Starting a Family escrita por Nana Fantôme


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Cada dia que venho postar fico mais chocada com o número de visualizações. ManuGrey, sua linda, obrigada pela recomendação, a terceira em pouco mais de uma semana. Muito, muito, muito obrigada por todo o carinho.
Capítulo purinho dedicado a Gle e Manu! Amo vocês!



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Os corpos do casal ainda estavam enroscados no sofá com apenas uma manta cobrindo a nudez de ambos. A cabeça de Carlisle se encontrava perfeitamente encaixada na curva do pescoço da esposa enquanto ela fazia cafuné nos fios loiros dele.

O silencio da casa foi quebrado com o barulho de um carro estacionando na entrada da garagem. Carlisle levantou a cabeça trocando um olhar confuso com Esme. Os olhos dela se arregalaram rapidamente ao identificar quem estava chegando.

— O carro de Carlisle já está aqui, quer dizer que eles já chegaram. Então não precisa se preocupar, senhora McCarty, vamos ficar bem. – Escutaram a voz de Rosalie do lado de fora – Obrigada pela carona.

— Grace está devolvendo as crianças. – Esme sussurrou.

Os olhos de Carlisle se arregalaram poucos segundos depois. Quase que instantaneamente, ele pulou do sofá ajudando a esposa a fazer o mesmo. E enrolados na manta, correram escada acima para evitarem um encontro desconfortável.

— As nossas roupas. – Esme tentou parar para voltar e buscar as peças que estavam jogadas no chão da sala.

— Não temos tempo. – Carlisle falou enquanto a puxava pela mão por todo o corredor do segundo andar até o quarto principal.

Assim que Esme passou, Carlisle fechou a porta às pressas. Ambos ofegavam agora por um motivo diferente. Se entreolharam e começaram a rir baixo.

— Papai, chegamos! – A voz de Alice estava assustadoramente perto.

Carlisle se apressou em trancar a porta. A última coisa que eles queriam era assustar a filha ou terem que responder a dezena de perguntas que ela faria ao ver os dois seminus.

—  O que vamos fazer? – Ele sussurrou desesperado.

— Responde, se ela vir aqui vai ser pior. – Esme sussurrou tão desesperada quanto.

— Você não vai acreditar. – Alice continuava a falar enquanto caminhava em direção ao quarto – Conhecemos o filho da senhora McCarty, o Emmett. Ele estava lá na casa dele com uns amigos e nos chamou para ir ao fliperama mas Edward foi super grosso. Você tinha que ver, Rosalie e Edward até brigaram. No fim, Edward convenceu a senhora McCarty a trazer a gente de volta.

Alice forçou a porta mas ela não se abriu. Ela parou de falar e forçou a porta novamente. Esme apertou o braço do marido se escondendo atras dele.

— Oh meus Deus, Carl. – Sussurrou amedrontada.

— Mamãe? – A menina questionou atras da porta – Você está aí dentro? Porque a porta está trancada?

Passos apressados foram ouvidos subindo a escada.

— Alice. – Rosalie vinha correndo cruzando o corredor – Acabei de ver um bilhete de Carlisle na porta da geladeira, eles estão dormindo. Desse jeito você vai acabar os acordando.

O casal se entreolhou confusos com a mentira da mais velha. A vergonha se apossou de Esme ao perceber que a adolescente sabia o que tinha acontecido na sala.

— A porta está trancada, Rose. – Alice olhou para a irmã confusa – E eu acho que escutei a voz da mamãe lá dentro. Acho que ela está acordada.

Alice colou o ouvido na porta para poder escutar melhor o interior do quarto.

— Eu disse que você poderia tomar um sorvete quando chegássemos em casa, se Esme estiver aí dentro ela não vai deixar. Você quer mesmo que ela veja que já chegamos?

O rostinho de Alice se tornou preocupado. Esme mantinha uma alimentação bastante rígida, principalmente em relação a caçula, então a menina sempre se esbaldava quando podia.

— Mas eu quero ver a mamãe. – Ela resmungou triste.

— Você pode vir conferir se ela está mesmo aqui depois que tomar o seu sorvete.

Rose estendeu a mão para a menina como um convite. Alice deu uma última olhada na porta dupla antes de pegar na mão da irmã e juntas caminharem para a cozinha.

