Starting a Family escrita por Nana Fantôme


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Tenho que parar de falar que vou postar sábado porque sempre acontece alguma coisa e eu nunca posto. Mas tá ai, esse é um dos meus capítulos favoritos. Espero que gostem!



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O estômago de Esme estava a ponto de rejeitar todo o almoço que comeu mais cedo. Rosalie freou bruscamente mais uma vez assustada com o passarinho voando a vinte metros do carro.

— Oh querida, eu preciso de uma pausa. – Esme resmungou quando sentiu a boca salivar em excesso.

— Eu sou péssima, não sou? – A loira resmungou – Estou fazendo você passar mal ...

— Claro que não, Rosie. – Cortou a menina com uma mão no estômago.

— Você está branca. Vai vomitar, não vai?

— Não se eu sair do carro agora. – Esme abriu a porta do carro às pressas para respirar um pouco do ar puro.

O estacionamento que havia levado Rosalie e Edward para treinarem direção era enorme e vazio para a felicidade de Esme, ou teria muitos carros para pagar o conserto.

— Me desculpa! – Rosalie falou alto o suficiente para Esme escutar fora do carro.

Esme apenas acenou com a cabeça enquanto caminhava até os outros filhos. Alice estava deitada no capô de um carro enquanto Edward estava escorado se segurando para não rir.

— Você está bem, mamãe? – Alice se sentou preocupada com a mãe.

— Estou ótima meu bem. – Mentiu fazendo uma careta. Olhou duro para Edward – A partir de hoje, Carlisle quem vai ensinar vocês a dirigir.

— Hey! Eu não tenho culpa de nada. – O garoto levantou as mãos em sinal de inocência.

— Já que você é o bonzão, coloque o carro em uma vaga. Vou aproveitar que estamos aqui e comprar as coisas para o churrasco de amanhã.

Rosalie caminhou para perto da família pronta para ajudar Esme caso passasse mal. Foi inevitável para ela prestar atenção na conversa.

— Por que mesmo vamos fazer um churrasco? – Edward fez uma careta.

— Porque Carl e eu temos que apresentar vocês para nossos amigos. Já se passou muito tempo desde que vocês chegaram mas agora Alice está completamente curada e todos estão ansiosos para conhecer os novos integrantes da família.

— Sua família também vem? – O olhar do adolescente era preocupado.

— Não, meus pais moram em uma cidade do interior do estado. Vamos fazer uma visita assim que Carl conseguir uma folga.

— E a família de Carlisle?

— Também não vem. A família dele é bem pequena, conheci alguns primos distantes mas o pai já morreu e a mãe está bem velha para ficar fazendo longas viagens assim.

— Onde ela mora? – Rosalie entrou na conversa.

— Nova Inglaterra.

— Onde fica isso? – Alice quis saber curiosa.

— Bem longe daqui.

— Vamos um dia visitar eles? – Os grandes olhos castanhos dela estavam fixados na mãe.

— Vamos sim. – Esme ajudou Alice a descer do carro – Agora, chega desse papo porque temos muita coisa para comprar e Edward precisa colocar o carro em uma vaga.

O adolescente correu até o carro ligando o motor e utilizando todos os ensinamentos de uma semana de aulas diárias, colocou o carro em uma vaga perto da saída onde não possuía nenhum carro ao lado.

— Foi ótimo, Ed! – Alice deu a ele um joinha empolgada. – Não é, mamãe?

— Foi sim, meu bem. – Esticou a mão para pegar a mão da caçula – Agora vamos.

Os quatro cruzaram o extenso estacionamento para entrar na enorme rede de supermercado que existia na cidade. Rosalie quem conduzia o carrinho de compras enquanto Esme colocava todos os alimentos nele. Em um dado momento Edward e Alice sumiram em um corredor qualquer.

— Onde estão seus irmãos? – Esme questionava Rosalie enquanto caminhavam adjacente aos corredores.

