Starting a Family escrita por Nana Fantôme


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Voltei rapidinho porque Buh Cullen me ameaçou kkkkk



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Carlisle caminhava com as duas canecas fumegantes cheias de café. Cantarolava uma música animada ao abrir a porta do seu quarto. Encontrou Esme ainda enrolada na coberta em sono pesado.

Colocou as xícaras na mesa de cabeceira. Se sentou na ponta da cama e passou os dedos pelos fios castanhos da esposa de forma carinhosa. Fez o mesmo movimento repetidas vezes até que ela começou a despertar.

— Bom dia, dorminhoca. – Ele a saudou assim que abriu os olhos.

Os olhos de Esme se arregalaram ao focarem no homem a sua frente, nem ao menos deu importância a dor de cabeça latente. Tentava se situar sobre o que havia acontecido ontem ou se tudo o que vinha a sua mente realmente aconteceu ou o se tudo não passou de um sonho.

— Oi. – As mãos dela seguravam a coberta na altura do pescoço. 

— Trouxe para você. Alice estava doida para vir te acordar mas nas condições em que você está aí embaixo achei melhor a enrolar com desenho animado. Apesar de ela estar jogando cereal por todo o carpete e cantando a plenos pulmões a música do desenho, esse entretenimento é apenas momentâneo.

— As condições em que estou aqui embaixo ... – Ela repetiu o que ele disse – Você sabe como estou aqui?

— Quando você arrancou sua camisola ... – Carlisle pegou a peça que estava ainda jogada no chão entregando a ela – eu estava completamente acordado.

Esme se cobriu com a coberta completamente, cobrindo até o topo da cabeça.

— Me desculpe, Carl. – A voz saia abafada embaixo da coberta – Eu bebi muito vinho ontem a noite e tive uma conversa confusa com uma pessoa confusa.

Carlisle puxou devagar a coberta expondo apenas o rosto da esposa.

— Conversa confusa com uma pessoa confusa?

— Não importa ... o que importa é que eu bebi demais e acabei ... Me desculpa. – Cobriu o rosto com as mãos – Estou tão envergonhada.

— Toma um pouco do café, vai te ajudar com a ressaca. – Pegou as canecas e estendeu uma a ela.

Esme se sentou ainda escondendo sua nudez. Tomou um longo gole do café apreciando a bebida.

— Sobre ontem a tarde e a conversa com a Selena ...

— Vamos esquecer isso. – Ela o cortou – Você tem plena liberdade para fazer o que quiser da sua vida. Prometo não me intrometer mais. Somos amigos e assim que as coisas têm de ser.

— Isso é um pouco contraditório já que estava nua na minha cama até minutos atrás. Você não pode fugir disso, Es, de nós. Ontem a sua bebedeira só provou que no fundo você quer o mesmo que eu.

— Tem muita coisa em jogo. – Os olhos dela estavam no teto ao dizer aquilo.

Esme entregou a caneca para ele. Vestiu a camisola com cuidado para que ele não visse nenhum pedaço da sua intimidade.

— Se você preferir podemos assinar um contrato dizendo que caso nossa amizade acabe, você que fica com as crianças, a casa, meu carro.

— Não é sobre as crianças. É sobre nós dois. Gosto muito de você e se um dia a nossa amizade acabar não sei o que vai ser de mim.

— Prometo não fazer nada para a nossa amizade acabar. – Entregou a caneca de volta para ela.

— Você não pode me prometer isso. – Fez uma careta.

— Eu posso prometer que vou me esforçar sempre.

— Carl ...

— Tenho certeza do que eu quero, Es. É você que está cheia de dúvidas mas invade minha cama e arranca a roupa. Sou um cavalheiro mas da próxima vez não prometo parar.

— Carlisle! – Exclamou assustada.