O casal ficou parados no meio do quarto, ainda na mesma posição como se qualquer movimento os denunciasse ali dentro. Isso acabou sendo tempo o suficiente para uma segunda batida acontecer.

— Ahn ... – A voz hesitante de Edward foi ouvida do outro lado da porta – Vou deixar a roupa de vocês aqui em frente a porta. Não se preocupem que Rosalie e eu vamos entreter Alice. Se quiserem podemos sair de novo ... posso levar as duas para comer.

— Já vamos descer. – Carlisle respondeu – Obrigado.

Os olhos de Esme se fecharam e escondeu o rosto nas cotas do marido. Se sentia mortificada de pura vergonha. Tinha certeza de que Rosalie e Edward entenderam muito bem o que aconteceu na ausência deles.

— Oh meu Deus! Que vergonha. – Resmungou.

Carlisle se virou para a abraçar, se enroscando ainda mais na manta.

— Não fique assim, querida.

— Eu nunca mais vou sair deste quarto novamente.

— Alice vai jogar essa porta no chão caso faça isso.

— Carl, as crianças entenderam muito bem o que aconteceu aqui.

— Apenas Edward.

— E Rosalie. – Ela levantou os olhos para o marido – Apenas Alice não percebeu mas porque é muito nova para entender essas coisas.

Ele depositou um beijo na testa da esposa antes de apertar um pouco o abraço.

— Edward e Rosalie são grandes o suficiente para saberem sobre o que acontece entre um casal. Mesmo que a porta não estivesse trancada ou as roupas jogadas, eles iriam supor o que estava sendo feito na ausência deles.

— É completamente diferente de ver.

— Ninguém viu nada. – Carlisle segurou o queixo da esposa e depositou um singelo beijo nos lábios dela – Além do mais somos casados, isso é algo completamente comum em uma relação assim.

Ele a beijou novamente causando novas sensações a esposa.

— Temos que descer e ver como estão as crianças. – Esme tentou se afastar do marido sem muito sucesso.

— Temos é que tomar um banho. – Começou a puxar a esposa para o banheiro.

— Você é que tem. – Os olhos dela se arregalaram com a intenção dele. – Acabamos de sermos pegos pelos nossos filhos e você ainda pensa nisso?

— Vamos dizer que é culpa da adrenalina. – A pegou no colo.

— Adrenalina? – A risada dela se ecoou pelo cômodo.

—  Isso e mais o fato de que tenho uma esposa extremamente atraente.

— Carl, não ... – A voz dela sumiu quando ele puxou a manta e a boca dele tomou a sua.

[...]

Quarenta minutos depois, Esme e Carlisle estavam terminando de vestir a roupa dentro do closet. A pequena pilha de roupas que Edward havia trazido já estavam no cesto de roupa suja do quarto.

— Vamos esquecer por um pouco essa audiência e levar as crianças para comer fora. – Carlisle comentou enquanto se vestia – Vai ser bom para a gente descansar a cabeça também.

Ela mordeu os lábios tentando não dar a ele uma resposta sagaz que os levaria para a cama, ainda, perfeitamente arrumada.

— Ainda bem que tenho algumas roupas aqui. – Resolveu mudar de assunto enquanto terminava de vestir a blusa que vestia – Oh meu Deus! Isso aqui no meu peito é um chupão?

Ela encarou assustada o marido que apenas deu de ombros.

— Não tenho culpa, estava inspirado. Sabe a quanto tempo sonho com isso?

— Não faço ideia. – Ela resmungou enquanto analisava se a blusa escondia o suficiente para que o hematoma não aparecesse.  

— Desde que você fez aquela festa de Natal na sua casa e usou aquele seu vestido verde todo decotado.

— O que? Cal isso tem mais de cinco anos.

— Para você ver o quão inspirado eu estava hoje. – Riu e deu um rápido beijo na bochecha dela.

— Você é um tarado.

Ela foi até a penteadeira e começou a desembaraçar os cabelos. Carlisle a observava andar pelo cômodo muito familiarizada com o lugar.

— Você deveria trazer mais roupas para cá. – Comentou parando ao lado da penteadeira, os olhos baixos abotoando sua camisa social.

— Você acha que as que trouxe foram poucas? – Questionou confusa.

— Sim, acho que deveria trazer todas.

— Todas? Você acha que preciso comprar mais roupas? Querido, eu já tenho muitas roupas ...

