Midnight Lovers escrita por Pandora Ventrue Black


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

"Persephone" - Tamino



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Selena estava radiante, como se os corvos e a alma nunca tivesse acontecido, a noite anterior com Alexandra a fez lembrar que, além de uma bruxa prestes a ser Chamada, ela era uma adolescente de dezesseis anos. Estava ansiosa para ir fazer o trabalho de história, ou melhor, fazer o trabalho na casa de Alexandra. O convite fora feito na noite do luau desastroso, mas a data do encontro fora marcado duas semanas depois. Nesse meio tempo, Alexandra e Selena passaram mais tempo juntas na escola, tendo praticamente o mesmo horário e almoçando juntas com Jamilla.

Selena já fazia parte do time de vôlei da Phips High e tinha treinos quatro dias por semana. Hoje era uma quarta sem treino e depois do fim da aula de matemática, Selena e Jamilla aceleram para o estacionamento. A amiga acelerava pelas ruas de Salém na esperança de encontrar Magnus Hollister em seu habitat natural, enquanto Selena queria reencontrar Alexandra.

Não demorou muito para as duas chegarem na casa no meio da colina. Era grande e absurdamente moderna, com cores monótonas e o exato oposto da Mansão Blackwaters.

— Chique — Jamilla comenta saindo do carro.

— Mãe, não podemos deixar o baile para amanhã? — Um grito estressado emana da casa — Sempre pedem para que eu faça amizades e quando as faço, já estão dispostos a cancelar todos os meus planos!

— Não fale assim, Alex! Sabe muito bem o seu compromisso com a sua família — Uma voz grave alerta, porém parecia mais uma ameaça.

— É só um trabalho estúpido de história! Não pode deixar para depois?

— Não, mãe — Alexandra sibila.

— Eu não vou prorrogar esse baile, Alexandra!

Jamilla volta seu olhar para Selena.

— Nós devemos ir… — Ela sussurra sem mover um músculo.

— Você está certa

No momento em que Selena se vira para o carro vermelho, ela escuta a porta se abrir.

— Selena, Jamilla — Alexandra fala se aproximando das garotas — Vamos, uma árvore genealógica não se acha sozinha!

— Sabe de uma coisa, Alex? — Jamillia retruca abrindo a porta do carro — Recebi uma ligação da minha mãe… Meu irmão está passando mal, vomitando e essas coisas…

— Céus, Boxer nunca aprende, não é?

— Milla! — Selena estava boquiaberta.

— Você ouviu a minha mãe, Lena, tenho que ir!

— Mande melhoras em meu nome — Alexandra fala e o carro vermelho some no meio da trilha.

— Ela está mentindo — Selena dispara.

— Eu sei, Boxer acabou de sair daqui e estava com uma ótima saúde — A loira fala com um sorriso no rosto, estava tão linda — Ela tinha outra coisa para fazer?

— Não… Ouvimos a discussão com os seus pais — Ela fala arrumando a mochila em seus ombros — Se precisar que eu vá é só avisar.

— Não, você fica, afinal temos um trabalho para fazer.

— Não quero causar problemas…

— E não vai, a não ser que não saiba dançar.

— Do que está falando? — Selena indaga com um sorriso no rosto; Alexandra ficava cada vez mais interessante.

— Você é minha convidada para o baile de hoje a noite!

Selena a olhou atônita. Não estava só na casa de Alexandra Hollister, mas havia sido convidada para um baile na mansão. A bruxa tinha dificuldades para saber se isso era ou não uma boa ideia, e mesmo que não fosse, Selena não podia exatamente voltar para casa, já que sua carona, a essa altura, estava na rua principal de Salém.

Com um sorriso largo no rosto, Selena entrou na casa, preparada para dois eventos sociais: trabalho em grupo e um baile.

 

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Selena e Alexandra passaram horas vasculhando o sótão da casa. Lá havia de tudo, fotos de quando a loira era bebê, de seus primeiros anos de vida e depois que voltou do internato, já crescida. Não descobriram muito sobre o legado Hollister, mas aproveitaram para conhecer uma a outra.

