Starting a Family escrita por Nana Fantôme


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Era para ter postado ontem mas estava cansada porque cheguei de viagem. Desculpa pelo atraso e curtam esse capítulo fofinho.



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Aquele era um dia como outro qualquer. Pelo menos era isso que Esme repetia incansavelmente em sua cabeça. Apesar disso, se admirava no simples, porém, elegante vestido branco que Grace havia comprado para ela.

— É realmente lindo. Obrigada Grace. – Esme agradeceu a amiga.

Grace se encontrava deitada na cama de casal que a futura senhora Cullen dispunha em seu quarto. Observava com um sorriso no rosto Esme se virar de um lado ao outro para admirar o vestido.

— É apenas um tubinho que achei enquanto esperava Emmett fazer o exame de direção dele. Não é nada demais. – Apresentava uma falsa modéstia já que no fundo se sentia orgulhosa por proporcionar aquilo para a melhor amiga.

— E como ele foi?

— Agora você pode ligar lá em casa sempre que quiser alguma coisa no supermercado. – a morena riu – Nunca vi o garoto tão prestativo, foi no supermercado duas vezes para mim ontem sem reclamar.

— Aposto que ele está todo animado. – se virou para olhar nos olhos de Grace.

— E está, mesmo andando naquela picape velha do pai dele.

— Vocês estão pensando em dar a ele um carro novo?

— Sim, Emmett passou as últimas semanas dizendo sutilmente que carro quer. Jhon já está olhando mas estou relutante com o modelo.

A careta de Grace fez com que Esme se sentasse na beirada da cama para dar total atenção a morena.

— Qual o problema?

— Aquele Jeep é um monstro de carro, era melhor eu dar um Monstro Truck para ele porque pelo menos vou saber que ele vai estar seguro lá dentro.

— Grace, é apenas um Jeep. – Esme soltou uma leve risada com o drama de Grace – Ele já me mostrou o carro e é realmente grande mas é um carro feito para acampar e pegar estradas de terra, não tem nada com o que se preocupar.

— Você conhece o meu filho? Ele vai correr desembestado por toda a cidade e fazendo gracinhas.

— Emmett provavelmente faria isso com qualquer carro que você der a ele. Você vai ter que dar todas as suas mil recomendações e nós duas sabemos que Jhon vai ficar em uma vigilância pesada com o carro novo ate ter certeza de que Emmett vai cuidar bem do carro.

— Emmett só precisa de uma única volta na cidade para destruir aquela monstruosidade com ele dentro.

— Mas ele não vai, aposto que vai cuidar muito bem do carro.

O sorriso tranquilo de Esme foi o suficiente para passar calma a Grace.

— Estou aqui choramingando sobre meu filho e o carro idiota dele no dia do seu casamento.

— Bobagem, você pode falar essas coisas comigo sempre que precisar.   

— É uma preocupação boba e eu sei disso mas quando você tiver os seus  em casa vai saber sobre o que estou sentindo. – Grace riu – E ainda é maluca de ter dois adolescentes e uma futura adolescente.

— E vai ser você quem vai ouvir eu reclamando deles, do mesmo jeito que eu faço com você. – Esme acompanhou a amiga na risada.

— Sempre. Agora somos mães de adolescentes vamos ter muitas noites de vinho para poder reclamar.

As duas caíram na gargalhada ao imaginar como seria as noites do vinho de agora em diante.

— Só espero não virar uma alcoólatra. – Esme desabafou.

— Não vou deixar. – Grace esticou o braço para apertar a mão da amiga em apoio.

Uma leve batida na porta do quarto chamou a atenção das duas. Segundos depois a porta foi aberta e ambas puderam ver o terno, muito bem alinhado, do homem.

— Estou interrompendo? – Carlisle olhava de uma para a outra.

— Não. – Esme pulou da cama para recepcioná-lo – Estávamos só conversando.

—  Está preparado para este casamento, doutor Cullen? – Grace também se levanta da cama ao questionar o médico.

— Acredito que sim mas extremamente nervoso. – a risada dele não o deixava mentir.