Rindo, ele se inclinou sobre a esposa e depositou um beijo nos lábios dela. Um beijo diferente da noite passada. Calmo, familiar e cheio de intimidades. A porta foi escancarada, antes que Esme pudesse se afastar e explicar as coisas, e uma risada infantil inundou o quarto.

— Vocês desistiram de se separar? – A voz de Alice soou pelo quarto fazendo os pais se separarem.

Esme agradeceu por ter vestido sua camisola de volta. Se inclinou para o lado lançando um sorriso para a menina.

— Ninguém vai se separar, meu bem.

Alice correu até os pais pulando na cama e foi engatinhando até a mãe. Se deitou aninhada nela.

— Comeu todo o seu café da manhã? – Os olhos de Carlisle a encaravam em fendas.

— Sim. – Fez joinha com o dedo.

— De verdade? – Esme questionou fazendo cosquinhas nela.

— Deixei só a maça. – Confessou.

Carlisle deu um último beijo nos lábios da esposa antes de pegar a filha no colo e se levantar da cama.

— Então vamos lá comer essa maça enquanto a mamãe escovas os dentes.

— Mas eu quero ficar com a mamãe. – Alice ria enquanto era jogada sobre os ombros do pai.

— Vem aqui meu grudinho. – Esme estendeu os braços pegando a filha no colo.

Carlisle saiu levando sua caneca. Esme foi em direção ao banheiro do quarto onde possuía uma escova guardada para quando dormia ali.

Fez sua higiene pessoal sobre os olhares atentos da filha e a uma longa narrativa do desenho que assistia.

— Já escovou seus dentinhos? – Questionou a menina quando ia a tirar de cima da pia.

— Papai me ajudo a escovar. – Ela sorriu mostrando os dentes como se ainda estivessem limpos pós café da manhã.

— Uau! Você está virando uma verdadeira expert na escovação. – Elogiou beijando a menina.

Desceram para o primeiro andar de mãos dadas. Uma mão segurava a mão de Alice e na outra mantinha a caneca de café.

Chegou na cozinha onde a mesa de café da manhã estava preparada. Carlisle conversava amenidades com Rosalie e Edward.

— Bom dia. – Beijou a testa dos adolescentes antes de se sentar com Alice em seu colo.

— Bom dia. – Ambos responderam em uníssono.

Comeram enquanto conversavam sobre diversos assuntos como uma família unida. Todos já haviam finalizado a refeição quando o semblante de Alice se tornou sério.

— Quero ser loira. – Disse de repente .

— Loira? – Esme a olhou confusa.

— É. A Selena disse que eu não me pareço com o papai. Edward e Rosalie tem o cabelo parecido com o do papai. Também quero parecer ele. – Concluiu por fim. – Assim ninguém vai dizer que eu não sou filha do papai.

Esme deu a Carlisle um olhar julgador.

— Você não precisa ter os cabelos loiros, meu bem. – Carlisle falou de forma doce – Nem todo mundo se parece e apesar do seus irmãos terem o cabelo mais claro não quer dizer que são mais filhos do que você.

— Você sempre pode dizer as pessoas que puxou a sua mãe. – Edward argumentou.

— É mesmo, os seus cabelos são parecidos com os de Esme. – Carlisle sorriu para a menina.

— Eu queria parecer com Esme. Você é a única que parece com ela, tenho certa inveja disso. Isso faz você ser a única, eu tenho que ficar disputando os fios loiros com esses dois. – Rosalie comentou fingindo uma careta no final fazendo a mais nova rir.

— Mas meus cabelos são tão curtinhos. – Ela passou a mão nos fios espetados para todos os lados que já chegavam,, quase, no ombro.

— Mas eles vão crescer e mesmo assim você fica linda. – Esme a abraçou distribuindo beijos pelo rosto da menina.

Alice ria enquanto alisava os cabelos castanhos da mãe.

— Eu gosto de parecer a mamãe. – Se convenceu por fim.

