Para sempre, primeiro amor escrita por Flor de Konoha


Capítulo 24
Capítulo 24 - Distrações




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Sasuke vinha acompanhando os passos de Kiba há alguns dias. Depois do estranho encontro com Naruto, onde ele havia demonstrado uma raiva gratuita, Sasuke sabia que havia algo, alguma ponta solta. Não que ele fosse um poço de simpatia. Pelo contrário. Era dos piores antipáticos na época da escola e só lembrava de passar a maior parte do tempo seguindo Sakura e brigando com ela. Não se importava com o resto. Não fosse a insistência de Naruto, nem seriam amigos. 

Mas Kiba… pouco se lembrava, ele era uma espécie de clone do Naruto. Eles eram idênticos em personalidade. Rodeados de amigos e ridiculamente bem humorados. Mas não se tornaram amigos, pelo contrário, eram rivais. Tinham uma rivalidade velada. Sempre escondida embaixo de piadas e brincadeiras. 

Ambos eram do time de basquete e estavam sempre disputando para ser capitão do time. Será que era isso? Uma rivalidade infantil? Não, não era. Eles não se tratavam assim nem quando eram adolescentes.

Viu quando Kiba saiu apressado depois do almoço. O parceiro dele, Shino, não estava lá, foi fazer uma investigação de campo. Era sua oportunidade perfeita.

Encheu o copo de água enquanto olhava para os lados. A sala que Kiba recebeu era pequena e não ficava trancada. Era a sala que os detetives usavam como almoxarifado, perto do bebedouro. Ele girou maçaneta disfarçadamente e entrou a passos leves.

Um quadro fazendo a ligação do caso pendia na parede divisória. Ele entendeu rapidamente a lógica. Abriu a pasta que estava jogada em cima da mesa e a primeira foto saltou aos seus olhos. Leu rapidamente as páginas seguintes e ficou quase chocado. Uma linha investigativa se desenhava.

Kiba achava que o acidente de Hinata foi criminoso e Naruto era um dos principais suspeitos.

A surpresa passou por milésimos de segundos por seu rosto. Não era nenhuma novidade, na verdade, era bem comum seguir aquela linha de suspeitos. Um ex que não conhecia o filho até os 5 anos de idade e de repente volta para vida deles, no momento que a mãe sofre um acidente grave, é bastante plausível. 

Naruto certamente surtaria, se soubesse. Sasuke tinha plena certeza da inocência dele, mas teria que trabalhar para livrar seu amigo de qualquer acusação.

Algo ainda não se encaixava. Esse caso já poderia ter sido arquivado, pois o crime ainda era uma névoa, difícil de ser provado. Além disso, o carro já teria ido pro ferro velho, ele não poderia usar como evidência. Isso parecia ser algo pessoal para Kiba.

Qual a conexão de Kiba com Hinata?

Precisava descobrir quais eram as motivações dele e se tinha apenas a intenção de prejudicar Naruto.

O clima estava ameno e o dia perfeito para um chá. O lugar que Hanabi marcou com Moegi era bem aconchegante, com almofadas no lugar de cadeiras e paredes verdes-chá.

ㅡ Você poderia ter escolhido uma churrascaria ㅡ reclamou Moegi enchendo a xícara pela quinta vez. ㅡ Aqui não tem nada muito melhor do que bolos e esses biscoitos amanteigados ㅡ falou enquanto esmagava os biscoitos com os dedos.

ㅡ Até parece que odeia chá. Você bebeu todo o bule sozinha.

ㅡ É porque estou com muita sede, Hanabi e não porque amo chá.

ㅡ Achei que depois da última noite, você iria querer distância de churrascarias.

Moegi bateu a cabeça na mesa com a lembrança.

ㅡ Nem me lembre disso. Ainda estou com ressaca moral. ㅡ Ela levantou a cabeça novamente. ㅡ Mas me conta, que cara sua irmã fez quando você largou ela com seu cunhadinho.

ㅡ Ele não é meu cunhado, Moegi. Ao menos ainda não.

As duas riram audivelmente, como se estivessem falando da sua novela favorita.

ㅡ Você não acha isso uma tremenda coincidência?

ㅡ O que?

ㅡ Todo mundo se conhecer dessa forma… Tudo isso começou porque Konohamaru é família dos vizinhos da Hinata. Quão louca é essa história?

ㅡ É verdade…

ㅡ Agora até você está envolvida.

