Entre Lobos e Monstros escrita por Nc Earnshaw


Capítulo 8
Amigo mecânico




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Capítulo 7

por N.C Earnshaw

 

— GOSTA QUANDO FAÇO ISSO, gostosa? — A cabeça de Dean surgiu entre suas coxas, fazendo-a protestar. A boca dele chupando a sua boceta enviava ondas de prazer que a faziam gritar até sentir sua garganta doer, sem qualquer constrangimento de pedir por mais. 

Ela enfiou uma das mãos nos fios loiros e curtos, tentando empurrar sua cabeça para voltar a beijar sua intimidade. Os olhos verdes do espécime entre as suas pernas faziam coisas com a sua mente, e a Landfish não cansava de pensar que aquele estava sendo, de longe, o melhor oral de sua vida. 

Erin não se importava com o fato de não saber como tinha parado com aquele homem maravilhoso. Aquele filho da puta com certeza era algum tipo de deus do sexo, e ela aproveitaria cada segundo. 

— O que quer eu faça com você? — A Landfish arregalou os olhos quando a voz do seu ex-ficante, Paul Lahote, saiu pelos lábios doces de Dean Winchester. 

Ela não podia dizer que se decepcionou. Ao contrário do personagem fictício, já tinha provado do corpo do Lahote, e puta merda, não rejeitaria aquele homem gostoso nunca. 

Paul

Erin fechou os olhos com força quando sentiu um dos dedos dele penetrando-a. A expectativa de tê-lo dentro dela era tanta, que o puxou pelos ombros para se posicionar melhor em cima do seu corpo, e abriu a boca para implorar que ele a fodesse. No entanto, uma carícia no rosto a fez congelar. O sexo com Paul era bruto, e eles não perdiam tempo com sentimentalismo. 

Mesmo com a confusão em seus pensamentos, a Landfish se entregou ao toque do quileute, gemendo baixinho quando ele a penetrou. Ela teve que se segurar na cabeceira da cama para impulsionar seu quadril para cima, desejando que ele a tomasse por completo.

— Ah, Embry! — soluçou Erin, sentindo que estava muito perto de explodir. 

Assim que o nome saiu dos seus lábios, ela abriu os olhos para ver a figura em cima dela se transformando em Embry Call. O rosto corado — como quando ela falava algo que o constrangia, os lábios entreabertos soltando gemidos roucos, e o corpo levemente musculoso ao seu dispor, foram o suficiente para desencadear um orgasmo longo e prazeroso

Erin acordou com a blusa grudada no corpo devido ao suor. A respiração ofegante e uma coxa apertada na outra, buscando alívio. Ela se sentou na cama, um pouco desnorteada com as sensações que o sonho erótico tinha deixado em si, e levou a mão à testa na tentativa de se acalmar. 

— A que ponto você chegou, Erin — sussurrou para si mesma, jogando as pernas para o lado. Um banho gelado viria a calhar. 

A Landfish resolveu fingir que o sonho nunca aconteceu. Não se atrevia a parar para pensar que tinha se imaginado fazendo aquelas coisas com Embry. 

Era comum ver Dean e Paul quando fechava os olhos para dormir. Eles tinham se tornado personagens constantes em seus sonhos há algum tempo. 

Um deles era um personagem gostoso de uma série de TV que ela acompanhava, e o outro tinha sido o único cara que a tinha feito pensar em um relacionamento sério. Erin não tinha ideia de onde Embry se encaixava nisso. 

O chão gelado a fez quase se arrepender de se levantar. Ela olhou para o relógio de cabeceira, e se xingou baixinho ao ver que ainda eram quatro da manhã. Iria trabalhar em algumas horas e mal tinha conseguido dormir. As olheiras roxas embaixo dos seus olhos teriam que ser cobertas com uma camada grossa de corretivo. 

Erin saiu do quarto bocejando. A toalha vermelha — ao qual ela tinha que se lembrar de colocar para lavar, jogada sobre o ombro. E os pés ainda descalços, ajudavam-na a passar despercebida pela porta do quarto do seu padrasto. Não queria lidar com aquele crápula naquele horário. 

Ela estranhou que a luz do banheiro estivesse acesa, e pensou em dar meia-volta, mas o barulho de alguém vomitando a fez correr até lá.

Ajoelhada ao lado do vaso e com a cabeça quase enfiada no objeto, estava Kayla. 

— Mãe? — chamou Erin. A preocupação clara em sua voz. 

Sem conseguir falar, uma vez que vomitava tudo que tinha comido no jantar, a mãe da Landfish apenas acenou com a mão, tentando demonstrar que estava tudo bem.