Perto das sete da noite as duas foram se arrumar, já que o baile logo começaria e Selena foi alertada de que o Sr. e a Sra. Hollister eram extremamente pontuais. Depois de ligar para a mãe e avisar que voltaria mais tarde, Selena foi tomar banho. Quando voltou para o quarto de Alexandra, lá estava ela, com um terno de alfaiataria azul escuro que a vestia maravilhosamente bem.

— Creio que não tenho nada tão bonito assim para o baile — Ela fala, envergonhada por estar apenas de toalha.

— Não fale besteira, separei um vestido para você… A não ser que prefira um terno?

— Um vestido seria ótimo — Lena comenta observando Alexandra tirar um vestido verde escuro de seu armário.

— Deve servir… — Ela fala tirando a sacola que o envolvia — Nunca cheguei a usar… Minha mãe comprou para o meu aniversário de quinze anos, mas fugi antes da festa começar e só voltei no dia seguinte.

— Não é muito fã de festas, não é? — Selena indaga pegando o vestido — É lindo!

— Adoro festas. Odeio eventos sociais.

— Se importa em se virar?

— Hã?

— Para eu me trocar.

— Ah, sim! Claro! Quer dizer… Não me importo em me virar — Ela fala se voltando para a cama.

— Deve ter sido uma festa e tanto sem você — A bruxa fala se vestindo com cuidado, o tecido era seda e ela temia rasgar; seria um pecado se o fizesse.

— Não saberia dizer… Foi nesse dia que conheci Boxer, ele estava tocando um pequeno concerto no centro.

— Sua mãe deve ter ficado possessa — Ela fala tendo dificuldade de fechar o zíper atrás.

— Possessa é pouco. Achei que ficaria de castigo para a eternidade! — Alexandra ri, virando de leve sua cabeça.

Alexandra queria vê-la. Aquela roupa realçaria as madeixas ruivas da garota, a deixando mais deslumbrante que o normal. No entanto, não queria invadir a privacidade da garota, mas precisava vê-la. Quando se vira por completo, Alexandra se depara com as costas de Selena e suas mãos finas tentando (e falhando miseravelmente) fechar o zíper na parte de trás do vestido.

Sem avisar Alexandra se aproxima de Selena, aproveitando para tocá-la. A bruxa segura a própria respiração, a mão da loira faz com que seu corpo aqueça. Era incrível como uma menina que acabara de conhecer a fizesse se sentir tão a flor da pele.

— Não está conseguindo fechar o zíper, não é?

Lena sente suas bochechas aquecerem. Alexandra percorre sua silhueta, fechando o vestido vagarosamente, a loira queria aproveitar ao máximo qualquer contato com a pele quente e macia de Selena.

— Obrigada

— Falta apenas uma coisa — Ela fala indo rapidamente em direção ao armário.

— O que?

— Isso! — Alexandra abre uma caixa preta de veludo, mostrando um par de brincos verdes como o vestido.

— Isso já é demais, Alex!

— Use, combinará com o vestido.

— Alex…

O protesto não impediu que Alexandra colocasse com gentileza os brincos compridos no ouvido de Selena.

— Obrigada — Ela repete tocando com cuidado a joia.

O relógio do corredor bate: 8:30 da noite.

— Devemos ir, antes que minha mãe arranque a porta de meu quarto.

Boa sorte, maninha.

Com saudades?

Sempre, Lena.

Selena sorri.

— Acha engraçado o talvez futuro da minha porta?

— Também.

Também”. A respostava vaga na cabeça de Alexandra enquanto ela guia o seu par para o baile. Pela primeira vez em muitos anos, Alex estava feliz por estar indo para uma festa com seus padrinhos. Pela primeira vez na vida, ela queria ir para os bailes na Mansão Hollister e aquilo tudo, de repente, se tornou divertido.

 

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— Como ela está? — Celeste indaga, nervosa.

Sebastian odiava esses mini interrogatórios toda vez que Selena saía com alguém, mas ele sabia que nunca mais poderia sair de casa enquanto não respondesse todas as questões levantadas por sua mãe e sua avó.

— A menina emprestou um vestido cintilante para ela… Está bonita, se é isso que querem saber — Ele revira os olhos.

— Está feliz? — Sua mãe indaga.

— Radiante!

— Algo a mais?

