Starting a Family escrita por Nana Fantôme


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo, queria agradecer Candy pela linda recomendação, eu não sei nem descrever o quão aquelas lindas palavras me tocaram.
Segundo que graças a Candy vou postar dois capítulos essa semana como forma de agradecimento por todo o carinho.
Muito, muito, muito obrigada sua linda!



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Carlisle abriu a porta da sua casa as seis da manhã, vindo de mais um longo plantão. Se sentia culpado por deixar Esme sozinha com as crianças, ainda mais com Alice ainda debilitada pela cirurgia.

Pendurou o casaco ao lado dos outros quatro que estavam no hall. Admirou o sobretudo de camurça feminino ao lado do seu, a jaqueta preta surrada, o casaco vermelho e a jaqueta rosa infantil. Sorriu com orgulho de ver os novos itens pendurados.

Caminhou em direção aos quartos. Abriu a porta de Edward encontrando o cômodo vazio, estranhou já que aquele era o único quarto pertencente aos filhos que foi realmente ocupado. Desde que se mudaram para a casa, Rosalie e Alice dormiam grudadas a Esme.

Foi abrindo os outros conferindo se estavam realmente vazios. Estava começando a ficar preocupado até que encontrou todos deitados na sua cama. Edward e Rosalie nos cantos e Esme com Alice completamente agarrada a ela deitadas no meio.

Se lembrou das mensagens trocadas com a esposa sobre a noite em claro por conta das dores de Alice. Constatou que a filha deve ter chorado mais do que Esme lhe contou já que até mesmo os adolescentes estavam ali em um sono profundo.

Sacou o telefone para registrar aquele momento, mesmo que todos possuíam uma expressão cansada nos rostos. Deixou o aparelho em cima da mesa que tinha ali e foi em direção ao banheiro para um banho.

Saia do banheiro com uma toalha na cintura e a outra esfregando nos cabelos quando encontrou Esme se desenroscando com cuidado da caçula.

— Te acordei? – Ele sussurrou para não acordar os outros.

— Não, meu braço estava doendo já. – Ela respondeu no mesmo tom.

— Ainda é cedo, deveria dormir mais um pouco.

— Tenho muita coisa para fazer hoje, prometi Grace de ajudar com a organização do bazar beneficente.

Vendo a esposa se equilibrar para sair da cama sem esbarrar nos filhos, Carlisle caminhou até o pé da cama para a ajudar a descer. Ela lhe sorriu agradecida.

— Oi. – Esme o saudou.

— Oi – Lhe sorriu de volta.

Esme admirava os cabelos loiros bagunçados, os olhos acinzentados que brilhavam em sua direção. Quanto mais o admirava mais tinha certeza de que o homem possuía traços perfeitos. Seus olhos recaíram para o peitoral definido.

Se questionava como ele mantinha o porte atlético sendo que passava a maior parte do seu tempo no hospital ou com ela e as crianças. Acompanhava uma gota de água descer pela barriga dele e sumir na toalha em sua cintura quando Carlisle fingiu uma tosse. O olhou com os olhos arregalados por ter sido pega o admirando.

— Eu vou escovar meus dentes. – Falou quase correndo para o banheiro.

Fechou a porta logo que passou, se escorando nela. Escondeu o rosto nas mãos querendo sumir de tanta vergonha. Desde que o agarrou durante a visita de Siobhan, não conseguia olhar para ele por mais de quinze segundos sem que pensasse no quão irresistível Carlisle era.

Escovou os dentes com toda a calma do mundo, fez sua higiene matinal. Tentou fazer o máximo de hora possível para evitar um novo encontro com o marido. Só saiu do banheiro quando não tinha mais nada que pudesse fazer ali dentro.

Ao sair constatou que ele já não se encontrava mais no quarto. Suspirou aliviada pensando em uma forma de correr para sua casa. Já estava muito familiarizada com a rotina de Carlisle e sabia que assim que chegava do hospital naquele horário tomava um café da manhã.

Nas últimas semanas se manteve o mais ocupada possível evitando ficar muito tempo a sós com ele. E evitar a fatídica conversa sobre o beijo deles a semanas atras. Ponderava se ficava ali no quarto ate que um dos filhos acordasse ou se acordava algum deles.

