Holliday escrita por blindrepata


Capítulo 6
Natal


Notas iniciais do capítulo

Estou um pouquinho atrasada para o Feliz Natal, mas está aí o capítulo.
Boa leitura



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— Alô! – Tasha atende o telefone após o primeiro toque. A morena estava espalhada no sofá da sala tentando se concentrar nas páginas em sua mão. – Andy! Estou lendo suas páginas. Não esqueci. Andei ocupada esses dias. Não é verdade. Eu ia te ligar quando... Que tipo de surpresa? – Tasha caminha pela casa seguindo as instruções ao telefone. – Não estou vendo nenhuma caixa. Vou olhar na cozinha, as vezes alguém guardou. – Ela chega até a cozinha e corre os olhos sobre a mesa, sobre o balcão. – Não está lá. Tá, vou ver no portão. Quando você mandou?

Tasha se surpreende ao abrir a porta e dar de cara com Andy segurando uma caixa dourada envolvida com um laço vermelho. A morena não esperava ele ali, de jeito nenhum.

— Achei seu presente de Natal! – Fala o rapaz sorridente.

Tasha o convida para entrar, porém não tem certeza de como deve agir com ele depois de tudo o que aconteceu. Foram tantas decepções, tantas noites de tristeza e lágrimas por um amor mal correspondido.

— Este lugar combina com você. – Fala ele observando a casa enorme em que ela estava instalada.

— Não acho não. – Nega ela.

— Falo sério. – Afirma o rapaz convicto sobre o que estava falando. – Não vai olhar pra mim?

Tasha que ainda não o havia encarado, força para fazê-lo. Mas o olha indiferente.

— Vim porque precisava vê-la. – Fala ele tentando ser doce.

— Andy, realmente não consigo entender. – Faça Tasha com indiferença. – Estive à sua disposição por três anos. Não se lembra? “água e óleo não se misturam”. Foi o que você disse.

— Não me lembro de falar isso. – Nega o rapaz. – Só sei que odiei quando você foi embora. Eu checava minhas mensagens o tempo todo. Fiquei louco sem notícias suas. Eu não quero te perder. – Ele se aproxima ficando a menos de um metro de distância.

— Me perder? Isso é meio confuso, não? – Ela se afasta um pouco.

— Vem cá. – Fala ele segurando a mão dela. – Eu me enganei.

Andy a leva até o sofá. Os dois se acomodam. Ele acaricia o rosto dela que parecia mais calma.

— Sabe o que eu estava pensando? – Fala ele carinhosamente. – Quando você voltar à Londres podemos fugir para algum lugar. Nós dois em Veneza. Seria ótimo.

— Você está falando sério? Está mesmo livre para fazer isso? – Ela ainda não tem certeza da veracidade de todas as palavras de Andy.

— Querida, viajei metade do mundo para vê-la. – Andy afasta os cabelos dela que caíam sobre o rosto.

— Mas isso não responde minha pergunta. – Continua ela. – Você não está mais com a Sarah? Foi pra isso que veio?

— Eu gostaria que me aceitasse. E queria que soubesse o quanto estou confuso sobre tudo o que está acontecendo.

— Tá. Me deixe traduzir. – Fala ela. – Você continua noivo e vai se casar.

— Sim, mas...

— Meu Deus! – Tasha se levanta do sofá. – Nunca pensei que diria isso. Mas você estava certo sobre nós. Somos como água e óleo.

— Você não pode estar falando sério. – Andy também levanta se mostrando um pouco abalado com o que não esperava ouvir.

— É claro que estou. Eu deveria ter lhe falado isso há três anos. – Fala ela nervosa. – Você nunca me tratou como eu merecia. Você me machucou. E fez parecer que era minha culpa. Eu fui uma idiota.

— Querida...

— Escuta! – Pede ela. – Você aparece aqui na minha véspera de Natal, que por sinal, está muito agradável, e diz que não quer me perder mesmo estando prestes a se casar. Vou lhe dizer uma coisa: acabou! Fim! Eu não sou mais apaixonada por você. Tenho uma vida para começar a viver. E você não está nela.

— Tash...

— Tenho que começar os preparativos, pois vou recebe visitas. – Explica ela abrindo a porta da sala. – Você poderia fazer o favor de ir embora? Agora!

Andy sai com uma expressão decepcionada. Tasha consegue sentir um alívio tão grande ao colocá-lo Andy pra fora da casa, e pra fora de sua vida. Ela está pronta! Pronta pra viver. Começar uma nova etapa em sua vida.

 

— Reade, eu me enganei. – Fala Meg enquanto Reade está sentado no sofá à sua frente tentando entender por que ela o chamou ali. – Você nunca errou? Eu errei. – Continua ela. – Fui burra, impulsiva. Ele não era o que eu pensava. Daí comecei a pensar em você. E estou aqui pedindo que me perdoe. – A garota faz uma pausa e dá um longo suspiro. – Você vai me perdoar, Reade?