— Infelizmente não… Assim que conheceu a Alex, ela decidiu que melhoraria suas habilidades — Ele fala se apoiando na bancada de mármore da cozinha — Lena cortou nossa conexão… Posso ir agora?

— Ainda não sei o por quê do maluco do seu pai querer te levar para treinar agora! — Celeste fala se sentando em uma poltrona.

— Seth quer treiná-los para quando forem Chamados — Andrômeda soa diplomática, apesar de suas expressões faciais exprimirem o exato oposto.

— Os dois são Bishop, não precisam treinar e…

— Também são Nightingale — A voz de Seth ocupa o cômodo antes dele mesmo se apoiar no arco de entrada — Nós treinamos, Celeste. Gostamos de ter nossa magia afiada, diferente de você que gosta de afiar a língua.

— Seth Nightingale, se eu fosse você tomaria muito cuidado com suas palavras — Celeste ameaça.

— Sogra, se você fosse eu, o mundo seria um lugar melhor — O pai fala com um largo sorriso no rosto.

— Seth e mãe, parem — Andrômeda os reprime — Tenho apenas dois filhos e não quatro!

Sebastian sorri, mas rapidamente tudo em sua volta começa a ficar opaco, assumindo , em instantes, a forma de uma floresta. Seu pai o estava teletransportando para outro lugar.

— Irado!

— Sua avó é uma peça rara, filho — Ele comenta assumindo uma postura semelhante à de um militar — Vamos começar com o básico. Conecte-se com a natureza, é ela quem fez você e quem lhe deu todos os seus poderes.

O menino assente e se senta no chão de grama molhada. O poder bruxo é intimamente ligada à terra. Ele respira fundo e fecha os olhos, precisava de toda a calma do mundo para se conectar.

— Sinta o chão. Verá como é firme e resoluto.

Sebastian podia sentir as gramíneas envolverem a sua mão, abraçando-o com carinho. A terra abaixo de si aqueceu um pouco, como se estivesse tentando simular a cama quente do garoto, o chão sob si estava se tornando sua base e sua força.

— Escute os ventos, são eles que nos guiam.

A floresta cantava um baixo mantra que mais se parecia com uma canção de ninar, leve e reconfortante. Aquilo era o paraíso, um recanto de plenitude perpétua, os ventos cândidos eram sua pureza e seus instintos mais sublimes. Era isso que os humanos não entendiam, precisavam do ambiente ao seu redor mais do que imaginavam.

— Embale nas águas logo abaixo da terra e nos rios ao nosso redor — A voz de Seth parecia cada vez mais baixa, como um sussurro no meio de um sonho — Elas nos mantêm vivos.

A música da mata é embalada pelo som de uma queda d´água. Era como se ele respirasse o ar mais puro do mundo. A fluidez do líquido da vida lhe mostrava a profundeza de seu poder, como se fossem as raízes do mundo. Era um escuro que lhe dava forças para ver a luz ao mesmo tempo que parecia ser um calor que o abraçava como se fosse um velho amigo.

— Agora, foque-se…

Antes que Seth conseguisse proferir sua fala um alto som percorre a mata. Era um grito gutural, quase um urro de puro desespero, não dava para definir se animal ou humano. Sebastian sente seu corpo enrijecer, toda sua calma e foco se dissipam, sendo levado pelo barulho assustados, como uma pena sendo embalada pela brisa marítima.

— Pai… — O garoto tenta falar, mas Seth rapidamente o cala, tampando sua boca.

— Aquilo era um lobisomem — Seth sussurra segurando seu filho com força.

Tudo isso só podia significar duas coisas: estavam em uma área de caça ou estavam sendo caçados. Lobisomens não se entregavam dessa forma, eram bestas mortíferas e extremamente inteligentes. Só se notava sua presença quando já estava sendo atacado, tendo sua jugular sendo arrancada e assistindo a própria morte em silêncio. Eram máquinas silenciosas e assassinas.

Sebastian sabia, na verdade sentia no âmago de seu ser que não estavam sendo caçados e sim presenciando um ataque.

Mas quem poderia ser mais rápido e mais estratégico que um lobo?

E então tudo ficou claro, nem parecia que o garoto estava em uma floresta densa de noite. Sebastian sentiu sua mente girar, desde de pequeno ouvia as histórias que seu pai contava com atenção, crente de que eram apenas isso: lendas para ninar. Nunca deu a devida atenção já que nunca ficou frente e frente com o seu inimigo.

