Starting a Family escrita por Nana Fantôme


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

♪ EU VOLTEI, AGORA PRA FICAR! ♫ Eu sei que eu sou uma péssima pessoa mas meu sumiço é completamente justificável peguei um filhotinho de cachorro no meu serviço que tava morrendo que precisou da minha assistência 24h. Trouxe para casa para dar uma chance de sobrevivência pra bichinha mas, infelizmente, ela faleceu e eu precisei de um tempinho até voltar a escrever. Ai apareceu o segundo problema, me veio na cabeça a continuação de outra história ( Eu tenho umas 20 incompletas ) e eu acabei deixando essa parada. Na minha cabeça a história já ta toda feita eu só preciso sentar e escrever ai estou postando o ultimo capitulo que tenho escrito para me forçar a terminar os outros. Talvez seja um tiro no pé? Talvez, mas vamos na fé.
Aproveitem o capítulo!
PS: Alguém consegue meu número de telefone aí para ficar me ameaçando, por favor, eu funciono na pressão. kkkkkkkk



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/797874/chapter/16

Andava pelo macio carpete da sala impaciente. A taça de vinho estava nas mãos e a garrafa na mesa de centro já na metade. Já sentia os sinais de embriaguez mas isso não a fazia parar de beber. 

O telefone no ouvido escutando apenas o toque da ligação sendo completada. Correu os olhos pelo relógio preso na parede do corredor. Se passava um pouco das onze da noite. 

— Es, querida. Está tudo bem? – A voz rouca de sono do outro lado da linha soou preocupada. 

— Eu me casei. – Falou de supetão. 

Temia dar para trás caso a conversa se prolongasse demais. 

— O que? – A pessoa do outro lado da linha se tornou mais desperta. 

— Me casei há quase dois meses e tenho três filhos. - Soltou em um único fôlego.

— Você está brincando comigo? – A mulher do outro lado da linha questionou. 

— Não. Seríssimo, como um ataque cardíaco. 

Esme não parava de caminhar pela sala, agora andando em volta da mesa de centro. Segurava a taça de vinha rente ao corpo.

— Quando? 

— Há dois meses atras. – Repetiu. 

— Com quem? 

Esme se sentia em um inquérito mas respondia mesmo assim. 

— Não importa. – Desconversou. 

— É claro que importa. 

Ficaram em silêncio por alguns segundos, travando uma pequena batalha para ver quem cederia primeiro naquela conversa. 

— Com Carlisle. – Esme disse derrotada.

— Carlisle? – A outra pessoa falo confusa – Carlisle Cullen? O seu vizinho Carlisle Cullen? Carlisle Gostosão Cullen? – A mulher gritou a última frase. 

— Não sei sobre a parte gostosão. – Tentou controlar seu ciúmes. 

— Por que só estou sabendo disso agora? – Expressou sua indignação. 

— Tudo aconteceu muito rápido. – Resolveu se justificar. 

— Eu sabia que ele te queria. – Gracejou. 

— Claro que não. 

— Ah, pelo amor, Esme. O que você já me falou e o que Grace já me disse só confirma para mim que ele está gamado em você. 

— Você tem falado com Grace? 

— Algumas vezes, mas aquela cachorra nunca me disse sobre você ter se casado. 

— Não cabia a ela te contar. – Defendeu a amiga mesmo sem saber porque, já que, aparentemente, Grace falava dela com outras pessoas.  

— Eu quero saber mesmo é o que senhor e senhora Platt acharam disso. 

O silêncio reinou na ligação.

— Esme, eles sabem não é? 

Ela levou a taça de vinho a boca tomando um longo gole da bebida deixando o silêncio preencher a ligação novamente, fazendo com que a pessoa da outra linha deduzisse a resposta.  

— Esme! Você só pode estar brincando comigo. 

— As coisas aconteceram tudo muito rápido. – Se justificou. 

— Meu Deus! Dona Lucy vai matar você. – Foi inevitável para a outra rir. 

— Você não está ajudando. – Esme resmungou infeliz.

— Quando pretende contar? 

— Não sei quando. Precisa ser logo mas ainda não sei quando isso vai acontecer. 

— Esme, por que você me ligou? - A mulher do outro lado da linha foi direto ao assunto.

— Porque você sempre foi minha confidente e eu sabia que iria me ouvir. 

— Estou aqui para te ouvir. - Escutou o característico som de alguém se ajeitando. 

Respirando fundo e pela primeira vez, desde que entrou na casa, parou de andar. Se acomodou no sofá se sentando com as pernas cruzadas. 

