Midnight Lovers escrita por Pandora Ventrue Black


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

"Runaway" - Ryn Weaver



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Ele sentia que seu peito parecia pedra, como se a cada respiração desprender-se uma força surreal para ser realizada. Tudo ao seu redor estava escuro, parecia estar trancada em um quarto, mas com o tempo tudo se tornou mais claro. O cheiro terroso, o silêncio assombroso e o sentimento de não poder se mover entregaram o local onde Sebastian estava: ele estava morto, ou melhor, enterrado vivo.

O garoto sente seu coração apertar e tenta desesperadamente tatear a madeira acima de sua cabeça. Porém, seus dedos tocam em uma superfície lisa e fria, não estava em um caixão comum, mais parecia uma cúpula, onde as bordas arredondava aos poucos; um típico caixão bruxo. Sebastian não seria capaz de quebrá-lo, disso ele tinha certeza. Estava fraco, como se todos os músculos de seu corpo haviam se definhado.

Entretanto, ele estava vivo. Podia ouvir seu coração bater e sentia tudo ao seu redor: o frio, o cheiro de terra e a redoma que o guardava. Não podia estar enterrado, ele não estava morto. Ou estava? Sebastian tentou recobrar as suas memórias mais recentes. Recordava da floresta, da voz suave e serena de seu pai o ensinando a se conectar com a natureza. Lembrava do chão o abraçando, os ventos o embalando e a água o guiam.

Então veio o grito, meio humano e meio estridente, penetrando até os ossos de Sebastian. O urro pedia ajuda ou talvez piedade para um Caçador sem um pingo de misericórdia. Era o máximo que a loba podia fazer, seu destino era certo, não dava para escapar de um Caçador, pode correr e se esconder, mas ele vai de achar. Era como tentar fugir da própria sombra.

Eles são impiedosos, criados para matar.

Levante-se, seu idiota — Uma voz feminina ordena.

Sebastian engole em seco. Ela estava tão perto que podia sentir sua respiração fria, todavia não era capaz de vê-la.

Vamos, levante-se! Eu não tenho dia todo!

Hã? — Sua voz sai estridente, tanto pelo medo quanto pela falta de ar.

Sebastian escuta a mulher bufar e logo em seguida uma onda fria o atinge, fazendo-o se erguer. O garoto estava confuso, tentando entender como havia saído da redoma de vidro que o envolvia. Quando olhou para frente viu o diabo na forma humana.

Uma mulher de longos e lisos cabelos ruivos estava parada em sua frente. Usava um vestido preto com um corpete da mesma cor por cima, em suas mão estava um guarda-chuva de renda escura, o que não fazia o menor sentido por Sebastian estava em um descampado extremamente ensolarado e quente. Ela sorria tanto com a boca, a qual exibia seus dentes, perfeitas pérolas brancas enfileiradas, quanto com seus olhos verdes como os de Selena.

Apertando mais os olhos, Sebastian percebeu que as semelhanças entre as duas eram pouco, mas, ainda assim, estava abismado. As diferenças mais gritantes eram o fato da mulher diabolicamente linda ser bem mais magra e mais alta que sua irmã. Suas feições eram finas e suas pupilas eram parecidas com a de um gato, diferentemente de Selena, que tinha olhos redondos e quase angelicais.

Tire uma foto, garanto que durará mais — Ela fala revirando os olhos.

Quem é você?

Estou no seu sonho, me diga você!

Mas…

Oh, céus! Criança lerda… Andrômeda fez um péssimo trabalho — A mulher sibila trocando o guarda-chuva de mãos.

Não fale assim da minha mãe!

Se acalme, cachorrinho, não preciso falar mal dela… — Ela sorri se aproximando do garoto — Ela mesma acaba com a própria reputação!

Sebastian sentia a raiva crescer dentro dele, como um fogo que se alastrava com rapidez. Ele não ia deixar o diabo falar mal de sua mãe. O menino se move, no intuito de ameaçar a mulher em sua frente, mas ela foi mais rápida, se transformou em uma pantera e rugiu. Sebastian sente seu corpo tremer, a pantera era ainda mais assustadora do que a mulher, com seus caninos brilhosos e pelos eriçados. Antes que o menino pudesse fazer qualquer coisa, o felino avança.

Tudo fica escuro.

A morte pareceu ser muito tranquila.

— Levante-se, Bash! Estamos atrasados! — Sua irmã grita da porta.

