Uma Rainha Para Robb Stark escrita por Cloto


Capítulo 8
Expurgo




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Maryssa não estava nem um pouco animada em estar perto da família novamente.

Claro, sentia saudade de seu pai, de sua mãe e de Hildegard, mas não de seus tios, primos e outros parentes. E menos ainda de seu avô.

Assim que entrou em seu campo de visão, aqueles olhos de fuinha se estreitaram e ela logo percebeu que seu avô planejava usá-la para algum plano.

Maryssa ficou atenta. Certamente nada de bom poderia resultar. Seu avô era tão cego pela ganância que não conseguia pensar a longo prazo no peso colocado ao nome da família. Boa parte dos Frey não eram pessoas ruins. Mas a má fama de seu avô se espalhou para todos. E pior ainda, alguns tentavam lamber as botas dele, o que só fazia sua família parecer patética, adulando um bode velho vaidoso.

Aquele dia gravado na história, mas ninguém sabia disso.

—Lord Frey, é um prazer ver o senhor mais uma vez. -falou Robb de forma polida.

"Até parece!", pensou a rainha do Norte.

—E como vai o casamento com minha neta?

—Melhor impossível. Mas não falemos nisso ou na guerra, hoje é um dia para celebrar. 

Se virou para quem os acompanhava.

—Meus homens, hoje honraremos mais um pacto. O Norte se unirá mais uma vez com a família Frey com o casamento de Roose Bolton com lady Walda e minha família também, com meu tio Edmure se casando com lady Roslin. Hoje é um dia de felicidade e união. Que seja lembrada essa ocasião feliz para todos.

Todos bateram palmas para o discurso de Robb.

Realmente era belo de assistir como era fácil para os súditos amarem Robb como rei. Carisma é também uma arma.

O fato do povo odiar Joffrey era um dos grandes facilitadores da campanha do Rei Lobo.

As horas se passavam.

Tudo estava preparado para o casamento.

Maryssa foi secretamente chamada para falar com seu avô.

—Pois não, o senhor me chamou?

—Sim. Feche a porta.

Ela já sabia que nada de bom viria.

Walder colocou um frasco na frente dela.

—Coloque isso na bebida de seu marido.

—O que é isso?

—Você é tão burra assim a ponto de não perceber que é veneno?

Maryssa pegou o frasco e o guardou, se sentando na cadeira em frente a ele.

—Por que agora? Se nossa família atingiu um patamar tão alto graças a ele?

—Isso é pouco! Menina, vamos ficar mais rico e poderosos do que nunca! Eu vou ser o senhor das Terras Fluviais e você rainha dos Sete Reinos!

Maryssa começou a desamarrar seu cinto de seda sem ele perceber.

—E como isso vai ocorrer? Estou curiosa.

—Tywin Lannister me mandou uma grande quantidade de dinheiro para esse plano. Vamos enfraquecer os nortenhos com um vinho que vai dopar seus sentidos. Quando chegar a hora da cerimônia de cama vamos destruir todo o exército. Assim que a notícia chegar ao Tywin ele vai dar o assento do Tridente a nossa família! E você, minha querida neta, será a rainha de Joffrey assim que nos livrarmos de Robb Stark.

Ela amarrou as pontas do seu cinto, uma em cada mão.

—Tywin Lannister deve estar no auge do desespero para sugerir isso.

—Ele está. E nós vamos nos aproveitar disso.

—Quem mais está no plano? 

Quando ele deu os nomes, Maryssa não ficou muito surpresa.

—Entendo. E o ouro?

Ele olhou para os baús, ao lado da cadeira em que ele mesmo sentava.

—Faça tudo como eu ordenei.

—Eu sinto muito, avô.

—Sente muito o que?

—Se eu deixasse esse plano seguir em frente teríamos conquistado o ódio do Norte e em breve os parentes desses homens se vingariam da nossa família. Nosso nome seria desprezado e jogado na lama. Ninguém confiaria num acordo conosco. Seríamos a chacota, gente sem honra que merece ser esmagada. E Tywin Lannister não é alguém cuja palavra se possa confiar. Você teria arrastado todos a desonra e a morte. Eu sinto muito meu avô, mas para a nossa família sobreviver, vou ter que expurgar o que não presta. Começando pela maçã mais podre. Você!

Walder mal acreditou quando o cinto de seda de Maryssa no segundo seguinte foi enrolado em seu pescoço.

Ele lutou, mas Maryssa apertou o laço com força. Seu rosto ficou azul. Seus olhos se arregalaram. Seus pulmões imploravam por ar.

E por fim, parou de se mexer.

Maryssa respirou fundo e puxou o cadáver para a cama, o cobrindo com o lençol.

Saiu do quarto e se preparou para o casamento.

Foi até a cozinha, e separou as taças de prata e de bronze.

Chamou de lado as suas tias e primas.

—Avô me mandou arrumar as taças. Quero tudo perfeito!

Organizou cada uma para atender certo número de convidados e a quem deveria ser entre qual taça.

Quando saíram, pôs o veneno nos copos de quem precisava ser eliminado.

Chegou finalmente a hora.

—Vou chamar o meu avô. -ela avisou, para disfarçar.

Fingiu ficar por um tempo no quarto.

—O avô está se sentindo mal e ordenou que a cerimônia de casamento continue assim mesmo.

—Não é melhor chamar um meistre?

—Ele já foi dormir. Sabe como o velho é, melhor não arriscar.

O plano seguiu conforme ela pensava.

O casamento de Edmure e Roslin e Roose e Walda aconteceu realmente.

De repente, alguns poucos nortenhos e mais da metade dos homens da família Frey começaram a passar mal. 

—Mas o que está acontecendo? 

Eles começaram a sangrar pelos olhos, pelos narizes e pelos ouvidos.

—Pelos deuses isso é veneno!

Começaram a se debater. Todos tentaram ajudar, mas foi inútil.

Gritos, confusão, pedidos de ajuda.

E então, de repente a vários corpos jogados pelo chão.

Aquela ocasião entraria para a história como o Casamento Vermelho.

Maryssa aproveitou a confusão para mandar uma carta em um corvo a Lord Tywin.

"Meu caro Lord 

Obrigada pela oferta, mas eu dispenso. Eu já sou uma rainha. Não pretendo trocar o marido que tenho pelo franguinho que o senhor tenta manter no trono.

Mas obrigada pelo ouro enviado, será muito útil para o exército de Robb.

Atenciosamente, A Rainha Do Norte."


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