— Carl e eu nos casamos para ajudar três crianças órfãs que estavam no sistema a muito tempo. Rosalie ... ela tem apenas dezesseis anos e sofreu um estupro coletivo e espancamento no último lar adotivo que estava, Edward que também vivia nesta casa acabou sendo espancado no processo. – Passou a mão no rosto em sinal de frustração – Alice é uma paciente de longo tempo do hospital que Carlisle trabalha e até recentemente tinha um tumor. 

— Que horror, Es. – A voz soou séria pela primeira vez. – Que vida difícil a deles.

— Pois é. A gente não podia deixar Edward e Rosalie voltarem para o sistema correndo o risco de isso acontecer de novo e Alice estava crescendo dentro de um hospital tomando altas doses de calmantes ... – Os olhos de Esme lacrimejaram mesmo tudo ficado bem no final da história – Eu precisava fazer algo, sabe? 

— Es .... isso tem a ver com o seu bebê? Rosalie e Edward têm a mesma idade que o seu filho teria. Isso não pode ser você projetando o seu filho neles? Você sabe mais do que ninguém que não tenho posição alguma de julgar alguém sobre absolutamente nada. Mas você é a minha prioridade e sempre vai ser. 

— Não, não tem nada relacionado com isso. Eu amo meu bebê – Colocou a mão no abdômen como se o bebê ainda estivesse ali – e ninguém nunca vai substituir a posição dele. Mas eles também são meus bebês. Eles são, Gi, não sei explicar ... quando eu coloquei meus olhos neles ... não, minto. Eles eram meus antes mesmo de vê-los. 

— Eles estavam destinados a você. – Gi concluiu. 

— Não é bem assim. – Achou graça. 

— Nem sempre os filhos nascem da nossa barriga, Esme. Tem certos filhos que nascem destinados para ser nossos mesmo que não seja gerado por nós. 

— Eu sei disso mas nunca imaginei que iria vivenciar isto. É muito difícil explicar ... não sei como colocar em palavras o que eu sinto por eles. 

Esme pegou a garrafa de vinho e reabasteceu sua taça. 

— Você é a mãe deles, não precisa se explicar. 

— Certo. Bom, - Resolveu voltar a contar a história - Carlisle pensou em um meio de ajudar as crianças e teve a ideia de nos casarmos. 

— Ele teve a ideia de se casar com você ou teve a ideia de se casar? 

— Qual é a diferença? – Balançou a cabeça confusa. 

— Uma não envolve você necessariamente. 

— Não sei responder. – Foi honesta - Ele sugeriu que um casamento poderia facilitar a adoção, que poderíamos nos casar e dar entrada no processo de adoção. Ele tinha um advogado muito bom que sabia todos os meios para agilizar o processo e em menos de um mês a gente tinha a guarda das crianças. 

— Então a ideia de se casarem era dele. 

— Pode ter sido porque eu estava mais próxima. 

Tentou fazer pouco caso da situação, a mulher do outro lado da linha se limitou a revirar os olhos. 

— Você sempre faz isso. – Disse frustrada – Você sempre se diminui, não faça isso. Eu sei e você também sabe que ele não te queria como esposa dele atoa. 

Um silêncio reinou na ligação mais uma vez. 

— Estou certa, não estou? – Gi concluiu convencida. 

— Ele disse que queria tentar fazer o casamento dar certo. 

— E por que está falando comigo tarde da noite e não fazendo amor com o gostoso do seu marido? 

— Para de ficar o chamando assim. 

— De gostoso? – Esme apenas fez um som com a boca – Mas ele é gostoso, um baita homão. 

— Gianna!

Em uma conversa com Gianna, Esme conseguia ver muita similaridade entre ela e Grace, ambas eram duas desbocadas ao qual falava tudo com muita naturalidade e honestidade. 

— É a verdade. – Deu de ombros como se Esme pudesse ver do outro lado da linha. – Então, por que não está com o seu marido? Você poderia ter me ligado outra hora, ou apenas me mandado uma mensagem.

Esme relembrou os últimos acontecimentos antes de concluir: 

— Eu não acho que é uma boa ideia ter uma relação tão intima com ele. 

— E é por isso que a minha galinha se chama Esme. 

Gianna se referiu ao seu bicho de estimação. 

— Aquela demônia ainda está viva? – O tom dela era de pura indignação. 

— Claro, Esme é um doce. 

— Ela me odeia. 

— É paradoxo, duas não podem viver no mesmo universo.

— Não acredito que você está dizendo isso. – Esme revirou os olhos pegando sua taça e bebendo novamente. 

