Starting a Family escrita por Nana Fantôme


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho tanta coisa para comentar que a minha vontade é de montar um grupão no Telegram pra gente ficar de falolô kkkkk. Queria dizer que estou abismada com a quantidade de acessos que a história está tendo. Eu sempre tenho contato com as mesmas deusas então estou um pouco assustada com os números.
Como prometido estou postando o segundo capítulo dessa semana em homenagem a Candy, essa deusa perfeita que fez uma linda recomendação. E a história acabou ganhando uma segunda recomendação então tenho que agradecer a Gle, pelas palavras de carinho na recomendação que ela fez. Nada mais justo que esse capítulo seja dedicado as duas. Candy e Gle, vocês são maravilhosas e eu não estaria tão empolgada com a história sem o incentivo de vocês. Amo muito vocês e quero que curtam esse capítulo com muito carinho.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/797874/chapter/12

O zumbido no ouvido de Esme era um sinal claro que iria desmaiar. A audiência da guarda de Alice não ocorria como o planejado.

— Eu não tenho certeza de que o senhor e senhora Cullen estão sendo honestos quanto ao casamento deles.

Sua ânsia piorava a cada palavra dito pelo juiz. Passava a mão na testa retirando as gotículas de suor que surgiam ali.

— Vossa Excelência, como expliquei anteriormente a assinatura dos papeis foi meramente uma formalidade. Meus clientes já viviam uma união estável por muitos anos e só se casaram legalmente para que pudessem formalizar o pedido de adoção.

— E mesmo assim não vejo nada além de fotos que comprovam essa união. – O juiz mantinha o olhar sério e o semblante impassível – Onde estão documentos de uma conta conjunta? Contas da casa em que moram juntos no nome dela? Pelo o que vi no processo eles são apenas vizinhos. Como mantêm uma união estável com cada um na sua casa?

Jenks e Carlisle trocaram um olhar preocupado.

— O doutor Cullen sempre presou em arcar com todas as despesas da casa, não havendo nenhuma necessidade de que a senhora Cullen colocar qualquer documento no seu nome.

— Isso não facilita as coisas. – Os olhos juiz se recaíram em Esme que apenas desviou o olhar – Acredito que a senhora Cullen não esteja se sentindo bem, acho que devemos fazer um pequeno recesso.

Todos os homens que estavam ali presentes se viraram para ela. As mãos de Carlisle voaram para fazer um pequeno exame. Esme segurou a mão dele que checava sua pulsação.

— Eu estou bem. – Sussurrou para ela e levantou a voz garantindo ao seu advogado que estava bem – Estou bem, Jenks.

— Você está gelada. – Carlisle sussurrou para ela – Sua pressão deve ter caído.

— Não precisamos de recesso. – Falou se dirigindo ao juiz.

Pensou em acrescentar o Vossa Excelência no final da sua frase, por mais que a sensação fosse a mesma que mastigar marimbondos mas desistiu ao ver os olhos pretos do juiz nas mãos unidas dela e de Carlisle.

— Vossa Excelência, – O promotor do caso chamou a atenção do juiz – o Estado não vê nenhuma objeção no processo de adoção.

— Pois deveriam. A garota está doente e precisa de cuidados, de um lar estável para crescer e para mim isso é muito importante. O casal Cullen é um casal adorável – O olhar de desdém que ele mantinha não combinava em nada com a voz doce que usava – mas o fato de essa certidão é o único documento que comprova a união deles me faz questionar se estão mesmo falando a verdade ou estão apenas querendo o dinheiro do Estado.

— O dinheiro que o Estado envia como ajuda de custo para os lares provisórios não é nada se comparado ao salário do doutor Cullen. O meu cliente é um médico então todos aqui podem ter ideia do quanto ele ganha. Carlisle Cullen não é só um médico como o diretor médico, o mais alto cargo dentro de um hospital. Esme é diretora de uma escola infantil, mesmo sendo uma instituição do Estado ainda assim faz com que ela tenha um salário muito bom. O que quero dizer, - Jenks resolveu concluir ao ver a expressão impaciente do juiz – é de que dinheiro não é um problema para os meus clientes, inclusive, precisariam de acolher um orfanato inteiro para que o Estado pague o equivalente ao salários deles. E eles apenas entraram com a documentação de Pais Provisórios apenas para que o processo de adoção, que é o que realmente meus clientes querem, seja agilizado. Assim que tudo isso estiver finalizado o auxílio será suspenso.

O advogado retirou da sua pasta três folhas referentes a extratos bancários e entregou ao juiz.