Sebastian se senta de supetão em sua cama. Estava em seu quarto e não na cúpula de vidro. Não estava morto, muito pelo contrário, estava vivo. Seu olhar se volta para o relógio.

— Não só estou vivo, mas extremamente atrasado!

— Sim, desça logo, Bash!

Selena estava estressada, seu irmão estava meia hora atrasado, o que significava que ela perdera vinte minutos de sua aula de biologia e provavelmente ficaria de tarde na escola. Porém, não era a detenção que a deixava a flor da pele, era sua avó. Celeste saiu há uma semana, a procura de sua tia Electra e ainda não retornou.

Até onde Selena sabia, Electra podia estar em qualquer lugar do globo. Ninguém de sua família falava sobre ela, não guardavam recordações nem tinha o seu número de celular. Ela podia muito bem estar morta a esse ponto. Era como se sua tia fosse um grão de poeira, que era imperceptível no ar. Celeste estava procurando alguém e provavelmente não sabia nem por onde começar.

Ela estava tentando encontrar uma agulha em um palheiro.

— Filha? — Andrômeda indaga afastando Selena de seus pensamentos.

— Ah, desculpa, mãe… Estava distraída.

— Pensando em sua avó?

Selena assente.

— Ela está bem, tenho certeza disso! — Andrômeda tenta soar animada, mas sua voz saiu melancólica — Celeste sempre foi muito engenhosa, acredite, se há alguém que possa achar sua tia será ela.

— Mas há Caçadores…

— Que tipo de homem desconfiaria de uma senhora viúva em Las Vegas?

— Então a tia Electra está em Las Vegas?

Andrômeda engole em seco. Da última vez que se viram, há quase dezessete anos, ela estava em Las Vegas, parecia uma cientista maluca, mas do tipo que nenhum homem seria capaz de resistir. Andrômeda e Electra pareciam ser espécies diferentes, quando falavam para alguém que eram irmãs sempre ficavam surpresos. A irmã mais velha sempre foi mais cautelosa, de olhos castanhos observadores, enquanto Electra mais parecia um furacão, um desastre natural de cabelos ruivos como fogo e olhos verdes.

— Da última vez que a vi, sim — Ela responde, sem poder encarar sua filha nos olhos.

Selena sabia o que isso significava: “Chega de perguntas!”.

Electra era um assunto que nunca devia ser conversado, porém, aparentemente, ela seria a chave para a segurança da família.

 

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— Oh, céus, está mais velha do que da última vez que a vi, mamãe — A voz desafiadora de Electra ecoa pelos ouvidos de Celeste como uma música, ou melhor, uma maldição.

— Precisamos conversar, Electra.

— Até onde eu sabia eu era sua filha, Celeste — Ela fala jogando as cartas que tinha em suas mãos.

Era verdade no fim das contas, Electra havia construído um império de cassinos em Las Vegas. Celeste ousou perguntar quais feitiços ela usou para conseguir tanto dinheiro, mas ela sabia exatamente o estilo de sua filha. Electra provavelmente começou seduzindo um cara rico dono de um dos diversos cassinos famosos de Las Vegas e se aproveitou do pobre homem para comprar mais e mais casas de jogos em seu nome.

— Preciso conversar com você — Celeste tenta soar diplomática, ver sua filha era difícil, ela estava bem mudada.

— Aguarde em meu escritório, Celeste — Ela fala apontando para um de seus secretários e em seguida fazendo um sinal para que ele se aproxime — Já falo com você. Preciso terminar esse jogo.

Electra sorri, voltando seu foco para as cartas e as apostas, logo ganharia mais um milhão de dólares.

 

Não demorou muito para o diabo em um vestido preto justo entrar em seu próprio escritório, ela desfilada, afinal era dona de tudo isso e, além disso, estava ansiosa para ouvir o que sua mãe teria a dizer. Electra achou que, depois de ser deserdada pela família, nunca mais teria que vê-los, mas a natureza tem seus meios. Os Bishop sempre voltam para suas raízes, não importa o que os separassem, uma hora se reencontrariam.

— Electra, eu sinto muito…

— Ora, Celeste, poupe as formalidades — A mulher fala se sentando em sua cadeira de veludo vermelho — Não precisa pedir desculpas!

— Eu não ia me desculpar, acredite — Sua mãe fala inexpressiva — Como eu estava dizendo, sinto muito em ter que contactá-la, mas precisamos de sua ajuda.

