Por todo o mundo conhecido aqueles dois irmãos ficaram famosos.

O Príncipe Pirata e a Princesa Pirata. Ou também os conhecidos Dragões De Areia.

Ambos os apelidos eram odiados pelos dois irmãos, pois insinuavam que eram do sangue Targaryen, o que eles desprezavam.

Suas aventuras fazendo amizade com os homens tigrados de Sothoryos e montando crocodilos gigantes, ou lutando contra serpes nas Ilhas Basilisco e a grande festa que deram nas Ilhas De Verão foram bem espalhadas e algumas aumentadas pela boca do povo.

Tesouros antigos e preciosos foram encontrados por Rhaenys e Aegon, e o lucro de suas viagens fez muito bem ao tesouro de Dorne. 

Seu tio Doran vivia preocupado com a sua segurança. Seu tio Oberyn por sua vez vivia os acompanhando com suas primas. Foi dele a ideia da festança nas Ilhas De Verão inclusive.

Depois de acharem mais um tesouro, ambos resolveram descansar e dar um tempo.

Seu navio atracou em uma pequena cidade essossi e ambos bebiam alegremente uma cerveja com sua tripulação.

—Até que essa cerveja não está tão ruim assim.

—É, não tem gosto de mijo, tô até achando estranho ela não estar péssima.

Os dois riram e bateram na palma um do outro.

Um homem coberto com uma capa olhou para os dois atentamente.

—Quem são?

—Aqueles dois? São os dragões de areia.

—Dragões de areia? É assim que chamam a si mesmos? Esquisito.

—Ah, eles não se chamam assim. É um apelido que inventaram para os dois, pois são Sand e filhos de Rhaegar Targaryen. Sugiro até que nunca os chame assim ou faça referência a dragões ou qualquer coisa Targaryen. Os dois ficam propensos a socar alguém. O Euron Greyjoy, aquele maluco dos homens de ferro foi um que avisei para não fazer isso. O cara me vai e chama a Rhaenys de princesa bastarda dos dragões. A menina simplesmente o deixou todo quebrado no chão.

O homem ficou abismado.

—É rapaz. Eles odeiam mesmo o pai e o resto da família. Se quer chegar perto nunca se refira a eles como realeza ou dragões. Eles se orgulham muito do sobrenome Sand e de serem bastardos de Dorne.

Ele viu Rhaenys jogar uma moeda de ouro para bem alto com a mão direita e pegar com a esquerda.

—Boa!

—Tente você Aegon.

Ele já não se saiu bem.

—Você perdeu, agora paga outra bebida para todo mundo!

Seus homens e mulheres gritaram de animação.

—Olhe que eu peço aquele vinho caro hein? -zombou uma mulher.

O homem encapuzado pagou outra bebida e apontou para eles.

—Como faço para entrar na tripulação deles.

—Se ofereça no navio deles, vai que você tem sorte. Procure o navio de ambos, tem o nome da finada mãe deles.

Alguns minutos depois, Rhaenys avisou que uma nova aventura os esperava e Aegon deu a ordem para descansarem, pois iriam começar outra viagem.

Os dois eram os primeiros a entrar em seu navio e os últimos a sair.

Sentindo o vento no rosto, o cheiro da água salgada misturado a comida e a terra fofa em seus pés, Rhaenys e Aegon sentiam paz e tranquilidade.

—Isso é bom, não é?

—Sim, muito bom.

Aegon olhou para o céu com tristeza.

—Faz dois anos. Dois anos que ela se foi.

Rhaenys concordou com a cabeça, também olhando para o céu.

—Ao menos ela foi em paz. Ela estava tão feliz e satisfeita nos seus últimos meses. E ela se foi cercada pela família, tranquila. Uma morte muito melhor do que se costuma ter por aí.

—Eu sei. É isso que me consola Rhae. Ela merecia mais desta vida. Mas ao menos ela não se foi com dor ou arrependimentos. Ela saiu desse mundo pacificamente. Mas isso não quer dizer que não doa.

—Com certeza dói. Mas ela se foi sorrindo Egg, não esqueça disso.

Depois de um tempo, Aegon e Rhaenys se prepararam para zarpar.

Alguns novos integrantes os acompanhavam nesta viagem.

—Homens e mulheres, preparados para mais uma aventura?

—Sim! -gritaram todos.

—Você estão cientes que vamos enfrentar perigos e podemos morrer?

—Sim! -gritaram.

—Ótimo. Da última vez que alguém quis uma viagem segura eu tive que montar um crocodilo gigante para salvar o dito cujo, não quero reclamações de novo ouviram bem?

—Sim senhora!

—Excelente!

—Meu povo, vamos nessa!

E o Princesa Elia foi em direção a mais uma perigosa aventura.