Emma & Jake escrita por Almofadinhas


Capítulo 24
Capítulo 24 ❄ Jake




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Quando o treinador avisou que nós teríamos uma reunião do time no sábado, eu fiquei irritado. Já tinha me planejado há um bom tempo para estar livre nos últimos dias de outubro.

Assim que contei à Emma que teria compromisso nos dias do Skate Canada International, ela foi super compreensiva. Emma me apoiava com os assuntos da faculdade e do hockey da mesma maneira que eu apoiava sua carreira na patinação.

Nós já tínhamos discutido sobre a possibilidade de eu não assistir seu programa curto, já que seria na sexta-feira. Entretanto, eu dei a minha palavra de que estaria na plateia durante seu programa livre.

— Talvez você consiga chegar no domingo – ela disse – Dá tempo de assistir meu programa de gala.

Ela estava tentando ser positiva, mas eu sabia que no fundo estava chateada com a minha possível ausência durante o campeonato. Uma competição a poucos quilômetros de casa era algo raro de acontecer; essa era uma das minhas poucas oportunidades de assisti-la pessoalmente numa competição tão importante.

E é por isso que continuar mentindo para ela é tão complicado.

Bem, “mentir” não é a palavra mais apropriada. Acho que o correto seria “não contar a atual verdade”.

Veja, eu tinha uma reunião marcada para o sábado, não menti sobre isso. A questão é que tivemos que reagendar esse compromisso para outro dia, em novembro.

O que aconteceu foi que eu não avisei Emma sobre isso. Eu iria avisar, mas pensei bem e decidi não falar nada. Eu tinha um plano melhor para colocar em ação.

✦✦✦

Assim que saio da faculdade, entro direto no carro e dirijo por três horas até chegar em Calgary.

Paro no meio do caminho para almoçar e então sigo para a Arena onde o Skate Canada está sendo realizado. Não é difícil reconhecer o lugar; é o mesmo rinque em que eu jogo quando temos que enfrentar a Universidade de Calgary fora de casa.

Visto o meu crachá de identificação para acessar a Arena – um dos benefícios de ser filho de treinadores de patinação que também são donos de um rinque – e entro no local.

Sigo pelos corredores, desviando de funcionários, atletas e treinadores e chego próximo ao rinque, parando em frente a uma pilastra. Envio uma mensagem para minha mãe, minha principal cúmplice nesse plano.

 

Cheguei. Onde vocês estão?

 

Perto do rinque.

Ela já apresentou?

 

Ainda não.

Emma é a 9ª, ainda tem mais duas garotas antes dela.

 

Ok. Valeu, mãe.

 

Você almoçou direitinho, Jake?

 

Respondo minha mãe, garantindo que almocei antes de vir para cá e guardo o celular.

Encontro um lugar melhor para ficar, próximo aos corredores de saída, mas com uma boa visão do rinque. Tomo cuidado para ficar posicionado num lugar onde Emma não me veja. Ela não faz ideia de que eu estou aqui e não quero que ela descubra ainda. Isso só atrapalharia sua concentração.

Assim que a oitava patinadora deixa o rinque, eu me ajeito para ver melhor.

Esticando o pescoço, vejo Emma conversando com minha mãe e seu outro treinador. Ela confere os cadarços dos patins e bate na própria perna enquanto discute alguma coisa com Alexei. Minha mãe ajeita seu figurino antes de abraça-la, soltando sua atleta e segurando seus protetores de patins quando ela entra no gelo.

— Representando o Canadá, Emma Wright – o locutor anuncia minutos depois.

Emma estica os braços, cumprimentando a plateia enquanto se posiciona no centro do rinque.

Sua música começa e, pela primeira vez, ela apresenta seu programa curto da temporada numa competição. Observo ela realizar a coreografia que ensaiou durante todos esses meses, torcendo para que tudo saia como planejado.

Não é porque eu a conheço ou porque ela treina a vida toda no rinque de minha família, mas uma coisa é clara: Emma tem talento. Ela já se destacava enquanto atleta Junior; agora então, ela está se tornando cada dia mais poderosa em cima dos patins.

No momento em que a música encerra e Emma finaliza seu programa, eu me junto ao som da plateia, aplaudindo com orgulho o seu desempenho no gelo.