— Meg, eu não tenho mágoas pelo que você fez. – Começa ele. – Ao contrário. Acho que todos temos direito de fazer nossas escolhas. E você fez a sua quando mentiu pra mim.

Reade se levanta e se coloca de frente pra ela tentando entender porque sempre escolhia a garota errada para se apaixonar. Ele estava saturado por seus relacionamentos sempre acabarem assim. Ele sabia que já era hora de uma mudança. A partir de agora tentaria investir em sua felicidade, em algo que realmente importasse.

— Acabou, Meg. E, olha, eu estou muito bem com isso e espero que você também fique bem. – Ele vira as costas e caminha até a porta. – Feliz Natal. – Se dá ao trabalho de se virar e se despedir.

Mais cedo, naquele dia, quando a vira na locadora, Reade pensou que seu mundo fosse acabar. Mas conversando com Tasha, percebeu que coisas desse tipo acontecem todos os dias com várias pessoas. Reade era apenas uma dessas pessoas. E virar a página, mais uma vez, era o que ele estava disposto a fazer.

 

Jane se prepara para passar seu Natal sozinha. Ela não havia se encontrado mais com Kurt desde que fora até sua casa na noite anterior. Nenhum dos dois ligou. Ela já se atrevera indo até lá sem avisar e não pretendia agir por impulso novamente. Se Kurt a quisesse mesmo, ele a procuraria.

Ela preparara uma massa e abrira uma garrafa de vinho tinto. Sozinha. Já passava das dez da noite quando ouvira batidas na porta. Seu coração deu um salto, pois só podia ser uma pessoa.

— Kurt! – O rapaz a esperava com um sorriso aberto e um buquê de flores.

— Oi Jane. – Fala ele meio sem jeito. – Tem um cantinho aí pra mim esta noite?

— Claro. – A morena sorri animada. Não esperava que ele viesse. Mas estava muito feliz. – Entra.

— As meninas dormiram e a tia ficou com elas. – Explicou ele entregando as flores à Jane. – Mas preciso voltar antes das dez da manhã. É o horário que combinei com elas de abrir os presentes.

— Então temos muito tempo pela frente. – Fala Jane animada.

Kurt a puxa pra ele e coloca um beijo suave em seus lábios.

— Já estava com saudades. – Ele fala se afastando.

— Eu também. – Jane retribui o beijo com paixão ardente. – Me deixa só colocar as flores em um vaso com água. – Ela o interrompe.

— Claro.

— Eu fiz um fetuccine. Estava indo jantar. – Fala ela da cozinha. – Bom que você veio pra me fazer companhia.

Kurt enche duas taças com o vinho e Jane serve a mesa. Os dois tem um jantar agradável. Conversam amenidades, falam sobre comida, filmes e livros. Apreciar a companhia um do outro foi o que de mais interessante eles descobriram nos últimos dias.

 

— Sabe, tenho medo de quando tudo isso acabar. – Jane estava nua enrolada apenas no lençol de cetim. A morena tinha a cabeça no peito nu de Kurt enquanto assistiam TV deitados na cama.

— Não precisa acabar. – Fala ele acariciando os cabelos dela.

— Você acha que conseguiremos lidar com isso? – Ela firma nos cotovelos ficando de frente pra ele. – Estou prestes a ir embora.

— Nós vamos encontrar um jeito. – Fala ele com voz manhosa. – Agora vem aqui. Não vamos preocupar com isso essa noite. Eu quero beijar você e aproveitar sua companhia pelo curto tempo que ainda temos.

Kurt a traz pra ele e junta seus lábios nos dela. As ações que se seguem são prova de que ambos não querem pensar no futuro e sim aproveitar ao máximo o que podem pelo curto espaço de tempo que lhes resta.

 

— Como ele é? – Patterson pergunta enquanto as duas terminam de colocar a mesa.

— Ele quem? – Tasha pergunta se fazendo de desentendida.

— O Reade.

— Ah. Ele é ótimo. Ótima companhia, bom de conversa. Gentil, educado.

— Hum...

— O que foi? – Tasha encara a amiga.

— Por que ficou vermelha?

— Não fiquei vermelha. – A morena nega.

— Ele é bonito?

— Para Patterson!

A campainha toca e Tasha se apressa para abrir a porta. Reade vestia uma calça jeans escura e uma camisa azul claro com as mangas dobrada até os cotovelos. Tasha achava que ele estava maravilhoso. Roman estava parado ao lado de Reade e ela não pode deixar de observar o quanto ele também é bonito. Loiro, alto, usava uma calça preta e camisa branca.