— Você sempre se acovarda e foge como uma galinha quando alguém te pede para sair da sua zona de conforto. Não foi à toa que nomeei minha galinha em sua homenagem. 

— Isso não tem nada a ver com a minha zona de conforto. 

Gianna soltou uma enorme gargalhada, Esme esperou pacientemente a risada debochada acabar. 

— Carlisle é seu vizinho e um bom amigo, alguém que você depositou sua confiança. E mesmo tendo um namorado atras do outro, é um dos poucos homens na sua vida que você tem um certo nível de liberdade e intimidade. O fato de que ele quer um pouco mais de intimidade te deixa apavorada porque o último homem que teve este mesmo nível de intimidade te esfaqueou e matou o filho de vocês. 

— E eu estou errada de ter medo? 

— Não, claro que não. Mas você não pode deixar o medo te impedir de viver. 

Suspirando cansada, Esme parou um momento para absorver o que Gianna estava dizendo.

— Ele é meu amigo. – Disse por fim.

— Isso não quer dizer que vocês não podem exercer o papel de marido e mulher. 

— Isso não vai dar certo e eu não saberia como cuidar das crianças não podendo olhar na cara dele novamente. 

— E quem disse que não vai dar certo? 

Os últimos acontecimentos deixaram claro que não daria mas não entraria naquele detalhe. 

— E quem garante que vai? – Desconversou. 

— Esme, você fala como se fosse uma novinha ainda. Querida, relacionamentos só dão certo quando duas pessoas se esforçam para fazer as coisas darem certo. É muito trabalho e dedicação e mesmo assim algumas vezes dá vontade de desistir. 

— Não quero correr riscos. 

— Você só está vendo o copo meio vazio. Já pensou se vocês conseguem fazer esse casamento dar mesmo certo? Você teria uma linda família e fora que um pouco de sexo diário lhe faria bem. 

Esme tampou os olhos com a mão envergonhada. 

— Ah pelo amor de Deus. 

— É sério, sexo faz bem para a pele. 

— Você tem falado muito com Grace. 

— Eu sei que você só se relaciona com alguém desse jeito quando está namorando. – Falou divagando – Você ao menos está usando os brinquedinhos que te dei no último natal? 

Aquela foi a primeira vez na noite em que Esme deu gargalhadas sinceras.

— Joguei aqueles vibradores no lixo no minuto que cheguei em casa.  

— Você não sabe o que está perdendo. – Gi fingiu decepção. 

— Hoje vi ele com a ex namorada. – Esme voltou ao assunto principal.

— O vibrador? – Gianna questionou confusa.

— Não, Carlisle. Ontem ele dizia sobre me agarrar e mais outras mil promessas ...

— Espero que picantes – Comentou alto. 

— E hoje eu vi Carlisle em um encontro com a ex namorada. 

— E você está morta de ciúmes. – Constatou. 

— Não. 

— Eu tenho doutorado nas mentiras esfarrapadas de Esme Anne Platt, agora, Cullen. 

Esme suspirou cansada jogando a cabeça para trás apoiando no sofá. O silencio prevaleceu apenas por alguns segundos.

— Estou morta de ciúmes. – Admitiu por fim – Toda vez que penso nele com ela fico furiosa. 

— Ele é um gato e não falo isso para te irritar. Seu vizinho, agora marido, é mesmo lindo. Você não pode pensar de que ele vai te esperar para sempre.

— Eu não quero que ele me espere. 

— Ele te quer, pelo o que você me falou, e disse isso com todas as letras. Ele quer tentar mas você está com medo. Você não pode o culpar se quiser formar uma família com alguém interessado.

—  Eu ... – começou a protestar mas foi interrompida. 

— Me deixe terminar. – Pediu Gianna – O que Charles fez com você é impagável, além de te violar fisicamente, ele te agrediu mentalmente de uma forma quase irreparável. Mas você precisa lutar contra isso, lutar contra toda essa dor e insegurança. Essa vai ser a sua parte da luta se quiser fazer o casamento dar certo. Só que se você não quiser, se decidir que realmente não é isso que você quer, então precisa ser direta com ele porque Carlisle só está investindo em você porque está vendo alguma reação da sua parte. 

— É claro que eu reajo, o homem é um deus. – Resmungou frustrada – Além de super educado e carinhoso. Ele faz eu me sentir ...

— Desejada. – Gianna completou. 

Deu de ombros envergonhada.

— Algo assim. 