— Como, Vossa Excelência, pode ver três contas foram abertas em nome das crianças e o dinheiro do auxílio referente a cada criança é transferido para as contas como uma poupança para que possam usar quando atingirem a maior idade. Além disso, o doutor Cullen abriu outras três contas poupanças, – Jenks retirou mais três papeis – que são referentes para a faculdade das crianças.

Os olhos de Esme se recaíram em Carlisle que apertava a mão dela em apoio. A troca de olhares apaixonados entre os dois foi notado pelo juiz que só desviou o olhar quando o promotor resolveu acrescentar:

— Além do mais, o Estado acredita que ninguém melhor que um médico poderia cuidar de uma criança doente. Apesar de Mary Brandon ter passado por uma cirurgia para a retirada do tumor e ainda se encontrar em processo de recuperação, acreditamos que ela precise de atenção constante e entendemos que alguns sinais só seriam notados por um médico. 

O juiz fez uma carranca para o promotor ao ver que ele estava defendendo a causa junto com Jenks e não apresentando qualquer objeção.

— Ainda assim tenho minhas dúvidas. Sei que o casal já tem outros dois menores em processo de adoção. Vou pedir que o processo seja encaminhado para mim e irei analisar o caso como um todo.

— A adoção de Edward Masen e Rosalie Hale já estão em processo avançado. – Jenks avisou assustado - A documentação já está sendo finalizada e se a assistente social não vir nenhum empecilho, dentro de um ano a adoção definitiva vai sair.

— Isso sou eu que vou decidir. – O juiz pegou o pequeno martelo – Vamos marcar uma nova audiência quando todas as adoções estiverem na minha mão.

Bateu no martelo antes de se levantar. Todos se levantaram em sinal de respeito. A cabeça de Esme girou ao se levantar rapidamente. Os olhos do juiz não saíram dela enquanto não sumiu na porta adjacente a sala.

— O que isso quer dizer, Jenks? – Escutou Carlisle questionar ainda que estivesse com os olhos fixos por onde o infeliz tinha acabado de sair.

— Não tenho certeza. – O advogado respondeu confuso.

— Ele pode retirar a guarda das crianças?

Jenks tentava passar o máximo de conforto para o casal.

— Não vamos deixar chegar a isso.

— Mas isso pode acontecer?

— São casos raros, tem que acontecer algo muito grave para que isso ocorra mas é possível.

Esme fechou os olhos em derrota com aquela constatação.

— Eu preciso ir ao banheiro. – Avisou Carlisle ao se virar e sair quase correndo do Tribunal.

— Esme!

O marido a chamou que apenas ignorou os chamados.

Os saltos batiam no piso de madeira enquanto ela caminhava decidida pelos corredores. Tinha certeza de que assim que pusesse as mãos naquele infeliz ela o mataria.

Esme acompanhou com os olhos o seu alvo entrar na sala no fim do corredor e fechar a porta. Nem ao menos pensou que ele pudesse não estar sozinho ali, ela apenas entrou fechando a porta logo atrás dela.

— O que ... Senhora Cullen, – Ele usou o nome dela com bastante desdém – você não deveria entrar aqui. Posso mandar te prender.

— E isso era tudo o que você queria. – Usou o máximo de deboche que podia – Eu vou adorar explicar aos seus queridos colegas o quão você está tentando ferrar com a vida da sua ex esposa.

Charles revirou os olhos se sentando na cadeira atrás da escrivaninha. Um sorriso presunçoso apareceu no rosto dele.

— Para a minha sorte você escondeu muito bem que já fomos casados um dia.

— Como você conseguiu essa bata? – Ela apontou para a roupa de juiz – Pensei que para exercer o cargo não se podia ter passagem na polícia.

— Papai ficou muito feliz ao ver que eu estava dando um rumo na minha vida novamente. – Deu de ombros fingindo indiferença – Ele mexeu alguns pauzinhos e a minha passagem na polícia, simplesmente, sumiu. E o fato de que tudo aconteceu em Pitsburgo ajudou bastante.

Ela balançou a cabeça descrente. Era claro que o pai político do ex marido iria da rum jeito de fazer com que a ficha do filho sumiria. Não que ela precisaria se preocupar com aquilo para arruinar a vida dele ali.

— E o que diabos você está fazendo aqui?

Everson abriu um enorme sorriso ao ver o quão irritada ela estava.

— Você envelheceu bem. Não vejo nem uma ruguinha aí nesses seus olhos. Você está exatamente como imaginei que estaria.