— É claro que gosta. A mamãe é a mulher mais bonita do mundo. – Carlisle dizia olhando para a esposa.

Os olhos de Esme se encontraram com o do marido fazendo as bochechas ganharem um tom avermelhado.

— Bom, que tal a gente começar a nos arrumar porque daqui a pouco temos visitas. – Disse mudando o rumo da conversa.

[...]

Esme parou petrificada ao ver a morena esbelta caminhar pelo gramado da casa. Fechou os olhos se xingando por não ter previsto algo como aquilo. A morena caminhava como se estivesse em uma passarela.

Era sensual como Esme nunca conseguiu ser. Possuíam a mesma altura mesmo que com o corpo voluptuoso da mais velha fazia com que Esme parecesse alguns centímetros mais baixa.

Foi de forma sensual que retirou os óculos escuros que usava e jogou a longa cortina castanha para trás. Era como se andasse em câmera lenta, todos as pessoas da festa não conseguiam retirar os olhos dela.

— Eu não acredito! – Grace gritou quando reconheceu a mulher, caminhando até ela a agarrando em um abraço.

As mãos de Esme foram ao rosto de pura vergonha. Se pudesse, já tinha corrido e se escondido em qualquer buraco que achasse.

— Você a conhece? – Carlisle questionou baixo perto da esposa mesmo que os olhos dele não saíssem da nova visitante.

Pensou em negar mas a penetra a desmascarou antes disso.

— Esme! – Gritou caminhando até a anfitriã de braços abertos.

— Pode-se dizer que sim. – Resmungou por fim.

Carlisle olhou a esposa com curiosidade até que ela foi tirada de seu campo de visão pela morena esbelta. Ela abraçava Esme com muito carinho e afeto, os olhos dela se fecharam e um sorriso surgiu nos lábios. Os olhos dela se abriram recaindo no anfitrião a alguns passos de distância.

— Uau. – Comentou enquanto soltava Esme – Você é mais bonito do que nas fotos.

— O meu Deus! – Grace que havia caminhado junto com a morena não conseguiu se conter. A gargalhada da senhora McCarty só parou com o olhar assassino da melhor amiga.

— Obrigado? – Carlisle respondeu soando mais como uma pergunta.

— Oh, querido muito de nada. – Um sorriso zombeteiro surgiu no rosto dela.

— O que você está fazendo aqui? – Esme questionou levemente irritada com o comentário da outra.

— Vim conhecer meus sobrinhos. – Olhava em volta como se pudesse reconhecer algum deles.

— Sobrinhos? – Carlisle questionou olhando de Esme para a morena, procurando explicações.

— Esta é Gianna, minha irmã. – Esme explicou.

— Irmã? Eu não sabia que você tinha uma irmã.

— Sou a deserdada da família. – Gianna se justificou.

Carlisle não pôde evitar em procurar semelhança entre as duas. Enquanto Gianna possuía olhos verdes, Esme tinha os olhos âmbar. A mais velha possuía um olhar sensual e um rosto bem desenhado, a mais nova possuía olhos redondos e o rosto em formato de coração. Uma tinha uma selvageria natural e a outra um ar angelical. Fora os cabelos no mesmo tom castanho, não apresentavam nenhuma familiaridade.

— Como chegou aqui tão rápido? Achei que estava em Nova York. – Esme questionou a irmã mais velha.

— Estava na região. – Deu de ombros – Aproveitei para conhecer meus sobrinhos, sei que se tivesse avisado da minha visita inventaria uma desculpa para que eu não os conhecesse.

— Você não é a melhor pessoa para ser um exemplo de vida. – A careta da caçula fez com que a mais velha desse risadas.

— Eu sou um espírito livre. – Jogou os braços para o ar.

Ao ver que não tinha outra alternativa, Esme se aproximou da irmã para falar baixo o suficiente.

— Eu vou apresentar os meus bebês para você mas se você os levar para o mal caminho, juro por Deus, Gianna, que eu mato você.