— Vai dar tudo certo não precisa ficar nervoso. – Esme acariciou o braço dele.

— Eu sei. – lançou a ela um sorriso carinhoso. – Trouxe uma coisa para você.

Ele tirou do bolso do paletó uma caixinha de jóias. Abriu, estendendo para ela pode ver o lindo colar azul. Esme não era uma pessoa entendedora de pedras preciosas mas sabia que aquela pedra naquele tom de azul só poderia ser uma safira.

— Oh Carl, isso é para mim? – a mão dela foi de encontro ao colar mas voltou para perto do corpo com medo de quebrar o delicado pingente.

— Sim, é uma das jóias da minha família. Achei que você deveria usar algo azul como dita a tradição. – se referindo a tradição da noiva usar algo azul durante a cerimônia.

Grace chegou perto para ver o colar. A fina corrente de ouro segurava a pedra azul, perfeitamente lapidada em uma forma de gota.

— É simplesmente a sua cara, Esme. – Grace elogiou.

— Ele também pode ser algo emprestado. – Esme comentou.

— Não pensei em devolução. – Carlisle avisou.

— O que? – a noiva o olhou chocada – Claro que não, Carl. Isso é demais.

Ele tirou o colar da caixa enquanto falava.

— Na minha família, as joias são passadas de mãe para filha. Espero que você fique com as que tenho até que Rosalie e Alice tenham idade o suficiente para usar.

— Rosalie já tem idade para usar. – Esme deu um passo para trás quando ele deu um passo para colocar o colar em seu pescoço.

— Rosalie ainda é muito nova para poder cuidar das joias e não quero passar tudo para ela porque depois Alice não terá nenhuma. Além do mais, quero que a minha esposa use as joias da minha família também.

— Você não imaginou que teria tantas mulheres na sua vida assim. – Grace brincou.

— Serão as primeiras na família em muitos anos. Minha avó só teve meu pai e ele só me teve, algumas ainda estão com a minha mãe mas mesmo assim tenho muitas jóias. Vou amar repassar tudo para as minhas garotas.

Ao dizer a última frase, os olhos dele brilharam de orgulho. Era nítido para Grace que ele estava muito feliz com toda as reviravolta que a vida dele estava tomando.

— Você deveria aceitar, Esme. Agora você é a nova senhora Cullen. – Grace incentivou a amiga a aceitar o presente.

Ao olhar para os olhos cheios de brilho e o sorriso bobo que Carlisle mantinha no rosto, Esme assentiu com a cabeça para que ele colocasse o colar nela. Se virou de costas para ele e puxou os cabelos para o lado.

— Vou fingir que tenho alguma coisa para fazer lá em baixo para dar privacidade ao casal.

As bochechas de Esme ganharam um tom vermelho com as falas da amiga. Agradeceu por estar de costas para Carl ou ele veria o quão estava envergonhada pelo o que Grace tinha dito.

— Sua amiga é uma peça. – Carlisle comentou enquanto fechava o colar.

A mão dele roçou na nuca dela, causando um arrepio.

— É ... Grace é sim. – Esme falou em um fio de voz, gaguejando um pouco.

— Pronto. – Carlisle falou quando conseguiu fechar o colar – Agora só preciso colocar o anel desta coleção no seu dedo.

Ele avisou retirando do bolso a caixinha onde continha o anel e um par de alianças.

— Carl ... – ela estava sem palavras

— Se vamos casar acho que deveríamos usar alianças. Sei que nunca chegamos a falar sobre isso mas acho que temos que usar pelo menos por um tempo. – ele comentou nervosamente – E como vamos usar uma aliança acho que deveria te dar um anel de noivado.

Ela abaixou os olhos reparando no solitário com a pedra de safira, envolvida em um delicado círculo de diamantes. Era delicado e raro, algo que uma professora não deveria usar.

— Carl, isto é demais.

— Não é, não precisa usar o tempo todo se quiser mas isso pertence a você.

— Não posso ... – começou a se explicar mas foi interrompida por ele.

