Keybringer Pirates escrita por Kardio


Capítulo 9
Capítulo IX


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Espero que estejam tendo uma boa semana, apesar de tudo. Hoje estamos começando um novo arco da nossa história, um particularmente bem importante, então espero que se divirtam e aproveitem o caminho!



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Capítulo IX – Vila Syrup.

— - Sofie - -

O dia se mostrava ensolarado e sem nuvens, o barco rompia bravamente as ondas, sendo impulsionado por ventos favoráveis. Desde que saímos da ilha Shannon semanas atrás tem sido muito mais fácil navegar, pois além de ótimos ventos à nosso favor, agora temos o Zodick. Além da força física desumana, o negro possui uma ótima noção do que deve ser feito dentro de um barco e de como deve fazê-lo. 

Desde que ele começou a viajar conosco, temos ganhado muito tempo graças à sua eficiência e Luke tem estado cada vez mais tempo na proa do navio, observando quaisquer movimentações suspeitas para prevenir quaisquer ataques-surpresa. 

— Alguma previsão de quanto tempo até a próxima ilha? – Zodick pergunta ao se aproximar de mim, a conversa também parece chamar a atenção de Luke.

— Se me lembro bem, estamos próximos às Ilhas Gecko, onde está localizada a Vila Syrup, mas não tenho certeza de o quão longe estamos, já que não temos um mapa. – vejo Zodick fazer uma expressão estranha.

— Syrup? Sinto como se já tivesse escutado esse nome antes. – assinto com a cabeça, passando um dos rubros fios para trás da orelha.

— É a cidade natal de Usopp, o Sogeking, atirador e um dos comandantes do bando do atual Rei dos Piratas. – vejo Luke tremer de empolgação, seus olhos brilhavam, acho que a idéia de visitar uma ilha por onde o Rei dos Piratas passou deve ser algo que o agrada bastante.

Antes que qualquer um deles pudesse falar algo, vejo algo que chama minha atenção; voando pelos céus havia uma gaivota solitária, suas asas alvas tocavam-se vez ou outra durante o seu bater, sobre sua cabeça havia um pequeno quepe branco e uma bolsa marrom estava pendurada em seu pescoço, dentro dessa bolsa uma infinidade de papéis enrolados em forma de rolos podiam ser vistos. Imediatamente começo a revirar minha carteira em busca de alguma moeda.

— O que você está fazendo?- Zodick me questiona, parece ser o único a notar a urgência em meus atos, o capitão parecia muito ocupado em cantar uma desafinada música sobre uma vila nova.

— Aquela é uma Gaivota-correio. – faço uma pequena pausa. – Diariamente saem novas edições sobre o que está acontecendo ao redor do mundo. – solto um suspiro aliviado ao finalmente achar uma moeda, usando o reflexo do sol sobre ela para chamar a atenção da gaivota, a mesmo inicia seu pouso sobre a proa do navio, forçando o capitão a se afastar da mesma. – É sempre bom termos algumas moedas sobrando para pagar pelo jornal do dia. – Zodick assente, compreendendo que em alto mar informações são algo de extremo valor.

Entrego a moeda no bico da gaivota, o animal alado guarda-a em uma pequena bolsa presa à sua pata, logo após entregando-me o jornal com seu bico e novamente alçando vôo.

— E então? Algo de interessante? – Luke questiona, parece ter adquirido alguma curiosidade sobre o assunto. Começo a ler a manchete da primeira página.

— “Aiko Versailles é escolhida como última integrante dos Shichibukai.” – tivemos uma sorte grande, essa notícia é bem importante, pegamos um jornal realmente relevante desta vez.

— Shichibukai? – Luke questiona fazendo careta. – Isso é de comer? – Será que ele realmente partiu pro mar sem saber absolutamente nada?