Desde que o acidente aconteceu, eles não se viam e por todos esses anos ele não pôde deixar de se perguntar por onde andava a esposa.

— Vai se foder. – Esme bufou irritada.

As sobrancelhas pretas bem desenhas se levantaram de surpresa com a agressividade da mulher.

— Eu não posso nem mesmo elogiar minha esposa?

— Ex esposa. Lembre-se bem de usar o prefixo que faço questão de ser lembrado.

— Ah, qual é, Esme. O que Deus uniu homem nenhum separa. Você vai ser sempre a minha esposa.

Os pelos do braço de Esme até mesmo se arrepiaram de pavor com aquela constatação.

— Carlisle é meu marido. Você é apenas uma triste parte do meu passado que faço questão de esquecer.

— Não fale assim, meu amor ...

— Eu não sou o seu amor. – Rugiu irritada.

— Você sempre vai ser o meu amor porque temos uma conexão eterna.

— A conexão que teríamos você fez questão de matar.

Se referiu ao bebê que o ex marido matou ao a esfaquear.

— Sobre isso, – Charles se levantou indo para perto de Esme – queria me desculpar. O que fiz foi algo abominável. Jamais vou me perdoar pelo o que fiz, matar o nosso bebê ... mas você tem que entender que a ideia de te dividir com alguém me matava.

— É uma pena que você não morreu de verdade.

Deu um passo para trás com o excesso de proximidade que o ex marido tentava manter.

— Não fale assim, Esme. – Ele tentou tocá-la mas levou um belo tapa na mão em sinal de aviso – Você quer me deixar me desculpar em paz?

O tom furioso fez com que as pernas dela tremessem de medo mas nem por um momento fraquejou sob o olhar dele.

— Pode fazer isso sem me tocar!

— Eu passei os últimos dezessete anos sofrendo com a sua falta. Pensei em todas as formas de me redimir com você. Frequentei grupos de apoio, reabilitações e tudo que pudesse me ajudar a controlar minha ... possessividade. Agora estou pronto para retomar nosso casamento, tenho um bom emprego que vai te sustentar e sustentar nossas crianças.

— Eu já sou casada.

— Carlisle é apenas um contra tempo, – Everson abanou a mão no ar – tenho certeza de que posso anular esse casamento rapidinho. Você me ama, jamais se entregaria a outro homem assim. Sei que está se casando com ele apenas pelas crianças.

— Você está enganado.

— Eu sei que o nosso pequeno acidente fez com que suas chances de engravidar reduzissem a zero e que está tentando recomeçar de onde paramos.

— Pequeno acidente? – Ela o olhava assustada.

— Os dois adolescentes têm a idade que o nosso filho teria, não é? Estava pensando nisso quando vi o processo. Podemos adotá-los quando anularmos seu casamento com o médico e anular o nosso divórcio. Se quiser fingimos até de que Edward e Rosalie são nossos gemeozinhos. Um de cada é uma quantidade muito boa. Apesar de que Mary se pareça mais com você, podemos adotá-la também.

— Você ao menos está se ouvindo? – O olhava horrorizada. – Qualquer que seja o problema mental que você tem ainda está longe de ter sido curado.

Travava o maxilar para que ele não pudesse escutar meus dentes batendo um no outro. Estava ali para lutar pelos seus filhos e não deixaria que ele a amedrontasse com os surtos dele.

— Não fala assim comigo, amor. – Charles mantinha a voz doce mas ela sabia que aquilo era uma ameaça – Demorei muito tempo para conseguir te achar e precisei de mexer alguns pauzinhos para ser mandado para cá e conseguir sua audiência. Estou aqui por você, para provar que melhorei e que estou pronto para recomeçar a nossa vida juntos e você não tem me dado nada mais do que ingratidão.

— Eu não quero recomeçar nada com você.

— Você não pode estar feliz com aquele idiota, ele não te merece.

— Você é quem não me merece. – Ela cutucou o peito dele atrevidamente – Carl é um homem perfeito e não eu não poderia pedir um marido melhor para mim.

— Eu sou o marido perfeito para você.

—Não. Você é meu passado, Carlisle é meu presente e meu futuro.

— Você só está dizendo isso porque não acredita na minha mudança, mas posso te provar que mudei.

— Se quer tanto provar que mudou, esquece essa ideia de interromper a adoção dos meus filhos. Eles são a minha vida, Charles e não vou te perdoar se você os separar de mim.

— E eu não vou te perdoar se escolher o Cullen em vez de mim.

