Starting a Family escrita por Nana Fantôme


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Não consegui revisar o capitulo mas espero que vocês gostem.



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Esme havia chegado no hospital há quinze minutos. Alice terminava uma atividade então teve que esperar no balcão de atendimento até que tudo fosse finalizado. 

“Já estou aqui no hospital, Alice está terminando uma atividade com o doutor Denali. E.” Digitou a rápida mensagem para Carlisle. 

— Senhora Cullen – Jane a cumprimentou sorridente. 

A residente vinha de um corredor adjacente. 

— Jane! – sorriu de volta – Que bom ver você. 

— Bom ver a senhora também. – parou ao lado dela no balcão – Veio ver Alice? 

— Ela te deixa chamar assim? 

— Ela tem se comportando bastante desde sua visita ontem de manhã. Aparentemente, ela gosta de mim agora. – a residente riu no final. 

— Está falando sério? Ela se comportou? 

— Sim, quase não a reconheço. Não teve nenhum surto ou xingou alguém. Hoje ela tinha sessão com o doutor Denali e foi sem brigar. 

— Onde eles estão? – perguntou curiosa. 

— Ele sempre a leva para a brinquedoteca porque ela fica mais confortável lá. 

— Estou muito feliz que ela se comportou. 

Esme estava imensamente feliz com aquele feito. Alice havia se comportado como uma boa garota que era. 

— Alice virou outra garotinha, você a influencia muito bem. 

— Que bom. – sorriu – Trouxe o filme de Alice, será que conseguimos colocar entre os que vão passar hoje? 

— Ela só falou disso desde que você saiu, reservei a primeira sessão para esse filme. 

— Obrigada, Jane. 

A residente pegou prontuário para fazer as anotações e Esme aproveitou o tempo para terminar de resolver pendencias pelo celular. 

— Esme – a voz animada de Alice chamou sua atenção. 

— Oi querida – a menina veio correndo ate ela. 

As duas se abraçaram longamente, o sorriso de Esme se espelhava no sorriso de Alice. A garota era tão levinha que não teve dificuldades de a levantar. 

— Senhora Cullen. – doutor Denali a cumprimentou mesmo que com um certo tom de deboche. 

— Doutor Denali – automaticamente o sorriso dela sumiu. 

— Vamos ver o filme hoje? – Alice chamou a atenção da futura mãe. 

— Vamos sim. 

— Oba! Jane, você contou a minha mãe que eu me comportei? 

Esme ficou espantada com a naturalidade que a menina disse aquelas palavras. Como se fossem mãe e filha a muitos anos. A naturalidade não foi algo que passou despercebido pelo médico.

— Contei sim, querida – Jane fez um rápido carinho nos fios curtos da menina. 

— Viu, eu me comportei. – virou para Esme animada. 

— Estou muito orgulhosa de você. 

Apesar de serem palavras simples, Esme percebeu que aquilo tinha um significado muito importante para Alice, os olhos da menina se iluminaram e as bochechas tomaram um tom rosado. 

— Vou me comportar mais vezes. – Prometeu. 

— E eu vou morrer de orgulho. 

Os olhinhos de gato de da criança se arregalaram em completo pavor. As duas mãozinhas seguraram o rosto da mulher, tomando toda a atenção para ela. 

— Não quero que você morra. 

— Foi só uma expressão, meu amor. – beijou a mãozinha da menina – Não é de verdade. 

— Mary, porque você não vai com Jane preparar a sala de cinema enquanto Esme e eu conversamos? – o psiquiatra sugeriu. 

— Mas eu quero ficar aqui com Esme. – falou sem olhar para o médico. 

Eleazar Denali iria retrucar mas Esme vendo a careta que ele fazia resolveu interferir. Colocou Alice no chão e abriu a bolsa pegando o filme que havia comprado no caminho para o hospital. 

— Toma – entregou o filme para Alice – Jane disse que esse pode ser o primeiro filme. Por que não vai organizando tudo que já vou lá ajudar. 

— Vou deixar tudo lindo para você ter orgulho de mim. 