Ela deixa o rinque e vai direto para o Kiss and Cry receber suas notas. Como essa área fica fora do meu campo de visão, eu observo o momento pelos telões posicionados acima do gelo. Fico apreensivo com a demora e sei que Emma também está ansiosa para descobrir como se saiu. Minha mãe diz alguma coisa para ela e Alexei, que concordam. No segundo seguinte, as notas começam a surgir. 67,70 no total, o que a deixa em terceiro lugar no ranking.

O telão deixa de exibir as imagens do Kiss and Cry e eu sei que os três devem estar saindo de lá.

Saio de onde estou e sigo pela Arena até chegar próximo aos vestiários, onde sei que Emma está. Encontro minha mãe apoiada numa parede ali perto, mexendo no celular.

— Mãe? – eu chamo, indo até ela.

Ela levanta a cabeça, olhando para os lados e me encontrando. Caminho até ela, a abraçando.

— Oi, querido – minha mãe responde, me dando um beijo rápido na bochecha antes de me soltar – Como foi de viagem?

— Tudo certo.

— Que bom, meu bem. Emma ficará feliz em te ver aqui.

— É o que eu espero.

— Vou deixar vocês dois sozinhos – minha mãe fala – Só não a ocupe por muito tempo, Jake. Ela ainda tem o que fazer antes de ir embora.

— Pode deixar, dona Stepanova. Prometo devolver sua atleta a tempo.

Ela me dá um beliscão e sorri.

— Acho bom. Vejo vocês daqui a pouco.

Minha mãe encontra com Alexei no meio do caminho e os dois voltam pelos corredores, me deixando ali esperando por Emma.

Não demora muito para ela abrir a porta do vestiário e me ver parado ali, sorrindo para ela. Acho que ela não desconfiava que eu estaria aqui, pois fica parada por alguns segundos, me encarando.

— Jake! – ela exclama, saindo do seu transe e sorrindo de volta para mim – O que você está fazendo aqui? Achei que estaria na faculdade.

— Não gostou da surpresa?

Ela sai de perto da porta e me abraça forte, como se quisesse se certificar que sou eu, de fato, em carne e osso.

— E a sua reunião amanhã? – ela pergunta, se afastando – Jake, você precisa voltar para Edmonton.

— Está tentando se livrar de mim, Wright?

— Não mude de assunto. Você não pode perder suas reuniões por minha causa.

— Está tudo certo, Emmys. A reunião foi remarcada pro sábado que vem.

— E você nem me contou?

— Se eu contasse, não seria surpresa.

Emma olha para o lado. Uma atleta está vindo para o vestiário acompanhada de seu treinador.

— Vamos andando – ela me diz, me puxando pela mão pelo corredor.

Nós damos um breve “oi” para a atleta e seu treinador ao passarmos e caminhamos pela Arena, seguindo o caminho até a sala de conferências.

— Que horas você chegou aqui? – Emma pergunta baixinho.

— Por que estamos sussurrando?

— Porque não quero que prestem atenção na nossa conversa.

— Ah, entendi. Eu cheguei um pouco depois das 14.

— Você viu minha apresentação?! 

— Sim – confirmo.

— Onde você estava? Eu nem te vi.

— Eu fiquei meio escondido. Não queria te atrapalhar.

Nós passamos pelas portas da sala de conferências, onde Emma precisa dar algumas entrevistas sobre o primeiro dia de competição antes de ir embora.

— Você não atrapalharia – ela me diz antes de encontrar seus treinadores, que já estão ali esperando – Me espera para ir embora? Quero saber essa história direitinho, Jacob Davis Stepanova.

Eu assinto, confirmando. Eu a conheço o suficiente para saber que ela não está brava comigo, mas também são poucas as vezes que ouço alguém me chamando pelo nome completo.

✦✦✦

Depois de fazer check-in no hotel, eu espero Emma tomar banho antes de ir conversar com ela em seu quarto. 

— Entre – ela diz ao abrir a porta, vestindo um pijama quadriculado vermelho e com a toalha ainda enrolada na cabeça.

Ela repara que eu estou analisando seu conjunto de roupas e, fechando a porta, diz:

— Não me julgue. Pijama é sempre a opção mais confortável depois de um dia cansativo.

— Não estou julgando.

— Eu sei que você está.

Eu me aproximo de Emma e dou um beijo rápido nela.

— Não estou não – afirmo.