Descia as escadas lentamente. Pensava em qual desculpa daria para sair da casa sem que tomasse café. O problema da convivência dos dois era de que não era só ela quem sabia da rotina dele, ele também sabia a dela.

— Bom dia! Eu preciso ... – ela começou falando mas foi interrompida.

— Você me enganou sobre as dores da Alice. – Carlisle a cortou assim que começou a escutar as desculpas dela. – Até mesmo Edward estava deitado com vocês e da para ver as expressões cansadas.

Ele estava parado ao lado da cafeteira que estava passando um café novinho. Esme ficou parada do lado oposto ao dele no cômodo.

— Não foi nada, o remédio que você recomendou resolveu. Se eu dissesse que ela estava chorando muito você largaria o seu plantão no meio.

— Claro. Eles sempre vão vir em primeiro lugar, Es. Ela poderia precisar de um remédio a mais.

— Se eu visse que era algo a mais iria te ligar ou ate mesmo levava ela ao hospital para você dar uma olhada ou o doutor Volturi.

— Não fique me escondendo as coisas. – Ele pegou a caneca servindo em duas xícaras – Eu também fico preocupado.

— Desculpa, eu vou ser mais honesta da próxima vez mas se eu disser que não tem necessidade de você vir, você não vem. Tudo bem? Não quero te tirar do hospital sem necessidade. Além do mais, foi para isso que tirei a licença maternidade. Para ficar aqui com eles e você não se preocupar.

Ele caminhou até Esme lhe entregando uma das canecas fumegante. Sabendo que ele não iria a deixar ir muito facilmente, pegou o café.  

— Eu sempre vou me preocupar com vocês aqui.

Tomou um gole do café feito por Carlisle apreciando a cafeína para despertar completamente.

— Não precisa se preocupar.

— Vamos tomar café. – Ele indicou a mesa da cozinha que estava feita para a refeição matinal.

— Eu na verdade tenho que ir. – Comentou rapidamente – Prometi a Grace que chegaria bem cedo.

— Antes do café? – A olhou intrigado – Duvido que Grace ainda tenha acordado.

Ela se xingava por ter deixado o marido e a amiga ficarem tão próximos nos últimos dias.

— Eu preciso de um banho, tomar um café da manhã e passar em algumas lojas antes de ir lá.

— Es, ainda não são sete da manhã. Eu sei que passou os últimos quinze dias praticamente presa aqui em casa mas as lojas não abrem antes das oito e meia. E já que tem que tomar café, sente-se.

— Certo. – Se xingou mentalmente pela desculpa não ter sido convincente.

Sem alternativas, Esme se sentou ao lado oposto em que Carlisle se sentaria. Apenas quando se sentou, percebeu o seu erro. Passaria o café da manhã inteiro olhando para o rosto perfeitamente desenhado dele.

— Faz um tempo que não temos mais um tempo sozinhos. – Carlisle comentou após alguns instantes de silêncio.

— Verdade.

Esme agradeceu mentalmente por estes momentos se tornarem raridade entre os dois.

— Precisamos conversar.

Esme que levava um croissant na boca, parou com ele no ar de olhos arregalados. Passou as últimas semanas evitando ao máximo a conversa prometida após o beijo.

— Sobre o que? – O olhava temerosa.

Ainda se sentia confusa sobre tudo em relação aos dois. As últimas semanas fizeram com que ela repensasse sobre as coisas que Eleazar a disse na capela. Apesar de possuir uma paixonite por ele, tinha que considerar como o relacionamento interferiria na vida dos três filhos.

— Temos uma audiência semana que vem sobre a guarda de Alice.

Esme segurou o suspiro de alívio ao perceber que nada tinha a ver com o beijo de semanas atras. Deu uma generosa mordida no croissant antes que entrar naquele assunto.

Eles não tiveram qualquer problema com a guarda provisória de Edward e Rosalie. Jenks já tinha tudo preparado e apenas compareceram a uma audiência extremamente rápida.

