o corpo no meu. Porra, eu amo o abraço dela. 

— Olha quem fala, as vezes parece que você fica me hipnotizando. – Lhe apertei de volta e acabei sorrindo. Quando que iria me imaginar desse jeito com ela? Galateia nem falava direito e agora fica abraçada comigo. Não acredito que consegui algo assim.

— É uma habilidade que tenho. – Falou convencida e ri me afastando para olhar seu rosto.

— Agora se me der licença, vou sair um pouco do seu colo. Daqui a pouco serei confundida com um nenê que não anda. – Brinquei e suas mãos voltaram a segurar minha cintura. Garota, pelo amor de Deus, assim você vai acabar me matando. – Se você me soltar antes. – Brinquei e suas mãos se afastaram me deixando levantar, o que fiz para me espreguiçar logo em seguida. – Você sabe dançar? – Perguntei pela curiosidade surgir do nada e ela me olhou confusa.

— Sei. Meu sensei, assim que iniciei no karatê, disse que eu não tinha muito equilíbrio, daí me sugeriu aulas de dança. Então eu fiz dez meses de aula e não só peguei o equilíbrio que precisava, como sei fazer vários passos de dança. – Contou e dei alguns pulinhos no lugar.

— Faz uma dancinha, nunca te pedi nada.

— Oi? Agora? – Arregalou os olhos e sorri por seu rosto ficar vermelho feito um tomate.

­— Sim.

— Mas nem morta. Olha o tanto de gente que tem aqui, fora que estamos em uma biblioteca, nem música tem. Me recuso. — Cruzou os braços virando o rosto para o outro lado e acabei rindo. Meu Deus! Por que ela tem de ser tão lindinha quando fica indignada com algo?

— Por favor. — Juntei as mãos e ela semicerrou os olhos em minha direção.

— Me pede em outra circunstância e outro local.

— Eu vou me lembrar disso e você vai ter de dançar pra eu ver.

— Não disse que não ia dançar, só recusei agora. — Murmurou e não pude deixar de sorrir. Galateia diz várias frases que podem ser interpretadas com grosseria, mas que eu acho a coisa mais fofinha do mundo, porque sei que é o jeitinho dela. – Você sabe dançar?

— Eu? Sei sim, Vanessa me ensinou quando queria se aproximar de mim assim que me mudei, mas como eu não curtia muito, ela me ensinou a do robô e algumas outras. – Contei fazendo a dancinha do robô e ela me olhou com uma expressão divertida.

— Da próxima vez que me pedir, iremos dançar juntas.

— Hem? Juntas? – Parei a dancinha surpresa. Ela quer dançar comigo? Deus? Eu fui uma boa pessoa para ser tão recompensada assim?

— Claro, você ainda vai me ensinar essa dancinha do robô.

— Mas com toda certeza desse mundo. – Me sentei ao seu lado e voltei a pegar meu livro para tentar ler, mas mal o abri e fechei de novo. – Sabe cantar?

— Que curiosidade toda é essa? – Riu baixinho e sorri.

— É errado eu me interessar pelas coisas que você sabe ou não fazer? Estou curiosa.

— Por quê?

— Porque você é mó gatinha. – Pisquei divertida e ela corou. Certo, talvez não seja tão ruim assim brincar de flertar com ela, posso dizer as coisas que penso tranquilamente.

— Sim, eu sei cantar, não perfeitamente, mas consigo manter minha voz em um timbre bom.

— Canta.

— De novo com isso? Biblioteca, Vick. – Murmurou séria e sorri. Deus, ela é a coisa mais lindinha desse mundo.

— Deixa você. Eu aqui, implorando sua atenção e você me negando. – Fiz voz de choro e fingi limpar uma lágrima.

— Eu não estou negando! Você que está me pedindo isso em um local nada a ver. – Reclamou cruzando os braços e sorri grande.

— Então quer ir na minha casa? – Convidei e seus olhos se arregalaram em surpresa.

— O quê?

— Esse fim de semana, se não tiver nada para fazer... Quer ir na minha casa? Lá é bem legal e a gente pode jogar videogame, se você quiser. – Expliquei me encolhendo no lugar ao perceber que acabei de pedir pra ela ir pra minha casa. De onde eu tirei coragem pra isso?

— Eu... Não sei se devo.

— Você deve sim! Vamos, nós podemos tirar fotos juntas, comer mais hambúrguer, você pode ver meu espelho infinito. Eu te ensino a socar narizes. – Falei a última parte empolgada e seus olhinhos brilharam.

— De verdade?

— Totalmente.

— Tudo bem, vou avisar para minha tia e para minha irmã. – Pegou o celular e sorri voltando a abrir meu livro para começar a ler. Sério que ela aceitou ir na minha casa?

— Eu preciso te contar uma coisa. – Falou depois de uns minutos no celular e ergui uma sobrancelha. Será que ela não pode ir?

— O que é?

Galateia Pov.

Bloqueei o celular depois de enviar uma mensagem para Liane e foquei no aparelho por Vick estar me olhando em curiosidade. Eu queria encontrar um jeito de falar sobre isso que soasse natural e sem uma intenção por trás, mas acabei me dando conta que gosto da garota mais lerda desse mundo, logo, posso abordar o assunto de qualquer jeito que ela não irá entender de verdade.