— Não. – Ele a interrompeu – Acho que você deveria se mudar para cá.

— Carl, nós temos muitas coisas que conversar antes.

— Eu não estava brincando sobre não ter volta, Es. Você é minha para sempre, o fato de você ter me abocanhado só fez com que o contrato fosse assinado.

— Carlisle!

Ele riu com a timidez da esposa e se sentou na beira da penteadeira para conversar melhor.

— Estou sendo apenas prático. Você passa mais tempo aqui do que na sua casa, quando Alice estava se recuperando você passava vinte e quatro horas aqui e para ser honesto gosto de chegar em casa e encontrar você aqui. As crianças estão aqui, você come aqui, passa seu tempo livre com a gente aqui, as vezes até usa o meu chuveiro para poder tomar banho e ficar mais perto caso aconteça alguma coisa com os meninos e sempre dorme aqui quando não estou.

— É diferente, as crianças precisam de mim por perto.

— O único momento em que não dorme aqui é quando eu estou aqui e quero dormir com você também. Não tema menos possibilidade de não dormir com você mais, e não quero ter que ficar explicando para as crianças porque alguns dias a gente dorme junto e outros você dorme na sua casa e é um milagre nenhum deles ter reparado quando você dormia lá. Eu posso ir dormir alguns dias na sua casa também mas não acho sensato deixar os três aqui sozinhos.

— Carl, eu me mudar para cá é um passo muito grande. É viver uma vida de casados. Quando brigarmos não vai ter a possibilidade de cada um dormir no seu canto.

— E quando foi que a gente já dormiu brigados? Mesmo quando nos desentendemos, sempre procuramos um ao outro para se acertar. – Ele puxou a mão dela depositando um beijo nas costas de sua mão – Além do mais, a gente já vive uma vida de casados. Temos uma rotina juntos, filhos, dividimos um quarto ... ocasionalmente. Só quero que deixe de ser ocasionalmente. A única coisa que nos diferenciávamos dos outros casais era que não tinha sexo entre nós dois e essa barreira foi quebrada.

— Eu não sei ... posso pensar?

Ele tentou disfarçar mas Esme conseguiu ver o desapontamento nos olhos dele.

— Claro que pode, querida. – Ele sorriu antes de se abaixar e depositar um beijo nos lábios dela – É só uma sugestão.

Carlisle se afastou voltando para o closet afim de terminar de se arrumar. Esme queria falar algo mais mas não sabia bem o que dizer. Mesmo que ele tivesse razão nos argumentos, ela achava que se mudar para lá era um passo muito grande na recente relação.

Uma nova leva de batidas na porta foram ouvidas a tirando dos seus pensamentos. Deu uma última olhada no espelho e caminhou até a porta para abrir.

Encontrou uma ansiosa Alice na porta. A menina dava pequenos pulinhos pelo excesso de açúcar no corpo. Os lábios de Esme se entortaram transformando seu rosto em uma leve careta.

— Sabia que você estava aqui, mamãe. – A baixinha comentou feliz abraçando as pernas da mãe.

— E pelo jeito você comeu muitos doces.

— Rose me deu sorvete e Edward e eu fizemos uma pequena competição de comida. – Alice respondeu desavergonhada.

Edward corria escada acima com Rosalie logo em seu encalço ao perceberem que Alice havia escapado deles e corrido direto para o quarto dos pais.

— Competição? – Esme levantou a cabeça, lançando um olhar severo para os adolescentes fazendo com que os dois parassem feito estatuas no topo da escada.

— Foi uma competição com os cookies que Rose fez. – A caçula comentou enquanto os mais velhos desciam as escadas de costas tentando fugir da bronca que levariam. - Porque não abriram a porta para mim mais cedo?

 O olhar da matriarca voltou para a filha.

— Estávamos dormindo, meu amor. – As bochechas ganharam um tom vermelho rubro.

— Edward disse a mesma coisa mas eu escutei a sua voz.

— Mamãe fala dormindo. – Carlisle apareceu para salvar a esposa das perguntas embaraçosas da filha.

— Vocês vão sair? – Alice olhava a roupa social que o pai usava.

— Vamos todos. – Ele garantiu – Que tal irmos no parque de diversões da cidades?

— Podemos mesmo? – A menina voltou a pular ainda mais animada.

— Claro.