Diferente da audiência de Alice. O juiz cancelou duas audiências em pouco mais de duas semanas. Isso causou uma preocupação no casal mesmo que Jenks garantia aos dois de que era algo completamente normal.

— Jenks disse alguma coisa?

— Só que vai ser na quarta feira e que temos que ir juntos.

— Vou olhar com Grace se ela pode ficar com os meninos até que a gente volte.

— Seria ótimo. Mas Carmem disse que pode nos passar a lista de babás confiáveis que sempre olha as filhas dela.

— Não queria os deixar com algum estranho ainda, principalmente com Alice ainda se recuperando.

— Tudo bem.

Ficaram ambos em silencio enquanto faziam a refeição. Esme olhava o tempo inteiro para o arco de entrada da cozinha esperando que um dos filhos a viesse resgatar.

— Você está bem? – Carlisle quis saber quando ela olhou pela sétima vez a entrada.

— Estou. – Sorriu timidamente para ele.

— Você está comendo rápido demais e olhando o tempo todo para a porta. – Ele a analisou – Está com medo de mim?

Só quando ele comentou foi que Esme percebeu o quão mastigava rápido e a xícara de café já se encontrava na metade. Automaticamente, passou a mastigar mais devagar.

— Claro que não estou com medo de você. Só estou preocupada que Alice acorde chorando.

— Alie não é um bebê recém-nascido. Edward e Rosalie estão com ela, não precisa se preocupar.

— Verdade.

Carlisle mantinha os olhos avaliativos na esposa, tentando entender o que estava acontecendo. Foi quando ela desviou os olhos dele que soube o que era.

— Está apavorada de que eu converse sobre aquele beijo, não é?

Os olhos dela se arregalaram e se xingou mentalmente por ele a conhecer tão bem.

— Claro que não.

Ao mentir, desviou os olhos.

— Diga isso olhando nos meus olhos.

Os olhos dele se tornaram fendas enquanto um sorriso convencido surgia nos seus lábios.

A boca de Esme abriu e fechou três vezes antes de se levantar da mesa em supetão. Carlisle fez o mesmo dando um passo para o lado quando ela tentou sair de perto.

Com o corpo dele bloqueando sua passagem, Esme o olhou séria. Cruzou os braços como sinal de proteção ao ver ele dar um passo até ela encurtando a distância entre os dois.

— Carlisle, eu preciso passar.

— Eu disse brincando mas você está mesmo com medo de que eu converse sobre aquele beijo.

— Não seja ridículo. – Tentou fazer pouco caso sem sucesso.

— Esme, você é minha esposa. Pode me beijar quantas vezes quiser e se não me engano depois de você me atacar eu te beijei de novo.

— Eu não te ataquei! – O tom de voz dela subiu alguns oitavos indignada.

— Você praticamente pulou em mim, me agarrando.

— Não seja exagerado. – Dizia enquanto tentava o empurrar para passar.

Com uma habilidade impressionante, Carlisle pegou nos braços dela de forma que a abraçasse a impedindo de sair. Encostou o corpo dela na bancada da ilha.

— Carlisle! – O chamou assustada.

— Só estou exemplificando mais ou menos como ficamos aquele dia. – Os lábios dele estavam a poucos centímetros do dela.

— Para com isso.

Carlisle a soltou imediatamente mesmo que o corpo deles não se desencostassem.

Esme quase não conseguia pensar em uma forma de se afastar com ele tão perto. Os olhos dela estavam focados na boca bem desenhada dele enquanto enumerava os motivos por não encurtar a distância entre suas bocas.

— Se continuar me olhando desse jeito eu vou te beijar. – Ele anunciou.

Os olhos dela se arregalaram e subiram para os olhos acinzentados dele.

— Somos amigos, Carlisle. – O empurrou para longe para que pudesse pensar direito – Somos amigos que tem três filhos juntos.

— Não somos amigos, somos casados agora. Sei que nosso casamento não foi pelos motivos convencionais e não foi com isso que você concordou mas sabe tanto quanto eu que sempre teve algo a mais entre nós.

— Eu não sei de nada. – Sussurrou para ele.

— Seus ex namorados nunca foram meus fãs da mesma forma que as minhas nunca te adoraram também. Isso só acontecia porque eles viam o quão próximos e o quão sintonizados somos.