— Alice tem Edward nas mãos. Se ela pedir é capaz dele a ajudar a subir nestas prateleiras.

Esme se virou horrorizada com a possibilidade.

— Não fale isso nem brincando, é capaz de que eu mate os dois.

Rosalie deu uma sonora gargalhada se distraindo levemente. Estava tão absorta que nem ao menos percebeu o carrinho saindo de um dos corredores. O choque entre os carrinhos foi certeiro.

— Me desculpe, não vi que alguém vinha no corredor. – A voz do adolescente era muito conhecida para a matriarca.

— Emmett! – Ela o saudou feliz.

— Tia Es! – Os olhos dele estavam fixos na loira ao lado da tia mas isso não o impediu de se aproximar e abraçar Esme.

— Veio fazer algumas compras para sua mãe?

— Sim, senhora. – Levantou a mão que segurava um papel com a lista de compras – E a senhora?

— Vim fazer ... – Esme reparou para onde o garoto olhava. Revirou os olhos antes de fazer as devidas apresentações – Você se lembra de Rosalie, minha filha, certo?

— Claro! Como vai, Rosalie? – Pela primeira vez os olhos dele se voltaram para a tia.

— Vou bem, Emmett, e você? – A voz dela soou tímida.

As mãos dos dois tocaram em cumprimento. Rosalie puxou a mão rapidamente e desviou o olhar.

— Vou bem também. – Os olhos do adolescente olharam ao redor procurando os outros dois – Onde estão Alice e Edward?

— Vindo ali. – Esme focava em um ponto atras dele.

Ela olhava repreensivamente para o filho que entrava no corredor em que estavam com um óculos de festa que possuía nariz grande e bigode enquanto Alice ao lado dele usava um que tinham duas molas saltando com olhos nas pontas.

Ao perceber que a mãe e a irmã estavam acompanhadas de um desconhecido, Edward retirou os óculos rapidamente e manteve um semblante sombrio. Os passos dele se tornaram mais apressados e em uma velocidade impressionante chegou perto dos carrinhos.

Edward jogou o óculos que segurava dentro do carrinho enquanto olhava duro para o moreno. Alice retirou os óculos colocando junto com o do irmão, os olhos dela curiosos, olhava de um para o outro.

— Oi – Emmett cumprimentou os outros dois.

— Oi Emmett! – A voz infantil soou alegre como de costume.

Edward apenas acenou com a cabeça. O telefone de Esme apitou uma mensagem avisando que o bolo encomendado já estava pronto.

— Eu preciso ir à confeitaria aqui ao lado pegar o bolo que encomendei. Vou deixar para vocês dois finalizarem a compra. – Apontou para Edward e Rosalie – Falta apenas pegar os refrigerantes e então podem ir para o caixa. Emmett, você pode mostrar a eles onde estão as bebidas?

— Claro.

O garoto se prontificou alargando um enorme sorriso no rosto enquanto olhava Rosalie.

— Ótimo – Esme abriu a bolsa retirando o cartão e entregando Rosalie – Aqui, passem nele e me esperem no carro. Edward, você ainda está com a chave?

— Estou, mas não é melhor irmos todos juntos? – A voz dele ficava mais irritada a cada minuto em que Emmett não desgrudava os olhos da irmã.

— Não. – A mãe o respondeu alheia a tudo – Vou levar Alice para que vocês dois não fujam de novo e deixem Rosalie sozinha.

— Eu posso fazer companhia para ela. – O sobrinho se prontificou.

— É claro que sim. – Edward respondeu debochadamente.

— Você é um doce, Emm. – Esme levantou os olhos sorrindo para o menino – Mas eu já volto, se nos dividirmos andamos mais rápido. Vem Alie. Até amanhã, Emm.

— Até, tia Es. – Emmett se despediu enquanto a tia pegava a mão da caçula e caminhava para a saída principal.