— Deixa eu adivinhar, mamãe — Ela abre um largo sorriso — Caçadores?

— Como…

— Sua aura, Celeste, está mais bagunçada do que a conta bancárias dos idiotas aqui — A mulher retruca se apoiando na mesa — Só a vi assim no dia em que… Bem, você sabe.

— Você continua muito poderosa, Electra — Celeste fala entredentes, relembrar o passado doía em ambas

— Deve haver um elogio em algum lugar nessa fala…

— Não temos tempo para brincadeiras, Electra, eu e sua irmã precisamos de ajuda.

Electra revira os olhos, era incrível como sua irmã mais velha sempre dependia dela. A mulher observa Celeste e por um momento tudo fez sentido; sua mãe nunca a procuraria, a não ser se a segurança dos gêmeos estivesse em jogo.

— Eles estão bem? — Electra sibila, seu coração não sabia se ficava com raiva ou triste.

— Estão em Salém…

— Salém? — Ela quis gritar, como Andrômeda podia ser tão burra — O que tinham na cabeça? Merda! Sabem muito bem que lá é a cidade dos Caçadores!

— Electra, você sabe muito bem o porquê de eu morar lá…

— Os seus malditos provérbios nunca nos levaram para lugar algum — Ela fala se levantando abruptamente da cadeira — Só me diga se estão bem.

— Estão maravilhosamente bem, mas…

— Desembuche, velha — Os olhos da ruiva faiscaram de ódio.

— Sebastian presenciou a morte de um lobisomem… Os Caçadores estão mais audaciosos do que eu pensei.

— Sempre foram assim, Celeste, você que sempre se recusou a enxergar — A voz de Electra soa melancólica e cansada — Eles matam, nasceram para isso. Nunca vão entender que o que estão fazendo é um sacrilégio, não sabem como funciona o mundo e não estão dispostos a aprender.

— Eu achei que estivessem parado, que os clãs tivessem enfraquecido…

— Não, eles não pararam… Perdi dois homens por conta deles, dois feéricos — Electra fala se sentando na cadeira. Seu coração aperta.

Killiam e Guilderoy eram ótimos soldados e, além disso, fazia parte do círculo íntimo de amizades de Electra, ou seja, eram seus únicos amigos. Perdê-los a fez pensar que talvez ela nunca fosse capaz de vencê-los, toda vez que avançada, os Caçadores a fazia recuar.

— Eu sinto muito…

— Isso não os trará de volta!

— Nem matar o Caçador, se é isso que tem em mente.

— Claro que não os trará de volta e é impossível realizar um feitiço de ressurreição, não sou nem louca de tentar — A mulher fala sem olhar para sua mãe, ela havia fica fraco com o tempo, era perceptível, não era a mesma mulher de ferro de antes — Mas vingar as suas mortes me traria um pouco de paz.

— Pare com isso, Electra!

— Não me venha com essa, Celeste. Até onde eu me lembro você era igualzinha a mim!

— Mas eu cresci, filha, cresci e vi como estava errada.

— Por vingar o meu pai? — Os olhos de Electra brilham como uma estrela cadente de feixe de luz verde — Está me dizendo que vingar a morte de meu pai foi um erro!

— Não é isso que eu queria dizer…

— Acredito que era exatamente isso o que queria dizer! — Seu maxilar se contrai. Electra não se orgulhava de seu passado, tivera que abrir mão de coisas que ela jamais se perdoaria, mas precisava vingar a morte de seu pai ou jamais conseguiria viver consigo mesma — Ficou mole, Celeste, depois de seu segundo casamento, fraca.

— Tive que superar a perda de seu pai, Electra, meus netos não podiam crescer com uma avó ausente e assassina.

— Tenho certeza de que adorariam saber a verdade sobre os Bishop…

— Espero que mantenha a sua boca fechada nesse sentido, Electra — Celeste sibila encarando sua filha, a verdade, em hipótese alguma, deveria vir à tona — Andrômeda fez um belíssimo trabalho ao mantê-los alheios a tudo isso.

— Um dia eles vão saber, Celeste… É inevitável.

— Então vamos deixar que descubram mais para frente. Creio que ainda de se lembre de nosso trato.