O rosto de Hanabi ficou vermelho como um pimentão e ela olhou para os lados, como se alguém conhecido pudesse ouvi-las 

ㅡ Moegi, somos apenas amigos.

ㅡ Eu não acredito que ainda não falaram sobre o que aconteceu! São adolescentes por acaso?

ㅡ Moegi! ㅡ repreendeu-a.

ㅡ Hana, está na cara que se gostam. Para de ser cabeça dura! 

ㅡ Não é só isso, Moegi. Tem a história da minha irmã no meio, não posso simplesmente ignorar isso.

ㅡ Claro que pode! Além disso, tenho certeza que sua irmã apoiaria. Toda essa bagunça não tem a ver com vocês. 

Hanabi ficou calada, absorvendo suas palavras.

ㅡ Acho que essa teimosia é de família.

As duas riram novamente.

Não era uma teimosia de família. Foi o tratamento frio e doentio que seu pai teve com elas, que as fizeram ser uma fortaleza. Ela evitava a todo custo aborrecer Hinata com questões que poderiam ser evitadas. Mesmo que fossem próximas, não eram do tipo que expunham seus sentimentos. Ela sabia que Hinata apoiaria a todo custo, mesmo que custasse sua felicidade novamente, ela se sacrificaria mais uma vez, se fosse necessário. Não era isso que Hanabi queria, era a vez dela de fazer algo.

Depois de muita conversa, as duas se despediram e cada uma foi para um lado. Hanabi decidiu que umas horas fora foi tempo suficiente para que os dois pudessem conversar sobre algo. Não tinha ido muito longe, então não demorou muito para voltar ao apartamento. 

Perto dali, um homem a observava e a seguia de perto, sem que ela notasse. Ele anotava mentalmente todos os passos que ela dava. Aonde ia e quanto tempo ficava fora. Já fazia dias que aquilo estava acontecendo e ela não desconfiou dele nenhuma vez.

Hanabi estava totalmente distraída do mundo ao seu redor, pensando na situação que havia deixado em casa, imaginando vários cenários do que poderia ter acontecido entre dois.

Logo subiu e entrou sem fazer barulho, com medo de atrapalhar algo que, sei lá, estivesse acontecendo. 

A cena que encontrou estava longe do que esperava: os dois estavam absortos nos próprios pensamentos, um em cada ponta oposta do sofá. Quase não notaram sua presença, não fosse o pigarro que deu.

Os dois a olharam ao mesmo tempo.

ㅡ Todos vivos? ㅡ tentou brincar, mas a tensão era quase palpável e nenhum dos dois esboçou uma reação.

ㅡ Bom, eu acho que já vou indo, ㅡ Naruto ficou em pé de repente. ㅡ Você pode éee… explicar ao Boruto que eu… bom, que eu volto para vê-lo. Ou buscá-lo… se for bom pra você, claro.

ㅡ Claro… ㅡ Hinata respondeu sem encará-lo, seu rosto vermelho como um pimentão.

ㅡ Hanabi, obrigada… por tudo ㅡ falou virando-se para ela, atrapalhando-se com as palavras. ㅡ Até mais.

Ele beijou seu rosto rapidamente antes de sair.

As duas se encararam. Hanabi sem entender nada, Hinata totalmente constrangida. Ela é tão transparente.

ㅡ Aconteceu algo?

ㅡ Não, nada demais ㅡ Hinata respondeu apressada, virando as costas e indo para o corredor, fugindo de qualquer outra pergunta. ㅡ Vou tomar um banho.

Hanabi soltou uma risada pelo nariz. Seja lá o que fosse, logo ela saberia.

 

Sasuke foi para casa pensativo com o que tinha visto. Não duvidava da inocência de seu melhor amigo, mas a investigação não seria nada boa para o atual momento. Seja para a relação com Hinata ou até mesmo com o seu filho. Apesar de ser um homem aparentemente frio, ele se importava muito com as pessoas ao seu redor. Ver Naruto viver um estado catatônico quando Hinata foi embora sem motivos foi terrível para todos e só de pensar nisso ele poderia ter arrepios.

Essa investigação poderia trazer danos irreparáveis a ele. Visto que depois de tudo o que aconteceu, ele não saberia dizer o que Hinata acreditaria, o que não faria diferença alguma na investigação, apenas na vida do seu amigo.

De qualquer forma, parecia algo que estava sendo arquitetado, algo muito conveniente para alguém naquele momento, era fácil fazer as contas.