— Você é minha noiva, isso deveria ter ido para o seu dedo no momento em que você concordou com esse casamento. É o anel que meu avô deu a minha avó quando a pediu em casamento e apesar de ter sido um acordo entre famílias eles tiveram uma vida perfeita juntos. Espero que a gente também possa ter a mesma relação, quem sabe podemos nos apaixonar um dia como eles. A aliança da minha mãe pode ir para o Edward quando ele achar a mulher certa.

Os olhos de Esme se arregalaram com a revelação dele.

— Ap ... pai ... xonar? – gaguejou estupefata.

— Eu sei que estou indo longe demais mas quero que você entenda que não quero que nosso casamento seja um fracasso. Sei que temos um combinado de nos casarmos apenas pelas crianças mas espero que ele não se desfaça quando sair a guarda definitiva deles. Quero poder criar as crianças com você de forma mais pacífica possível e estou disposto a tudo para fazer este casamento dar certo.

— Carl ... Você não precisa fazer isso por mim. Se isso for por conta do que te contei do meu antigo relacionamento, não quero te colocar qualquer pressão em relação a isso.

— Não é pelo seu relacionamento antigo ou pelas crianças em si. Quero que essa família dê certo. Eu, você e as crianças mas acima de tudo eu e você. Eleazar passou as últimas semanas me enchendo com uma conversa que, honestamente, algumas coisas que ele disse fazem sentido e me fez repensar algumas coisas.

— Carl ... – ela tentou falar novamente mas estava chocada com o que tinha acabado de escutar. – Acho que eu preciso me sentar.

Falou enquanto caminhava de volta para a cama com Carlisle logo atrás dela.

— Desculpa jogar isso em cima de você dessa forma. Sei que não foi nada do que você planejou e podemos nos sentar juntos e discutir sobre isso, até onde você quer ir com tudo isso, quero dizer, nós. Ou se você ao menos quer ter algo.

— Ok. – respondeu no automático tentando assimilar tudo o que lhe foi dito.

— Acho que te assustei mais do que deveria. Na minha cabeça isso soou muito mais natural do que realmente saiu.

Esme nem ao menos havia reparado quando ele se sentou ao lado dela ou quando as mãos deles se entrelaçaram mas era nessa posição que estavam.

— Não, tudo bem. – tentou soar calma mesmo com a expressão de pânico.

— Vamos com um passo de cada vez.

— Tudo bem.

— Vamos para o cartório. Eleazar vai ser minha testemunha e Grace a sua, certo? – ela apenas acenou com a cabeça – Tudo bem para você se formos fazer isso?

— Ok. – ela balbuciou.

— Podemos esquecer o que aconteceu aqui agora?

— Tudo bem.

Carlisle sorriu e beijou a mão dela onde continha a aliança de safira que ela não percebeu que fora colocada em seu dedo anelar. Estendeu a mão no ar para poder olhar melhor o anel e não pode deixar de notar que tinha ficado muito bem ali.

[...]

Edward observava entediado a conversa das duas sobre tutu. Xingava Rosalie mentalmente por ter o feito prometer não roubar mais das revistas dos enfermeiros, aquele momento uma seria muito útil.

— O tutu rosa é muito bonito. – Rosalie comentava – Muito mais bonito que o tutu preto, se for pedir o Papai Noel um tutu acho que deveria ser o rosa.

— Por que vocês estão discutindo sobre tutu? Ainda estamos em abril falta muito tempo até o Natal. – ele resmungou para as duas sem tirar os olhos da janela em que observava a paisagem lá fora para passar o tempo.

— Porque a gente só ganha presentes no Natal. E eu quero muito um tutu para poder dançar. – Alice respondeu pacientemente como se aquilo fosse algo óbvio.  

— E o seu aniversário? – Rosalie questionou curiosa – Não ganha presente no seu aniversário?

— O doutor Denali me deu um bolo de aniversário. Um bem gostoso de morango com chocolate igual o que a minha mãe fazia e o doutor Cullen me deu um vestido muito bonito também mas não ganhei nenhum tutu.