— Relaxa. – Os olhos esverdeados reviraram com o drama da irmã.

Carlisle que ouvia todo o diálogo chamou pelos filhos. Rosalie apareceu saindo da cozinha com Alice e Emmett, Edward estava estirado em uma espreguiçadeira entretido em um livro.

— Estes são, Rosalie, Alice e Edward. – Esme apontou para cada um dos filhos – Meninos esta é Gianna, minha irmã.

— Ela é nossa tia? – Alice olhava curiosa para a mulher.

— Isso. – Gianna se abaixou na altura da menina. – Estou muito feliz em conhecer vocês. Trouxe alguns presentes porque é isso que as tias fazem, enchem os sobrinhos de muito mimo que deixam as mãos loucas.

— Vocês não se parecem. – Rosalie pensou alto.

— Irmãos nem sempre se parecem – Deu de ombros – vocês são irmãos e não se parecem.

— Vocês também são irmãs como nós somos? – Edward questionou.

— Bem que a minha mãe queria que eu não tivesse o DNA dela. – Gianna bufou – Não, Esme e eu somos filhas da mesma mãe e mesmo pai mas nem isso é garantia de que irmãos tem que se parecer.

Gianna falava como se soubesse da conversa que aconteceu mais cedo durante o café da manhã. Piscou um olho ao dirigir o olhar para Alice.

— Papai disse que eu pareço a mamãe. – Alice passou a mão nos fios escuros.

— Parece mesmo e tem os olhos parecidos com os meus que são os mesmo da minha mãe. Então se alguém perguntar você pode dizer que puxou a família da sua mãe enquanto seus irmãos se parecem com o seu pai.

Carlisle se aproximou da esposa sussurrando no ouvido dela.

— Você disse a ela sobre o que aconteceu hoje cedo?

— Não. Gianna é assim, sente as coisas no ar.

Edward passou por eles quando estava acompanhando as irmãs e a tia até o carro dela.

— Alice também pode falar que puxou a esquisitice da tia. – Sussurrou para os pais. 

Carlisle soltou uma risada baixa, já Esme deu um beliscão no filho de brincadeira.

— Suma daqui. – Xingou o filho tentando segurar o riso.

[...]

A cena do quintal era a de um final feliz. Carlisle comandava a churrasqueira com Eleazar do lado, de onde Gianna estava, não conseguia escutar o que diziam mas parecia ser algo engraçado já que os médicos tinham um sorriso enorme no rosto.

As crianças da família Cullen e Denali, Alice, Tanya, Irina e Kate, brincavam com os novos brinquedos da morena. Rosalie mantinha uma conversa e troca de olhares com Emmett. John McCarty e Charlie Swan estavam sentados lado a lado em uma mesa bebendo uma cerveja gelada.

Carmem tinha o pequeno Vasilli, de apenas um ano, andando em volta da espreguiçadeira em que estava sentada conversando com Grace. Toda a cena era harmoniosa se não fosse pela falta da pessoa principal. Os olhos vagavam pelo quintal mas não encontravam Esme.

— Se fosse Esme onde me esconderia? – A mais velha das Platt se perguntou retoricamente.

Era claro que sabia onde a caçula estava. A conhecia bem o suficiente para saber onde poderia estar. Caminhando de braços cruzados entrou na casa sem chamar a atenção de ninguém. Encontrou Edward abrindo uma cerveja, ela revirou os olhos já que viu como aquilo era previsível.

— Ah, querido, é para mim? – Falou tomando a garrafa da mão do adolescente – Não precisava, meu bem, mas obrigada.

Lançou a ele um sorriso sarcástico antes de levar a garrafa aos lábios e tomar um longo gole da bebida amarga. O garoto perdeu a cor no rosto inicialmente, antes de fazer uma careta.

— Ela era ...