Electra se sente tremer, desviando o olhar para que sua mãe não percebesse o fogo diminuindo dentro do corpo da mulher. Ela sabia o que pagou pelo que fez e tudo isso levou a partição entre as irmãs, e, por conta disso, deviam manter os gêmeos a salvo das maldades realizadas pelas três bruxas.

— Vamos?

A mulher permanece em silêncio, se negasse as vidas de Selena e Sebastian estariam em risco e, consequentemente, não faria o seu papel na sua parte do tratado.

— Eu preciso, não é mesmo? — Ela fala entredentes — Vocês foram incapazes de mantê-los a salvo e, como sempre, terei que resolver.

— Não fui eu que abandonei a minha família sendo uma das bruxas mais poderosa do mundo…

— Realmente, eu fui descartada da família — Ela fala estalando os dedos, se teletransportando, acompanhada de sua mãe, de volta para Salém.

 

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As pessoas costumam dizer que quando as coisas estão prestes a mudar, o seu corpo é capaz de sentir a mudança. Ela vem em ondas, talvez se inicie com alterações no clima, como chuvas ou um arco-íris inesperado, depois segue para um indivíduo; é possível sentir um formigamento, as vezes um cansaço sem explicação ou uma suprema vontade de colocar a própria vida em ordem. O sentimento começou em Selena pelo formigar da ponta de seus dedos das mão, passou a manhã e parte da tarde assim. O formigamento era estranho, a deixava desconfortável e estranhamente distraída

O mesmo se aplica para Sebastian, seu estômago estava terrivelmente irritado consigo mesmo. Para um menino que fazia dez refeições ao dia, pular o café da manhã e almoço parecia errado, quase pecaminoso. Porém, ele não conseguia comer, tudo tinha um cheiro desagradável e nada era apetitoso o suficiente para ser digerido. Os dois sabiam o que estava acontecendo, é uma espécie de sensor bruxo: os parafusos do mundo estavam se movendo.

Para piorar ainda mais o dia, uma chuva pesada assolava a cidade de Salém. Tão forte que mal sabiam como chegariam em casa após as aulas, dirigir nessas condições pode ser considerado insanidade.

— Você está bem? — A voz melódica de Alexandra afasta Selena de seus pensamentos

— Sim, estou… — A garota fala sem tirar o olhos do lado de fora — O mundo está caindo e estou apenas pensando se vale a pena enfrentá-lo para tomar um bom banho quente em casa.

— Lena, você sabe muito bem que há chuveiros no vestiário — Ela fala com um sorriso no rosto.

— Mas nada se compara a um banho em casa, Alex…

— Você vai se surpreender com os chuveiros da Phips High… Eles são bem quentes quando acompanhados da pessoa certa — Alexandra sorri maliciosamente ao perceber as bochechas da mais baixa ficarem levemente coradas

— Alex! — Selena exclama fuzilando a loira com olhar

— O que? Está imaginando nós duas?

— Eu… não!

— Não estou reclamando, docinho

Selena fica boquiaberta dando um soco no ombro de sua amiga.

— Limites, Alex!

— É apenas uma brincadeira, Lena!

Você bem que não queria que fosse, né maninha?

Bash! Fora. Da. Minha. Mente!

— Lena?

A bruxa balança a cabeça, afastando Sebastian de sua mente, ela precisava urgentemente aprender a bloquear sua mente das investidas de seu irmão e deixar assim por um bom tempo.

— As vezes eu acho que você é de outro planeta, baixinha

— Em primeiro lugar, não sou baixa, você que é mais alta! — Lena bufou, revirando os olhos — Porque acha isso?

— Você desaparece, baixinha, não fisicamente, mas parece ir para outro lugar mentalmente.

Selena dá um sorriso amarelo, desviando o olhar.

— Penso muito e abstraio, perdão — Selena dá um sorriso amarelo, desviando o olhar para o estacionamento encharcado

Alexandra passa seus braços em volta da bruxa, por um momento ela sentiu que havia tocado em um assunto sensível.

— Não precisa se desculpar, precisamos conversar com nós mesmos de vez em quando — Ela fala, tomando cuidado com as palavras, se magoasse Lena, ela nunca seria capaz de se perdoar.

— É? Mais alguma coisa, filósofa Alexandra?

— Estou apenas tentando ser legal, baixinha.

— Eu sei, Alex.

— Lena! Lena! — Sebastian exclama correndo no corredor — Precisamos, hum… Ir para casa. Agora.