— Não tem escolha, Charles. Não tem. Carlisle é o meu marido você goste ou não.

— Já disse que isso pode ser resolvido.

— Eu o amo, amo a família que estamos formando. Você precisa aceitar isso.

— Você acha que o ama. É só porque ele está te dando algo que te privei no passado. Se eu tirar as crianças da equação, você vai ver que seu amor é todo meu.

Esme abriu a porta da pequena sala pronta para ir embora.

— O meu amor por Carlisle independe das crianças.

Bateu a porta irritada, a voz do ex marido foi ouvida mesmo do corredor.

— É isso que vamos ver!

Um arrepio passou pelo seu corpo e ela estava pronta para voltar e tirar satisfação com Charles mas mudou de ideia ao ver Carlisle surgir no corredor com o semblante preocupado.

— Onde você estava? – Ele quis saber quando ela parou na sua frente.

— Onde está Jenks? – O interrompeu. 

— Está conversando com o Promotor Biers. – A olhou confuso – Esme, o que aconteceu?

Apenas o ignorou caminhando a passos largos até o advogado. Os dois homens se despediram rapidamente quando Jenks avistou ela indo em sua direção.

— Você pode nos encontrar na casa de Carlisle? – Questionou antes que ele dissesse algo.

— Claro, mas quero deixar claro que vou fazer de tudo para que Alice fique com vocês. Já conversei com Biers e ele vai adiantar o processo de adoção para que a guarda seja finalizada antes que o juiz Everson consiga fazer qualquer intromissão.

— Ótimo. – Falou rapidamente – O juiz precisa ser imparcial, não é?

— Sim.

— Se eu tiver documentos que comprovam que eu e o juiz Everson nos conhecemos no passado ... isso pode o tirar do caso, certo?

— Esme ... – Carlisle entendeu o que ela dizia.

— O que? – O advogado a olhou confuso – É ... sim ... claro, isso seria o suficiente para solicitar ao desembargador a troca de juiz.

— Eu só preciso ir em casa pegar tudo e isso vai resolver as coisas.

— Eu sigo vocês até lá.

— Perfeito.

O advogado pediu licença para buscar o carro e saiu. Esme suspirou aliviada até que seus olhos recaíram na expressão de pena no rosto de Carlisle.

— Não me olhe dessa forma. – O acusou – Eu estou bem.

— Aquele é o seu ex marido?

— É.

— Como ele conseguiu ser juiz depois de ter te agredido?

— Aquele infeliz veio de uma família bem influente.

— Que merda.

— Precisar ir para casa, eu deixei toda a documentação do meu casamento, da passagem da polícia ... tudo lá em casa e preciso entregar para Jenks.

Ela deu um passo para fora do Forum mas foi impedida por Carlisle que segurou seu braço.

— Espera, Esme. Vamos conversar.

— Eu não quero conversar. – Puxou o braço irritada – Quero os meus filhos em segurança em casa e só isso importa agora.

— Esme, eu estou do seu lado.

— Então vamos para casa.

A volta para casa foi feita em um silêncio mórbido e angustiante para Esme. Ela nem ao menos esperou Carlisle desligar o carro para correr para sua casa e pegar os malditos documentos.

Quando irrompeu na sala da casa ao lado, Carlisle explicava tudo para o advogado que mantinha um semblante preocupado no rosto. Ambos se levantaram ao escutar o salto dela.

— Aqui. – Esticou a mão – Ai tem tudo. Certidão de casamento, toda a papelada do processo que movi para o divórcio, meus exames médicos, boletim de ocorrência. Absolutamente tudo. Use da forma que achar melhor.

— Senhora Cullen, apenas a certidão de casamento é arma o suficiente para o afastar do caso. Não precisamos causar mais dor na senhora.

Jenks comentou ao folhear a pasta e ver fotografias do corpo de delito onde se mostrava a cicatriz da facada, os exames de gravidez, fotos do feto.

— Não me importo com nada disso. Eu tive dezessete anos para superar tudo isso. A única coisa que me importa é manter aquele monstro o mais longe possível dos meus filhos. Não me importa qual arma vai usar se será um revólver ou uma bazuca.

— Definitivamente isso aqui é uma bazuca. – O advogado comentou ao terminar de folhear – Vou começar os trâmites agora para que isso chegue no desembargador,, isso aqui é arma suficiente para caçar o cargo dele.

— Obrigada, Jenks.

Desde que entrou naquele tribunal, era a primeira vez que Esme sorria com sinceridade.

