Carly não sabia como reagir em meio á brigas, e a prova disso, era ela estar parada em choque olhando para os amigos.

 Uma pequena discussão entre Sam e um desconhecido no bar, tornou-se uma confusão geral. 

Falando em Sam, ela prendia o homem que a importunou, com uma chave de braço. O braço dele estava entre as duas pernas de Sam, os quadris dela levantados, as mãos segurando o pulso, exercendo pressão sobre o cotovelo do homem. 

Ele era pouco mais alto que ela. 

A voz rouca e irritada de Freddie, soou em meio a confusão.

— Quem inferno você pensa que é?  

— Vai à merda, playboyzinho. 

— Freddie não vale a pena! Sam! - gritou Carly.

A música já tinha parado. 

As pessoas observavam o pequeno grupo de amigos que se formou comprando a briga. Freddie havia dito algo que Carly não foi capaz de entender. 

O som do primeiro soco contra uma mandíbula quebrou o silêncio que se formou de repente. O homem revidou com raiva, no entanto, Freddie não ficava para trás. 

Ela suspirou derrotada. Ela detestava violência. 

Deixando o homem desacordado, Sam estava discutindo com outro cara que ousava apontar o dedo na cara dela. Carly sabia que nada de bom poderia sair dali. Ela foi até Sam puxando-a para longe da discussão. Nesse meio tempo, um homem que pertencia ao grupo de amigos, se aproximava de Freddie com uma garrafa para acertá-lo na cabeça. Freddie trocava socos com o outro rapaz.

— Inferno! Freddie cuidado! - disse Carly, em voz alta.

Ele não teve tempo de reagir, pois, Sam já se atirava para cima do homem com uma cadeira nas mãos.

— Eu acabei de me casar, seu estúpido! Não ouse machucá-lo! Na minha noite de núpcias não! - Gritou furiosa, arremessando com toda sua força a cadeira contra as costas do mesmo. Ele caiu aos pés de um Freddie surpreso e preocupado.

— Sammy, você está bem? - perguntou docemente.

— Estou... - parou de falar e fechou os punhos. O homem que ela havia derrubado, pôs-se em pé xingando furiosamente.

— Então é igualdade de gênero que você quer?- Sam sorriu cínica.

 Rapidamente o pegou pela camisa, introduziu o joelho entre às pernas dele e, quando ele ia agarrá-la pelo pescoço, ela levantou-o violentamente.

— xeque-mate - Sam debochou quando o viu cair no chão retorcendo-se de dor.

Um moreno surgiu raivoso para defender o amigo com qual Freddie tinha brigado. Pego de surpresa, Freddie apenas sentiu o impacto do empurrão do outro, enquanto ele protegia Sam. Ambos perderam o equilíbrio caindo sobre a mesa quebrando tudo o que tinha em cima. Ela gritou com o susto, sem saber o que tinha acontecido.

— Seu... - Freddie foi interrompido por um enorme policial que não parecia nada contente de estar ali numa noite de sábado. Ele e Sam foram colocados de pé para serem algemados. 

Com os outros não foi diferente e, no meio disso, até Carly estava em um canto algemada tentando fazer o policial entender que ela era inocente. Samantha queria rir, mas ao mesmo estava furiosa.

— Digamos que nada saiu como esperado, né? -Freddie arriscou uma conversa. Ele a escutou resmungar um " sim".

— Digamos que está brava... - evitou rir.

— Você ainda pergunta? Sabe, prometi que não seria presa por um bom tempo e olha onde estamos. Pior, no dia do nosso casamento! - Sam tratou de colocar a Franja que havia escapado do coque, atrás da orelha.

Depois de um longo namoro, o pedido de casamento foi feito na festa de formatura de Freddie em Seattle.

 Sam nunca tinha visto ele tão nervoso na vida como naquele dia.

Freddie decidiu se mudar para Los Angeles e juntos alugaram um apartamento. Sam não queria mais dedicar a vida sendo babá, estava decidida abrir um restaurante, já Freddie tornou-se diretor da Pear Store. Carly havia retornado da Itália depois de dois longos anos fora.

Depois do longo noivado, Sam optou por um cerimônia tranquila, claro que, nada foi fácil com a mãe de Freddie dizendo o que ela deveria ou não fazer.

Sam estava por um fio de paciência.

Era o casamento dela, e ela era a única que poderia opinar sobre algo. Sam não queria toda a família de Freddie em sua festa,  seria uma tortura suportar os bocós.

Freddie logo foi contra a ideia.

Os convites foram enviados uma semana antes, já que Sam havia deletado da mente esse detalhe. A decoração clássica com rosas coloridas estava linda, quase tudo era no tom de fúcsia e amarelo, as mesas tinham flores e detalhes. O chão do salão era madeira escura, quase preta, destacava o belo vestido branco de Sam. Ela parecia um anjo. A maquiagem quente em tom de caramelo delineava os grandes olhos azuis, a boca bem feita coberta por batom rosado e um gloss, o blush pêssego suave estava realçando suas adoráveis bochechas. o vestido era grande de ombro a ombro com um decote em V rendado. A parte de cima era justa e estruturada, a partir da cintura pra baixo ele descia bufante, com renda intercalada de pérolas e pedras brilhantes. Freddie se considerava o homem mais feliz de Los Angeles.