— Bash, mas…

— Sem tempo, mana! — Ele fala com um semblante sério no rosto — O pai pediu, ou melhor, ordenou a nossa presença.

— Mas porque?

— Eu não estou a fim de descobrir, mas disse que se não chegarmos lá logo, é capaz de eu ir dormir com a bunda quente —Sebastian diz passando a mão pelo cabelo

— Querida! Quanto tempo! — Uma voz sedutoramente diabólica ecoa pelo corredor — Estava começando a sentir falta de seu cheiro.

Magnus se aproxima da garota, pegando sua mão e beijando com leveza. Selena se retrai, se afastando do homem. Alexandra parecia ferver, se dependesse dela, seu irmão estaria com a cara enfiada numa das poças de lama.

— Não me estranhe, querida Selena. Estive afastado por um tempo por conta de, hum, negócios da família — Ele sorri dando uma piscadela.

— Foi a semana mais feliz da minha vida, Magnus.

— Que isso, irmã, não seja rude.

— Estou apenas sendo sincera — Alexandra sibila

Magnus suspira e arruma sua jaqueta de couro. Ele era, sem sombra de dúvida, uma espécie de inferno astral para Alexandra e Sebastian, já que os dois pareciam deveras constipados, como se estivessem contendo dentro de si uma fúria maior do que o próprio mundo.

— Farei uma festa no próximo final de semana, estão todos convidados — Ele comenta — Na boate Veludo Vermelho, sou o dono de lá.

— Temos que resolver o trabalho de história, Magnus…

— Todos precisam de um descanso, maninha. Aceita, Selena?

— Lena, precisamos ir! — Sebastian diz irritado — Agora!

— Não creio que não serei capaz de passar mais tempo com a minha querida! — Magnus comenta com um sorriso triste no rosto — Posso dar uma carona!

— Não! — Alexandra e Sebastian exclamam em uni som.

— Obrigada, Magnus — Selena fala, insegura, recolhendo os ombros — Estamos com o carro da minha avó. Eu e Bash estávamos apenas esperando a chuva amenizar um pouco, o que aconteceu. Adeus!

Selena respira fundo e puxa Sebastian para o estacionamento encharcado. Os dois sendo banhados pela tempestade. Talvez essa chuva fosse capaz de limpar todas as energias negativa dos dois, afinal, haviam sido chamados por Seth e, pelo jeito de Sebastian, ou os dois estavam desesperadamente encrencados ou algo deveres ruim aconteceu com sua avó.

Nenhuma das opções parecia promissora.

Porém, antes que os dois pudessem alcançar o conversível vermelho de Celeste, um vento forte os empurra, era como se o corpo de Selena estivesse sendo puxado por mãos invisíveis, forçadamente afastada de seu irmão.

— O que diabos aconteceu com os bruxos de hoje? — Uma voz monstruosa ecoa pelo estacionamento, fazendo o corpo da bruxa gelar.

Uma figura alta e escura separava os gêmeos. Era difícil identificar a forma, talvez fosse um homem ou um gigante, era uma missão impossível tentar identificar o que era aquilo que falava com eles.

— Nossos poderes, Selena e Sebastian, vem da natureza e estou, a muito tempo, tentando falar com vocês! — Ele vocifera — Os corvos, não pegaram o recado?

Selena tenta falar, mas sua garganta estava fechada. Seu corpo parecia ser feito de mármore, estava presa no asfalto, como se seus pés fossem raízes fundas de uma árvore.

— Era você? — Sebastian sibila — Você que está assombrando a minha família! Você que quase matou a minha irmã com o Espírito!

— Correção: Eu estou prestando atenção nos sinais e… Um momento, você disse “Espírito”?

Sebastian cerrou o maxilar, se não fosse as rajadas de vento que o impedia de andar, ele estaria em cima daquela coisa, o socando com força o suficiente para apagá-lo, quiçá matá-lo.

— Não sabia que as minhas irmãs estavam tão burras assim…

— Quem é você? — Selena fala finalmente, conseguindo se mover para perto da figura.

— Sou o tio de vocês e preciso urgentemente encontrar a dona Celeste e minhas queridas irmãs — A figura finalmente ficou visível. Era um homem alto, com vestes escuras e cabelo ruivo perfeitamente penteado, seus braços eram cobertos de tatuagem — Prazer, Scorpius.


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Notas finais do capítulo

Comentem: ideias, sugestões, elogios; estou sempre aberta para novos aprendizados.



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