— Sua? – Gianna levantou uma sobrancelha de forma crítica – Você não tem idade para isso. Vou adorar pagar um monte de cerveja para você quando fizer vinte e um, até lá só refrigerante.

Gianna mordeu o interior da boca ao segurar o riso pela expressão de desgosto de Edward. Apenas saiu da cozinha quando ele voltou para o jardim para perto do pai. Ficou alguns minutos parada no canto da cozinha, bebendo da cerveja esperando o adolescente voltar.

Quando teve certeza de que Edward não voltaria para pegar mais uma cerveja escondido, ela foi mais para o interior da casa. Os olhos iam de um lado ao outro, conhecendo o lugar. A casa possuia uma estrutura diferente a da casa cizinha onde a irmã morava. Subiu as escadas encontrando Esme no quarto de Rosalie.

Ficou na porta esperando ser percebida pela irmã que se encontrava deitada na cama olhando para o teto, como um defunto. Vendo que Esme não se movimentaria, colocou a garrafa na mesa de cabeceira antes de se deitar ao lado dela na mesma posição. As irmãs Platt ficaram deitadas juntas contemplando o teto bem pintado.

— Eles são adoráveis. – Gianna começou – Isso aqui é bem o que eu imaginei para você.

— O que faz aqui? – O tom de Esme era frio.

— Vim conhecer meus sobrinhos.

— Eu sei que você não estava na região.

— Sim, eu estava.

A caçula se virou olhando nos olhos da irmã procurando algum traço de mentira.

— O que você faz aqui? E não estou falando na minha casa.

Os ombros de Gianna se encolheram.

— Sofri um aborto alguns meses atrás.   

— O que? – Esme arregalou os olhos e se inclinou mais para perto da irmã – Por que não me disse nada?

— Vergonha? – Fez uma careta de desgosto antes de dar de ombros – Realmente não sei, sempre quero te proteger quando o assunto são bebês ou a perda deles.

— Você não precisa me proteger.

Os olhos de ambas reviraram mas por motivos opostos.

— Eu sempre vou te proteger. – Gianna retrucou impaciente – Enfim, acabei vivendo uma bomba de emoções, chorando muito e chamando por mamãe. Marcus não soube muito o que fazer além de ligar para ela.

— Como vocês duas esconderam isso de mim? – Esme se sentia traída - Não sei o que é mais chocante. Se é vocês duas voltarem a se falar ou se é você passando por algo tão sério e me deixando de fora. 

— Eu pedi a ela para não contar. Iria te dizer quando me sentisse pronta para isso, a sua ligação ontem a noite meio que me pareceu um sinal. Hey, não faça essa cara – Ela apontou o dedo indicador para a irmã quando viu que ela ameaçava fazer uma cara de descrente – você sabe que acredito nessas coisas cósmicas.

A expressão da caçula foi de ingenuidade.

—  Eu não disse nada.

— Mas eu te conheço e sei o que estava pensando.

— Então você estava na mamãe?

— Sim, ela ficou um pouco superprotetora e agora tenho que vir aqui fazer uma Vistoria Platt. – Se referiu ao extremo zelo da mãe – Venho semana sim, semana não para ela ver com os próprios olhos de que estou bem e que não vou surtar e me afundar em drogas novamente.

— E você não vai, não é?

A preocupação da irmã era bem parecida com a da mãe.

— Agora me lembrei porque não te contei, não aguentaria vocês duas em cima de mim o tempo todo cronometrando os meus passos.

— Isso não é justo. Eu não posso me preocupar mais?

— Eu estou bem. Sério. Não vou me afundar em drogas ou causar qualquer problemas.

Ambas ficaram em silêncio. Esme buscou na irmã algum sinal de mentira.

— Marcus realmente te mudou. – Falou impressionada.

— Marcus não me mudou. – Gianna a corrigiu – Eu realmente o amo e prezo muito pelo nosso relacionamento. Sei que vocês não concordam muito com o nosso casamento, por ele ser um homem dez anos mais velho que eu e porque nos conhecemos de uma forma peculiar ...