O altar era simples e clássico, era quatro degraus acima do nível do chão. Atrás do altar, uma linda cortina no tom vermelho sangue contrastava com as paredes.

Estava tudo bem feito e agradável. Sam estava satisfeita com o trabalho.

No final da cerimônia e da festa, Carly decidiu que antes da lua de mel dos amigos, eles iriam para uma boate comemorar. Samantha foi à favor, pois em sua própria festa foram proibidas bebidas alcoólicas - Marisa e a família eram contra bebidas com teor alcoólico - e a chatice dominou o local.

Sam ainda sentia-se tentada passar com o carro por cima dela e dizer ao Freddie que foi sem querer. Ela sabia que era muito cruel ter esse pensamento, ainda mais quando ela jurou que seria paciente com a sogra.

Ouviu-se um suspiro dentro da viatura que estavam.

Era Carly.

— Sabe, eu acho que não foi uma ideia comemorar o fim de uma cerimônia em uma boate afinal. - murmurou Carly, enquanto brincava com as algemas que rodeavam o fino pulso.

Freddie riu alto com o comentário da amiga. Sam sorriu, jogando as algemas no vão do banco.

— Queríamos algo diferente não é mesmo, Sammy? - disse com um sorriso debochado.

— Algo histórico em nossas vidas. Pelo menos é a sua primeira prisão, Carly. Uma nova aventura. - Carly a olhou boquiaberta.

— eu realmente não gosto disso, mas, em compensação...a noite foi divertida.

— Até aquele idiota me encher o saco. - Sam lembrou com raiva.

— Talvez se você aprendesse a controlar sua raiva e pa...- Freddie foi interrompido pelo olhar que Sam lhe lançou.

— Escuta aqui, Benson...

Carly queria se jogar do carro em vez de presenciar a discussão dos amigos.

— Pelo amor de Deus! Eu não posso ir andando até a delegacia?

o policial apenas lançou um olhar duro para ela. É... a noite seria longa.

Na delegacia os três estavam sentados de frente para os quatro amigos com quais tinham brigado.

— Não foi ela que te apagou com uma chave de braço? - o amigo moreno perguntou ao outro.

— Sim - o homem disse baixo, quase em um sussurro.

— E foi a mesma que me atingiu - o loiro qual Sam chutou as partes íntimas, exclamou com ódio.

— Esse cara tem sorte. - o quarto amigo disse admirando Sam.

Freddie sorriu de lado, beijando os cabelos da esposa que encostara a cabeça em seu ombro.

— Pode acreditar que tenho muita sorte, amigos.

Enquanto esperavam o policial fazer a declaração e lhes dar a multa, Carly levantou a mão chamando a atenção dele.

— Com licença, senhor... - disse com a sua melhor voz inocente. - nós não temos direito a uma ligação?

o policial murmurou um " infelizmente sim", e fez um sinal para ela lhe seguir.

— Vou ligar para o Spencer. - dito isso, ela cruzou os dedos. - espero que ele esteja em casa já.

Freddie olhou para Sam durante um momento. Ela estava muito quieta ao seu lado.

— Bom, amor, pelo menos não esqueceremos esse casamento nunca.

Sam lhe deu um tapa fraco no braço direito.

— Considere um cerimônia inesquecível! - com um amplo sorriso, Sam depositou um beijo nos lábios dele.

— Eu te amo! -ela disse alegre.

— Eu também te amo, baby. Eu te desejo tanto!

— Não sei se notou, mas ainda estamos na delegacia, pateta.

— Nós vamos sair daqui.

— Será que o Spencer pagará nossa fiança? - o olhar de Sam parecia preocupado.

— Com certeza. - Freddie tentou ser positivo. Eles não podiam contar com mais ninguém. Cada um encontrou uma forma de terminar a noite depois da festa de casamento, e eles também, mesmo não saindo como planejado.

Bom, a lua de mel começaria em uma cela, com um olhando para outro esperando a liberdade no dia seguinte. 

Carly chegou desanimada perto dos amigos.

— Eu tenho péssimas notícias. -  sentou-se sorrindo amarelo. Sam estremeceu esperando a notícia.

— Spencer disse que não pode vir, ele se meteu em algum problema. Eu não prestei atenção em nada, principalmente depois dele dizer que uma noite na prisão fará com que um pouco de juízo entre nas nossas cabeças. Sam devia ter ligado para Pam. - derrotada, ela encostou a cabeça no ombro de Sam.

Freddie evitou comentar que Pam nunca seria uma boa opção.

— Ah, Sammy! Não quero passar a noite nesse inferno! Eu quero bater em você. - disse Carly, dando um tapinha na mão da amiga. Sam sorriu apertando a bochecha dela.

— Belo começo de noite de núpcias, não acha?

Freddie deu um sorrisinho roubando um beijo de Sam. Ela sorriu também retribuindo o beijo em seguida.

Seria uma noite e tanta.