— Tem muito tempo que seu aniversário passou? – a loira quis saber.

— Não sei, já passou muitos dias. – a garotinha deu ombros.

Os olhinhos verdes de Alice que brilhavam de empolgação perderam o foco, o sorriso nos lábios sumiu. A cabeça inclinou levemente para o lado.

— Alice? – Rosalie a chamou.

Para Edward tudo aconteceu em câmera lenta. Ele virou o rosto para a menina a tempo de ver ela parada como uma estátua, era como se estivesse congelada.

Foi em câmera lenta também que o corpo de Alice se inclinou para o lado. Ela caiu antes que qualquer um dos adolescentes pudesse fazer alguma coisa ou chamar alguém. Assim que tocou o chão, o corpo dela pulava de forma desgovernada.

— Ela está tendo uma convulsão. – Edward falou em choque.

Mais do que depressa a mão dele voou até o botão de emergência. Apertava como se a vida dele dependesse daquilo. Se sentia um inválido por não conseguir sair da cama para ajudar.

Rosalie foi mais rápida e pulou da cama, correndo até a pequena. Tentava segurar a cabeça da menina. Os olhos dela se arregalaram ao ver a espuma branca se formando na boca de Alice.

A língua era esmagada pelos dentes de leite. Em um ato impulsivo, Rose enfiou um dedo na boca da menina na tentativa de evitar que a língua da futura irmã não se ferisse ainda mais.

— Enfermeira Lahote! – Edward gritou com os olhos ainda na menina. – Acho que tem que virar ela, Rose.

Ele se lembrou das coisas que viu na televisão em todos aqueles filmes que Rosalie o fazia ver durante a estadia dos dois no hospital. Suspirou de alívio quando a enfermeira chegou junto com um ajudante.

— Bipe o doutor Volturi e o doutor Denali! – ela falou para o ajudante à medida que cuidava da Alice. – Rosalie, volte para a cama. Tem só alguns dias que fez uma cirurgia no abdômen. 

— Eu estou bem. – a loira ainda segurava a cabeça de Alice com o dedo sendo esmagado pelos pequenos dentinhos.

— Querida, tudo bem. Eu cuido disso.

Lahote virava Alice com habilidade de uma enfermeira experiente. Cuidava dela sob os olhares atentos de Edward e Rosalie. A adolescente sentia dores na costura dos pontos mas naquele momento não se importava.

Aos poucos as convulsões sessaram. Denali chegou poucos minutos depois de isso acontecer. O psiquiatra começou a ditar regras enquanto a menina ainda estava desacordada.

O neurologista, Aro Volturi, chegou pouco depois fazendo pequenos exames na garota. Edward olhava tudo com muita atenção. Alice foi recobrando a consciência.

— Mary? – Aro a chamou – Como está se sentindo?

A menina resmungou ainda levemente inconsciente.

— Ela está bem? Ela estava ótima a alguns minutos atras, estávamos conversando só e do nada ela ficou paradinha e caiu. – Rosalie explicava eufórica – A gente não fez nada, ela nem mesmo bateu a cabeça.

— Isso é normal. – Volturi explicou – No quadro de saúde dela, já era esperado um sintoma como esse. Não foi nada que vocês fizeram.

— O que isso quer dizer? – Edward questionou – Quando você diz que isso é esperado no quadro de saúde dela.

Volturi trocou um olhar com Denali sem saber quem eram aqueles adolescentes e o que eles sabiam sobre o estado de saúde de sua paciente.

— Temos que fazer mais exames para saber ao certo o que isso quer dizer. – Eleazar interveio.

— Onde está o doutor Cullen? – Rosalie perguntou – Ele precisa saber disso.

— Ele não está no hospital agora mas vai ficar ciente do quadro da paciente quando for conveniente. – o psiquiatra esclareceu. – Vamos levar Mary Brandon para a tomografia.

O médico saiu sem deixar que os adolescentes argumentassem mais nada. Volturi seguiu a maca e o médico para fora do quarto. Quando os dois estavam longe o suficiente, o psiquiatra se virou para o neurologista.

