Conexão escrita por Júlia Fróis


Capítulo 2
Hannah




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                                                               HANNAH.

                                                    Manhattan, New York.

Eu acordei de um ótimo jeito honestamente do melhor jeito possível, com a luz do sol na minha cara eu e a minha incrível capacidade de maratonar série pegar no sono e esquecer a cortina aberta, bem que a minha amada mãe diz que eu sou um caso perdido...

Suspirei e me virei pegando o meu celular no criado ― mudo, 10:30 da manhã do dia 14 de fevereiro, simplesmente o dia mais romântico do mundo o dia de São Valentim, o dia dos namorados, quando o dia é para ser ruim não tem jeito...

Bufei.

Eu nunca tive muita sorte com relacionamentos, geralmente são namoros curtos e sem importância afinal, eu não preciso de distrações meu lugar é na Bolshoi Ballet Academy e um namoro só atrapalharia isso, eu sei do que estou falando, acredite.

Mas por sorte eu tenho o Jason, sorri com o pensamento e fui tomar um banho quente para começar bem o meu dia, depois de um bom tempo embaixo do chuveiro fui até o meu closet e decidi colocar um conjunto de moletom azul ciano o frio estava quase cruel mas pelo menos assim eu já me sentia mais desperta e bem disposta, calcei tênis brancos e acessórios pretos, deixei os cabelos soltos e fiz uma maquiagem básica.

Peguei minha bolsa e o meu celular e desci as escadas para tomar café da manhã, fui a máquina de café e fiz meu querido macchiatto, fui até a cesta em cima da mesa e peguei um Croissant.

Mandei uma mensagem para Jason perguntando quais eram os nomes planos para hoje, já que ano passado ele teve a brilhante idéia de fingir que me pedia em casamento em um restaurante que estávamos por que tínhamos sido meio extravagantes nos nossos pedidos e o dinheiro não dava.

Hoje em dia choro de rir com essa história, mas na hora foi bem tenso, eu tenho muita sorte de ter o Jason em todos os momentos, ele é o meu porto seguro honestamente, não sei o que faria se ele me deixasse...

Hoje só hoje, eu não queria me preocupar com o Ballet para variar um pouco, renovar as minhas forças e aproveitar um pouquinho, o Jason costuma dizer que faz parte do ritual para alcançar o sucesso...

Coloquei meus fones de ouvido e deixei a playlist do Boyce Avenue no modo aleatório e comecei a minha caminhada matinal, eu estava caminhando até a Magnólia Bakery para comprar um doce, geralmente eu faço dietas bastante rigorosas pelo ballet, mas hoje acho que posso abrir uma exceção, certo?

O meu celular vibrou achei que era uma mensagem do Jason, mas me enganei, era um lembrete marcado como gravar “diário vídeo Hannah A.” eu tinha tido essa ideia há alguns dias e na verdade achava uma perda de tempo até contar para o Jason que como sempre, me deu todo o apoio.

O plano é gravar meu dia a dia inclusive meus ensaios de Ballet e postar para construir um nome com a minha arte, e quem sabe assim não me aparecem novas oportunidades como bailarina? Bom, na opinião do Jason não custa tentar então, é exatamente isso que eu vou fazer, e para isso eu acabei criando um novo Instagram a uma semana tenho oito publicações e cento e setenta e cinco seguidores e hoje eu estava muito a fim de gravar meu dia com o Jason, ano passado foi bem legal então, porque não?

― Bom dia gente, então agora eu estou começando o dia com uma caminhada em direção a padaria ― eu parei de falar ao perceber o quão contraditório era aquilo e depois de alguns dias continuei falando ― contraditório eu sei, mas vamos nessa né? ― Eu mantinha uma respiração já ofegante, mas pelo menos meu corpo estava quente ― Estou indo na Magnólia Bakery começar meu dia dos namorados com o sabor mais doce, inclusive um feliz dia dos namorados a todos os casais apaixonados.

Quando cheguei na padaria desliguei o Stories e publiquei o que eu já havia feito acredite quando digo que ninguém merece me ver comendo mesmo que talvez um dia eu acabe ganhando dinheiro ( e peso) com isso, pedi um chocolate quente com marshmallow, um Petit Gateau com sorvete de morango, e cookies de chocolate, cupcakes red velvet e também o pudim de banana que o Jason gosta, a moça me olhou estranho mas anotou o meu pedido.