Esme andava com uma Alice saltitante contando a pequena aventura com Edward pelo hipermercado. Estavam quase na confeitaria quando a menina parou como estátua causando um susto na mãe.

— Alice. – Chamou assustada.

Os olhos da menina estavam dentro da pequena cafeteria. Esme seguiu o olhar encontrando Carlisle lá dentro junto com uma ruiva muito familiar para ela. A mão dos dois estavam unidas em cima da mesa.

— Aquele não é o papai? – A filha disse curiosa.

— Parece que si... - Mais do que rapidamente, Alice desvencilhou da mão da mãe e correu para dentro da cafeteria. - Alice aonde você vai?!

— Papai! – O saudou feliz enquanto pulava em cima dele.

Esme mesmo do lado de fora escutou a euforia da filha. Foi do lado de fora também que viu o olhar assustado do marido. Os olhos dele começaram a buscar um rosto familiar ao redor. Ela estava a ponto de correr quando os olhos dele recaíram nela. Se xingou baixinho por não ter sido rápida o suficiente e adentrou a cafeteria.

— Oi – Ela cumprimentou, os dois adultos, sem graça.

Foi inevitável para ela, não olhar para a ruiva agora mais de perto. Definitivamente era um rosto familiar mas não se lembrava onde a tinha visto da última vez. Os cabelos lisos da ruiva estavam perfeitamente alinhados em volta do rosto formando uma cortina.

Os olhos azuis piscina olhavam divertido para ela, como se aquela cena a divertia mas eram os lábios que a entregavam. O sorriso ali era zombeteiro, como se aquilo ali só confirmasse as suspeitas em sua cabeça.

— Esme! – A mulher saudou pouco animada – Por que não estou surpresa de que você está cuidando da filha de Carlisle?!

— Você também conhece a mamãe? – Alice mantinha os braços em volta do pescoço do pai de forma possessiva.

— Mamãe? – Os olhos da ruiva se viraram enfurecidos para o homem.

— Esme, você lembra de Selena, certo?

Ele resolveu refrescar a memória da esposa.

Os olhos dela se viraram novamente para a ruiva, tentando puxar na memória se lembrando vagamente da primeira namorada de Carlisle que tinha conhecido. Elas conviveram por poucos meses até o fim do relacionamento dos dois.

— Ah! Oi Selena, quanto tempo não te vejo.

— Faz muitos anos. Oito para ser mais exata. – Pontuou enfática.

Esme trocou um rápido olhar com Carlisle. Estava cheia de curiosidade para saber o que o marido estava fazendo tendo um encontro com a ex namorada.

— Vieram tomar um café? – Carlisle resolveu questionar a esposa ao ver o clima de desconforto se instalando.

— Na verdade não, Alice te viu pela janela e veio correndo. Estávamos no hipermercado e viemos apenas buscar um bolo para amanhã.

— O que vai ter amanhã? – Selena quis saber.

— Ahn ... – Carlisle olhou de forma desconfortável para a ex – Vamos fazer um churrasco para alguns amigos.

— Então era por isso que não podia me ver amanhã? Vocês vão fazer um churrasco ... juntos. – As informações foram se juntando na cabeça na cabeça dela. Foi só quando viu o anel da família Cullen no dedo de Esme foi que a ficha caiu – Você deu a ela o anel da sua avó? Pensei que ele não iria para o dedo de ninguém.

— Esme é minha esposa.

Selena soltou uma risada debochada, mesmo após anos ainda podia sentir toda a amargura pelo fim do relacionamento com o médico.

— Você deve ser mesmo sensacional na cama. – Selena supôs olhando para a senhora Cullen – Conseguiu que Carlisle finalmente se casasse. Muito esperta, ainda logo engravidou dele ... mesmo que a menina não se pareça muito com ele. Talvez nem mesmo ele seja o pai mas deve ter aceitado de bom grado depois do chá espetacular que você deve ter dado. Já que até mesmo a aliança mais preciosa da família foi parar no seu dedo.