Assim que o pai confirmou, Alice deu meia volta e correu atras dos irmãos para dar a notícia. Começou a gritar por eles no top da escada, descia os degraus animada.

— Alice, você vai cair. – Esme gritou para a menina que rapidamente terminou de descer as escadas segurando no corrimão – Pensei que só iriamos comer uma pizza.

Se virou para o marido com as mãos na cintura.

— Eu sei que você é bem rígida com os horários das crianças especialmente de Alice, mas ela é uma bomba de açúcar agora. Duvido muito que vamos conseguir a colocar para dormir no horário. – Ele abraçou a cintura da amada tentado a amansar – E ela já comeu muita bobagem para a gente sair e comer pizza.

— No parque tem muita porcaria também. – Resmungou ajeitando o colarinho do marido.

— E muito brinquedos para a gente a soltar e deixar que ela gaste toda essa energia.

— Não deveríamos ter tomado aquele banho.

— Es, Alice não vai ficar doente. Ela já está curada, um dia de porcaria não vai abaixar a imunidade dela.

— Eu sei que o tumor dela não tinha nada a ver com alimentação nem nada disso mas só de pensar em ver ela naquele hospital de novo já me dá arrepios.

— Alie vai ficar doente de novo porque crianças são assim. Não tem nada que eu ou você possamos fazer para evitar. A sua sorte é que você tem um marido muito bom na sua profissão.

Ela riu ficando na ponta dos pés, depositando um beijo no queixo dele. Uma leve batida na porta foi feita, ambos encontraram Rosalie os olhando.

— Desculpa atrapalhar mas Alice está a ponto de destruir a sala toda e Edward está quase passando mal de tanto biscoito que comeu.

Esme se afastou do marido e seguindo a filha.

— Que ideia foi essa de competição de comida.

Rosalie encolheu os ombros envergonhada.

— Alice toda hora queria subir. Isso foi a única coisa que a entreteu realmente.

Foi a vez de Esme encolher o ombro envergonhada.

— Desculpe, querida. Deveríamos ter saído rápido. Não é obrigação de vocês cuidar de Alice.

— Tudo bem, Alice é nossa irmã e não dá muito trabalho mas as vezes não conseguimos controlar ela como vocês. E vocês têm passado tanto tempo focados em nós que tenho certeza de que não estavam passando um tempo de casal com qualidade, ainda mais com Carlisle tendo horários malucos no trabalho.

— Obrigada por entender. – Esme abraçou a filha de lado. As duas desceram juntas as escadas. – Alice comentou algo sobre você e Edward terem brigado, quer conversar sobre isso?

— Edward surtou por conta do filho de Grace, não tem muito o que contar.

Esme parou a filha no pé da escada onde estariam sozinhas e longe do ouvido dos outros moradores da casa. Elas podiam escutar Alice cantando uma música infantil na sala enquanto Edward batia palmas acompanhando. Segurou Rosalie pelos braços fazendo com que a olhasse nos olhos.

— Meu amor, não deixe Edward ditar com quem você pode ou não conversar. Emmett é um menino muito doce e eu posso falar porque acompanhei a criação dele de perto.

— Edward disse que Emmett está interessado em mim.

— Você é uma garota muito interessante.

Rosalie desviou os olhos e corando.

— Você entendeu o que quis dizer.

— Eu entendi mas isto não muda a minha resposta.

— Você só está falando isso porque é a minha mãe. Eu estou danificada, não sei se um dia vou querer me envolver com um cara. Não quero transar nunca mais, não sei como você consegue.

Aquela era a primeira vez que Esme escutava Rose a chamar de mãe e se segurou ao máximo para não gritar e apertar a menina num longo abraço.

— Querida, o que você experimentou não foi sexo. Foi algo monstruoso que parte meu coração só de pensar que você passou por isso. Você ainda é nova, namoro não é só sexo, principalmente na sua idade. É saída ao cinema, encontros no parque, mãos dadas e quem sabe algo mais quente no carro mas não sexo. Sexo é algo incrível e que independente do que você passou, deve ser feito quando se está preparada para isso porque é muito íntimo.  

— Como você e Carlisle?

Esme se sentia estranha tendo uma conversa tão intimida como aquela com sua filha mas achava necessário para o desenvolvimento dela que aquele assunto fosse abordado e estava feliz por Rosalie se sentir segura em falar sobre aquilo com ela.