Semana que vem eu começaria a trabalhar como atendente de livraria, foi muito difícil convencer meu pai que eu estava pronta para começar a trabalhar, ele queria que eu concluísse a escola primeiro, e ainda me adiantou de bom grado minha última mesada e eu gastaria com prazer uma parte dela na padaria, sentei em uma mesa no fundo e no lugar perto da janela.

Olhei meu celular 11:25 AM e nada do Jason visualizar decidi ligar para ele cinco toques depois ele atendeu:

― Bom dia Little Doll ― ele atendeu animado.

― Bom dia Jason ― sorri. ― Aonde você está?

― Em casa ― respondeu parecendo tranquilo demais.

― Eu estou na Magnólia Bakery, você vem?

Ele fez uma longa pausa.             

― Jason? ― chamei será que ele tinha desligado?

― Oi? Ah sim, Sempre Little Doll ― sorri com a sua resposta ― Chego aí em quinze minutos ― e desligou.

Suspirei.

Jason andava estranho ultimamente, para falar a verdade desde aquela virada de ano atípica na cafeteria do Brooklyn, eu vi o modo como ele olhou para aquela garota, e apesar de ter sido uma noite divertida posso dizer que não gostei muito do modo como agiram comigo ao contar a minha triste história de ano novo como diria a Julie.

Eu já deveria ter me acostumado o único que tenta me entender de verdade é o Jason, eu amo a minha família e sei que sempre vão estar lá para mim, mas a falta de apoio nas minhas escolhas é muito difícil para mim.

Me limitei a suspirar mais uma vez e provar um pedaço do Petit gateau, a única coisa doce entre meus pensamentos amargos, eu estou com um péssimo pressentimento e eu detesto quando isso acontece porque eu geralmente tenho razão, meu Petit gateau acabou rápido demais, quando eu estava pensando na possibilidade de pedir outro, quando eu vi Jason na calçada da padaria, com o nariz enfiado no celular e com um embrulho na mão...

Na verdade, não sei como ele não errou a entrada e deu com a cara no vidro, já que em nenhum momento ele ergueu os olhos, mas quando ele estava no meio do caminho finalmente me viu e sorriu acelerando o passo na minha direção.

― Oi! ― ele me abraçou apertado e me estendeu o embrulho ― para você!

Abri o embrulho era uma caixa de bombons gourmet, os meus favoritos na verdade, Jason é o melhor.

― E isso ― peguei o pudim de banana ― é para você!

― Caramba! Eu adoro esse negócio, Hannah! ― ele abriu e começou a devorar quase imediatamente, eu ri.

Assim como eu fiz com os meus bombons, comemos igual condenados, etiqueta para que né?

― E aí, o que vamos fazer hoje? ― perguntei animada ― Eu estava pensando em irmos naquele bar cine que passa filmes recém -  lançados que tem hambúrgueres gourmet, já que semana passada você estava ocupado ou se você não tiver afim de ir lá, tem uns foods trucks logo na esquina desse bar, dizem que é uma ótima comida... ― tomei folego e mordi um cookie.

― Na verdade Hannah ― ele respirou fundo ― eu tenho um encontro hoje.

― Justo hoje Jason?! ― perguntei um pouco indignada ― No dia dos namorados, você vai me deixar sozinha? ― eu tinha plena consciência do quão ridículo aquilo soava, mas com Jason era diferente, sempre foi diferente. ― Não pode deixar para outro dia? Jason é só uma garota... ― eu ri tentando disfarçar o nervosismo.

― Desculpe Hannah, mas olha, se você quiser ir junto eu e a Julie nós podemos...― uma risada quase histérica saiu dos meus lábios e ele se interrompeu.

― Você e a Julie? Aquela garota do café? ― ele assentiu. ― Você vai me trocar justo por aquela garota Jason? ― perguntei sem esconder minha irritação.

― Hannah, não é bem assim e você sabe disso... ― ele estava muito calmo.