Antes que qualquer um pudesse falar algo, ou Jane a alcançar, a menina correu corredor a fora. O médico só falou quando a paciente e sua residente já estavam longe o suficiente para não escutarem. 

— Fiz algumas novas baterias de exame e acredito que ela pode ser levada para a ala da neuro ate que a biópsia seja feita. Carlisle não quer que ela saia daqui ate que a guarda de vocês seja liberada. 

— Ele pode fazer isso? 

— Bom, tecnicamente não. A área em que o tumor está é delicada e pode ocasionar convulsões, perde de memória, alucinações mais graves e o neuro do caso pode alegar isso para a manter aqui. 

— Então agora está fora de cogitação o diagnostico de esquizofrenia? 

— Sim, hoje ela se saiu muito bem nos exames. – continuou – Quero fazer mais alguns ao longo da semana mas acredito que isso está completamente descartado. 

— E sobre a biópsia? Quando pode ser feito? 

— Sobre a biópsia é algo mais delicado, não posso explicar com mais detalhes porque não é a minha área mas, como é uma área de difícil acesso a biópsia ainda é algo que vai precisar ser avaliada a melhor forma de se fazer. 

— Você acha que dá para retirar todo o tumor? 

— No tamanho que está, não. 

A conversa dos dois foi interrompida quando as portas do elevador se abriram anunciando a chegada do diretor médico. Carlisle empurrava uma cadeira de rodas onde um adolescente estava sentado, o gesso do garoto ia ate a virilha. Atrás dos dois, caminhando a passos lentos, vinha uma adolescente com os longos cabelos loiros trançados. 

— Oi – Carlisle abriu um sorriso quando a viu. 

— Oi – saudou de volta. Os olhos dela estavam entre os dois adolescentes, ela já poderia imaginar quem eram. 

O médico saiu de trás da cadeira de rodas e foi em direção a mulher para a cumprimentar. O abraço e o rápido carinho na bochecha que ele fez nela não passou despercebido para os adolescentes e nem para o psiquiatra. 

— Trouxe mais convidados para a noite de cinema. – anunciou feliz. 

— Você sabe que a sessão não é aberta ao público, certo? 

— Ainda bem que os dois são pacientes – pela primeira vez Esme escutou Carlisle soar debochado. 

Esme percebeu que os amigos ainda estavam em pé de guerra. 

— Oi, eu sou Esme – ela deu um passo em direção aos meninos.

— Oi, sou Rosalie e esse é Edward – a loira esticou a mão como forma de apresentação e um sorriso estampado no rosto. 

Esme apenas ignorou a mão esticada da garota e a pegou em um longo abraço. A adolescente ficou completamente sem reação com a atitude da mulher mas a abraçou de volta. Era um abraço aconchegante e confortável, como a muito tempo não recebia. 

— É um prazer conhecer vocês dois – falou após dar o mesmo abraço no garoto. 

— Parece que sim – o adolescente disse confuso. 

— Rosalie, esse é o doutor Denali. – Carlisle chamou a atenção de todos – Ele é o chefe da psicologia aqui no hospital. 

— Senhorita Hale – Eleazar deu um passo a frente, esticando a mão em cumprimento. – Que bom conhecê-la. Você faltou a nossa sessão hoje. 

— Você também vai tratar Rosalie? – Esme questionou curiosa. 

— Acho que algumas sessões não fariam mal – o psiquiatra acalmou a futura mãe – nada de muito grave, não precisa se preocupar. 

— Prazer em conhecê-lo, doutor – o sorriso da loira já não existia mais – Acho que Edward e eu vamos andando, é no fim do corredor, certo? 

Não esperando uma confirmação dos adultos, começou a empurrar a cadeira de rodas do irmão seguindo o pequeno fluxo de pacientes que andavam com os enfermeiros para uma sala no fim do corredor. 

— Os trouxe porque sei que ela vai correr de você enquanto não te conhecer – Carlisle disse quando os dois já estavam longe o suficiente. 

— Acho que ela não se sente segura comigo em uma sala – o psiquiatra falou sério. 