— Você está falando bobagem.

— Tudo bem. – Ele deu mais um passo – Eu te conheço bem o suficiente para saber que não vai ser te pressionando que vou te ganhar. Você precisa do seu tempo e vou te dar o espaço que precisar para ver que somos melhores juntos. Você sente algo da mesma forma que eu sinto algo. Não vejo você fazendo as coisas que faz por mim, por mais ninguém.

— Mas é porque eu gosto de você.

— E eu gosto de você. – Ele entoou a frase.

— Não vou trocar nossa amizade por algumas horas de sexo.

— Mas eu nunca disse que quero só sexo.

— Você quer é estragar nossa amizade.

— Sempre respeitei nossa amizade e sempre vou respeitar. É por nossa amizade que eu sei que isso, – Apontou para ela e depois para ele – vai dar certo. Temos os nossos limites e um sabe o do outro. Não conheço ninguém como eu conheço você e só você sabe todas as minhas manias mesmo eu vivendo no hospital.

— Somos vizinhos.

— Se você quer se fazer de desentendida, tudo bem. Eu precisei de ajuda para abrir meus olhos sobre nós e você precisa fazer o mesmo. Só quero deixar claro de que não sou igual ao seu ex marido e você sabe disso. Jamais vou fazer nada que machuque você. Se você quer ser só minha amiga está tudo bem, só quero deixar claro que você pode ter um marido de verdade.

— Você está sendo egoísta. Temos três crianças que depende da gente e da nossa boa relação.

— E quem disse que ser o seu marido vai fazer nossa relação ficar ruim?

— Carl ... isso é dar um salto muito grande na nossa relação. Um passo maior que as nossas pernas. Casais normais vão a encontros, namoram por anos, noivam antes de se casarem e mesmo assim nem sempre da certo.

— Casais normais não tem o que a gente tem. Temos anos de companheirismo e intimidade. Nós confiamos um no outro e a maior prova disso é que nos comprometemos sem pestanejar de ter três filhos juntos.

— Não é tão fácil assim.

— Eu nunca disse que seria fácil. A parte mais difícil está sendo te convencer a nos dar uma chance. A poucos minutos atras você estava me secando lá no quarto e agora a pouco eu pude ver desejo nos seus olhos mas de alguma forma você quer ficar lutando contra isso.

— Só porque te acho bonito não quer dizer que temos que ter algo.

— Não é só porque me acha bonito. Tem uma grande diferença entre achar alguém bonito e sentir atração por ela.

— A qual é Carlisle, você sabe que é sexy. Você não teria um corpo desses se seu objetivo não fosse outro. Carmem mesmo me disse que você é um médico muito cobiçado pelas mulheres do hospital. É normal que eu tenha um certo tesão em você, você é lindo, bem sucedido, carinhoso, gentil e eu poderia passar horas enumerando todas as suas qualidades mas isso não quer dizer que devemos ter algo.

— Tesão? – Carlisle sorria convencido – É isso que sente por mim?

A vergonha por ter dito algo tão privado, deu a ela um vermelho rubro ao rosto que alcançou com facilidade seu pescoço.

— Não usei a palavra certa.

— Então você admite que sente algo por mim.

— Não foi isso que eu quis dizer. Só quis dizer que ... – Ele deu um passo em direção a ela fazendo com que Esme ficasse na ponta dos pés e se inclinasse para cima do balcão em que estava encostada.

— Você vê isso? – A perguntou quando um arrepio tomou conta do corpo dela ao passar os dedos pelo braço dela – Isso é você reagindo a mim.

Ela o olhava em expectativa enquanto sentia as mãos dele enlaçarem sua cintura, a puxando para mais perto. Podia sentir o hálito de café vindo da boca entreaberta dele.

— Vê? – Depositou um caminho de beijo no pescoço exposto de Esme até os lábios dela – Isso é química pura.

Abaixando a guarda e salivando de expectativa, as mãos dela foram para o cabelo dele o puxando para mais perto. Antes que pudessem se beijar finalmente, paralisaram como estátuas.