— Acha que o tumor cresceu?

— Não acho que ela teria uma convulsão se não tivesse.

— O suficiente para tirar?

— Tenho feito alguns estudos para acessar a área onde está a massa sem causar grandes danos. Estou confiante que consigo tirar todo o tumor.

— Quando podemos fazer a cirurgia?

— Assim que você conseguir contato com o serviço social. Preciso que ela assine a papelada de autorização. Quero fazer isso hoje mesmo.

Eleazar ficou parado estático no corredor enquanto via o neurologista caminhar atras da maca seguindo para a tomografia. Não tinha pretensão de falar nada a Carlisle. Se o diretor médico interferisse no caso poderia prejudicar a adoção da menina. Não era algo que gostaria de fazer mas não via solução para uma situação como aquela.

[...]

— Porque Eleazar está demorando tanto? Você tem certeza de que ele vem? – Esme questionava vendo o noivo com o celular no ouvido.

— Ele me prometeu de que viria.

— O doutor Denali não aprova muito o que estamos fazendo, ele pode ter decidido não vir?

— Ele não faria isso. Algo deve ter acontecido.

— Você quer adiar isso e ir para o hospital saber o que está acontecendo?

Carlisle parou por um segundo, considerando a proposta. Se perdessem esse dia só conseguiriam se casar no próximo mês.

— Podemos ainda nos casar só com Grace como testemunha, certo?

— Sim.

— Então podemos ir. Vai dar quase a hora do cartório fechar.

— Tem certeza? – ela o questionou preocupada.

— Tenho, o hospital é instável. Eleazar pode ter ficado agarrado lá por algum problema. Se ele ficou era porque era algo realmente importante para não conseguir vir.

— Tudo bem.

Esme caminhou ate Grace para avisar que dariam prosseguimento ao casamento sem o amigo de Carlisle.

[...]

— Quero a minha mãe. – Alice tinha um perfeito beicinho nos lábios enquanto estava deitada na maca da sala de cirurgia. – Onde está o doutor Cullen?

— Hoje é o dia de folga dele mas eu estou aqui. Nós somos amigos agora, certo? – Eleazar mantinha um sorriso reconfortante para a garotinha. – Vou deixar você tomar um montão de sorvete quando estiver bem melhor.

— Certo. - concordou mesmo triste com a notícia. 

— Então, você vai dormir agora e mais tarde vou te ver e levo um presente, ta bem?

— Você pode ligar para o doutor Cullen? Por favor. – acrescentou rapidamente. 

— Vou fazer o possível, tudo bem?

Alice afirmou com a cabeça mesmo que a tristeza ainda estivesse estampada nos olhos dela. Eleazar fez um carinhos nos pequenos fios dela antes de deixar que a preparassem para a cirurgia.

Só caminhou para o lavabo quando a menina já estava anestesiada apropriadamente. Encontrou Aro lavando as mãos metodicamente.

— Você vai ficar igual um urubu na minha sala de cirurgia da mesma forma que ficou em cima da menina o dia todo? As enfermeiras já estavam começando um motim para te tirar do quarto.

— Não, preciso resolver algumas coisas mas volto quando a cirurgia estiver finalizando. 

— Você está muito apegado a garota, não saiu de perto dela um minuto se quer.

— Não deixei que bipassem Carlisle. – confessou.

Aro que estava prestes a lavar as mãos e os braços ensaboados parou com elas no ar, olhando surpreso para o psiquiatra.

— Você não fez isso. – olhava descrente para Denali.

— Ele está na fila de adoção para conseguir a guarda de Alice e de mais dois adolescentes. Agora mais do que nunca precisamos que a guarda vá para ele e a esposa.

— Mas o processo não está correndo sob sigilo, eles podem saber do estado de saúde da menina. Carlisle me disse que a assistente social já fez a primeira visita.

— Carlisle está se casando hoje. Consegui convencer Siobhan a acelerar as papeladas da adoção, para isso preciso que ele se case o quanto antes. Alice vai precisar de cuidados o tempo todo.