A garota largou a toalha em cima da pia, e ajudou a mãe, segurando seus cabelos e amarrando com uma scrunchie que tinha no pulso. 

O cheiro forte de vômito a fazia querer vomitar também, mas ela se conteve. Kayla estava passando por uma das piores fases da gravidez e enjoava em quase todas as manhãs, então tinha que ser forte. Por ela.

Assim que o enjoo passou, Erin ajudou a mãe a se limpar. Ela limpou o rosto suado e acariciou as bochechas, sentindo o peito apertar. Amava aquela mulher demais, e não entendia o motivo de ela se deixar ser tão humilhada pelo marido. 

A garota tinha teorias, claro. E ela apostava com todo o seu ser que o seu pai biológico tinha algo a ver com aquilo. 

Kayla nunca falava do homem, mas Erin sabia que ele era um cara-pálida — uma vez que Carter adorava passar na sua cara quando ela era criança que tinha sido abandonada. Deixada para trás grávida e sem família, a mulher aceitou a primeira porcaria que lhe ofereceu umas migalhas. 

— Vai se deitar, mãe. A senhora parece que vai cair a qualquer momento. 

A outra negou, apertando os braços de Erin para se manter de pé.

— Não posso. Carter vai sair para trabalhar mais cedo hoje, e preciso fazer seu almoço. 

Erin mordeu a bochecha com força. A revolta tão conhecida tomando conta do seu corpo. 

— Ele não é um bebê, mãe! Pode fazer sua própria comida uma vez na vida. 

Kayla se afastou da quileute com um semblante endurecido. 

— Ele é o meu marido, Erin. É o homem que trabalha todos os dias para manter essa casa e nos manter, e é o pai do meu bebê. Então, não venha me dizer…

— Tá bem! — Ela ergueu as mãos em rendição. Não queria começar o dia brigando com a mãe. — Já saquei. 

A mulher assentiu e deu um passo para sair do banheiro, mas Erin segurou seu braço. 

— Vai se deitar, mãe. Eu faço o almoço do Carter.

O esforço de fazer algo por aquele pedaço de merda foi pago pelo sorriso lindo que se abriu no rosto dela.

— Eu te amo, querida. — E se apressou para voltar ao quarto.

— Também te amo, mãe — sussurrou a Landfish, ouvindo a porta se fechar. 

— Vamos lá, bebê da mamãe. Não me deixa na mão. — Ela acariciou o volante do seu carro lentamente e colocou a chave na ignição, parecendo tentar não assustar seu carro. Era a quinta tentativa após o automóvel ter parado de pegar em uma estradinha de terra qualquer, e Erin estava morrendo de medo de não conseguir chegar no horário e ser demitida. Carter não daria a mínima para a desculpa “meu carro quebrou no caminho”. Ela tinha certeza que ele perguntaria: “Então pra que você tem pernas?”. — Prometo que te compro uma gasolina boa da próxima vez, e não aquela porcaria diluída que o senhor Tunder vende. 

A Landfish quis chorar quando o único som que saiu foi um guincho esquisito. O problema parecia pior do que uma gasolina ruim. Ela desceu do carro, xingando-se mentalmente por ter pegado a sua jaqueta, não seu moletom com capuz, e tentou ao máximo se proteger com as mãos, enquanto ia até o capô do carro tentar ver o que droga tinha acontecido. 

Com exceção do motor — que era a coisa grande bem no centro, Erin não possuía a ínfima ideia das partes de um carro, e muito menos como consertá-lo. 

Ela se inclinou para ver melhor, quase enfiando sua cabeça dentro do capô. Não estava mais se importando com a chuva leve ou com seu atraso. Apenas se preocupava com o fato de não ter nem sequer um dólar furado para comprar um carro. 

Erin tinha suas economias, obviamente. Mas para alugar algum cafofo por algumas semanas caso as ameaças de expulsão vindas de Carter se cumprissem, não para comprar ou consertar um automóvel.

— Droga! — Ela gritou sem se importar em ser ouvida. Encontrava-se em um caminho movimentado, então alguém poderia passar ali a qualquer momento e vê-la surtando. — Isso não pode ficar pior. 

Uma buzina a fez pular no lugar, e uma gargalhada familiar a fez fechar os olhos com força e cerrar os punhos. Era muito pedir por uma manhã normal? 

— Uau, Erin, parece que você está com problemas. 

E tinha que ser Jared Cameron a vendo naquela situação? Aquilo apenas pioraria se fosse Paul sentado ao lado dele. 

— Oh! Você percebeu, gênio? — Ela não se atreveu a olhar para o lado, onde tinha certeza que o Cameron tinha estacionado o carro. 