As sobrancelhas de Esme se arquearam de susto, pelo ataque e ousadia da mulher de lhe dizer aquelas palavras.

— Selena! – Carlisle chamou sua atenção horrorizado.

— Por que a mamãe seria sensacional na cama?

Os olhos de Alice iam de um pai para outro.

Mais do que depressa, Esme pegou Alice pela mão. Carlisle poderia conviver e se envolver com quem ele quisesse mas manteria os filhos o mais longe possível de alguém rude.

— Acho melhor irmos. – Foi apenas isso que disse antes de caminhar em direção a saída.

— Esme, espere.

Escutou o marido a chamando mas nem ao menos parou para escutar.

[...]

— Você não precisava ser tão rude. – Rosalie seguia em direção ao estacionamento com Edward do lado – Emmett só queria ser gentil.

— Emmett só queria você. – Edward respondeu carrancudo.

— Ele é sobrinho de Esme. Isso faz dele alguém próximo da família.

Ela parou ao lado do carro esperando o irmão abrir o porta-malas.

— Isso não diminui o desejo dele por você.

Rosalie revirou os olhos enquanto Edward abria a porta. Ambos colocaram as compras enquanto resmungavam um para o outro.

— Não tem desejo. Você está vendo coisas.

— Eu sabia que Esme e Carlisle eram estranhos.

— Eles não são estranhos.

— Só por cima do meu cadáver que essa história vai se repetir.

— A história não vai se repetir.

— Você se lembra do que me prometeu lá no hospital. Se a coisa ficar muito estranha, nós vamos embora.

— Emmett só estava sendo simpá... – ela ia terminar a sua frase mas uma cena na rua lhe chamou a atenção.

Edward se virou a tempo de ver Carlisle puxando Esme pelo braço a forçando a parar e olhar para ele.

— Para alguém que não faz atividade física, você corre bem rapidinho. – Carlisle tentou fazer piada mas Esme mantinha a expressão séria no rosto. – O que você estava fazendo por aqui?

— O que você estava fazendo por aqui? – Ela retrucou acidamente – Não deveria estar trabalhando? Não são nem seis da noite e você já está fora do hospital.

— Eu saí mais cedo ... – Ele começou mas foi cortado.

— Para se encontrar com Selena, as escondidas. – Era quase palpável o ciúmes da mulher. Esme soltou a mão de Alice dando uma boa olhada no estacionamento – Alice, vá ficar com seus irmão que já estou indo.

Alice cruzou o estacionamento sem pestanejar.

Os olhos de Carlisle acompanharam a filha mais nova até que pudesse localizar os mais velhos. Rosalie e Edward desviaram o olhar ao ver que foram pegos o observando.

— Não estou me escondendo. – Voltou os olhos para a esposa.

— Você não me disse que iria ter um encontro romântico com a sua ex.

Alice se aproximou dos dois com o olhar confuso.

— O que a mamãe faz de tão legal na cama? – Questionou curiosa.

— O que? – Rosalie se inclinou sem saber se tinha entendido bem.

— A moça que estava na cafeteria com o papai disse que mamãe era excepcional na cama.

Edward e Rosalie trocaram olhares assustados.

— Talvez você não deva ter entendido bem. – Edward tentou a despistar.

— Eu ouvi muito bem sim. – As mãos da menina foram para a cintura.

— Que moça, Alie? – Rosalie quis saber.

— Selena, ela é ex namorada do papai.

O adolescente balançou a cabeça de um lado para o outro de forma lenta.

— Carlisle está encrencado – Edward sussurrou para a loira.

— Esme está furiosa. – Rosalie concordou.

Se viraram para a mãe prestando atenção no que eles diziam.

— Não me interessa com quem você sai ou o que faça nas minhas costas. Se você pensa em voltar com ela ou isso entre vocês é apenas diversão. – Os adolescentes se olharam confusos – Mas vou deixar bem claro, se você pensa em a colocar dentro da sua casa vamos nos ver na justiça.