— Você acha que ela conversaria com Jane? – Esme quis saber. 

— A doutora Volturi ainda não tem experiencia o suficiente para um caso tão delicado como o da senhorita Hale. 

— Eu não quero nenhuma residente cuidando do caso da minha filha – Carlisle falou categórico. 

— Carl! – Esme chamou a atenção do futuro marido quando viu a enorme carranca que fazia para o amigo. 

— Ela não é sua filha, doutor Cullen. – Eleazar falou secamente. – Eu quem decido o que é melhor para os meus pacientes. 

Era palpável a tensão entre os dois. Esme temia que pudessem começar a rolarem no soco ali mesmo. Estava impressionada de que até mesmo quando concordavam em algo, queriam transformar em uma briga. 

— Tudo bem – ela resolveu acalmar os ânimos – estamos todos de acordo que Rosalie precisa de alguém com mais experiencia e de que Jane não é a pessoa indicada. O que você sugere, doutor Denali? 

— Eu indicaria Sara Black, ela faz trabalhos incríveis com mulheres que passaram pelos traumas que Rosalie passou. 

— A doutora Black não é do hospital. 

— Rosalie precisa de um ambiente neutro, que possa expressar o que realmente sente e não acho que alguém da minha equipe seja capaz de a fazer se sentir segura o suficiente. 

— Eu deveria colocar Black no seu lugar – Carlisle resmungou rude. 

— Carl! – Esme estava assustada o quão o amigo mudava quando estava perto de Eleazar – Rosalie nunca se sentiria segura se tratando aqui porque vai ter medo de que te contêm qualquer coisa que ela disser. 

— Por que ela se preocuparia com isso? 

— Ora, Carlisle, acredito que o hospital inteiro sabe que você tem intenções em os adotar, ou no mínimo suspeitam de que você se afeiçoou a eles. – Esme resolveu explicar – Trabalho com adolescentes e Rosalie não me cumprimentaria com sorrisos e abraços se não suspeitasse de algo. 

— É muita ingenuidade da parte dela achar algo assim. – o médico falou revoltado. 

— Mas é a verdade. 

— Isso é ridículo – colocou as mãos na cintura em protesto. 

— Mas ainda assim, verdade. 

— Vamos ter a guarda deles em um mês ou até menos – falou enquanto o abraçava em uma tentativa de o acalmar – poderemos marcar algumas sessões com a doutora Black e ver como as coisas ficam. 

— Tudo bem – Carlisle suspirou derrotado. A intenção de Esme se realizando ali. 

Eleazar olhava a forma como o amigo ficava visivelmente mais calmo a medida que a mulher ia falando. Estava impressionado como a vizinha podia influenciar no humor dele. 

— Estava conversando com a sua esposa ... – Denali começou mas foi advertido por Carlisle. 

— Eleazar – disse em tom duro. 

— Estava conversando com Esme – o médico recomeçou – que vou encaminhar Mary para a ala da neuro. Os exames que fiz nela descartaram qualquer sinal de esquizofrenia, o tumor pode mesmo estar causando as alucinações. Na sexta feira devo me sentar com o departamento de neurologia e discutir com eles sobre o caso e vamos decidir quais remédios ela irá continuar tomando e quais serão retirados. 

— Isso é ótimo. – pela primeira vez, desde que os dois travaram uma briga pelo diagnóstico da menina, Carlisle sorria para o amigo. 

— Não sei quais as intenções do pessoal de lá a deixarem aqui enquanto a adoção não se concretiza mas acredito que a sua influência possa conseguir algumas semanas. 

— Vou ligar para o Jenks e pedir que ele adiante as papeladas de Alice. 

— Carlisle, se estiver mesmo disposto a adotar, você precisa entender que ela precisa de um pai e não mais um médico. Você não pode ficar usando do seu cargo para intimidar para conseguir o que você quer, como estava tentando fazer comigo. 

— Não estava te intimidando, só queria que você me escutasse e visse que o seu diagnóstico estava errado. 

— Eu a diagnostiquei com as informações que eu tinha ate aquele momento. 