O urro do animal ainda estava presente, mas dessa vez podia ter certeza de que era humano. Clamava por socorro, uma voz esganiçada e aguda: uma menina. Por um momento ele sentiu sua mente desassociar de seu corpo, se ele não estivesse certo de que Selena estava na casa de Alexandra, a menina que chamava por ajuda podia ser muito bem a sua irmã.

Eles não podiam ajudar. Estariam assinando o próprio atestado de óbito. O máximo que poderiam fazer era fugir, deixando para trás uma jovem vida. Eram covardes e do pior tipo, entregues ao medo anterior ao próprio nascimento, se usassem magia os Caçadores iam saber que havia bruxos na região e uma Inquisição silenciosa se iniciaria. Eles bateriam de porta em porta, vendendo com sorriso angelical uma morte dolorosa para todo e qualquer buxo.

— Caçadores — Seth sibilou baixinho.

Sebastian sentiu seu corpo esfriar. Era verdade, havia Caçadores em Salém. Pior ainda, ele estava em uma de suas caçadas, como um observador, acuado de medo. O sentimento de impotência o estressava, mas o medo de ser encontrado era maior. Não lhe restava nada a não ser ficar ali, quieto, esperando eles passarem ou se fingir de morto ou desfalecido caso um deles se aproximasse.

— Precisamos. Sair. Daqui — O pai fala entredentes.

O menino não parece ouvir. Por debaixo de seu abraço, Seth sente seu filho estremecer. Esse seria o seu primeiro contato com os inimigos mortais dos seres sobrenaturais e ele sabia que Sebastian nunca se esqueceria. O grito havia sido tão horrendo que reverberava não só na mata, mas também na alma dos dois.

Pela primeira vez, Seth desejou não ter abandonado a presença de Celeste.

Ele estava ficando louco, mas não se tinha dúvidas, sua sogra era uma doce princesa perto dos Caçadores. Seth respirou fundo e concentrou em sua magia, não estava aguentando a incerteza, muito menos o descontentamento de seu filho.

Ut pedibus terram meam mutatio — Ele entoa baixo o suficiente para a natureza o ouvir — Spes mihi nova destination — Seth queria ir para casa, na verdade ele precisa — Domus mea accipies

Tudo ao seu redor ficou opaco, como se estivesse no olho de um furacão. Ainda agarrado ao seu filho Seth pensou que talvez deveria apagar sua memória, sempre fizera de tudo para evitar o eventual contato com Caçadores, mas quando sua esposa decidiu se mudar para Salém, seu plano desmoronou. Andrômeda é teimosa demais para mudar de ideia, Seth teria que se mudar para, na sua opinião, a cidade de Caçadores.

— Voltaram cedo, meu amor…

— Há Caçadores aqui — Sua voz acaba saindo mais como uma ameaça do que um alerta.

Ele escuta Celeste se engasgar com já e sua esposa derrubar o copo de vidro que carregava.

— Mãe… — Sebastian tenta falar mas ele sente sua garganta fechar.

Estava seguro por agora.

Mas por quanto tempo esse sentimento falso de segurança o manteria realmente a salvo?

 

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O baile fora deveras estranho, quer dizer, diferente do que Selena imaginou que seria. Tudo correu bem, a comida estava ótima, a música suave e a companhia excelente. Acabou bem mais cedo que o esperado, exatamente uma hora depois do início, mas foi divertido. Selena foi deixada em casa por Alexandra, deixando o magnífico vestido verde no guarda-roupa. Entretanto, no momento em que Lena colocou os pés em casa, ela percebeu a diferença entre os ambientes.

A Mansão Blackwaters estava absurdamente silenciosa, tudo bem que eram dez da noite, mas Celeste só ia dormir depois da meia-noite para ler seus romances clichês e excessivamente sensuais e sexuais. No natal após o seu aniversário de quinze anos, Selena se encontrava sem nada para fazer e decidiu pegar um dos livros de sua avó para ler. Péssima decisão. Não precisou ler cem páginas para receber, sem aviso prévio, uma cena de sexo explícito. Desde aquele dia, a bruxa adicionou mais uma lei em seu manual de regras para sobreviver a parte Bishop de sua família. Estava logo abaixo de “Nunca perguntar da tia Electra”, “Nunca, em hipótese alguma, pegar algum livro da vovó!”.