— Nessa Era dos Piratas, o mundo se sustenta sobre três pilares. As três grandes forças do mundo. – começo a explicação calmamente, levando o dedo indicador. – A primeira força é o Quartel-General da Marinha, liderada pelo Almirante da Frota do Governo Mundial e pelos Três Almirantes, eles são a elite da Marinha e os encarregados de manter a “justiça” funcionando. – tenho certeza de carregar a palavra justiça de ironia, logo após erguendo um segundo dedo. – O segundo pilar se trata dos Yonkous.  – percebo um olhar atento e compenetrado vindo de ambos os piratas. – São os quatro piratas que, abaixo do Rei dos Piratas, mantém o controle sobre quase todo o mar, subjugando ilhas e às vezes mares inteiros à sua força, autoridade e proteção. – faço uma pequena pausa, logo recomeçando. – Possuem fortes tripulações e poderosos aliados, são os quatro mais próximos de se igualar ao Rei dos Piratas. – ergo um terceiro dedo, iniciando a última parte da explicação. – Por último temos os Shichibukai, um grupo formado por sete piratas que tiveram suas recompensas anuladas e ganham o perdão de todos os seus crimes diante da Marinha, ganhando certos privilégios da mesma, em troca, eles devem obedecer às convocações de guerra da Marinha e lutar por ela. – vejo Luke fechar os punhos, uma fúria contida emanando de seus olhos.

— Eles trocaram tudo que conquistaram para se tornar marionetes do governo? – a pergunta do capitão parecia estranhamente inteligente, não achei que ele fosse capaz de deduzir isso sozinho.

— Pode-se dizer que sim. – faço uma pequena pausa. – Apesar de ser um grupo poderoso, eles estavam incompletos desde que Luffy do Chapéu de Palha começou á causar caos pelo mundo. – é a vez de Zodick me interromper.

— Eu ouvi alguns rumores. Logo que chegou à Grand Line, muitos Shichibukais foram derrotados ou se aliaram a ele. – ele faz uma pequena pausa, como se forçasse a própria mente a se lembrar. – Sir Crocodile, Gecko Moriah, Donquixote Doflamingo, Boa Hancock, Jinbe, Trafalgar Law. Todos eles tiveram alguma ligação com o Chapéu de Palha e tiveram seus títulos revogados ou eles mesmos desistiram deles. – ele faz outra pausa. – Outros piratas também entraram e saíram dos Shichibukais por suas próprias razões, como o Barba Negra. 

— Exatamente. – volto meus orbes novamente para as páginas do jornal, atentando-me a ele. – Após seis décadas de instabilidade, o grupo novamente está completo. Essa é noticia é muito importante. – viro a página, vendo uma foto de uma base marítima quase que completamente destruída. – “Grande incêndio causa mortes e destruição em base da Marinha na ilha de Verza, no North Blue.” – posso notar certa curiosidade reviver nos olhos de Luke, dessa forma, continuo a ler o artigo. – “O fogo começou por volta das 13hrs. As chamas alastraram-se instantaneamente por toda a base, deixando dezesseis mortos e dezenas de feridos com queimaduras de níveis variados, alguns dos feridos foram levados para serem tratados no Hospital Geral da ilha de Drum. As investigações ainda estão em andamento, mas o principal suspeito é o capitão pirata Trevor.”

— Quem é esse cara?- Zodick é o primeiro a fazer o questionamento. 

— Não faço idéia. – respondo simplesmente. – Existem muitos piratas novatos iniciando sua jornada nessa Era, do mesmo jeito que nós, é bem provável que venhamos a nos encontrar com alguns deles eventualmente, esse deve ser só mais um dos novatos. – Luke assente, parecia empolgado, provavelmente queria conhecer o tal Trevor. – passo rapidamente os olhos sobre as outras notícias, havia um artigo sobre a cura de uma grave doença que finalmente fora descoberta por um médico brilhante de Drum, outro artigo falava sobre alguma das novas invenções de Abel, filho do lendário cientista Vegapunk. Na página final havia um clipe que prendia vários cartazes de procurado, cada um com sua respectiva foto e recompensa, passo os olhos rapidamente pelos cartazes, me atentando ao de maior recompensa: Zeff, 20 milhões de recompensa, procurado vivo ou morto, não tinha foto alguma.

Aquilo era algo relativamente comum de se acontecer, visto que não era fácil para marinheiros e jornalistas tirarem uma fotografia de criminosos procurados, mas quanto mais famoso se fica, mais difícil é manter o anonimato, visto que a própria Marinha oferece uma recompensa em dinheiro para aqueles que lhe trouxerem fotos de criminosos procurados, isso acaba por tornar até mesmo o civil mais fraco em um adversário indesejável.