— E você estava errado! 

A briga dos dois estava fazendo com que as médicos e enfermeiros que estavam no corredor parassem para olhar o que estava acontecendo. Esme olhou em volta vendo que a confusão estava chegando na sala de cinema improvisada do andar. 

— Ok. – ela resolveu apartar a briga – Alice agora está com o diagnóstico correto e vamos fazer de tudo para que seja tratada da maneira certa. Vocês dois têm que parar com isso, estão com o mesmo objetivo mas ainda transformam isso em uma enorme briga. 

— Vou ligar para Jenks – Carlisle desconversou enquanto se afastava.

Sacou o telefone do bolso enquanto caminhava para o lado contrário de onde estavam as crianças. Esme o olhou ir com uma visível preocupação com tudo o que estava acontecendo. 

— Ele age como um pai preocupado – Eleazar comentou olhando para a mesma direção – mas você precise lembrá-lo que com essas crianças é isso que ele pode ser. Um pai preocupado. O fato de não podermos tratar parentes tem um motivo, Esme, nossas emoções podem trazer problemas demais durante o tratamento do paciente. Não acho que adotar essas crianças seja a melhor ideia que ele já teve mas ele precisa entender que no momento que elas saírem daqui para a casa dele, é isso que ele vai se tornar. Pai.  

— Ele só quer o melhor para os meninos. 

— Todos nós queremos. Eu só conhecia você pelo o que ele falava. A confiança que ele tem em você é tão cega que por um momento me questionei das suas intenções com isso mas vejo que você é uma boa pessoa. 

— Eu só quero ajudar. – falou honesta. 

— Vejo isso em você. Aquele dia ... eu passei dos limites, Carlisle me contou algo como um amigo e eu acabei jogando isso em você para descobrir como reagiria. As vezes, acabo analisando demais as pessoas e fui longe demais. Me desculpe. 

— Está tudo bem. Você está preocupado com o seu amigo mas quero deixar claro que só quero o melhor para as crianças, Carlisle vai ser um ótimo pai para elas. 

— E você não vê isso como uma forma de entrar na vida de Carlisle? – ela viu o olhar dele mudar para um tom profissional. 

— Mas eu já estou na vida dele. – Esme falou sem saber bem o que ele queria com aquela pergunta. 

— Me preocupa o quão você não vê nada, da mesma forma que ele – o médico apontou para o amigo – também não vê. 

— Do que está falando? 

— A forma de como ele fala de você e a forma de que você o defende é algo que me faz questionar se as crianças vão ter um lar depois que tudo isso explodir. 

— Isso o que? Eu e Carlisle estamos ótimos. 

— Os sentimentos. 

— Você está me analisando? – ela estava ficando nervosa com aquilo. 

— Só estou expressando minhas preocupações. Não menti aquele dia quando disse que queria que você entrasse nisso sabendo de todas as informações e estou aqui te jogando pistas da mesma forma que disse a Carlisle. Eu o amo como um irmão, e tenho muito apresso por você e tudo o que têm feito por ele mas se eu tiver certeza de que a relação de vocês dois causou algo negativo para essas crianças, vou interferir. Como um amigo, psiquiatra ou judicialmente, da forma que eu achar que devo. 

— Nós só queremos o melhor para as crianças. 

— E eu também. 

— Então não estou entendendo qual foi dessa ameaça. – falou revoltada. 

— Não estou ameaçando mas essa relação entre você e Carlisle pode se transformar em algo bom como em algo ruim. Vocês vão ficar para sempre fingindo que são casados ou vão começar a levar o casamento a sério? Se você conhecer um cara legal e se separar de Carlisle, você vai continuar presente na vida das crianças? E o mesmo pode ser dito sobre Carlisle, ele vai largar as crianças com você quando as coisas apertarem? Acho que vocês não pensaram em tudo. 

— Acho que você não é meu psiquiatra. – o tom de Esme era baixo mas enfurecido. 

Deixou o homem ali no meio do corredor e caminhou para a sala de cinema. A sua raiva evaporou quando viu Rosalie e Edward rindo e se divertindo enquanto Alice fazia alguns movimentos de ballet. 