— Sim. Demorou muito tempo para que Carlisle e eu chegássemos nessa fase. Antes disso passamos por muitas coisas, tivemos que criar um laço, uma confiança um no outro para depois isso acontecer. Eu não me envolvi com Carl neste nível de intimidade logo de cara, ele precisou insistir muito e eu me sentir segura para fazer isso sem que prejudicasse nossa relação. Você está muito preocupada com algo que ainda está muito distante.

— Eu não estou preparada para me relacionar com ninguém, acho que nunca vou confiar em alguém de novo.

— Você não confiava naquele idiota que fez isso com você.

— Eu acreditava que ele nunca faria aquilo comigo. – Os olhos azuis da menina marejaram.

— Posso te pedir algo? Sempre prometi a mim mesma que nunca iria te forçar a nada e mantenho a minha palavra mas quero te pedir isso.

Olhava muito sério para a filha e Rosalie notou o quão importante era aquilo para Esme.

— Tudo bem.

— Quero que você vá a uma consulta com um psiquiatra, pode ser a doutora Black ou qualquer outro com quem você se sentir segura. Se você quiser posso te acompanhar, te esperar do lado de fora do consultório enquanto conversam. – Rosalie fez uma careta – É muito importante que você tenha a ajuda necessária, Carl e eu vamos estar aqui para sempre e te ajudar no que precisar mas tem certas coisas que estão fora do nosso alcance. Você precisa entender o que você passou e aprender a lidar com isso. O que você está me dizendo é que você vai correr ... fugir de qualquer interação. E você é uma das mulheres mais guerreiras que eu já conheci, você já passou por tanta coisa. Eu queria que você apenas lutasse contra essa dor ... medo, não sei bem o que te move neste momento. Mas eu preciso que você lute para se tornar inteira novamente.

Fez a mesma analogia que a filha. Os olhos dela estavam tão marejados quanto os de Rosalie.

— Eu vou em uma consulta mas se eu não gostar não vou mais.

— Tudo bem. – Concordou.

Tinha que entender também que Rosalie teria que estar pronta até mesmo para ver a psicóloga. Teria que respeitar as decisões da menina mesmo que não fosse algo que ela queria.

— Prontas? – Carlisle apareceu no topo da escada.

A troca de olhares que teve com ele, Esme descobriu que ele estava apenas esperando o momento das duas para poder aparecer.

— Prontas. – Concordou.

Assim que os três apareceram na porta da sala, Alice parou de dançar e olhou para eles.

— Vocês demoraram. – Resmungou com a mão na cintura.

— Estava conversando com Rosalie. – Esme comentou se virando para Edward – Fiquei sabendo que vocês dois brigaram.

Foi a vez dela de colocar a mão na cintura.

— Não foi nada. – Ele deu de ombros.

— Vamos conversar sobre isso quando voltarmos.

— Alice disse que vamos ao parque de diversão. – Edward tentou mudar de assunto pois sabia que estaria encrencado.

— Sim, vamos ao parque de diversão. – Alice pulava animada e batia palma a cada palavra que dizia.

— Pensei que vocês dois já tivessem tido diversão o suficiente esta noite. – A sobrancelha cobre do menino subia e descia olhando para os pais.

As bochechas de Esme ganharam um tom avermelhado enquanto Carlisle fechava a cara para o filho mais velho.

— Edward! Não vou tolerar nenhuma piadinha sua, espero que esta seja a última ou vou acrescentar uma semana, em qual for o castigo que Esme vai te dar, a cada piada.

O menino fez uma careta de desgosto.

— Vocês estavam se divertindo? – Alice olhou confusa e um pouco triste por ter ficado de fora da diversão.

— Quando as pessoas ficam velhas, uma das diversões delas é dormir. – Rosalie veio socorrer os pais.

— Não espero ficar velha nunca. – A baixinha fez uma careta.  

— Eu também. – Carlisle resmungou baixo mas todos puderam ouvir.

Edward se levantou do sofá para pegar sua jaqueta e irem embora.

— Por que você pode fazer piada sobre isso e eu não? – Reclamou fazendo uma careta.

— Porque eu sou seu pai e você deve a mim e a sua mãe no mínimo respeito.

Carlisle mantinha um sorriso arrogante nos lábios.

— Vamos meu amor, vamos lá no armário pegar um casaco bem bonito para você. – Esme chamou por Alice.