— Eu estou praticamente a semana toda sem te ver e tudo o que ganho é um selinho? – ela reclama – Que sem graça, Jake.

— Três dias não são a semana toda – respondo, afastando a toalha que está sobre seu ombro e deixando beijos pelo seu pescoço.

— Mas pareceu – ela me diz, soltando um suspiro conforme a beijo – Eu fiquei com saudades de você... pode ficar a vontade para me chamar de dramática, se quiser. 

Minha resposta não é verbal. Eu deixo seu pescoço e pressiono meus lábios contra os seus. Nosso beijo começa um tanto quanto desesperado, como se quiséssemos recuperar os últimos dias com os nossos lábios, e então diminuímos o ritmo, até nos afastarmos em busca de ar.

— Agora você vai me contar sobre essa sua reunião cancelada e sua vinda para cá?

Nós sentamos na cama e eu explico todo o meu plano para chegar até aqui – ocultando algumas partes importantes, obviamente.

— Eu gostei da surpresa – Emma diz ao final, tirando a toalha do cabelo e indo para o banheiro, continuando a falar de lá – Vai ser legal patinar amanhã sabendo que você estará lá.

— Você foi ótima hoje, Emma.

— Você achou?

— Achei.

Ela sai na porta do banheiro, penteando o cabelo, e me encara com uma expressão pensativa.

— Eu sei que patinei bem, mas gostaria de ter ido melhor hoje. Quer dizer, 67 pontos é ótimo, mas também não é as mil maravilhas. Estou uns 6 pontos atrás de Emily Harris e só Deus sabe quantos pontos precisarei fazer amanhã se quiser terminar em primeiro.

— Você vai arrasar no programa longo, Emmys, não se preocupe. Quer que eu leve uma faixa de incentivo ou algo assim?

— Não! – ela ri – Mas pode aplaudir bastante se quiser, eu não vou achar ruim.

— Fechado.

Ela volta para o banheiro e eu escuto o secador ser ligado. Ajeito alguns travesseiros atrás de mim e deito na cama enquanto espero (pelo o que parece ser uma eternidade) Emma secar o cabelo. Sério, quantos minutos isso leva?

Depois de horas, ela finalmente sai do banheiro com o cabelo completamente seco e cheirando algo que me lembra frutas vermelhas. Emma deita ao meu lado, passando um braço por cima do meu peito e apoiando a cabeça próximo ao meu ombro.

— Cansada? – pergunto.

— Um pouco.

Eu ajeito meu braço ao seu redor, a envolvendo de volta. Emma estica o pescoço, me olhando no fundo dos olhos antes de dizer:

— Fico feliz que você esteja aqui comigo.

— Eu também – respondo, dando um beijo em sua testa – Te dei a minha palavra de que estaria aqui para seu programa livre, não poderia perder isso por nada. 

E então, sem que nos déssemos conta, acabamos pegando no sono ao mesmo tempo.

✦✦✦

No dia seguinte, eu assisto Julie e Peter apresentarem seu último programa pela manhã e ganharem uma medalha de bronze. 

À tarde, eu procuro Emma ao chegar na Arena.

Segundo minha mãe, ela está se arrumando para a competição. Sigo pelos corredores até chegar a uma sala que foi transformada num camarim improvisado, com espelhos, comida e água, lugares para sentar e muitas bolsinhas cheias de maquiagem.

Passo por algumas garotas e encontro Emma sentada em frente a um espelho no fundo da sala, passando um pincel pelo rosto. Vejo ela sorrir para mim através de seu reflexo.

— Oi.

— Oi.

— Nervosa? – pergunto.

— Ainda não.

Olho em volta, passando a mão pelo cabelo numa tentativa de dissipar um pouco da minha ansiedade. As poucas patinadoras que estão aqui não estão prestando atenção em nós.

— Ei... será que você tem um tempinho para conversar quando acabar aqui?

Emma franze as sobrancelhas.

— O que aconteceu, Jake?

— Nada, eu só preciso te perguntar uma coisa.

— Você está começando a me deixar nervosa. Me diga, o que foi? – ela pergunta novamente, deixando o pincel em cima da bancada.

Se ela está ficando nervosa, eu não sei. Eu, por outro lado, estou a um passo de surtar. Estou fingindo tranquilidade enquanto, na verdade, estou pra lá de nervoso.

— Não é nada ruim, prometo.

— Então desembucha – ela retruca, me encarando enquanto espera uma resposta.