— Que linda, querida! – ela falou entrando na sala, chamando a atenção da menina e dos adolescentes – Você dança muito bem. 

— Você gostou? – a baixinha questionou envergonhada. 

— Adorei, você está dançando muito bem. Não é, meninos? – ela interagiu com os adolescentes. 

Os dois passaram a concordar quase em uníssono. 

— Claro – concordou Edward. 

— Estava fantástica – Rosalie comentou.

O sorriso que Alice deu com os elogios aqueceu o coração de Esme, ela estava encantada com a criança e tinha certeza de que faria de tudo para a deixar feliz. 

Lançou um olhar para os adolescentes tendo a mesma certeza quando o seu olhar recaiu sobre o pequeno semblante de alegria que ambos tinham no rosto. Se achava maluca mas tinha certeza de que aqueles meninos eram dela. 

— Vocês gostam de Alice no país das Maravilhas? – quis puxar assunto. 

— É esse filme que vai passar? – a expressão de entediado de Edward não passou batido por ela. 

— Alice nunca viu. 

— A mocinha tem meu nome – a menina pulava animada. 

— Sempre gostei de Alice. – Rosalie opinou se referindo ao filme – Você vai adorar. 

Esme percebia que Rosalie era sempre doce quando se direcionava a conversa para a menina. Ficava feliz que as duas estavam se dando bem, queria que a família fosse toda unida. 

— Vou mesmo? – a baixinha andou para mais perto deles – A mamãe disse que vou gostar também. 

— Quem é sua mãe? – a loira quis saber curiosa. 

— Ela. – apontou para Esme. 

— Não sabia que ela era sua filha – Edward falou curioso. 

— Ela vai ser sua mãe também. – Alice falou deixando Esme desconcertada. 

— Não é bem assim. – ela tentou se explicar ao ver os olhares surpresos dos dois. – É complicado.

— Você é a esposa do doutor Cullen? – Rosalie quis saber. 

— Não ... quer dizer ... sim, é complicado. – disse por fim. 

Estava surpresa pelas coisas terem desandado com tanta velocidade. Olhou para o corredor afim de pedir ajudar para Carlisle, nenhum dos dois queria que as crianças soubessem daquela forma. 

— Você disse para a menina que iria nos adotar? – Edward se mostrava um pouco furioso. 

— Não. – foi firme. 

— A voz me disse – Alice falou como se aquilo explicasse tudo. 

— Voz? – o garoto olhou da menina para Esme. 

— Alice é especial – Esme começou a dizer. 

— Maluca, você quer dizer. – Rosalie disse interrompendo a mais velha. 

— Eu não sou maluca – a menina gritou a plenos pulmões chamando a atenção de todos que estavam presentes na sala.

— Não, querida, está tudo bem. – Esme foi ate a menina para a acalmar – Não foi bem isso que Rosalie quis dizer, ela não sabe qual o problema. Ela não falou por mal. 

— É, desculpa – Rosalie tentou ajudar – Desculpa, Alie, posso te chamar assim? Não falei por querer. 

A menina olhou torto para loira por tê-la chamado daquela forma. Ficou magoada porque achou que as duas seriam boas amigas. 

— Eu vou ver se Jane precisa de ajuda – Alice falou ignorando a outra. 

Esme aproveitou para se sentar ao lado dos dois e só quando Alice sumiu de sua vista que voltou a falar novamente. Olhou para os dois séria, rezando para que as coisas não saíssem do seu controle. 

— Alice tem um tumor no cérebro, um dos sintomas são vozes, visões que ela tem. 

— Então você não vai nos adotar? – Rosalie foi direto ao assunto. 

— Não, quer dizer ... sim. – Esme suspirou passando a mão no rosto, nervosamente. Aquilo tinha começado errado.  – Queria ter esta conversa junto com Carl, acho que ele seria melhor do que eu para uma conversa dessas até porque vocês o conhecem a mais tempo. Bom, queremos adotar vocês e Alice. 