— O que você quer dizer com isso? – Ele a olhou assustado.

— Carlisle tem uma amante. – Rosalie tinha os olhos arregalados de puro choque.

— Nunca imaginei que Carlisle fosse do tipo que tinha outra mulher. – Edward compartilhava do mesmo sentimento da irmã.

— Se você pensa que vou deixar uma mulherzinha mal educada como ela conviver com meus filhos, você está muito enganado. – Esme falava enfurecida.

—  Você está me ameaçando? – Era a vez de Carlisle se enfurecer.

— Não é ameaça. É apenas um fato. Não vou deixar que você faça os meus filhos conviver com a mau educada da sua namoradinha.

Carlisle estava a ponto de retrucar quando um sorriso surgiu nos lábios dele. O semblante de raiva se transformou em satisfação e contentamento.

— Você está com ciúmes?

— Ah, pelo amor de Deus. – Ela revirou os olhos irritada enquanto cruzava os braços sobre o peito.

— Você está.

A risada dele podia ser ouvida por todo o estacionamento.

— Isso vai virar um divórcio. – Edward pontuou rindo pela falta de sorte que ele e a irmã tinham.

— O que é divórcio? – Alice olhou para os irmão com curiosidade.

— Quando os casais deixam de se amar e se separam. – Rosalie explicou ainda com os olhos nos pais.

— Separar?  – Alice olhou preocupada para os pais a alguns metros deles.

Carlisle deu um passo em direção a esposa, que por sua vez deu dois para trás.

— Nem ouse tentar colocar suas mãos imundas em mim. – Rugiu Esme.

A fúria de Esme causou o choro de Alice. Não era um choro alto mas os ouvidos maternos já estavam aguçados. A raiva se dissipou como mágica e a preocupação tomou conta dela.

— Alie, meu bem, o que foi? – Caminhou a passos largou até a filha.

A pegou no colo com dificuldade. Os bracinhos finos da menina abraçaram o pescoço da mãe enquanto escondida o rostinho na curvatura.

— Você não deveria fazer tanto esforço. – Carlisle falava com a esposa enquanto tentava pegar Alice do colo dela.

Um braço, de Esme, voou protetoramente para as costas da menina e se virou para o lado o impedindo de a tomar. Os olhos dela se transformaram em fúria novamente ao recair sobre o marido.

— Nem pense nisso. – Resmungou acida.

— Vocês vão se separar. – Aquilo acarretou um choro copioso chamando a atenção dos dois.

— Separar? – Carlisle olhou preocupado para os adolescentes – Claro que não, meu bem. Quem te falou isso?

Alice levantou a cabeça enfurecida, olhando para o pai magoada.

— Você tem uma amante! – O dedinho indicador dela apontava para ele.

— Eu não tenho uma amante. – Dizia para a filha mas os olhos dele recaíram na esposa e sentiu necessidade de reafirmar – Eu não tenho uma amante. Selena só precisava conversar comigo. Hoje foi a primeira vez que eu a vi em anos.

— Querida, você não precisa se preocupar com isso. – Esme interveio – Isso é uma coisa entre o seu pai e eu. Não são coisas que crianças tem que se preocupar.

— Mas Edward disse ... – Tentou falar mas foi cortada pela mãe.

— Não importa o que ele disse, – O olhar fulminante dela recaiu sobre o filho – o que importa é que isso são coisas de adultos e Carlisle e eu vamos resolver juntos.

— Desculpa termos conversado sobre isso na frente de vocês. – Carlisle falou olhando para os três filhos – Isso foi apenas um mal entendido.

— Isso. – Concordou Esme. – Agora entrem no carro que já vamos.

O tom de Esme não deixou que os três discutissem sobre. Rosalie pegou Alice no colo da mãe e ajudou a menina a se prender na cadeirinha.

— Esme. – Carlisle chamou a esposa mais baixo para que as crianças não escutassem.