— Você o conheceu na festa do seu traficante enquanto estava drogada e te convenceu a transar com ele ...

— Eu que o convenci a transar comigo.

—  Claro. – Esme riu descrente.

— Hey! Eu sou uma mulher muito persuasiva.

— Disso eu sei.

— Só porque sou mais nova que ele não quer dizer que Marcus consegue me dominar.

— Você estava sob efeitos de droga.

— Se você soubesse o quão algumas ondas dão um tesão enorme, entenderia o porque o convenci a dormir comigo mesmo eu estando drogada. Você nãopode negar que meu marido é um homem muito atraente mesmo já na casa dos cinquenta. E além do mais, Carlisle não está lá muito longe dos cinquenta anos.

— Carlisle tem bons anos até fazendo cinquenta. E a nossa relação é totalmente diferente ...

— Não venha se achar a superior para cima de mim. – Gianna foi grossa.

— Eu não quis dizer isso, o que quero dizer é que as minhas decisões sobre estar com Carl não foram feitas sob efeitos de alucinógenos ou ácidos ... ou qualquer que seja a substância que você usou naquela noite.

— Eu estava completamente ciente do que acontecia naquela noite.

— Me desculpe, Gianna, mas você ter tido uma overdose enquanto transava com Marcus poucas horas de tê-lo o conhecido me fazem questionar muito isso.

— Não pense que Marcus não achou o mesmo. Tive que batalhar muito para que ele nos desse uma chance apesar de tudo isso. Você o viu apenas uma vez ...

— No hospital, semi nu. - Esme sentiu a necessidade de acrescentar. 

— Ele foi ao hospital com uma mulher que tinha acabado de conhecer para garantir que ela ficasse bem.

— Você fala como se ele não tivesse feito mais do que a obrigação dele.

— Você o viu apenas uma vez e já tem um preconceito com ele.

— Ele não ajudou muito. – Esme falou exasperada.

— Mas eu sou feliz com ele. – Gianna apontou para si – Marcus me faz imensamente feliz, isso não deveria bastar para você dar uma chance?

Esme suspirou e se ajeitou na cama como se o desconforto fosse algo físico.

— Tudo bem. – Falou por fim – Posso dar uma chance a Marcus.

— Obrigada. – Gianna pegou a cerveja na mesa e tomou um gole – Aproposito, Edward estava tentando roubar cerveja da geladeira.

A senhora Cullen arregalou os olhos e depois bufou frustrada.

— Tenho que ficar de olho naquele garoto.

— Nunca é fácil ter adolescente em casa. Nós éramos terríveis.

— Você era. – Esme tratou de corrigir – Eu era tranquila.

Gianna virou a cabeça, lentamente, em direção a irmã e deu a ela um olhar crítico.

— Você fugiu de casa para ir a uma festa. No meio da noite. Papai quase teve um enfarto ao ver sua cama vazia.

— Foi uma única vez. – Esme arfou ofendida – Ele já deveria estar mais do que acostumado com você fugindo o tempo inteiro.

— Eu era um caso perdido mas você era a pupila.

As duas riram com a lembrança do pai vermelho de fúria ao ver a caçula chegando em casa junto com os raios de Sol.

— Espero que Edward e Rosalie não me deem nem metade do trabalho que você deu.

— Rosalie já tem um namoradinho. – O tom de Gianna era de pura fofoca – Emm está investindo pesado nela.

— Emm não faria nada que Rose não quisesse.

— Claro que não, ele é um bom garoto.

— E Rose é muito tranquila.

— Mas tem algo sombrio nela. Não sei se é porque sei do que aconteceu ou se é algo que ela emana, mas dá para saber que algo muito sério aconteceu com ela.