— Isso é por caridade? – Rosalie estava com a expressão mais séria do que antes – Alice tem um tumor, eu fui ... e Edward é um adolescente particularmente difícil de lidar. Doutor Cullen está fazendo alguma espécie de caridade? 

— Claro que não. Não é nada disso, é complicado. – disse novamente. 

— Então descomplique. – Edward foi direto. 

— Carlisle tem uma grande afeição por vocês, desde a primeira vez que Edward deu entrada na emergência. Sempre conversamos sobre como poderíamos ajudar e depois do que houve na antiga casa de vocês, sentimos que não estariam seguros em outro lugar do que com a gente. Já Alice ... – ela lançou um olhar para a menina que estava rodeando Jane enquanto a residente preparava a televisão. – ela é completamente encantadora, vocês vão estar nos dedinhos dela na mesma velocidade que eu estive, ou Carl esteve. 

— Você poderia ter dito que sente que é nossa mãe. – Rosalie falou carrancuda. – Não é isso que as pessoas que vão para a lista para adotar diz? Que sempre sonharam em ser pais e que não conseguem. 

— Vocês são dois adolescente, eu sei como a cabecinha de vocês funciona. Se eu dissesse algo assim, tenho certeza de que revirariam os olhos. Mas para ser honesta, não penso em ser mãe há muitos anos. Não queria filhos até Carl me falar de vocês, agora que conheço todos vocês, tenho certeza de que quero isso. 

Os dois adolescentes olharam um para o outro como se estivessem tendo uma conversa silenciosa. O olhar dela ia de um para o outro e finalizava sua ronda em Alice que ria de algo que Jane dizia. 

— O tumor de Alice é inoperável? – Edward quis saber.

— Está localizado em uma região difícil mas os médicos estão bolando um plano de ação para que consigam tirar tudo. 

— Você acha que ela vai morrer? – foi a vez de Rosalie de perguntar. 

— Espero que não. – Esme falou com honestidade. 

Todos se viraram para frente quando Alice apareceu cantarolando e saltitando como se nada tivesse acontecido a minutos atrás. Se sentou no colo de Esme ao mesmo tempo que Carlisle aparecia na porta. 

— Jane disse que o filme já vai começar. – falou animada. 

— Alice, você me desculpa pelo o que falei antes? – Rosalie falou baixinho se inclinando para a menina. 

— Desculpo, – deu de ombros – mas eu não gosto que me chamem assim. 

— E eu não chamo mais, prometo. 

— Promessa de dedinho? – Alice levantou o pequeno dedo mindinho em direção da loira.

— Prometo. – a adolescente, entrelaçou o dedo no da menina. 

— E pode me chamar de Alie. 

Esme procurou o olhar de Carlisle para ver aquela cena adorável. Ele olhava as duas filhas com carinho, levantou o olhar e ela pôde ver o quão transbordava amor daqueles olhos. 

Ela sorriu para ele que foi espelhado nos lábios dele. Acompanhou com o olhar, ele diminuir a distância entre os dois e se sentar ao lado dela. Um beijo foi depositado em seu rosto e abraçada de lado. 

— Jenks está promissor com ... – ele não quis terminar a frase então apenas apontou com o queixo as crianças que interagiam bem ali ao lado deles. 

— Eu contei para eles, os maiores pelo menos. Alice me colocou em uma saia justa. 

— Você está bem? – questionou preocupado. 

— Estou. Não foi como eu planejei e acho que não tinha como ser pior. 

— Desculpa não ter estado por perto mas tenho certeza de que não foi tão ruim assim. E o que eles falaram? 

— Não falaram nada sobre, nem que estão de acordo ou não mas só de não terem reclamado ou brigado já é alguma coisa, ne?

— Acho que sim. 

As luzes foram apagadas e o filme começou. Foi muito mais divertido do que todos imaginaram que seria, Alice fazia comentários engraçados sobre o filme e Edward e Rosalie entraram na onda dela. Arrancando risada dos pais. 

— Isso vai dar certo – Esme falou quando a sessão de cinema já estava no fim e Alice dormia nos seus braços. 


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