— Te faz sentir a mulher mais linda e sexy do planeta, apenas com um olhar. Te da frio na barriga sempre que o vê e cada toque dele mesmo que mínimo te causa arrepios. 

— Como sabe? - Enrugou a testa curiosa. 

— Oh, Es. Você nunca sentia isso com Charles, não é? 

— Não. Com ninguém, sempre achei que era por conta da nossa amizade. 

— Você sente isso apesar da amizade de vocês. 

— O que quer dizer. 

— Que o que ele te faz sentir não tem nada a ver com a sua amizade ou intimidade. Isso é atração pura e ela sobreviveu mesmo vocês se jogando na friendzone. A meu ver, Carlisle apenas desistiu de tentar fingir que essa atração não existe entre vocês. 

— Como ele pode ver tudo isso com tanta facilidade? 

— Já parou para pensar que ele pode apenas ter sugerido se casar e adotar essas crianças porque seria com você? 

— Não, ele adora as crianças. 

— Mas a caçula esteve muito tempo no hospital e nenhuma das vezes ele se casou com alguma namorada para fazer dela a filha dele. 

Esme precisou de alguns minutos para sua mente embriagada para tentar lembrar quanto tempo Alice esteve no hospital e quais namoradas Carlisle teve no caminho. 

— Antes não tinha Edward e Rosalie, as situações eram contrárias. 

— E ele te pediu em casamento ... bom, ele te propôs em casamento, antes ou depois de você conhecer as crianças? 

— Eu cheguei a conhecer apenas Alice antes dele propor. 

— Aposto que ele teve a ideia do casamento quando viu vocês duas juntas. 

— Alice me chamou de mãe quando me viu, ela reagiu comigo de forma muito ... além do natural, era como se ela soubesse o que iria acontecer. 

— E ele viu a oportunidade perfeita de ter a mulher que ele tanto deseja junto com uma família perfeita. A questão é: o quão você está disposta para fazer esse casamento dar certo? 

— Eu não sei. 

Gianna suspirou frustrada com a resposta de Esme. 

— Eu sempre fui um espírito livre, sempre vivi tudo intensamente e você sempre foi a puritana certinha que corria para colocar meus pés no chão. Agora eu preciso te empurrar para ser um espírito livre. Você precisa se ousar mais, não tem nada errado em querer alguém. 

— Como está Marcus? – Mudou de assunto drasticamente. 

— Achei que o meu velho, imoral e rico marido fosse um território proibido. - A voz de Gianna era de alguém abismada - Você faz qualquer coisa para mudar de assunto. 

— Então quer dizer que ainda está com ele? 

— Estou, firme e forte. 

— Você vai bater um recorde estando tanto tempo em um relacionamento monogâmico. 

— Como disse, sou um espírito livre. Você deveria experimentar também, vai amar.

— Não é muito a minha praia. 

— Você passou a vida toda escutando para não me pegar de exemplo mas nessa altura do campeonato deveria pegar minha ousadia para tomar uma atitude. 

Os olhos de Esme foram para o relógio da parede vendo as horas. Já se passava de meia noite. Aquela foi o máximo de tempo que esteve em uma conversa com Gianna. 

— Gi. – A repreendeu. 

— Tudo bem, faça o que achar melhor. O que o seu coração mandar. 

— Sentia falta de conversar com você dessa forma. - Comentou saudosa. 

— Por que não fazemos isso com frequência?

— Porque você vive uma vida quase nômade e é difícil manter contato assim. 

— Devemos fazer isso mais vezes. 

— Sim. 

Esme escutou uma voz masculina do outro lado da linha. Não entendeu uma palavra do que foi dita por ele mas o tom deixava claro de que reclamava de algo. 

— Es, eu preciso ir. Marcus acabou sendo acordado por todo o nosso falatório e agora que eu e meu maridinho estamos totalmente despertos vou fazer aquela coisa que disse que você deveria estar fazendo com o seu marido. 

— Você é nojenta. 

A risada de Gianna ecoou pelo fone do telefone fazendo Esme sorrir pela saudade daquela melodia. 

— Tchau, Es. Se precisar de mim é só ligar. 

— Tchau, Gi. Te amo. 

— Eu também. 

Colocou o telefone no gancho e caminhou para a cozinha. Sua cabeça ainda estava em um turbilhão de pensamentos. Andava pela cozinha se preparando para fazer uma fornada de bolinhos para o dia seguinte. 

Ficou ali até pouco mais de uma da manhã quando começou a faltar os ingredientes da receita. Desinformou a última fornada e guardou todos eles no forno e limpou a cozinha. 