— Você disse que não flertaria com alguém que gosta de outra pessoa. – Comecei e seus olhos se arregalaram. – Obviamente você lembra que me disse para avaliar o terreno antes de plantar minhas sementes, sobre aquela pessoa que disse gostar, mas que não se lembrava de mim. – Falei e olhei para minhas mãos me sentindo nervosa com a situação.

— Lembro sim. O que tem? Fez o seu teste de terra? – Perguntou se ajeitando na posição que estava.

— Fiz... O terreno está comprometido, então vou juntar minhas sementinhas e guardar pra quando achar uma terra boa. – Contei e ela ficou me olhando em silêncio. Garota, por favor, saque que isso é uma indireta pra continuar flertando comigo.

— Sério?

— Sério.

— Isso é maravilhoso. – Falou animada e sorri por ver que ela não conseguiu parecer imparcial sobre o assunto. – Digo... Não que seja maravilhoso você ter tido que desistir, mas porque se livrou de perder toda uma colheita. – Corrigiu e mantive o sorriso por saber que ela só está tentando camuflar sua euforia. Por tudo que é de mais sagrado, perceba que estou dizendo isso para te informar que não tem ninguém além de você que eu goste.

— Hm... tem outra coisa que quero te contar, pra caso de talvez você não esteja entendendo. – Falei baixo e seus olhos se arregalaram. Queria muito dizer que gosto dela, mas não queria ser a responsável por definir nada, muito menos um sentimento. Creio que o fato do meu sentimento ser mais antigo, acaba que me deixando ansiosa demais para que aconteça, mas se ela teve coragem de entrar no meu grupo e me pedir para arriscar a tentativa na pessoa que gosto, mesmo gostando de mim, sei que ela tem coragem para deixar seus sentimentos óbvios também, porque os meus estão muito na cara, só que sua lerdeza a impossibilita de perceber.

— O que é?

— O meu desejo.

— Meu Deus! Vai me contar? De verdade? – Deu um pulinho em empolgação e ri baixinho.

— Ele te envolve e de certa forma já foi realizado, então... Sim, irei te contar. – Confessei e seus olhos se arregalaram mais que o comum.

— Me envolve? Como assim me envolve?

— Eu queria ser sua amiga. – Contei

— Quê? 

— O meu desejo... Queria que fossemos amigas. – Revelei e olhei para minhas mãos, prendendo a respiração. Eu contei, agora não tem mais volta. Só falta ela ligar isso a informação de que não tenho mais alguém que gosto.

— Minha... – Sussurrou e ficou em silêncio logo em seguida, o que acabou me levando a olhá-la e soltar o ar de leve ao ver como seu rosto estava vermelho. Ela notou? - Você queria ser minha amiga? – Perguntou por fim e assenti algumas vezes.

— Sim! Você sempre esbarrava em mim por acidente e... Na maioria das vezes eu queria falar com você, mas ficava com vergonha.— Confessei e ela piscou algumas vezes.

 VERGONHA POR QUÊ???? – Gritou e cobriu a boca logo depois. – Meu Deus! Vergonha por quê? Olha só como eu sou toda estabanada e você é toda, urgh. Pelo amor de Deus, Galateia. Eu queria falar com você já tinha uns três anos, porra. – Falou apressada e ri por sua voz sair embolada e rápida demais para acompanhar. – Você queria ser minha amiga, VOCÊ! Com esse ritual do chocolate? Pelo amor de Deus garota... Meu Deus! VOCÊ É MUITO FOFA. – Gritou e pulou em cima de mim me abraçando apertado. – Tão fofinha, tãããããão fofa. – Me apertou mais forte e lhe abracei de volta. – Agora eu real preciso achar um apelido fofinho para você o mais rápido possível.

— Precisa. – Murmurei por não conseguir dizer outra coisa devido a sua animação. Tenho certeza que ela não sacou. – Hã... Talvez você ache que eu falo um pouco demais. – Comecei e ela se afastou para me olhar. – Mas é porque de fato queria conversar com você antes, então... Bom... Sou uma tagarela. – Sussurrei me encolhendo pela vergonha de estar confessando isso.

— Garota? Eu amo, amo ouvir você falando de qualquer coisa, pode ser até sobre o Vicent, só continue falando quando estiver perto de mim, por favor. – Neguei com a cabeça sorrindo e fui abraçada de novo. – Em pensar que passei um tempão achando que você ia cagar pra mim. As voltas que o mundo dá, olha só pra isso! Nós duas queríamos ser amigas, mas nenhuma tinha coragem de fazer isso. – Beijou meu rosto e lhe abracei mais forte. Tudo o que eu queria era poder ficar perto dessa garota, não ligo se ela não lembra de mim, não importa suas memórias ausentes, eu só quero poder ficar perto dela o máximo de tempo possível, porque ela tem um espaço tão especial no meu coração. Acho que no fundo, de uma forma ou de outra, nós iríamos nos encontrar, porque sem memória ela veio parar na minha escola! Quais as chances? Ainda sem memória, ela quis ser minha amiga, por quê?

Eu não quis acreditar nas cartas da Sara, neguei todas as possibilidades de alguma coisa ali ser real, mas agora, tudo o que eu mais quero é que elas estejam totalmente certas, porque não quero sair do lado da Vick nunca. Ela me faz ser melhor em socializar e me faz ter vontade de brincar, coisa que nunca me sentia a vontade para fazer, exceto com Liane.


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Notas finais do capítulo

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