Já estávamos há tanto tempo lendo e conversando a respeito do jornal que não notamos que já estávamos nos aproximando das ilhas Gecko, mas a sequência de acontecimentos após isso faz questão de nos trazer de volta à realidade.

Enquanto nos aproximávamos da ilha, nos deparamos com uma batalha marítima em pleno andamento, três navios da Marinha estavam partindo em perseguição armada contra um navio pirata, pela Jolly Roger posso reconhecer em se tratar do bando de Mark, o Naja, pirata com recompensa de quatro milhões de berries. A luta desenvolve-se frenética até que acabamos sendo pegos no meio da confusão e uma das balas de canhão atinge o casco do nosso barco em cheio. Começamos a perder velocidade enquanto a água entrava torrencialmente no buraco recém-aberto.

— Ok, Agora estamos com problemas.

— - Zodick - -

Mal pude acreditar que o que estava acontecendo era real, a ficha só caiu realmente quando o navio começou a afundar e tudo o que nos restava era abandoná-lo. Foi bem difícil achar algum ponto em que pudéssemos “desembarcar” visto que toda a zona costeira se resumia a penhascos inacessíveis, tivemos que nadar cerca de oito minutos até finalmente chegarmos em terra firme na parte mais ao sul da ilha Gecko.

Durante o trajeto me surpreendo por Luke ser capaz de nadar, me lembro claramente de ver o capitão usando algum tipo de poder especial na sua luta contra o aprendiz Marui, por isso pensei que, talvez, se tratasse de uma Akuma no Mi, mas agora vejo que não deve ser este o caso, mas acho que essa não é a melhor hora para falar algo á respeito.

Saio da água com as roupas completamente encharcadas, minha calça parecia pesar quilos a mais de tão ensopada que estava, resolvo por me sentar sobre a areia da praia, o sol quente e a brisa marítima deixavam o ambiente perfeito para se tirar um longo e tranquilo cochilo em um fim de tarde, claro, se você não estiver acabado de sair de um naufrágio após um troca de tiros que poderia ter lhe matado, nesse caso, não acho que o cochilo fosse ser tão tranquilo assim.

Retiro minha camisa, espremendo-a para tentar retirar o excesso de água, Luke parecia um pouco frustrado pelo que havia acontecido, lembro de terem falado algo sobre o barco ter sido um presente de um amigo do capitão, então não acredito que esse fosse o destino que ele desejasse dar à embarcação. Já Sofie parecia mais preocupada do que qualquer outra coisa, ela de alguma maneira conseguiu socar algumas coisas dentro de uma bolsa antes de abandonar o navio e agora revirava a mesma, verificando com urgência como estava a situação, posso ver dinheiro, roupas e alguns pedaços de pão, mas os olhos azul-safira da ruiva só se tranquiliza ao encontrar um pequeno pedaço de vidro colorido e a miniatura da sequóia-gigante que ganhara de Bruna, ambos estavam em perfeito estado, acho que ela deu sorte de aquela bolsa ser impermeável. A navegadora fecha os olhos e um suspiro de alívio sai de seus lábios naturalmente avermelhados.

— Ok, o que faremos agora? – ponho novamente a camisa, ainda encharcada, sobre o ombro.

— Vamos até lá e quebramos a cara desses desgraçados. – posso ver uma veia de irritação pulsando na testa de Luke. – Eles vão ver só por ter nos atacado. – resmunga o capitão.

— Não fomos atacados. – Sofie rapidamente se intromete na conversa, tentava retirar o excesso de água em suas madeixas rubras usando as próprias mãos.

— Como não? – Luke questiona-a. – Eles acertaram o nosso barco em cheio.

— Eles estavam perseguindo outro bando pirata e acabamos por ser acertados por acidente no meio do fogo cruzado, não éramos os alvos e espero que continue assim. – ela ergue o olhar em nossa direção. – No momento não temos uma grande tripulação, nem muito menos recursos ou informações suficientes, e agora não temos mais barco, a última coisa que precisamos é nos meter em confusão com piratas ou a Marinha, não precisamos atrair os problemas dos outros para nós.