Carlisle foi quem caminhou com o advogado até a porta. Esme aproveitou para se sentar no sofá e retirar finalmente sua sandália.

— Você quer conversar agora?

A cabeça dela se levantou com a pergunta vendo o marido parado no batente da porta.

— Eu quero beber.

— Esme ...

— A gente pode perder a guarda da Alice e colocar em risco a de Edward e Rosalie por minha causa. Eu só preciso beber um pouco.

— Não vai ser assim que vamos resolver as coisas.

— Amanhã eu vou ser uma nova pessoa. – Ela se levantou – Amanhã vou ser uma pessoa otimista e só pensar em coisas boas. Vou para casa encher a cara e amanhã eu volto novinha em folha, vou pedir a Grace que traga as crianças.

Carlisle que via a esposa caminhar para passar por ele, a parou segurando sua cintura. Isso fez com que ela virasse a cara irritada.

— Esme, vamos conversar. Sei que isso está te afetando mais do que está deixando transparecer.

— É claro que isso está me afetando. Existe um ser ... um monstro abominável que não basta ter feito da minha vida um inferno dezessete anos atrás. Ele faz questão de me tirar todos os meus filhos.

— Charles não vai tirar nada de você. Jenks disse que aquela papelada é o suficiente para afastar seu ex marido do caso até mesmo caçar o cargo dele.

— Não importa se ele vai estar julgando o caso ou não, ele vai dar um jeito de impor as vontades dele. Eu o conheço, o conheço bem demais para saber que não vou ter um minuto de sossego nessa vida.

Conduzindo a esposa de volta para o sofá, Carlisle se sentou logo ao lado dela puxando as belas e delineadas pernas da esposa para seu colo. Esme deitou a cabeça no braço do sofá escondendo os olhos com o antebraço.

— Vamos lutar para ter as crianças, isso é apenas um contratempo. Além do que, ninguém tirou a guarda das crianças da gente.

— Ainda. – Esme resmungou.

— Você é a mãe deles, vamos lutar com isso até que um juiz concorde com a gente. Não vou desistir da nossa família assim e você também não deveria.

Ela levantou a cabeça irritada com a fala dele.

— Eu não estou desistindo.

— Ótimo. Ficaria muito irritado se tivesse que além de lutar pelas crianças, tivesse que lutar por você também.

— Na alegria ou na tristeza, não é? – Ela recitou os votos de casamento.

Carlisle pegou a mão dela beijando em cima da aliança de casamento satisfeito que tinha se casado com uma mulher forte.

— Você só vai se ver livre de mim quando eu morrer.

As sobrancelhas dela se levantaram em um tom de superioridade.

— O que te faz achar que vai morrer primeiro que eu?

— Eu não saberia viver em um mundo sem você. Se qualquer coisa acontecer com você eu definitivamente tenho um enfarto fulminante.

— E deixaria nossos filhos aqui nesse mundo cruel sozinho?

— Rosalie daria um jeito de manter Edward e Alice na linha. – Ele abanou a mão no ar.

— Tudo seria mais fácil se eles tivessem nascido daqui. – Esme colocou as mãos em cima da barriga.

— Eu teria adorado fazer todos eles.

O sorriso melancólico dela se transformou em um sorriso divertido. Mantinha um olhar repreensivo mesmo que achasse graça daquilo.

— É claro que teria e teria adorado treinar.

Ele piscou e fez um barulho com a boca ao mesmo tempo que usava o polegar e o indicador para estralar e apontava o dedo indicador para ela logo após, causando risadas na esposa.

— Eu nunca tinha visto esse lado em você. – Ela comentou.

— Que lado?

— O combo divertido, super descontraído e com uma leve dose de safadeza.

— Só uma leve? – Carlisle colocou a mão no coração fingindo ofensa – Assim você me entristece, senhora Cullen. As pessoas vão achar que não dou no tranco.

— Meu Deus, Carlisle. – Esme jogou a cabeça para trás em meio a risadas.

— Esse é um conteúdo exclusivo para a minha esposa.

— Eu sou uma mulher de sorte. – O semblante dela se tornou sério ao perceber o quão sincera era aquelas palavras.

— O que foi? – Carlisle a olhou preocupado.

Esme mordeu o lábio inferior sem saber como continuar aquela conversa.

— Você assinaria os papeis do divórcio se não tivéssemos mais chance de ter as crianças?

— Não. Es, falei sério quando disse que você só se livra de mim apenas quando eu morrer.

— Mas a gente só se casou pelas crianças.