Escutavam a voz infantil de Alice acompanhada das vozes dos outros dois filhos. Esme pulou para fora do aperto de Carlisle como um gato assustado. Correu para a porta que dava para o quintal, sem que Carlisle pudesse impedir.

Assim que Esme sumiu pela porta, os filhos apareceram no corredor. Carlisle balançou a cabeça em descrença da sua falta de sorte. Sorriu para os filhos assim que apareceram no batente da porta.

— Bom dia! – Saudou os filhos. Rosalie apareceu primeiro acompanhada por Edward que carregava Alice – Edward, você ainda não deveria fazer esforço na sua perna recém desengessada.

Caminhou até os filhos dando um beijo na teste de Rosalie antes de tomar Alice do colo do mais velho.

— Eu estou bem. – Edward resmungou antes de seguir a irmã até a mesa de café – Onde está Esme?

— Ela teve que ir à casa dela para se arrumar, hoje ela vai ajudar Grace com o bazar. – Explicaram às crianças mas sabiam que Esme era dona da casa ao lado onde possuía algumas roupas – Vocês vão ficar comigo hoje.

— Podemos ir lá dar bom dia para a mamãe? – Alice questionou manhosa.

— Só depois que você comer todo o café da manhã. Para ela ver que você está ficando bem fortinha. – Fez cocegas na barriga da menina causando risos nela – Como está a cabeça hoje?

— Ainda não está doendo. – Garantiu – Mas eu queria ficar com a mamãe.

O beicinho nos lábios da menina era a coisa mais adorável que Carlisle já viu.

— Mas hoje o dia é comigo, você não gosta de ficar comigo?

— Gosto, gosto muito mas gosto mais ainda quando a mamãe também está junto.

— Eu também – Se sentou com a filha no colo – mas a mamãe precisa ajudar a amiga dela.

— Mas ela volta depois, não é? – Quis saber a menina.

— Claro.

— No meio tempo disso podemos fazer alguma coisa que você gosta. – Rosalie sugeriu – Ver algum desenho ou brincar com alguma boneca. Até agora você não brincou com nenhum brinquedo que Carlisle e Esme compraram para você. O seu quarto está cheio de coisas legais para fazer.

— Lá tem muito brinquedo. – Alice concordou.

— E você não gostou de nenhum? Eu posso comprar outros que você gosta mais. – Carlisle olhava a filha preocupado.

— Não, papai. Eu gosto deles mas a minha cabecinha está sempre doendo.

— Que tal você montar aquele quebra cabeças da Barbie que tem mil peças? – Edward sugeriu – Rose e eu podemos te ajudar.

— E você vai ficar quietinha e a cabeça não vai nem doer. – Carlisle gostou da ideia – E eu vou estar por perto caso comece a doer.

— Ta bem. Mas aquele quebra cabeça é grandão vai demorar muito para terminar.

— Temos a tarde toda para isso e aí quando você assustar Esme já vai ter voltado. – Edward garantiu.

— A gente vai acabar o quebra cabeças e a mamãe vai chegar? – Alice pulou do colo do pai – Então vamos começar logo.

— Alice, primeiro é preciso tomar o café da manhã. – Carlisle gritou quando ela sumiu corredor afora. Ele olhou frustrado para os adolescentes – Claramente Esme é a favorita de Alice. Espero que eu seja de um de vocês dois.

Os adolescentes riram cada um enfiando um alimento na boca para não terem que responder. Carlisle gargalhou com a atitude dos dois. Ele ao menos estava feliz por não ser o único a ser enfeitiçado pela esposa.

Quando foi atrás de Alice para a fazer tomar o café da manhã devidamente, pegou seu telefone que havia ficado no andar de cima. Digitou uma rápida mensagem para a esposa e enviou ao reler rapidamente.

[...]

“Você é muito sortuda mas não adianta fugir, da próxima vez você não me escapa.” C.

O telefone de Esme estava na mão de Grace enquanto a amiga relia a mensagem que Carlisle tinha enviado.

— Carlisle é mesmo um cavalheiro. – Grace foi categórica.

— Como isso é cavalheirismo?