— Mas eu não estou com frio, mamãe. – Mesmo a contra gosto, Alice esticou a mão para a mãe e caminhou com ela para a porta principal.

— É claro que não, você pulou a noite toda mas lá fora está um vento frio.

Rosalie seguiu as duas pegando a jaqueta que havia deixado no cabide mais cedo. Pegou uma blusa para Carlisle que agradeceu depositando um beijo na testa dela. E juntos seguiram para fora da casa com Alice se apressando e correndo pelo gramado.

— Ela nunca var dormir. – Esme olhava a filha pulando e correndo cantarolando que iria ao parte.

— Nunca vi uma criança tão feliz como Alice. – Edward falou em um tom pejorativo mas Esme ouviu aquilo como um elogio.

— Ela está feliz, não está? – O peito dela se encheu de orgulho.

Antes que alguém pudesse responder, Alice pisou em falso e acabou caindo no chão batendo a cabeça na grama. Todos os quatro correram em direção a menina preocupados com o tombo. Apesar de tudo, fazia pouco tempo que a menina tinha feito uma cirurgia na cabeça.

— Querida, você está bem? – Esme a sentava preocupada.

— Eu estou bem, mamãe. – Garantiu levantando os polegares.

— Vamos entrar, quero dar uma examinada nela. – Carlisle a pegou no colo preocupado.

— Talvez a gente devesse cancelar o parque. – Rosalie andava logo atrás do pai.

— Não! – Alice gritou, logo depois começou um choro histérico.

Desde que havia saído do hospital, Alice chorou poucas vezes e todas elas eram em relação as dores da recuperação.

— Eu estou bem! – Ela continuava falando em meio ao choro – Eu nem ralei, não estou doendo em lugar nenhuma.

— Acho que ela deveria ir ao hospital. – Edward olhava a mudança repentina de humor da menina com extrema preocupação.

— Não, não quero hospital! Eu quero parque.

Carlisle sentou a menina na mesa da sala de jantar enquanto a olhava de perto. Todos na sala se mostravam atentos a cada movimento do médico.

— Meu amor, não pode mentir. – Esme falou olhando para a filha – A sua cabeça está doendo em algum lugar?

Assim que a esposa questionou, Carlisle olhou e fez um rápido exame de toque na região recém operada. Não possuía mais pontos mas ainda estava vermelha e sensível.

— Não, mamãe. Juro, nada está doendo. Podemos ir agora para o parque? – Ela respondia enquanto tentava descer da mesa mesmo com o pai ainda a examinando.

— Alice, fique quietinha. – Carlisle pediu.

— Alie, podemos ir ao parque outro dia. – Edward sugeriu – Posso te levar quantas vezes quiser.

— Mas eu quero ir hoje. Eu, você, papai, mamãe e Rosie como família igual nos filmes. Eu nunca fui em um parque, isso é uma coisa que só papai e mamãe fazem com os filhos. E namorados mas eu sou nova demais para ter namorado.

— Podemos ir amanhã. – Rosalie tentou – Todos juntos e ainda vamos em um monte de brinquedos com você.

Os olhinhos da menina perderam o brilho e toda a animação que tinha a alguns minutos atras foi embora. Um adorável bico se formou nos lábios dela.

— Mas eu estou bem. – Ela olhou para os mais velhos vendo que os quatro estavam irredutíveis, suspirou derrotada – Está bem.

Esme a pegou no colo limpando o rastro de lágrimas que a menina possuía no rosto. Alice mais que rapidamente deitou a cabeça no ombro da mãe enquanto recebia um carinho nas costas.  

— Que tal a gente ver um filme? – A matriarca sugeriu tentando animar a filha.

— É, podemos ver Alice no país das maravilhas – Rosalie sugeriu enquanto retirava o casaco.

Toda a família se encaminhou para a sala. Enquanto todos se acomodavam no enorme sofá, Edward procurava o filme no streaming. Alice se aconchegou no colo do pai mas as mãozinhas estavam esticadas até alcançar o rosto da mãe.

Rosalie se deitou logo ao lado do pai deixando um único espaço ao lado da mãe para Edward. Desconfortavelmente, Edward se deitou ao lado de Esme que mais do que rapidamente começou um cafuné nos cabelos dele. Antes que o filme terminasse, todos estavam em um sono profundo.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo também vai ser dedicado a Manu! Até a próxima, pessoal.



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