— Agora não, Carlisle. – Disse no mesmo tom mas de forma mais bruta.

Abriu a porta do motorista para entrar no carro mas foi parada ao escutar a voz do marido.

— Meu carro está na avenida. Me espere aqui que vou o virar e podemos ir para casa juntos.

Esme entrou no carro batendo a porta com mais força que o necessário. O carro recaiu em um silencio assustador. Envergonhada pela a atitude, tampou o rosto com as mãos.

— Edward quem disse sobre o divórcio. – Rosalie dedurou após segundos de silêncio. 

— Rosalie quem falou da amante. – Edward retrucou.

Quando o silêncio recaiu novamente no carro, Edward sentiu a necessidade de preenchê-lo.

— Dizem que filhos são um dos motivos para o divórcio. Você tem dormido muitas noites com Rosalie e Alice...

— Você está dizendo que isso é nossa culpa a infidelidade de Carlisle? – Rosalie retrucou – Ou de Esme?

— Chega! – O tom da matriarca foi autoritário. – Não quero mais falar sobre isso.

Em um silencio incomodo, Esme virou a chave do carro ligando o motor. Suspirou cansada e olhou no retrovisor, Carlisle chegar no carro dele. Tomada pela coragem, tomou uma atitude impulsiva.

— Que tal irmos comer algo no McDonalds? – Ela sugeriu.

Os três filhos olharam espantados para a mãe. As coisas eram bem mais sérias do que imaginavam já que ela estava propondo voluntariamente para que os filhos saíssem da dieta.

— Claro. – Rosalie disse por fim.

— Ótimo.

Sem esperar pelo marido, Esme acelerou o carro cantando pneu no estacionamento e sumiu na avenida antes que Carlisle pudesse os achar. Ela não estava fugindo, só estava precisando de um tempo para espairecer.

[...]

Recolhia toda a sujeira da mesa quando escutou a porta principal bater e o barulho de chaves serem jogadas na tigela de vidro que ficavam as chaves no hall de entrada.

Após passar no drive thru da rede de fast food e ignorar todas as ligações de Carlisle, Esme levou as crianças de volta para casa onde fizeram a refeição. Enquanto ela limpava a bagunça que fizeram, mandou os filhos tomarem banho e irem para a cama.

Os passos duros do marido em direção a sala de jantar estavam cada vez mais altos. Olhou de relance quando ele passou pelo arco entrando no cômodo.

— Procurei vocês por toda a parte. – Carlisle falou irritado – Por que não me atendeu?

— Não devemos dirigir e falar ao telefone. – Disse simplesmente fazendo pouco caso.

— Esme! – As mãos dele foram para a cintura em sinal de irritação – Você poderia ter parado por alguns minutos para me atender.

— O trânsito estava muito movimentado, não dava para parar.

 Após recolher todo o lixo da mesa deixando tudo em perfeito estado. Caminhou para a cozinha. Carlisle a segurou pelo braço a fazendo virar para ele.

— Esme, calma, calma. – Suspirou cansado ao ver a expressão impaciente da esposa – Vamos conversar.

— Claro.

As mãos de Carlisle soltaram a esposa e os braços caíram ao lado do corpo.

— Você está brava. – Não foi uma pergunta.

— E ... – Esperou que ele completasse.

— Você vai me dizer por que esta brava? – Esme revisou os olhos e caminhou para a pia recolhendo as sacolas de papel com desenhos de batatas formando um M. – Você pode não me ignorar? Não gosto de ser ignorado, Esme. Você está sendo infantil.

Esme se virou furiosa.

— Eu estou sendo infantil? – Riu forçadamente – Você está tentando me fazer ciúmes, indo atrás da sua ex namoradinha, em uma tentativa patética de me fazer mudar para seu quarto.

— Eu não fui atrás de Selena.

Apenas o ignorou e continuou a concluir sua linha de pensamento.