— Isso não importa, eu teria achado um outro jeito de me casar com você.

— Achado um jeito de me fazer casar com você? – Ela repetiu descrente.

— Você é a mulher perfeita para mim. – Carlisle deu de ombros.

— Você falou sério? – Ao ver a confusão no rosto do marido resolveu se explicar – Aquele dia quando disse que queria um casamento de verdade.

— Claro que falei.

Aquilo foi o suficiente para que Esme, em uma atitude de pura impulsividade, se sentasse no colo dele. A saia subindo um pouco ao encaixar o corpo dele entre as pernas.

A atitude da esposa causou espanto em Carlisle. Os olhos se arregalaram levemente e as mãos foram direto para a cintura dela, mas a boca salivou em expectativa ao ver os lábios dela se aproximando dos dele.

A entrega que Esme tinha foi sentida pelo marido que acompanhou o beijo com o mesmo fervor que ela. Desabotoava a própria blusa enquanto mexia o quadril em cima do dele.

Carlisle pulou assustado ao perceber o que ela fazia. Afastou o rosto segurando os pulsos dela que desabotoavam o último botão da blusa social. Ele conseguia ver os seios dela muito bem sustentados pelo sutiã de renda.

— Esme, calma.

— Você não disse que me queria como sua esposa?

Se desvencilhou das mãos dele retirando a blusa enquanto o olhava nos olhos. Sorriu de lado ao ver o pomo de Adão dele subir e descer lentamente com a saliva particularmente difícil de engolir.

— Disse ...

— Então me faça sua esposa. – Ela o cortou.

Vendo a hesitação do homem uma vergonha súbita a atingiu.

— Você não me quer? – Quis saber mordendo o lábio inferior.

— Não é isso. É claro que eu te quero e venho te dizendo isso a semanas.

— Então qual o problema?

O questionou puxando o suéter que ele vestia para cima. Ainda em estado catatônico, Esme retirava sua blusa sem qualquer resistência da sua parte.

— O que mudou? Até outro dia você estava resistente, fugindo de mim e agora está decidida.

Mesmo que ele não tivesse dito nada, entendeu perfeitamente o que ele queria dizer.

— Não tem nada a ver com o que aconteceu no fórum hoje ... ou talvez tenha tudo a ver. Hoje percebi que esse conto de fadas pode se desfazer a qualquer momento. Tem um cara que dita se devo ou não ser mãe, baseado em papeis. Tenho fugido de você porque acreditava que misturar nossa amizade com sexo iria destruir a nossa família mas hoje percebi que desperdicei uma vida perfeita por medo.

— Ninguém vai destruir a nossa família. – Afirmou convicto.

— Eu sei. – Ela se levantou abaixando o zíper da saia e a descendo com calma – Tem certas coisas que vão além do meu alcance, se vamos ser pais ou não está nas mãos de Jenks. Mas nosso casamento ... nosso casamento depende apenas de mim e de você.

Era a primeira vez que Carlisle via Esme apenas de roupas intimas. Já a tinha visto de biquini antes mas não era nada comparado a uma lingerie rendada contornado o corpo dela. Ele não tinha dúvidas de que aquela era a melhor visão que poderia ter.

— Esme ...

— Hoje você é meu. – Se ele tinha algum protesto em relação aquilo se perdeu com a fala dela – Eu sou inteiramente sua essa noite.

Ela se ajoelhou na frente dele desafivelando a calça e a retirando sem qualquer esforço. Estava prestes a concluir seu desejo quando Carlisle a segurou pelo queixo fazendo com que o olhasse.

— Vou ser bem claro antes que resolva fugir amanha de manhã. Se vamos fazer isso, se você vai ser minha como disse ... não vai ser por uma noite. Eu não sou o tipo de homem que transa e não liga no dia seguinte. Se vamos fazer isso, quero que saiba que você não é minha só essa noite. Você vai ser minha para sempre. Quero que tenha certeza do que está fazendo porque não vou aceitar que fuja de mim amanha pela manhã.

Pensando o quão sortuda era, puxou a mão dele que segurava seu queixo fazendo um leva carinho nas costas da mão. Se inclinou concluindo o que queria fazer.

Os lábios quentes e molhados dela o envolveram de forma sensual. A respiração dele se tornou pesada, ao mesmo tempo que as costas colidiram com o encosto do sofá e os olhos se fechavam em deleite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como eu fiz com a Candy, a Gle tabém vai receber dois capítulos em homenagem pela recomendação tão carinhosa.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Starting a Family" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.