Sorrio com o seu “desembucha” irritado. Emma é delicada como um hipopótamo. Aposto que foi isso que me conquistou, em primeiro lugar.

— Será que tem algum lugar mais reservado do que aqui?

Ela me olha desconfiada, mas assente, se levantando e me chamando para acompanhá-la.

Emma entra num pequeno escritório, fechando a porta atrás de nós.

— Estavam nos entrevistando individualmente aqui, antes do evento começar – ela explica – Imaginei que estivesse vazia agora, só não tinha certeza de que estaria destrancada.

— Ah – é tudo o que eu digo.

— E então, Jake? O que você precisa falar comigo?

Eu suspiro, começando a andar de um lado para o outro e pensando em tudo o que preciso dizer.

— Olhe, eu pensei em inúmeras possibilidades de como ou quando fazer isso, mas nenhuma ideia boa surgia. Quando surgiu a chance de eu vir para cá, eu pensei “é isso, preciso fazer isso lá”.

— Isso o que?

— Calma aí, apressadinha. Eu preciso dizer algumas coisas antes – falo, sentindo um sorriso surgir em meus lábios e começando a me sentir menos nervoso conforme encaro os olhos verdes a minha frente – Como eu ia dizendo, achei que aqui seria a oportunidade que eu precisava. Já faz um tempo que eu estou pensando nisso e... eu não consigo mais me ver sem você, Emma. Com você as coisas são melhores, mais leves, mais divertidas, mais certas. Eu sinto que precisava te dizer isso antes dos dias começarem a ficar ainda mais corridos; antes de você começar sua temporada de patinação e antes de eu começar a me enrolar nos meus assuntos. Eu acho que nós... eu... eu estou 100% certo do que quero fazer, só preciso saber se você concorda comigo.

É isso, agora eu só preciso pedir.

Enquanto respiro fundo antes de continuar, Emma me encara com os olhos um pouco arregalados e as mãos enfiadas no bolso do casaco que ela veste por cima do figurino.

E então ela faz algo que me surpreende. Ela começa a rir – não um sorrisinho contido, mas uma risada de fato. Paro de andar de um lado para o outro e olho para ela sem compreender o motivo da risada.

— Me desculpe – ela diz, tentando recuperar o ar – Você sabe que eu rio quando estou nervosa. Sabe, eu já estava me perguntando como seria o dia que você tentasse.

— “Tentasse”? – pergunto intrigado.

— É.

— Tentasse o que?

— Me pedir em namoro.

— Eu nem te pedi em namoro ainda.

— Viu? Ainda. Confesso que já estava ficando chateada com a demora.

Eu a encaro, atônito. Ela apenas mantém um sorriso divertido no rosto.

— Por que você não me pediu em namoro, então, já que eu estava demorando? Na verdade, não precisa responder, eu sei a resposta. Você é orgulhosa demais para admitir uma coisa dessas antes de mim.

Emma dá de ombros. Nós dois sabemos que é verdade.

— Decepcionado por ter escolhido alguém tão complicada como eu, Jake? Ainda dá tempo de pular fora – ela diz da boca para fora, mas pelo seu tom de voz eu sei que, no fundo, Emma está preocupada com a possibilidade de eu me arrepender das minhas decisões.

— Muito pelo contrário – garanto.

Dou um passo à frente, ficando mais próximo dela. Nossos olhares se cruzam, milhões de sentimentos entre nós sendo confirmados silenciosamente apenas pelo olhar. Meu coração está acelerado. Olhando para ela, sei o que devo fazer em seguida.

— E então, Emma Wright, aceita ser minha namorada?

Um sorriso genuíno atravessa seus lábios.

— Preciso responder? É óbvio que sim!

Emma me abraça pelo pescoço, aproximando seu rosto do meu. Nossos narizes se encontram, num beijo de esquimó. Antes que eu possa beijá-la, Emma murmura:

— Desculpa por ter arruinado o momento rindo.

Eu envolvo meus braços em sua cintura.

— Se você não tivesse falado nada, não seria você.

Nenhum de nós diz mais nada. Eu inclino minha cabeça e sinto seus lábios macios se encaixarem nos meus. Nosso beijo é calmo e cheio de significados, como se estivéssemos aproveitando cada segundo do nosso primeiro beijo como namorados e quiséssemos reafirmar o quanto esse momento é importante para nós.