— Sofie tem razão. – o capitão parece ficar decepcionado com o rumo que a conversa estava tomando, diria que ele mal podia esperar para afundar o punho na cara daqueles que atiraram em nós, mas após meia-hora de discussão, alguns tapas irritados de Sofie e um olho roxo, ele finalmente parece convencido a não arrumar mais problemas do que já tínhamos. 

Durante o tempo em que ficamos “persuadindo” Luke, nossas roupas enxugaram, ou melhor dizendo, excretaram metade do oceano que tinham absorvido para dentro de si e agora estavam apenas úmidas.

— Não vamos ganhar nada ficando aqui. – Sofie constata após dar uma rápida olhada na ilha. – É melhor irmos para a cidade, talvez encontremos uma pousada ou algo assim e lá pensamos com mais calma no que faremos a seguir.

— Vamos atrás de um restaurante! – o capitão ignora a sugestão da navegadora, vejo seus lábios salivarem ao imaginar as incontáveis delícias com as quais poderíamos nos fartar.

— Luke, essa não é a melhor escolha, não sabemos quanto tempo passaremos aqui, não é prudente gastar todo o nosso dinheiro desnecessariamente. – seu argumento fazia sentido, visto que a comida em uma pousada deve ser mais barata que em um restaurante, mas como que para contradizê-la o estômago da ruiva ronca alto, posso ver o rosto da navegadora corar antes de continuar sua fala. – Tá bom, vamos atrás de algum restaurante ou coisa assim para que possamos comer. – Luke exulta de felicidade, correndo rapidamente em direção à vila mais ao norte, limito-me a sorrir, novamente colocando minha camisa e me levantando das areias quentes da praia.

— - Luke - -

Andamos pela cidade até nos depararmos com um restaurante chamado Meshi, ele possuía um aspecto simples e pacato, o teto de madeira revestido com feno, uma chaminé de tijolos brancos estendia-se para fora do mesmo, as paredes possuíam uma coloração branca um pouco desbotada e as janelas, recentemente pintadas de vermelho, tinham algumas de suas vidraças quebradas, a porta da frente era de um azul-turquesa enquanto suas dobradiças possuíam uma coloração esverdeada.

Ao abrirmos a porta, uma sineta anuncia nossa chegada, haviam em torno de nove mesas dentro do restaurante, mas apenas quatro estavam ocupadas, um ou outra pessoa se vira em nossa direção, como se estivessem esperando a chegada de alguém, mas logo retornam suas atenções para as próprias mesas.

Rumo restaurante adentro, escolhendo uma mesa localizada ao centro do estabelecimento para me sentar, Sofie e Zodick sentam-se próximos a mim, noto um senhor se aproximando, ele deixa o cardápio sobre a mesa e volta para o balcão, parecia estar tremendo.

— Vocês notaram? – Zodick sussurrava à mesa, olho-o sem entender. – Estava tudo normal quando chegamos, mas do nada todos no restaurante ficaram bastante nervosos.

— Sim. – Sofie confirma, ela também já havia notado, parecia pronta para revidar à qualquer ação suspeita. – Será que fizemos algo de errado? 

— Ei, Sofie, posso pedir todos os sucos do cardápio? Eles parecem ótimos! – posso ter certeza de que meus olhos estavam brilhando intensamente enquanto minha boca salivava ao constatar cada maravilhoso sabor de suco disponível, aposto que todos devem estar ótimos, a ruiva parece ficar inexplicavelmente irritada com o questionamento.

— Claro que não! Tá louco? – faço um biquinho, tentando convencê-la em seguida.

— Mas têm tantos! E todos parecem ser ótimos, não vou conseguir escolher só um. Ah, já sei, podemos pedir todos os pratos do cardápio também, aí vamos ter muita comida para acompanhar o suco! – abro um grande sorriso e vejo a navegadora revirar os olhos, posso escutar a sineta tocar novamente, anunciando a chegada de novos clientes.

— Francamente, eu não posso confiar em você nisso. – Sofie apóia o queixo sobre a mão. – Vai acabar nos falindo antes mesmo de termos algum dinheiro.

— Que? – exaspero. – Como assim nós não temos dinheiro? Você mesma disse que tínhamos. – um pigarreio atrai nossa atenção, não sei quando aconteceu, mas rapidamente nossa mesa havia sido cercada por cinco homens, eles usavam roupas sujas, como se estivessem acabado de sair de um combate, haviam outros próximos às mesas restantes do restaurante, algo em torno de vinte ou trinta homens.