― Aquela garota que você sabe que eu não fui com a cara desde de o começo... ― respirei fundo ― Aquela garota que na primeira oportunidade sentou na própria cauda e veio tentar me dar lição de moral? Ah que boa samaritana... ― cuspi com desdém ― Você não tem saído nem falado comigo direito há duas semanas e vem me dizer que não é bem assim? ― eu sentia o bolo na garganta e os meus olhos marejarem fechei os olhos tentando controlar as lágrimas mas isso só fez com que elas escorressem ― É por causa dela não é? ― Fiz uma pausa para puxar o ar ― Você sabia que a minha mãe me deu um ultimato? Se eu não conseguir um emprego que ela considera respeitável ela me expulsa de casa? E minha única chance é a Bolshoi, o único motivo pelo qual ela ainda não Me expulsou foi porque meu pai conseguiu me ajudar arrumar um emprego de atendente de livraria, você sabia disso? Claro que não ― me levantei com a visão embaçada pelas lágrimas. ― Tenha um bom dia dos namorados Jason. ― e saí antes que as coisas ficassem piores.

Acho que finalmente chegou o momento que eu sempre temi, ele escolheu e não foi a mim, foi uma garota qualquer que ele conheceu em uma cafeteria a pouco tempo o jeito boazinha, santinha que eu tanto peguei raiva desde o primeiro momento, agora ela vem e tira de mim a única pessoa que eu tenho! Ah, tenha dó!

E não, eu não estou com ciúme do Jason ele é sempre foi a única pessoa que eu tive então, eu sempre me apoiei nele para conseguir seguir em frente, quando eu estava me afogando em melancolia era ele quem me ouvia, quando eu pensava em desistir ele estava lá, me arrastando para conseguir continuar então tipo se fosse para a Gente ter namorado, isso teria acontecido.

Claro, não sou tonta Jason é um homem atraente e isso eu sempre soube reconhecer então sim, ficamos algumas vezes, mas percebemos que funcionamos melhor como amigos.

E - Hoje - agora nesse exato momento eu me arrependo de ter me apoiado tanto nele, me apoiei e caí quando ele me soltou.

Quer saber?! Não vou mudar meus planos não! Vou no cine bar sim, vou me entupir de comida sim! Só não vou dizer que vou falar sozinha porque geralmente as pessoas que fazem isso são consideradas loucas.

E caramba que merda para variar eu tinha deixado o que se  consideraria meu café da manhã na cafeteria com aquele ingrato do Jason, uma dica quando brigar com o seu melhor e único amigo não deixe a comida na cafeteria, e agora eu estou com fome ou ansiosa tanto faz, vai lá trouxa procura outra cafeteria e gasta mais dinheiro.

Eu devia ficar no meio fio bebendo cerveja barata no frio, mas isso parece amargo demais até para mim.

Acredito que a melhor coisa que eu posso fazer é procurar outra cafeteria, um conselho quando você brigar com alguém e a situação envolver comida não importa o quão ridículo pareça, leve a comida embora, se bem que aposto que o Jason vai dar tudo para Julie comer, honestamente espero que ela coma até ter dor de barriga, mas isso não tornaria minha situação menos deprimente.

Tinha uma Starbucks á pouco tempo de onde eu estava, era uma caminhada, mas dizem que caminhar alivia o estresse e como hoje eu não estou com o melhor humor bem, não custa tentar...

Acelerei o passo, e cruzei os braços tentando espantar o frio, era muito bonito o inverno isso era fato, mas as ruas ficavam meio solitárias, isso era estranho em nova York, mas era compreensível, tentei ignorar o som incessante do meu celular e apenas tentar me concentrar em não deixar os músculos da minha face congelarem, quando finalmente cheguei a cafeteria uma lufada de ar quente me atingiu em cheio, ufa! Acho que se eu demorasse um pouco mais provavelmente viraria uma estátua de gelo.

Fui até o balcão e tinha uma moça sorridente comentando sobre biscoitos crocantes de chocolate, o que parecia uma boa ideia para mim junto com uma xicara de chocolate quente com mini marshmellows e de sobremesa uma torta de maçã quente...

― Algo mais? ― perguntou.

― Não, só isso!

