Freddie quase se engasgou com a água que tomava, os olhos fixos na bela loira agachada em frente ao sofá fantasiada de Velma. Na humilde opinião de Freddie, ela estava incrivelmente sexy.

— Pelo amor de Deus, Benson! - disse Sam, rindo. - pare de me olhar como seu fosse um pedaço delicioso de torta de chocolate.

Freddie sorriu de lado, o típico sorriso que ele sempre usava em sua quase infalível arte da sedução.

— Bom, digamos que está realmente deliciosa, amor.

Sam revirou os olhos colocando toda sua atenção na bolinha agitada à sua frente. Seu bebê tentava arrancar a meia que ela havia lutado para colocar no pé dele.

— Do que diabos ele está vestido? - Freddie perguntou confuso.

— De cachorro quente, oras! - disse Sam, sorrindo. - Ele não está fofo?

— Sammy, você vestiu nosso filho de cachorro-quente? Não tinha uma outra fantasia? - disse Freddie, tentando colocar razão na cabeça da mulher. Sam deu de ombros. 
 
— Na mosca! Veja, o que achou? - Sam se afastou para mostrar sua obra de arte. Freddie levou os olhos da mulher para seu bebê deitado no sofá balançando o que seria um ketchup de pelúcia. Talvez se ele rezasse, seus filhos teriam um pouco mais de juízo. Os olhos de sua mulher transbordava ansiedade, ele tratou de encontrar uma resposta. Uma coisa era certa: o pequeno realmente estava fofo.

— Você venceu, ele está uma graça! - disse Freddie, admirando o trabalho da esposa.

— Eu sei, eu que fiz. - ela sorriu grande, orgulhosa. Freddie evitou rolar os olhos, andou até ela rodeando a cintura da mulher com os dois braços. Ele afastou o cabelo, agora castanho de Sam, para deixar um beijo molhado em seu pescoço. Ela suspirou. O simples contato da boca de Freddie em sua pele, causava arrepios de excitação por todo o corpo.

— Ah, a humildade Sra. Benson. - provocou. Sam bateu de leve o cotovelo contra o estômago dele. 

— Não me chame assim, me lembra sua mãe.

— Deveria ter pensando nisso quando disse sim, tá lembrada? - disse sorrindo.

— Bom, me avisaram sobre os pontos negativos ao dizer sim. - ela disse com deboche.

— Entendo. - disse sem prestar atenção realmente no que ela falava, ele estava focado de mais em acariciar o corpo da esposa com suas mãos e boca. Ela virou-se para o marido, o fitando nos olhos.

— Agora não podemos fazer nada do que sua cabecinha perversa deseja. - ela sussurrou no ouvido dele. A malícia nítida na voz  dela fez Freddie estremecer. 

— Não brinque com fogo, nós poderíamos aproveitar melhor essa sua fantasia lá em cima, em uma cama... - Sam deu tapinha no braço do marido, sorrindo.

— Essa é uma boa oferta, Benson. Mas não se esqueça que as crianças estão loucas para pedir doces e estrear as novas fantasias. John e Rachel  esperaram por isso o ano todo. - ela disse se separando dele para pegar o bebê no colo. Freddie rolou os olhos divertido.

— A propósito, onde estão esses dois?

— Deixei eles brincando com um de seus jogos no quarto enquanto eu arrumava esse ser aqui.

— E que tipo de jogos?

— Qualquer um...o que importa é que eu consegui que ficassem quietos. - Freddie pediu aos céus que não fosse um daqueles jogos violentos.

— Você não vai se trocar? Eu escolhi sua fantasia. - a travessura nos olhos dela, o deixava com certo receio.

— Deixa eu adivinhar - Freddie pensou mais um pouco. - Eu não serei a Daphne, não é mesmo?

Ela bateu os cílios inocente. O bebê gritou feliz por ter conseguido arrancar a tiara laranja dela. Ele sorria agitando o objeto para cima e para baixo.

—  É claro que não! Você será o Scooby! - Freddie ergueu as sobrancelhas incrédulo. O sorriso de Sam podia ser comparado ao gato Cheshire.

— Como assim ' você será o Scooby' ? Eu... - Freddie foi interrompido por duas miniaturas que entraram correndo na sala. Rachel estava fantasiada de bruxa, já John estava vestido como...

— Isso é sério? - Freddie perguntou para Sam que sorria orgulhosa. - Chuck? Eu ainda me pergunto porque fico surpreso.

— Custou fazê-la, tenha mais respeito.

— Papai vai se vestir de Scooby! - Rachel gritou animada. John tomou lugar do lado da irmã com um enorme sorriso.

— Vamos papai! Queremos te ver como o Scooby! - ele sorriu inocente para Freddie. Sam abafou o riso escondendo o rosto no pescoço do filho sentindo seu cheirinho de bebê. Freddie não tinha como negar isso aos filhos. Com um suspiro dramático, ele se deu por vencido.

— Tudo bem, vou me trocar, e então podemos ir pedir os malditos doces.

— Hei, olha a boca perto das crianças, Benson! - Sam repreendeu. Freddie apenas bufou.

Sam se aproximou do marido, selando os lábios nos dele. Um beijo terno e cheio de amor. Freddie sorriu para ela, sem dúvidas Sam e os bebês eram a vida dele.

— Eu te amo. - ela disse em um sussurro.

— Eu sei, eu sou impossível de não amar. - respondeu apertando de leve a bochecha do bebê. 

— A humildade faz bem, Benson.

— Fica tranquila, sua sorte é que eu também te amo. - ele brincou roubando outro beijo da esposa. Sam deu um tapinha do braço dele.

— Eca! - John resmungou fazendo careta. Rachel olhou para o irmão balançando a cabeça em confirmação.

Freddie resmungou algo inaudível.

— Vou me vestir. - anunciou, subindo as escadas.

Não demorou muito para Freddie aparecer vestido como o próprio Scooby. Sam o considerava extremamente fofo.

— O que acharam do meu visual?

Três pares de olhos azuis e um castanho, encaram ele em completo silêncio. Durante segundos ninguém ousou falar nada. Sam foi a primeira a abrir a boca para dizer algo, porém Rachel foi mais mais rápida.

— É estranho, mas engraçado...eu gostei. - a pequena disse com sinceridade.

— Sim, você ficou charmoso, papai. - John elogiou.

— Eu sabia que ia ficar fofo com essa fantasia, amor. - um sorriso maroto cruzou o rosto de Sam. Ele ainda se vingaria. Sam com certeza o punia por ter comido o pedaço de torta de limão, e ele nunca pediria desculpas por algo inútil assim, até porque, não fazia ideia de que a torta estava proibida para todos que não fosse ela.

— Devemos ir antes que chegue a horas das crianças irem para a cama. - disse Freddie, pegando a mão dos mais velhos. Pietro estava acomodado no colo de Sam. Freddie trancou a porta, enquanto Rachel e John esperavam ansiosos para começar a busca aos diversos doces pela vizinhança. A rua estava repleta de crianças e adultos fantasiados. Freddie observou Sam, tão linda, mostrando animada as decorações das casas para os filhos. O bebê sorria no colo dela, os olhinhos marrons brilhavam de alegria, e Freddie percebeu que o ketchup de pelúcia estava amarado como uma pulseira no pulso do filho. Era adorável. 
Aquele sem dúvidas seria um halloween um tanto peculiar, contando com sua fantasia que chamava a atenção de algumas pessoas.

— Gostosuras ou travessuras? - o conjunto de crianças disseram em coro, parados na porta de uma das vizinhas de Freddie. Ele sorriu, pois seus filhos também estavam no meio, assim como Sam.