— Desculpa atrapalhar a conversa de vocês. – o do meio começa a falar, ele tinha uma espada com o punho bem desgastado preso à cintura, antes mesmo que ele pudesse terminar a frase, interrompo-o.

— Relaxa, ta tudo bem, só calar a boca e ir embora e você está desculpado. – volto meu olhar para Sofie novamente, ela estava tensa, posso ver sua mão pousando sobre uma das facas de arremesso presas á sua coxa, Zodick também parecia estar em estado de alerta.

— Creio que você não entendeu. – ele pousa a mão sobre o punho da velha espada, os homens perto dele pareciam impacientes e os outros clientes começaram a ficar nervosos com a situação. – Nós somos do bando de Mark, o Naja, nós acabamos de sair de uma luta contra a Marinha e viemos comer alguma coisa, a questão é: Por que vocês, vermes, estão na nossa mesa? – sinto uma veia de irritação pulsar em minha têmpora, erguendo meu olhar em direção á ele.

— Então é por culpa de vocês que nosso navio foi afundado, hein? – o pirata ergue uma sobrancelha.

— Quê? – antes que pudesse falar qualquer coisa, o pirata sente uma mão pousar sobre o próprio ombro.

— Ei, não acham que vocês estão fazendo barulho demais? Tem pessoas aqui querendo apenas uma refeição tranquila, sabia? – o homem vira-se para olhar aquele que lhe dirigira a palavra, deparando-se com um jovem magricela por volta de seus dezesseis anos, seus cabelos curtos e loiros caiam por sobre a testa, chamando atenção para seus olhos cor de mel, ele tinha um sorriso aberto, usava jeans azuis e uma camisa verde de mangas curtas, sobre seus ombros ele trazia um casaco azul-marinho que tinha as mangas amarradas ao redor do próprio pescoço.

— E quem é você, otário? – ele bruscamente solta a mão do loiro de sobre o seu próprio ombro, virando-se para o mesmo.

— Apenas um freguês incomodado com o barulho que vocês estão fazendo. – ele responde simplesmente, o sorriso em seu rosto se desmanchando e sendo substituído por uma carranca séria.

— E daí? E se não estivermos nos importando com isso? Hein? – vejo o loiro sorrindo disfarçadamente, olhando de relance em nossa direção e soltando uma piscadela.

— Bom, nesse caso... – seus olhos voltam-se para o pirata á sua frente. – Eu farei vocês se calarem. – ele rapidamente põe a mão esquerda sobre o ombro do homem segurando a cabeça do mesmo com a outra mão, em um movimento seco e choca o rosto do homem contra a nossa mesa.

Zodick e Sofie pareceram ter entendido a deixa e, no instante que o homem cai ao chão, eles se erguem subitamente, aproveitando os instantes de choque dos homens de Mark, o negro chuta a cadeira sobre a qual estava sentado, derrubando um homem próximo á porta de entrada do restaurante, os clientes desesperam-se e começam á correr tumultuosamente até a saída.

Sofie rapidamente saca duas facas de arremesso, fincando-as na nuca dos dois homens mais próximos de nossa mesa. Os mesmos caíram mortos instantaneamente, pego a cadeira, quebrando-a no corpo de um dos piratas que iniciou seu avanço contra mim. Logo após nós nos separamos, cada um atacando os piratas em diferentes partes do restaurante.

Vejo Zodick arrancar uma das janelas do estabelecimento e nocautear dois piratas com ela, no terceiro ele não tem tanta sorte e o oponente apara o golpe, apenas para ter o nariz quebrado por um dos socos desumanos do moreno, outros dois avançam fervorosamente contra o combatente do meu bando, Zodick envolve seus pescoços em suas mãos e os arremessa pela janela, o vidro se estilhaça, deixando alguns poucos fragmentos em seu lugar original.