— Por mais que acho isso nobre, pode ser que Carlisle nunca te perdoe por não chamar ele na hora.

— Eu sei mas preciso colocar as necessidades dos meus pacientes acima das dele. Vou ligar daqui a pouco, o cartório vai fechar e aí posso contar o que aconteceu.

— É o seu funeral, no fim das contas. – Aro comentou enquanto se virava para lavar as mãos.

[...]

Esme entregou a Carlisle a caneta assim que terminou de assinar o documento. O médico se debruçou sobre a mesa, deixando ali sua assinatura.

— Pode beijar a noiva – o simpático juiz de paz declarou sorrindo para os dois.

Os olhos de Esme se arregalaram levemente enquanto uma risada nervosa saiu dos seus lábios. Passou as mãos nas saias a fim de secar o suor que brotava ali.

Carlisle se aproximou da esposa. Segurou o rosto dela pelo queixo e encostou seus lábios no dela. Foi um rápido beijo, apenas um encostar de lábios que deixaram os seus formigando e uma gostosa sensação de querer mais.

— Somos casados agora. – falou como uma forma de descontração.

Esme abriu a boca por duas vezes, sem que qualquer som saísse de lá.

— Parece que sim. – conseguiu dizer por fim.

— Felicidades ao casal. – o juiz desejou antes de caminhar para fora da sala dando a eles privacidade.

Os casal ficou se encarando por alguns segundos. A unica coisa que inundava a mente de Esme era aquele beijo. Seu coração estava a ponto de sair do peito. Nunca imaginou que Carlisle fosse fazer algo como aquilo.

— Parabéns! – Grace mantinha um sorriso enorme nos lábios e o celular nas mãos. – Vou indo para dar a vocês mais privacidade.

Antes que qualquer um dos dois dissesse alguma coisa, ela correu porta a fora para ajudar na finalização da surpresa. Levando com ela a certidão de casamento.

— E agora? Quando seu advogado vai poder enviar toda a papelada da adoção?

— Hoje ainda. Jenks já deu entrada na papelada, o processo já está sendo tramitado. A certidão é para incorporar ao processo que será apresentado para o juiz.

— Ótimo. – sorriu satisfeita.

— Tenho uma surpresa para você. – Carlisle tinha um sorriso orgulhoso nos lábios.

— Para mim?

— Claro.

— Não precisa ir ao hospital?

— Hoje o dia vamos fazer o nosso primeiro programa de marido e mulher.

— Programa? – os olhos dela se fecharam em fendas pela curiosidade.

— Tudo bem, não é um programa mas tenho certeza de que você vai gostar.

— E o que é?

— Você vai saber quando chegarmos lá.

— Chegar lá? Carl, o que você está aprontando?

— Meu Deus, como tenho uma esposa curiosa. – ele arregalou os olhos dramaticamente enquanto entrelaçava o braço no dela.

Esme mordeu o interior da boca para evitar que o sorriso de satisfação fosse revelado. Gostava de como aquelas palavras soavam na voz dele, principalmente quando se referia a ela.

— É estranho te ouvir falando minha esposa. – confessou.

— Te incomoda?

— Não, é só que ... é estranho. Um estranho bom.

— Mas você é minha esposa, futura mãe dos meus filhos, então é melhor se acostumar. – falou orgulhoso.

Caminharam juntos até o estacionamento onde o carro dele estava. O telefone de Carlisle apitou por uma nova mensagem.

— É Eleazar – comentou quando viu o nome na tela.

Parou petrificado quando leu a rápida mensagem.

— O que foi? – pela expressão do marido, ela sabia que algo muito sério havia acontecido.

— Precisamos ir para o hospital.

— Ah claro, posso voltar para casa de taxi. Não se preocupe.

O olhar dele se tornou menos sério quando ela não entendeu o que ele quis dizer.

— Não, nós dois temos que ir. Eleazar não pôde comparecer ao nosso casamento porque o quadro da Alice piorou.


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Notas finais do capítulo

Pelo amor de Jeová não me matem.



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