— Não falo dessa mensagem. – A morena devolveu o telefone para Esme – Es, se eu fosse Carlisle e você me dissesse que tem tesão em mim ... amor, eu tinha arrancado sua roupa ali mesmo e teria transado com você em cima do balcão.

— Grace! – Esme gritou com a amiga – É com essa boca que você beija o seu filho?

— É com essa boca que eu chupo o meu marido. – Deu de ombros indiferente.

— Você é impossível. – Jogou um vestido na amiga.

McCarty voltou a arrumar uma arara enquanto Esme colocava as peças no cabide.

— Ele é tão sarado como você falou?

— Ele não tem o abdômen super definido como esses fisiculturistas mas os gominhos estão lá. É aquele porte atlético, sabe? Magro mas com o corpo definido.

— Deve ser uma visão e tanto.

Esme lançou a amiga um olhar repreensivo antes de a criticar:

— Você é uma mulher casada. 

— E qual o problema de eu admirar outros homens?

— Você tem que respeitar o seu marido.

— O meu ou o seu? – Grace sorria debochadamente para a amiga e soltou uma gargalhada quando Esme fez uma careta – Você é uma boba. Deveria aproveitar que o homem está doidinho com você. Ele te quer e você está se fazendo de difícil.

— Não estou me fazendo de difícil. As coisas não são tão simples assim.

— É sim bem simples. É só você falar que topa e ele te leva direto para a cama dele.

— E depois? Como vamos lidar com tudo depois? É muito fácil eu me entregar para ele, Grace e você sabe disso. Você mesma vivia zombando de mim por conta da minha relação com ele mas o que vai ser depois que eu dormir com ele? Depois que eu aceitar qualquer que seja o que ele está sugerindo?

— Ele disse que quer que você seja a esposa dele. Você acha que isso só envolve sexo?

— Claro.

— Ai Esme, você é tão boba. – Riu da ingenuidade da amiga – Casamento é muito mais do que sexo, infinitamente. Sexo é só a parte divertida disso e é a que você está com tanto medo. Você vive uma vida de casada e nem percebe. Vocês têm filhos juntos e isso é uma parte do casamento. Vocês dividem uma casa, pagam conta, tem que cuidar do lar e dos filhos, se preocupar se o outro está bem, conciliar horários, aprender a equilibrar entre ter um tempo sozinhos e com a família. Casamento é uma infinidade de coisas que vocês já faziam antes mesmo de se casarem e nem ao menos se deu conta. Você deixava para ele comida, preocupava se ele estava ou não com fome, se tinha ou não algo para comer quando chegava em casa, por ele estar passando tempo de mais no hospital e pouco descansando. Ele sempre te ajudava com algum problema em casa, leva sempre o seu carro para arrumar quando quebra. Isso tudo é casamento.

Encolheu os ombros com a constatação da amiga.

— É diferente.

— Não tem nada de diferente. Vocês cuidavam um do outro e isso é toda a função do casamento. Meu Deus, Es, você terminou com Mark porque ele não aceitava bem sua amizade com Carlisle mesmo que naquela época você quase não estava convivendo com ele.

— Não, terminei com Mark porque não aceito ultimatos.

— E Carlisle sabe disso. Ele está usando todos os argumentos do mundo para te convencer de que estar com ele é a melhor saída e não te forçando a nada. Jamais vai te dar um ultimato de que se você não ficar com ele não pode conviver com as crianças.

— Eles são os meus filhos, Carlisle não conseguiria fazer algo assim nem se quisesse.

— Mark não mandava na sua vida mas tentou mandar na sua convivência. – Grace foi certeira.

— O que você quer dizer com isso?

— De que quanto mais eu penso, mas percebo de que você é uma filha da puta sortuda por ter um homem como Carlisle apaixonado por você.

— Ele não está apaixonado.

— Está sim e você também está porque o que você sente por ele não é tesão. Tesão passa com o tempo e você pode se sentar nele o tanto que quiser que esse sentimento não vai ir embora.

— Eu deveria ter arrumado uma amiga menos desbocada. – Resmungou.

— E nunca iria achar uma tão sincera.

— Você é impossível. – Esme balançava a cabeça em descrença.


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