A conversa das irmãs foi interrompida pela porta do quarto se escancarando e uma risada infantil atrair a atenção das duas. Alice saiu correndo e pulou na cama no meio das duas.

— Mamãe, você viu que Tia Gianna tem o cabelo escuro igual o nosso? – Ela comentou enquanto se enroscava na mãe e deitava a cabeça em seu peito.

— Eu vi, é lindo, não é? – Esme depositou um beijo no topo da cabeça da filha.

— O meu cabelo também vai ficar grande assim, não vai?

— Eu adoraria levar você ao salão para cortá-los. – Gianna comentou – Apesar de que sua mãe corta muito bem.

— É verdade, mamãe? – Os olhos de Alice se iluminaram – Você corta cabelo?

— Corto sim.

— Mas eu não quero cortar o cabelo, gosto dele desse tamanho.

— Mas a mamãe não iria tirar no comprimento. Eu só vou dar um jeitinho nas pontinhas.

— Sem deixar curtinho de novo, não é? – As mãos infantis foram para o cabelo preocupada.

— Sem deixar curtinho. – Esme prometeu.

— Apesar de que Alice ficaria linda com aquele cabelinho de Amelie Poulain. – Gianna opinou olhando para a irmã.

— Eu não gosto da franja tão curtinha. – Esme fez uma careta.

— Quem é Amelie Paoulan? – Alice se sentou em cima da barriga da mãe.

— Poulain – Gianna corrigiu – É uma personagem de um filme que a titia adora.

Uma batida fraca na porta chamou a atenção das três. Carlisle estava parado ali na porta com um sorriso enorme no rosto.

— Estava procurando por vocês.

A primogénita dos Platt sabia que era pela irmã que ele procurava. Se sentou na cama pegando Alice da mãe, a carregando de forma que arrancava risadas da menina.

— Vamos lá embaixo que te mostro quem é Amelie, minha Amelie.

— Me salva, papai. Me salva. – Alice gritou aos risos quando as duas passaram por Carlisle.

— Não tem como ele te salvar. – Gianna soltou uma risada macabra antes de correr para o primeiro andar.

Esme se levantou quase ao mesmo tempo que a irmã, mas Gi foi rápida demais saindo correndo, propositalmente, e deixando o casal sozinho no quarto.

— Estava preocupado com você. – Carlisle falou quando já não escutavam mais as risadas de Alice.

— Estou bem. – Esme respondeu sem graça e cruzando os braços – Estava conversando com Gianna.

— Eu não sabia que você tinha uma irmã.

— Parece que nós dois temos segredos um do outro. – O alfinetou, mencionando o encontro secreto dele com Selena.

— Pensei que estava tudo resolvido sobre isso. – Carlisle suspirou frustrado.

— Todos esses anos eu mais fui visitar Gianna do que ela veio. - Ela respondeu como se não tivesse sido ácida segundos atrás - Você também passa muito tempo no hospital, se desencontraram todas as vezes.

Esme passou por ele indo em direção ao primeiro andar.

— Esme, espere. – A segurou pela mão a impedindo de ir muito longe – Vamos conversar.

— Não acho que esse é o momento, tem uma festa rolando lá embaixo.

— Eles não vão nos procurar por um tempo, Eleazar está comandando a churrasqueira e Grace cortou as tortas que trouxe.

— Eu tenho que ficar de olho em Gianna, ainda mais com Alice. Ainda não tenho certeza de qual quem vai traumatizar quem ali.

— Esme ...

— Eu não estou dizendo que não quero conversar, só acho que agora não é o melhor momento.

Carlisle reprimiu toda a frustração que sentia mas cedeu.

— O que mudou? Hoje de manhã parecia tudo bem .. agora você está correndo de mim. 

— Nada mudou ... Eu só estou ... - Encolheu os ombros ao tentar buscar a melhor palavra - confusa, talvez. Me deixe pensar um pouco, tudo bem? 

— Ok. 