Seguiu para o seu quarto onde tomou um longo e relaxante banho. Aproveitou que não tinha Alice ou Rosalie para dar atenção e passou todos os seus cremes noturnos com calma. 

Procurou por seus pijamas e percebeu que havia levado todos os pijamas que usava normalmente para a casa de Carlisle. Acabou vestindo uma camisola de ceda que usava sempre que algum namorado ia dormir lá, era recatada mas sensual.

Deitou-se na cama, fechou os olhos mas se sentia desconfortável. Se remexia no colchão para achar a melhor posição. O lugar estava estranhamente silencioso e vazio. Passou mais de um mês dividindo a cama com ao menos mais uma pessoa, e havia se acostumado. 

Chegou à conclusão que ali não era mais a sua casa, não se sentia no lar ali. Lar era onde seus filhos estavam e era na casa vizinha. Foi inevitável não repensar toda a conversa que teve com Gianna. 

Em um ato de coragem, ou pelas grandes doses de vinho que bebeu, Esme cruzou o gramado das duas casas a passos decididos. Entrou na casa vizinha sem qualquer problema. 

Mesmo com as luzes apagadas, podia caminhar pelos corredores sem esbarrar em nada. Já conhecia aquela casa de cor e salteado, conhecia todos os horários e mania de todos naquela casa. Se sentia mais em casa ali do que na sua própria casa. 

No corredor do segundo andar passou a caminhar fazendo menos barulho possível. Sem nem ao menos bater, entrou na última porta do corredor. A lua era a única coisa que iluminava o quarto. 

Se sentiu menos corajosa ao entrar e fechar a porta atras de si. Tentava se lembrar do porque havia tomado aquela decisão. De jogar a amizade deles fora por uma noite quente. Tinha certeza de que era isso que teria e apenas isso. 

Carlisle estava deitado na enorme cama do quarto. Esme estava pronta para sair do quarto quando ele se sentou na cama. Pela escuridão do lugar, chegou a achar que não podia ser vista ali. 

Mas os olhos dele nem ao menos se desviaram, foram certeiros nela. Assim como ela, Carlisle não conseguiu dormir após a discussão e os olhos dele estavam bem ajustados a escuridão do quarto após passar horas olhando o teto. 

A forma como ele a olhava causou uma quentura dentro dela. Era como se ele a despisse só com os olhos. Pensou que se sentiria intimidada por aquilo mas acabou ganhando coragem. 

Cruzou o quarto em direção a cama, subiu em cima do baú que ficava no pé da cama e pisou no colchão macio. Caminhou ate o marido sem ao menos desconectar os olhos do dele. 

Subiu um pouco a barra da camisola de ceda que usava antes de se sentar no colo dele. As mãos dela se embrenharam nos fios loiros do marido enquanto o puxava para um beijo. 

Os lábios se moviam em perfeita sincronia em uma dança sensual. O gosto de vinho da boca dela se misturava ao de canela da pasta de dente da boca dele. Só pararam quando precisaram de ar. 

As mãos de Carlisle foram para as coxas dela e subiram de forma lenta para baixo do fino tecido da camisola. Os lábios dele deslizaram para o pescoço, explorando o lugar. 

Ela o empurrou levemente fazendo com que ele se retesasse assustado. Os olhos dele foram até os dela a questionando apenas com o olhar. O lábio dela era mordido de forma sensual enquanto as mãos iam para a barra da camisola. 

— O que está fazendo? – Ele segurou as mãos dela impedindo que subissem. 

— Eu quero você. – Falou incisiva.

Aquilo foi o suficiente para que ele se desarmasse e ela pudesse retirar a delicada peça de seda. Carlisle tinha certeza de que aquela havia sido a cena mais sensual que presenciou na vida. 

Tomado por uma selvageria que apenas surgia quando estava com Esme. Carlisle a puxou, mudando a posição dos dois a colocando deitada embaixo dele. Chutou as cobertas para o pé da cama enquanto explorava novamente os lábios dela. 

— Você não deveria ter dito isso. – A avisou. 

O olhar selvagem que ele a olhava fazia com que seu corpo pegasse fogo. Esme se sentia em combustão. Em todos esses anos nunca tinha se sentido tão ansiosa para algo. 

Os lábios dele desciam por todo o corpo dela. Explorava cada pedacinho da pele exposta. Ele deu um delicado beijo nas cicatrizes que possuía no baixo ventre. As mãos dele se encaixaram nas alças da calcinha dela e desceu com delicadeza. 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Venham nos comentários me xingar, beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Starting a Family" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.