Um banquete animado em Correrio reuniu a todos. 

Terras Fluviais e Norte agora eram um reino só. E ambos estavam satisfeitos, pois preferiam ter Robb como rei a qualquer outra pessoa. E também como sua rainha era das próprias terras ribeirinhas nenhum dos nobres podia reclamar de predileções do casal real.

Risadas e brincadeiras pareciam até um milagre diante de tanta guerra, mortes e sangue para alcançar esse resultado.

Maryssa acariciou a barriga. Ela fez o que fez para garantir o futuro desse bebê. E nada deixaria no caminho se alguém se atravesse a arriscar o seu futuro e o do seu filho.

Edmure pediu a atenção dos nobres.

—Meus caros, a guerra acabou e com o fim dela veio a nossa liberdade. Somos todos um reibo e uma família agora.

As palmas foram batidas bem alto.

—Eu tenho um anúncio a fazer. Fomos não só abençoados com a gravidez de Maryssa. Roslin, minha esposa, vai me dar um filho.

Gritos de felicidade e algazarra.

—Calma meus homens. Além disso, depois da triste morte de Roose Bolton não sabíamos o que fazer para compensar a Casa Bolton sem um herdeiro legítimo por perto e Robb até discutiu comigo sobre Ramsay Snow. Mas não era preciso essa preocupação, pois Walda Bolton, irmã de minha esposa e tia da rainha Maryssa tem em seu ventre o futuro da Casa Bolton!

Os nobres pareciam aliviados com isso, pois afinal ninguém ali gostava de Roose ou Ramsay.

—E como sabem, a irmã da rainha se casará com um Umber e alguns aqui tem casamentos já combinados. Se perceberem seremos todos para sempre ligados pelo sangue. Estamos tendo vários sinais que os deuses estão nos favorecendo. Que o futuro agora seja de prosperidade e paz. Ao futuro!

Todos levantaram suas canecas.

—Ao futuro! 

(...)

—Eu não acredito na cara de pau! -esbravejou a voz de Catelyn ao longe.

Preocupados, Maryssa e Robb correram até a ruiva, que estava com o irmão.

—Mãe, o que está acontecendo?

—Lysa me mandou uma carta.

Eles franziram a testa. Lysa Arryn não fez nada durante a guerra, mesmo sendo irmã de Catelyn e Edmure e tia das crianças Stark. Por que mandaria uma mensagem?

—Lysa está simplesmente nos convidando para o novo casamento dela!

Robb ficou sinceramente confuso.

—Por que ela iria querer nossa presença em seu casamento se não nos quis durante a Guerra Dos Cinco Reis?

—Exato! Ela nos abandonou quando mais precisamos de sua ajuda e agora quer fingir que nunca nos recusou apoio e somos uma família feliz? -disse Edmure, irritado.

—Com quem ela vai se casar? -perguntou Maryssa com curiosidade.

—Petyr Baelish. -respondeu Catelyn.

—Tinha que ser o cara de banana amassada! -falou Edmure revirando os olhos.

Maryssa e Robb riram de como ele se referiu.

—Por que cara de banana amassada?

—Um dia Edmure disse a Petyr que ele parecia uma banana amassada que alguém pôs um bigode feio.

—Ah não! -disse Maryssa caindo na gargalhada.

—Papai bateu muito na minha bunda aquele dia, mas valeu a pena pela cara que o Pouco Dedo fez.

Dessa vez foi Robb que não aguentou e riu.

—Pouco Dedo já é demais pra mim!

Catelyn fez uma cara séria.

—Petyr Baelish não é amigo. Ele viu meu marido ser morto e não fez nada, minha filha foi maltratada e até casou com um bastardo, ele não moveu um dedo que seja por quem eu amo e dizia que gostava de mim! E agora casa com Lysa que também não fez nada! Por mim eu declaro que não temos mais aliança com o Vale, Lysa e Petyr não serão bem vindos no Norte e nas Terras Fluviais, eu não tenho tratos com quem trai e abandona sua família e seus amigos!

Robb e Edmure concordaram.

Mas para animar Catelyn, que estava brava com a (falta de) atitude do antes amigo e da irmã que tanto amou, Edmure contou o trato feito com Robb.

—Catelyn, você sabe que minha esposa e a se Robb estão grávidas. Então combinamos reforçar a aliança do Norte e das Terras Fluviais com outro casamento.

Catelyn ficou mais alegre com a notícia.

—Se Robb tiver um filho e eu uma filha ela se casará com ele. Se Robb tiver uma filha e eu um filho ele se casará com ela. Mesmo que os dois bebês sejam do mesmo sexo se tivermos outros filhos de sexo diferente continuará valendo o trato.

Catelyn abraçou o filho e o irmão.

Ainda bem que tinha parte de sua família ainda disposta a ser leal.

Era um consolo depois de tantas perdas que vieram da traição e desilusão.