Ele entrou pela porta dos fundos, ainda absorto em seus pensamentos e conclusões, que nem notou que Sakura estava o encarando de trás do balcão.

ㅡ Ei, não vai me cumprimentar?

Ele a encarou.

ㅡ Oi, querida ㅡ foi até ela para beija-la. Sakura já estava no quinto mês de gestação. Sua barriga já estava protuberante.

ㅡ Algo tirando sua atenção? ㅡ perguntou curiosa, como quem não quer nada. Ele poderia parecer totalmente impenetrável para os outros. Mas não para ela, nunca para ela. Ele pensou por alguns segundos, protelando se deveria contar ou não, afinal prometeram não guardar mais segredos um do outro. Mas sua mulher estava grávida e sensível, e o assunto era bastante delicado, Naruto além de seu amigo, era seu primo. 

ㅡ Nada, apenas pensando.

Ela fez uma expressão que não estava acreditando.

ㅡ Tipo o que?

ㅡ Em como perdi tanto tempo brigando você e como tenho sorte de ter você aqui.

Ela sorriu.

ㅡ Me convenceu, por hora ㅡ falou e beijou-o mais uma vez.

Ele sabia que ela insistiria em algum momento. Então teria que evitar qualquer momento desses. 

ㅡ Sasuke, sabe que pode me contar qualquer coisa, não é?

Ele apenas assentiu, sem saber o que dizer.

ㅡ Vou me lavar.

Ela o acompanhou com o olhar até ele sumir de vista. Ela era compreensiva e, na maioria das vezes, sensata. Mas os hormônios faziam-na ver tudo com mais intensidade, o que a fez interpretar erroneamente o comportamento dele.

Naruto desceu do apartamento perdido em pensamentos. Sua mente ansiosa repetia e repetia a conversa que teve com Hinata.

“ㅡ Eu não sei o que dizer ㅡ Hinata sussurrou, ainda de olhos fechados, enquanto Naruto segurava seu rosto. O coração de ambos estavam descompassados, em euforia.

ㅡ Não precisa dizer nada, Hina. Não vou te pressionar.

ㅡ Naruto, eu tenho muito medo ㅡ ela finalmente abriu os olhos e lhe encarou intensamente. Ele sentia-se derretido diante daquele olhar, ele era só um menino novamente. Tinha vontade de protegê-la de tudo e todos. ㅡ Eu não quero mais me machucar.

Naruto abraçou-a.

ㅡ Eu não sei como ainda, mas eu vou te provar que não precisa ter medo de nada. O que aconteceu não foi por culpa nossa, por mais que doa agora.

Hinata estava emocionada com as palavras dele. Ele sempre foi bom com isso. Mas não eram suficientes para remediar o estrago que precisavam enfrentar. 

ㅡ Agora, eu prefiro deixar como está ㅡ ela sussurrou, carregada de incertezas. Ela nem sabia dizer o que estava falando, era o seu senso de autopreservação.

ㅡ Tudo bem ㅡ ele se afastou dela lentamente. ㅡ Não quero que fique desconfortável, não vamos falar mais disso, até que você queira novamente.

Não era isso que ela queria, quis falar, mas não falou. Só assentiu.

Os dois se afastaram e ficaram diante de um silêncio constrangedor. Naruto sentou em uma ponta do sofá e ela em outra…”

 

Chutou o chão em um ato de frustração. Se pudesse ter algum poder, com certeza seria o de voltar no tempo. Mas a partir de agora, não daria espaço para nenhum mal entendido. Viveu um inferno com a possibilidade de nunca mais vê-la, agora que ela estava ali, tudo era possível.

Seu celular tocou, tirando-o de seus devaneios.

Ele também não notou quando o mesmo homem que seguira Hanabi, observava-o e tirava algumas fotos suas saindo do prédio.


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Notas finais do capítulo

Quem será o homem espreitando?? Algum chute?
Como estão, leitores? O que estão achando do rumo da história?
Acho que as coisas estão acontecendo um pouco rápido, ainda tem algo pra acontecer que havia planejado há um tempo e acabou ficando uma ponta solta, acho que dei pistas demais kkkk
Bom, quero ver o circo pegar fogo ainda e espero que vocês ainda continuem por aqui, mesmo que fantasmas.
Sei que é muito chato esperar um novo capítulo, também sou leitora e às vezes acabo perdendo o interesse com a demora. Vou tentar voltar em breve, prometo! Até lá, digam-me suas teorias XD



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