― Gostaria de deixar um chocolate quente pago? ― arqueei a sobrancelha ― é uma iniciativa chamada chocolate quente solidário, você paga um chocolate quente paga para a próxima pessoa da fila para ajudar a tornar o dia dela melhor, gostaria de ajudar?

Bela iniciativa, meu dia já estava uma merda mesmo então, porque não ajudar o dia de uma pessoa a ficar melhor?

― Claro! ― sorri e entreguei o dinheiro.

― Já levo para você! ― sorri e agradeci.

Indo para uma mesa no meio da cafeteria, apenas pelo ar condicionado.

Sempre tentei planejar tudo na vida para que depois as pessoas não se atrevessem dizer que eu não havia tentado, daqui a algumas semanas sai a lista dos que foram aprovados para a seleção das vagas na Bolshoi e a pessoa que mais me apoiou não estaria comigo para passar pelo ritual...

― Posso me sentar aqui? ― ergui os olhos era um menino de cabelos pretos até o colarinho da camisa, olhos azuis, mandíbula bem marcada pele pálida e nariz reto. Era um belo conjunto, eu tinha que admitir isso, endireitei minha postura.

― Claro, porque não?

Ele sorriu e se sentou na minha frente com uma bandeja que empurrou na minha direção.

― Seu pedido ― ele sorriu realmente era só que tinha um chocolate quente a mais ― obrigada pelo chocolate quente, aliás sou Alexander ― sorriu.

― Entendi, você estava atrás de mim na fila ― sorri ― não é um stalker psicotico? ― Fiz uma pausa dramática brincando ― certo?

― Exatamente ― Ele continuava sorrindo.

― Qual parte? ― dei um sorrisinho

― Olha, para provar a você que não sou psicopata eu tambem já fiz a minha boa ação do dia ― ele indicou o muffin que até então não tinha notado ― é de banana com gotas de chocolate, espero que goste, e a proposito se eu fosse um stalker já saberia seu nome...― ele ergueu as sobrancelhas.

E então me dei conta de que não tinha me apresentado :

― Sou Hannah.

― Hannah ― ele sorriu ― então o que você faz?

― Ballet ― sorri automaticamente.

― Ballet? É muito delicado ― me encarou por um momento ― combina com você ― sorriu.

Senti minhas bochechas arderem, eu estava vermelha! Merda!

― E você? ― disse tentando espantar a vergonha.

― Não, não...― ele se encostou na cadeira e tomou um gole do chocolate quente ― ballet não é muito minha praia ― riu e eu acabei rindo também ― Eu estudo Design de jogos, estou no primeiro ano da faculdade...

― Sempre admirei pessoas que trabalham com esse tipo de coisa ― dei uma mordida em um cookie ― eu nunca teria a paciencia necessária.

― E por outro lado eu não tenho a delicadeza e coordenação exigida para dançar ― ele tombou a cabeça para o lado ― então, você já dança profissionalmente?

― Na verdade não, o teste para a seleção da Bolshoi Ballet Academy para a vaga é em vídeo, mas mesmo assim da um nervoso, por enquanto vou começar a trabalhar em uma livraria para juntar um pouco mais de dinheiro... e se não der certo ― respirei fundo ― vou voltar para cá fazer faculdade de dança e tentar dirigir esses espetáculos, ou talvez mudar de profissão, guia turística, quem sabe? Sempre gostei de viajar mesmo, ou moda...― suspirei. ― Acho melhor focar na Bolshoi primeiro... ― sorri de canto e ergui os olhos percebendo que Alexander me encarava atentamente. ― Desculpe, eu falo demais...

― Eu perguntei e você respondeu, e se quer saber, é uma história bem interessante digna de uma estrela ― sorriu. ― Mas o que faz sozinha em um dia frio? Está parecendo bem triste...

― É uma história bem longa, mas em resumo...― respirei fundo.

― É um dia ruim? ― tentou completar.

― Século ruim ― admiti ― mas e você? o que conta?

― Bem, 18 anos adoro ler hq’s e jogar vídeo game estou estudando Design de jogose quero que o mundo conheça meus jogos e meus personagens sanguinários...― ele sorriu.