— Isso é típico de homens mas nunca imaginei que você seria tão baixo a ponto de fazer algo assim.

— Baixo? – Ele tentava controlar a raiva pelas ofensas.

— É exatamente por isso que me mantive tão restistente em relação a nós. Você espera que eu me sinta péssima, me torne a mulher insegura e que tenha que correr para os seus braços. Eu não sou este tipo de mulher. – Esme passou a andar de um lado para o outro como um leoa enjaulada – Eu conheço você, Carlisle. Convivi com todas as suas ex dos últimos dez anos. Não vou aceitar que você me trate como as tratava.

— Como eu as tratava? – Carlisle cruzou os braços irritado.

— Você está ali cheio de amor para dar nos primeiro vinte minutos e logo depois você some, perde o interesse. – Começou a divagar sozinha – Sabe, até que foi interessante isso de você se encontrar com Selena porque agora eu estou vendo que é sóser contrariado um pouco e você já corre atrás de outra.

— Você está com ciúmes. – Ele constatou rindo.

— Eu não estou com ciúmes. – Retrucou ultrajada.

— Você mesma disse para irmos com calma mas é só ter me visto com Selena que agora está furiosa me acusando de ser um mau caráter. É você quem vive fugindo de mim, é você que usa as crianças para não ficar sozinha comigo.

— Eu não uso ninguém. – Rugiu.

Dessa vez, ele que ignorou para completar sua linha de raciocínio.

— Mas está incomodada que fui me encontrar com minha ex namorada.

— Eu me incomodo com a mentira. Me disse que iria ficar até um pouco mais tarde no trabalho e se encontra estrategicamente perto do lugar onde ensino os meninos a dirigir.

— Não menti propositalmente e nem fiz nada para que você visse. Selena queria conversar sobre a minha mãe e só não queria te preocupar com algo sem necessidade.

— Por que falar sobre a sua mãe me preocuparia?

— Porque nos casamos sem falar nada para nenhum dos nossos pais. Eu sei que você não disse nada porque a sua mãe já estaria aqui na porta se não fosse isso. E o seu pai não me ligou ainda para me ameaçar.

— Nosso casamento é uma farsa, não achei que precisaria contar a eles algo que seria desfeito logo que a guarda definitiva saísse. Eles gostam muito de você e acabariam criando grandes expectativas em algo sem significância.

Carlisle riu sem humor.

— E quando eu disse que estava falando sério sobre nós? Hãn? E quando eu disse que queria fazer isso dar certo? Você simplesmente ignorou isso?

— Carlisle, você só disse isso no calor do momento. Pela excitação de ter as crianças em casa e formar uma família. Você diria isso para qualquer uma com quem se casasse.

— Eu não me casaria com qualquer uma. – Foi enfático – Só tem uma mulher com quem eu me casaria.

— Selena é uma mulher de sorte.

— Tive milhares de oportunidades de me casar com Selena. Ela era a queridinha da minha mãe, para ser sincero ela esperava receber este anel no seu dedo. – Carlisle caminhava para perto da esposa como um leão prestes a atacar sua presa – Mas com você eu só tive uma oportunidade de me casar.

As mãos de Carlisle tocaram o quadril de Esme, a boca dele foi em direção ao pescoço dela dando um beijo ali. O arrepio que tomou conta do corpo dela quase a fez se perder em pensamentos.

— Eu vou dormir na minha casa hoje. – Falou quando deu um pulo para trás fugindo do marido – As crianças já estão na cama. Boa noite.

Carlisle a olhou frustrados.

— Vai, foge. É o que você sabe fazer de melhor.

— Eu não estou fugindo. – Retrucou.  

— Claro. – Revirou os olhos enquanto se recostava na ilha da cozinha – Esme, você ao menos disse sobre as crianças para os seus pais?

Ela cruzou a porta em direção ao quintal, apressadamente enquanto fingia não escutar. Caminhava de volta para sua casa remoendo as últimas palavras de Carlisle.


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