Sofie sacara suas Kukris e rapidamente esfaqueara um dos homens próximos à porta, permitindo aos clientes saírem com segurança, outros quatro avançam contra a navegadora, o primeiro deles brande uma espada contra a ruiva, a mesma agacha-se, fazendo-o errar e fazendo um corte superficial na coxa do mesmo, ele cai de joelhos enquanto ela gira sobre os calcanhares e corta a jugular de um segundo pirata, o mesmo cai sem vida ao chão enquanto ela salta e acerta um poderoso chute no rosto do terceiro e, usando-o como apoio, realiza um mortal pra trás, arremessando duas facas nos olhos do último tolo que avançara contra si, cegando-o e vendo-o cair pateticamente ao chão em meio a gritos. Ela aterrissa ficando suas facas no crânio do primeiro pirata enquanto o terceiro se recompõe e tenta atacá-la novamente, a ruiva gira em seus próprios calcanhares e acerta um corte giratório preciso no peito do pirata que cai ao chão.

Dois dos piratas de Mark tentam me socar, seguro ambos os seus punhos, detendo golpe, e acerto uma joelhada no estômago de um deles, este curva-se sobre si mesmo, uso-o como uma cama e rolo sobre suas costas, derrubando o outro que antes tentara me acertar, logo após uso minhas mãos para afundar o rosto do homem curvado no chão, ergo-me novamente e vejo mais um avançando contra mim, acerto um soco em seu queixo, a cabeça dele é arremessada para cima, sigo com uma sequência de quatro socos fortes contra ele, tão fortes que seus pés são tirados do chão, giro meu corpo e acerto um forte chute giratório no mesmo, ele é arremessado brutalmente contra a porta que dava acesso á cozinha. Ao verem o homem que entrou voando, os cozinheiros apavoram-se e fogem em várias direções, acho que isso acaba com minhas chances de ter uma boa refeição aqui.

Fixo meus olhos no loiro que iniciara toda essa confusão, ele estava cercado por uns seis homens, todos tentando golpeá-lo com seus punhos ou pequenos canivetes, ele desvia facilmente de cada um deles até que percebe que estava contra a parede. Um dos piratas avança com seu canivete, ele segura o pulso do mesmo, usando-o para esfaquear outro e logo após empurrando-os sobre os demais, rapidamente ele escapa do canto onde estava preso, saltando para sobre uma das mesas, vejo-o enfiar suas mãos para debaixo do casaco que trazia sobre os ombros, de lá ele retira duas garruchas simples e, com quatro tiros precisos, acerta o peito daqueles que lhe perseguiam, restando apenas aquele que primeiro tentara esfaqueá-lo. Vendo que todos os seus companheiros foram mortos ou derrotados, o pirata foge, tropeçando sobre os próprios calcanhares no processo.

Dou uma rápida olhada para Sofie e Zodick, ambos pareciam bem, afinal, eles nunca seriam derrotados por esses fracotes, logo após ergo meus olhos em direção ao loiro, o mesmo solta um longo suspiro, sentando-se sobre a mesa e vendo que seu almoço havia caído ao chão no meio da disputa.

— Ah, que droga, eu só queria comer alguma coisa antes de voltar para a senhorita Kaya. – o jovem murmura, guardando suas garruchas novamente abaixo de seu casaco.

— Quem é você? – é Sofie a primeira a chamá-lo, ele encara-a e logo depois abre um sorriso.

— Ah, me desculpe, eu sou Torui Homuro. – ele sai de sobre a mesa, ficando em pé. – E vocês são?

— Eu sou Luke Hardy, você quer entrar no meu bando pirata? – pergunto de súbito, deixando tanto Zodick quanto Sofie abismados, não pareciam acreditar no que eu acabara de perguntar, o loiro limita-se a sorrir.

— Eu vi o que aconteceu com vocês, o naufrágio e talz, mas vocês não podem ficar aqui, a Marinha logo deve chegar para ver o que aconteceu. – ele aponta com seu polegar para a saída. – Eu conheço um lugar. Vocês vêm? – viro-me para meus companheiros, Zodick dá de ombros.

— Ele parece ser nossa melhor opção. – a ruiva suspira, passando um dos fios rubros para trás da orelha, guardando suas Kukris.

— Lembra o que eu disse sobre arranjar problemas? Pois é, deixa pra lá. – solto um sorriso simples, novamente olhando para o loiro, Torui.

— Ok, vamos nessa.

— - Continua - -


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Notas finais do capítulo

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