― Interessante, tem certeza que não é psicopata? ― continuei com a brincadeira enquanto terminava meu prato de cookies.

― Bom, não tenho nenhum diagnostico confirmado... ― deu de ombros rindo.

― Ah, que tranquilizador ― sorri. ― O que fez hoje? ― perguntei de repente.

― Ah fiquei dormindo até tarde, joguei vídeo game depois sair dar uma volta de skate, daí voltei para casa estudei alguns códigos de programação e saí para pensar na vida, agora eu estou aqui em uma cafeteria com uma excelente companhia...― sorriu ele.

Terminei meu pedaço de torta de maçã e sorri.

― O que acha de irmos ao shopping andar um pouco? ― perguntou levantando.

Assenti pegando o muffin e levantando.

― Então me conta mais sobre a escola ...― ele pediu.

― Eu tenho que gravar um vídeo dançando e também falar um pouco de mim, e o Jason também deu a ideia de eu gravar vídeos do meu dia a dia porque talvez isso chame a atenção... ― contei animada.

― Jason? Seu namorado?

― Não! ― exclamei rapidamente ― eu não tenho namorado! É sério! ― eu disse meio desesperada.

E ele sorriu de canto, que sorriso...

Balancei a cabeça tentando espantar qualquer tipo de pensamento nesse estilo

— Mas enfim, pareceu uma boa idéia no começo, mas agora acho melhor eu escrever sobre isso criar um blog sobre o meu dia a dia, sobre passos de bailarina...

— É um bom nome para o seu blog... - ele riu - combina com você.

— O que? - perguntei confusa de repente.

— Passos de bailarina...- respondeu rindo fraco

Seu sorriso tinha covinhas...

— É uma ótima ideia - afirmei um pouco assustada com o rumo dos meus pensamentos.

— E eu posso te ajudar com a aparência do site se quiser - ofereceu enquanto caminhávamos pelo shopping.

— Nossa! Seria ótimo, mas eu não posso pagar você agora... - ele me olhou indignado.

— É um favor, não precisa me pagar. - Revirou os olhos.

Paramos em uma loja de presentes.

— Mas é seu trabalho, eu insisto! - bati o pé enquanto olhava uma almofada de pipoca do star wars.

— Façamos o seguinte então, quando você se apresentar pela primeira vez eu quero um ingresso na primeira fileira e visita ao camarim, e assim ficaremos quites. - Sugeriu.

Foi a minha vez de revirar os olhos

— Você é impossível! - bufei.

— Você não viu nada ainda, acredite! - piscou se aproximando de mim - O que você acha de pegarmos um cinema?

— Seria ótimo! - dei um meio sorriso - Você escolhe então...

— Wi-Fi Ralph - respondeu rapidamente.

— Claro, vamos então?

— Você pode ir na frente comprar os ingressos? Eu preciso retirar um jogo que encomendei...

— Tudo bem - assenti.

Caminhei até a ala do cinema até que não tava muito cheio para o dia dos namorados, vai ver os casais resolveram inovar, isso é bom de vez em quando.

Eu estava na fila e destravei o meu celular e então me dei conta de que pela primeira vez no dia que eu não estava com o nariz no celular.

E então percebi as cinquentas e oito ligações perdidas de Jason e os quarenta e três torpedos, suspirei guardando o celular eu não precisava me preocupar com isso agora.

Eu comprei os ingressos e até então nada do Alexander eu não sabia se comprava alguma coisa para comer, mas assim que não porque tínhamos acabado de sair de uma cafeteria, aí eu simplesmente entrei e fiquei na fileira do meio na poltrona do meio.

Mas eu lembrei que eu não tinha o número do Alexander, parabéns estúpidos! Me levantei e tentei encontrá-lo varrendo o local com os olhos, e a única luz que eu tinha era a dá tela do cinema pelos trailers, mas nada!

— Oi! - eu dei um pulo ao ouvir uma voz a minha esquerda, era ele.

— Você quer me matar?! - rosnei e ele riu se sentando em seguida.

E eu vi a sombra de uma sacola pela luz na sua mão.

Sentei também e esperei o começo do filme.

 O filme havia superado minhas expectativas, e eu adorava a Vanellope, então foi a combinação perfeita, então eu gostei da animação.