Na festa, tinham conversado e se dado bem, mas a Landfish ainda sentia certo ressentimento. Jared mentiu para ela sobre Paul estar doente quando ela foi procurá-lo, e ainda a ignorou por semanas, como se a amizade deles não significasse nada e ela estivesse com algum tipo de doença contagiosa. 

Jared riu novamente, dessa vez, mais controlado. 

Erin revirou os olhos quando ouviu a porta do outro carro batente e sentiu uma presença ao seu lado. 

— Caramba! 

— O quê? — Ela o encarou, nervosa. Aquela reação não significava algo bom para o seu carro. — O que quer dizer com “caramba”? 

O brilho malicioso nos olhos de Jared a fez desejar socá-lo. 

— Nada — falou ele, dando de ombros. — Não entendo sobre mecânica para dar um diagnóstico sincero sobre o paciente. 

A quileute deu um passo para longe dele com a expressão exasperada. Mas que cretino! Tinha feito ela suar frio por nada

— Jared, porque você não vai…

— Uou. — O Cameron fingiu ser atingido no coração. — Não vamos querer xingar a única carona que temos para o trabalho, não é? 

Erin suspirou, tentando se conter. Não era novidade que Jared Cameron tirava qualquer pessoa do sério. 

— Não posso deixar o meu carro largado aqui, espertão. Mesmo que eu aceite sua carona agora, como vou voltar pra casa? Além disso, não tenho grana pra pagar um reboque. 

Frustração tomou conta da Landfish, pensando em como sua vida seria diferente se tivesse nascido rica. Ela não estaria tendo que levar um banho de chuva se tivesse dinheiro sobrando. 

Um braço sendo colocado sobre os seus ombros a fez se empertigar. 

— Talvez os ancestrais gostem mesmo de você, Erin.

— Não é o que parece — debochou a garota, empurrando o braço dele e se afastando. 

Jared sorriu, e uma onda de medo subiu pela sua espinha. Nada de bom vinha após aquele sorriso. 

— Eles me colocaram em seu caminho. E eu, por um acaso do destino, tenho um amigo que entende muito de mecânica. 

— Você só pode estar bêbado se acha que vou deixar meu carro nas mãos de um estranho. 

Ela deu as costas para ele, na intenção de voltar para dentro do seu automóvel e chorar por várias horas. Tanto pelo carro quebrado quanto pelo emprego perdido. Possuía apenas ínfimos doze minutos para chegar até a lanchonete, e não via luz no fim do túnel. 

— Confia em mim, Erin. A situação não pode ficar pior do que já está. 

Ele tinha razão. A Landfish seria muito estúpida se não aceitasse sua ajuda. 

— Tudo bem — aceitou com um suspiro. — Só deixa eu pegar minhas coisas. 

Erin pegou a bolsa e algumas coisas importantes que estavam espalhadas pelo carro, trancou o veículo e verificou se todas as janelas estavam fechadas. Logo que se sentiu segura o bastante para deixá-lo ali sozinho, foi na direção do carro de Jared, e se surpreendeu quando viu Kim no banco de passageiro. A garota acenou para ela com timidez. 

Ela entrou atrás, já sentindo o clima constrangedor. Apesar de achar Kim uma garota legal, era amiga de Jane. E sua melhor amiga tinha feito um inferno na vida da namorada de Jared quando se deu conta que tinha perdido.

— Tenho umas coisas pra fazer mais tarde, então o meu amigo vai te buscar, quando você estiver saindo do trabalho, com o carro pronto. 

O tom com o qual ele disse amigo, atiçou a curiosidade de Erin. 

— Que amigo é esse? — Ela sabia que não poderia ser Paul. Depois do dia na praia, a Landfish duvidava que ele a ajudaria em alguma coisa. Então Embry

O sonho erótico voltou a sua mente, e ela agradeceu Jared por ser tão sem noção e ignorar sua pergunta. Não estava preparada para lidar com o seu novo objeto de desejo. 

Era desconfortável estar no mesmo ambiente que aquele casal. A intensidade com que se olhavam, a maneira que Jared absorvia cada palavra que saiam pelos lábios de Kim como se fossem as coisas mais interessantes que ele fosse ouvir em sua vida, os toques disfarçados significavam mais que qualquer sexo que Erin tivesse feito. Era mais que sexual. Era uma conexão de almas. 

Com um aperto no coração, ela mal esperou o quileute estacionar direito. Agradeceu, usando o atraso como desculpa da sua pressa. No entanto, a única coisa que desejava era se afastar daqueles dois, que esfregavam no seu rosto algo que ela achava nunca ser capaz de ter. Amor. 

 

 


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