O que começou como algo doce, aos poucos aumenta de intensidade. De alguma forma, recuamos até encostarmos na parede. Sinto o corpo de Emma junto ao meu, o toque de suas mãos me causando arrepios, e sei que preciso parar antes que alguém nos encontre aqui.

— Jake – ela murmura, entre os beijos – O que é isso no seu bolso? Não me diga que...

Eu me afasto, lembrando de algo que quase esqueci.

— Não é isso — eu tiro uma caixinha quadrada do bolso – O que você sentiu foi isso daqui.

— O que é isto?

— É para você – digo, entregando a embalagem para ela – Abra.

Emma, desconfiada, pega a caixinha da minha mão e abre. Sua boca abre alguns centímetros, surpresa.

— Jake...

— É o seu presente – respondo, pegando o delicado colar de dentro da caixa e fazendo um movimento com o dedo, indicando para Emma se virar – Segundo a mulher da loja, a ágata verde traz boa sorte e faz bem para a saúde do corpo... algo assim. Sendo sincero, eu comprei porque achei que iria combinar com a cor dos seus olhos, entretanto, acabei descobrindo que é uma pedra muito útil para se dar a uma atleta prestes a competir.

— Jake, eu não sei nem o que te dizer.

Eu fecho o colar ao redor do seu pescoço. Emma se vira e eu percebo que fiz uma boa escolha ao comprar este colar. Ficou perfeito nela.

— Espero que te traga boa sorte hoje.

Ela põe a mão no pingente, analisando a pedra.

— Eu acho que já me trouxe – ela responde.

Emma segura meu rosto entre suas mãos e me dá um beijo, agradecendo. Sei que ela está emocionada de verdade, pois percebo algumas lágrimas começando a se acumular no canto de seus olhos – o que é raríssimo de acontecer.

— Obrigada, Jake. Eu amei.

— Imagina. Agora eu acho que você deveria voltar a se arrumar antes que sua maquiagem fique arruinada.

Ela sorri, limpando os olhos e segurando minha mão em seguida, pronta para deixar o pequeno escritório.

 

Dessa vez, eu estou com Emma antes dela entrar no rinque para se apresentar.

Minha mãe e Alexei repassam alguns detalhes técnicos e dizem palavras de apoio para ela, que se aquece pela última vez e se prepara para entrar no gelo.

A competidora antes dela acabou de começar seu programa livre, recebendo aplausos pelo Doube Axel bem executado.

— Ei, você vai se sair bem – eu digo – Relaxe.

Emma para na minha frente. Eu coloco minhas mãos em seus ombros e esfrego seus braços em movimentos de cima para baixo, numa tentativa de deixá-la mais calma.

Ela já tirou o casaco e seu novo colar está escondido e protegido dentro do figurino.

Emma passa seus braços pela minha cintura, apoiando a cabeça no meu peito e respirando fundo. Tomo cuidado para não desarrumar seu coque e apoio o queixo em sua cabeça, a abraçando de volta.

— Você vai subir nesse gelo e arrasar, Emmys. Lembre-se que eu vou estar aqui torcendo por você e aplaudindo muito – sussurro.

Dou um beijo no topo de sua cabeça antes de soltá-la.

Assim que entra no rinque, Emma conversa uma última vez com seus treinadores e confere se a fita está bem colada em seus cadarços antes de patinar para longe.

— Boa sorte – digo.

Ela pisca para mim, nos deixando ali e indo para o outro lado do rinque, se aquecendo.

Pelos próximos quatro minutos, vemos Emma arrasar em seu programa longo. Minha mãe quase explode de felicidade ao meu lado, aplaudindo com entusiasmo sua atleta.

— Ela está se saindo muito bem! – Alexei comenta.

— Acho que esse é um dos melhores programas que Emma já apresentou – minha mãe concorda.

Sorrio orgulhoso ao vê-la terminar seu programa livre com uma comemoração. Eu não poderia estar mais feliz por ela.


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Notas finais do capítulo

Minha inspiração de programa livre: https://www.youtube.com/watch?v=CPlCOTe6m70

O colar como eu imaginei: https://d26lpennugtm8s.cloudfront.net/stores/915/317/products/08da5489-52a2-49d0-aa61-a8f41d581fbe_nube-2349f1ac8fb594769515923561236270-1024-1024.jpg



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