O casal desceu as escadas de mãos dadas, o humor de Esme mudou completamente quando chegou na metade das escadas. Seus olhos foram direto para a porta aberta. Mais que rapidamente, se apressou em terminar de descer.

Gianna e Alice estavam paradas ao lado da porta. Alice abraçava o pescoço da tia enquanto olhava de forma feia para a penetra. Gianna também não possuía um semblante tranquilo. A única que mantinha um sorriso esnobe no rosto era Selena para do outro lado. Esme só parou quando se postou ao lado da irmã, pegando a filha no processo.

— O que faz aqui? – Esme falou séria para a outra.

— Vim terminar minha conversa com Carl. – Selena usou do apelido que Esme sempre usava.

Carlisle parou ao lado da esposa colocando a mão protetoramente na cintura dela. Era um sinal claro para Selena de que os dois estavam juntos e bem. Ele sentiu a esposa se afastar, minimamente, de forma desconfortável mas não o suficiente para a mão dele sair do lugar.

— Você já me deu todas as informações, Selena. – Carlisle foi polido.

Tinha que ser um cavalheiro, mesmo que a vontade de matar a ex fosse grande. A visita dela não ajudaria com que ele se acertasse com Esme da forma que queria. Sabia que aquilo era pura provocação mas não a deixaria atrapalhar os planos.

— Bom, não te disse o mais importante ontem porque fomos interrompidos. – Os olhos da mulher foram para Esme e Alice, olhando acusadoramente, antes de se voltar para ele – Sua mãe está organizando uma festa na mansão e é claro de que quer eu e você como anfitriões.

Aquela era uma mensagem sutil da senhora Cullen de que ou ele ia até ela, ou infernizaria a vida dele. Carlisle conhecia a mãe como ninguém, era uma mulher feroz e sabia como fazer com que suas vontades fossem cumpridas.

— Anfitriões? – Gianna intrometeu confusa – Vocês dois juntos?

— É uma tradição da família Cullen. – Selena abriu um sorriso convencido – Nas festas de aniversário o chefe da família, no caso, Carl, recepcione os convidados junto com sua parceira. Morgana já começou os preparativos para a própria festa e ela não quer desconhecidos recepcionando os convidados dela.

O olhar de Selena se voltou acido para Esme, indicando de que ela era a desconhecida.

— Minha mãe conhece muito bem Esme, Selena. – Carlisle se controlou para não perder a paciência.

— Mas não tão bem como eu. Morgana conhece meus pais a anos e eu estou bem introduzida na sociedade, já Esme é uma intrusa para todos.

— Estou impressionado o quanto tem mantido contato com minha mãe. – Carlisle lançou a ela um olhar duro que fez com que o sorriso esnobe de Selena sumisse.

— Eu gosto de sua mãe e ela de mim. – Fingiu inocência.

— Já que são tão intimas, acho que pode dizer a ela que não serei anfitrião de nenhuma festa em que a minha esposa não esteja do meu lado. Sou um homem casado e não da uma boa impressão ser visto recepcionando uma festa com outra mulher.

— É o aniversário da sua mãe. – Selena falou descrente.

— E todos estes anos recepcionei os convidados ao lado dela. Não acho de bom tom, uma pessoa que não tenha o sobrenome Cullen seja anfitrião de uma festa da família.

Esme se controlou em revirar os olhos para uma discussão frívola como aquela. Em vez disso, aproveitou que Alice se remexia impaciente em seu colo para usar aquilo como desculpa para sair.

— Bom, se me dão licença, vou ver como estão todos lá dentro.

Lançou a Carlisle um olhar duro antes de dar as costas e sair. Gianna foi logo atrás sem se despedir da visitante. A mais velha olhou mais uma vez para a porta antes de parar a irmã na cozinha e querer saber se aquela era a ex que ouvir falar por telefone.


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Notas finais do capítulo

Aproveitem os últimos momentos de família feliz.



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