Nesta noite, Selena percebia uma falta de barulho na casa, como se tivesse sido abandonada. Tentava estabelecer sua conexão com Sebastian, mas ele parecia fora do ar, o que a deixava nervosa. Seu irmão nunca a deixava em paz. Avançou pela casa com o cuidado de estar andando na casa de um estranho sem ter sido convidada, mas seus temores foram dissipados ao ver seu irmão dormindo no sofá da sala e sua mãe e seu pai observando as chamas da lareira,

Péssimo sinal”, pensou. Andrômeda dormia costumeiramente após as oito da noite, sempre alegando que precisava de seu sono da beleza. Mas ali estava ela, acordado como se tivesse tomado sete xícaras de café, observando o fogo dançar. Ao passar os olhos pelo cômodo percebeu a poltrona vermelha de veludo de sua avó desocupada. Celeste deveria estar ali, com seus livros obscenos e seu chá mais doce que mel.

— Que bom que voltou, filha — Andrômeda fala sem olhar sua filha nos olhos, presa em seus pensamentos.

— Precisamos conversa — A voz de Seth soa abrupta e rude.

— Onde está a vovó? — A garota indaga incerta, parecia ser julgada em um tribunal. Havia cometido um crime terrível e agora precisava encarar seus pais e eles pareciam enojados com sua presença.

O que ela havia feito?

Nada fora do ordinário. Ia para a escola, fazia os deveres, estava no time de vôlei e não recebera nenhuma passa para detenção, diferentemente de seu irmão que já tinha ficado até mais tarde na escola quatro dias seguidos por “comportamentos questionáveis”, que, no caso, se referiam a mania estúpida de Sebastian de sempre desejar arrancar suspiros das garotas mesmo que isso significasse ficar sem camisa na frente da sala do diretor.

— Sente-se, querida, temos que conversar com você — A mãe diz finalmente olhando para Selena.

Ela tinha um olhar cansado, como se estivesse passado uma semana sem dormir.

— Eu juro que não peguei nenhum passe — Selena se adianta — Talvez, no máximo, chegado atrasada para a aula de ciência, mas foi por conta do treino e…

— Sua avó não está aqui, pois há caçadores na cidade — Seth sibila cortando sua filha.

Selena engole em seco. Ela estava certa o tempo todo, desde de que sua mãe dissera que estariam se mudando para Salém, Selena sentia seu estômago revirar. O corvo que estilhaçou a janela do carro era um aviso: “Não se mudem para cá se desejam continuar vivos”. Talvez fosse esse o aviso que alma tentara lhe dar. A natureza estava tentando avisá-los que algo ruim estava para acontecer, mas eles não conseguiram decodificar a mensagem.

O coração da garota apertou. Sua avó não estava ali. “Ela está morta”, pensou “Caçadores a mataram enquanto eu estava festejando”. Seus olhos marejaram, enquanto Selena estava se divertindo na curta hora em que cortara sua conexão com Sebastian sua avó havia sido morta.

— A vó… — Ela tenta falar mas sua voz fica presa em sua garganta

— Ela foi atrás de Electra, Lena — Andrômeda diz, quase cuspindo o nome de sua irmã.

Não podia existir sinal pior!”, pensou. Selena nunca chegou a conhecer sua tia, ela e Andrômeda eram brigadas desde de antes do nascimento dos gêmeos. Um dia encontrou um retrato de sua mãe com um jovem moça e seu pai deixara escapar o nome de sua tia, mas rapidamente Andrômeda cortou a conversa e praticamente colocou Selena e seu pai de castigo, a garota nunca tinha visto sua mãe tão irada quanto naquele dia.

Regra número um: nunca perguntar sobre a lia Electra”, pensou.

Se a primeira regra do código de convivência da família Bishop foi quebrada, significa que as coisas estavam prestes a mudar, e com Electra no meio isso não seria uma boa coisa.


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Notas finais do capítulo

Comentem: ideias, sugestões, elogios; estou sempre aberta para novos aprendizados.



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