— Foi um bom filme - comentei.

— Sim é verdade! - ele coçou a nuca. - Vou pedir um taxi para a gente - pegou o celular e colocou na orelha.

Eu fiz algo errado? E peraí porque eu me importo com isso?

Ele fez uma série de sinais para chamar minha atenção e mexeu os lábios formando um onde você mora silencioso, e para minha surpresa eu descobri que ele morava três ruas atrás de mim.

Enquanto esperávamos um táxi ficamos conversando sobre livros e séries e descobrimos que temos muito em comum nesse sentido então o assunto fluiu facilmente, vamos para casa conversando sobre música e descobrimos que frequentamos três vezes o mesmo show no mesmo lugar Tá certo que a probabilidade de nos encontrarmos era bem pequena mas mesmo assim foi interessante saber disso, poderíamos ter-nos encontrado antes isso seria uma história e tanto.

 Ele insistiu em primeiro parar na minha casa para me deixar exatamente na porta, desci do táxi e ele desceu atrás.

Ele coçou a nuca:

— Bom hoje o dia foi ótimo - ele falou - foi um dia dos namorados bem diferente, mas com uma companhia bem melhor do que eu esperava - sorriu - para você! – ele sorriu e me entregou a sacola preta.

Eu o olhei confusa, mas abri e então vi que eram seis rosas vermelhas e tinha uma pequena caixinha de veludo preto, olhei para ele meio assustada não podia ser o que eu estava pensando certo era meio impossível isso.

Ele simplesmente estava com as mãos no bolso da calça e olhava para o lado parecia sem graça e vermelho madeira difícil dizer já que estava de noite, abrir a caixinha lentamente.

Mesmo com a pouca luz eu consegui enxergar um colar dourado com uma bailarina era a coisa mais delicada que eu já tinha visto.

— É lindo! - eu disse sem ter muito mais o que dizer - Obrigada!

— Como você! - pela primeira vez desde eu abri o presente ele me olhou nos olhos e sorriu e então foi a minha vez de baixar os olhos, aparentemente ele tinha o dom de me deixar sem graça e eu honestamente, não sei como lidar com isso.

Ele se aproximou de mim e como eu não esperava fiquei paralisada, eu podia sentir sua respiração misturada com a minha, eu podia sentir seu perfume e foi extremamente difícil resistir à tentação de fechar os olhos e esperar pelo o seu beijo, mas eu consegui.

Ele inclinou um pouco a cabeça, agora sua respiração estava na minha clavícula.

— eu sei que te conheço há algumas horas, mas sinto coisas por você, isso eu não posso negar, esse não foi exatamente o dia dos namorados que eu esperava, se você me der uma chance vou te provar que não está sozinha, você meu presente inesperado... - beijo minha bochecha - Boa noite Hannah. - Ele se afastou sorriu e começou a me dar as costas e foi quando eu despertei.

— Alexander, me passa seu número? - Ele ainda estava de costas, mas virou um pouco a cabeça o que me fez perceber o seu meio sorriso.

— Achei que não fosse pedir - se virou para mim ainda sorrindo.

Mostrei a língua e ele riu e passou o telefone, anotei rapidamente e eu olhei para ele por alguns minutos antes de dizer simplesmente:

— Boa noite Alexander - fiquei na ponta dos pés e beijei sua bochecha.

Eu não sabia muito bem o que dizer, eu não queria criar muitas expectativas e para minha surpresa ele parece bem tranquilo com isso.

Ele acenou e sorriu e então eu entrei em casa, fui direto para o meu quarto.

Peguei o celular e escrevi um boa noite obrigada pela companhia e pelo presente e enviei.

E mais rápido do que eu achei ser possível ele respondeu: eu que agradeço esse lindo sorriso foi meu maior presente hoje.

Essa foi a legenda que ele colocou ao me enviar uma foto nossa a caminho de casa no taxi.

Eu poderia dizer a verdade dizer que ele foi minha salvação em um dia em que tudo parecia perdido, dizer que ele foi meu inesperado sorriso, mas em vez disso mandei apenas um beijo, isso parecia o bastante.

Por hora.                       


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