O rapaz loiro era irmão da Jane. Tasha a conhecia pouco, na verdade não a vira pessoalmente, apenas em fotos, mas podia ver a semelhança entre os dois irmãos.

— Boa noite. – Ela os cumprimenta.

— Boa noite. – Ambos respondem. – Você está linda. – Reade lhe dá um abraço rápido e um beijo no rosto.

Tasha escolhera uma saia preta e uma blusa amarela de seda sem mangas. Deixara os cabelos soltos e aplicara uma leve camada de maquiagem. Os saltos pretos baixos completavam seu look.

— Obrigada. – Agradece a moça.

— Trouxe vinho.

Tasha os convida a entrar e os apresenta a Patterson. Instantaneamente percebe o interesse da amiga por Roman e vice e versa.

Patterson estava solteira, o último namorado sério que ela teve morreu há dois anos em um acidente. Desde então a loura não levou mais ninguém a sério. Tasha tinha esperança que a amiga encontrasse alguém, pois não gostava de ver a tristeza que ela transparecia quando falava sobre David. Os dois faziam tudo juntos, viviam grudados. Perdê-lo foi um choque para a amiga.

Tasha e Patterson prepararam uma massa e uma carne assada. As duas compraram uma pequena torta de chocolate para sobremesa. O jantar estava ótimo.

 

— Agora que já organizamos tudo vamos assistir aos filmes. – Fala Tasha animada, após retirarem a mesa e cuidarem da louça.

O filme era um romance dos anos oitenta, dirigido por Arthur. Era um clássico. Reade já havia assistido e explicava a Tasha alguns detalhes que ele achava importante ela se atentar.

Como a sala era grande haviam dois sofás enormes. Tasha e Reade se acomodaram em um deles e Patterson e Roman no outro. As luzes estavam quase todas apagadas restando quase somente o brilho da TV.

Patterson e Roman mal prestaram atenção no filme. Não paravam de flertar e de conversar baixinho.

No meio do filme, Reade pegou na mão de Tasha e enlaçou os dedos nos dela. A morena sentiu uma sensação tão boa invadir seu corpo. Sem pensar em nada inclinou a cabeça no ombro do rapaz e se deleitou com as sensações que a proximidade trazia.

— Estou indo embora. – Fala Roman assim que o filme termina.

— Não quer assistir mais um? – Pergunta Tasha se levantando.

— Não. Fica pra outra vez. – Responde o rapaz.

— Ele vai me dar uma carona. – Patterson também se levanta.

— Pensei que você fosse dormir aqui... – Fala Tasha um pouco decepcionada com a amiga.

— É bom que Patterson faça companhia a ele. – Fala Reade.

— Entendi. – Tasha entende que está rolando alguma coisa entre os dois. Tasha achou que poderia confiar em Roman, pois sendo irmão de Jane, com certeza era de confiança. Ainda era amigo de Reade, o que era mais um ponto positivo.

Eles se despedem e restam somente Tasha e Reade.

— Quer assistir outro filme? – Pergunta ela.

— Talvez esteja na hora de eu ir embora. – Fala Reade pensativo.

— Tem certeza? – Tasha fica triste por ter que passar sozinha o resto da noite.

— A não ser que você queira que eu fique. – Ele fala com um sorriso malicioso.

— Eu quero que você fique. – Afirma ela com seriedade.

— Mais um filme? – Pergunta ele.

— Pensei em outra coisa. – Fala ela sorridente.

— É? Pensou em quê?

Reade passa os braços em volta da cintura de Tasha e a puxa pra ele. O rapaz deposita um selinho nos lábios dela e a deixa arrepiada.

— Tasha. Não quero que você pense que estou fazendo isso apenas porque estou magoado com a Meg.

— Você também pensaria que estou fazendo isso por causa da decepção que tive.

— Que tal esquecermos as decepções por ora e focarmos apenas em nós dois essa noite? – Pede ele.

Tasha havia contado a ele sobre a visita de Andy e em como conseguira deixar claro o que queria. Reade também lhe falou sobre a conversa que tivera com Meg mais cedo. Aparentemente os dois estavam decididos a deixar o passado pra trás e virar uma nova página em suas vidas.

Reade a puxou para mais perto e a beijou. A sensação dos lábios do rapaz nos dela a fez se esquecer de tudo. Reade tinha uma das mãos na cintura dela e a outra e segurava pela nuca. A morena passou as duas mãos no pescoço dele tentando diminuir ainda mais a distância entre eles. Quando sentiu a língua dele pedindo passagem, Tasha cedeu.

— Vamos para o quarto. – Tasha falou interrompendo o beijo por um breve momento.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não deixem de me dizer!
Beijos e até mais!!!



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