Midnight Lovers escrita por Pandora Ventrue Black


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

"(Don´t Fear) The Reaper" - Blue Öyster Cult



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Sebastian acompanhava sua irmã com o olhar, ela era um inseto obcecado pela luz da lua. No início parecia apenas um momento de pura retrospecção, talvez Selena estivesse fazendo um feitiço para se acalmar por conta da apresentação de Alexandra, já que Sebastian podia sentir o que se passava pela cabeça de sua irmã. Pela primeira vez ele a tinha visto se apaixonar.

Mas todo esse sentimento inocente sumiu como em um passe de mágica. Sua irmã andava pelo deque e, sem pensar duas vezes, pulou na água. Era um movimento suicida e Sebastian sabia muito bem o porquê.

— Lena! — Ele grita se afastando de seus amigos.

A música para e todos entram em choque quando não veem a garota retornando a superfície. Sebastian acelera em direção ao deque, mas estava longe demais. Ele questionava a própria velocidade e rezava para que ele fosse capaz de chegar a tempo.

Lena!

Sebastian a chama, mas não obtêm nenhuma resposta. Sua irmã estava em perigo e ele era lerdo demais para ajudá-lo. Seu coração aperta, viver em um mundo sem Selena parecia impossível e ele aprendera isso da pior forma possível. Desde que a jogou na piscina no intuito de fazê-la rir, Sebastian percebeu que sua vida dependia da sua irmã. Ao ver Selena pálida e sem vida naquele dia seu coração se partiu, ele seria o único culpa pela morte dela e levaria isso para todo o sempre.

Selena não era só sua irmã.

Ela era sua metade.

Lena, por favor! Me espere!

Seus passos estavam cada vez mais rápido.

Droga! Me responda!

Por mais que Sebastian estivesse quase que na velocidade de um conversível, não foi ele que tirou sua irmã da água. Fora Alexandra, que carregava o corpo pálido e levemente azul de Lena.

— Lena! — Ele grita se aproximando da loira.

— Para trás, garoto! — Sibila Alexandra deitando com cuidado a garota desfalecida na grama.

As mãos da loira se guiam até o peito de Selena e inicia a compressão. Alexandra reconhecia a garota, era a novata que vivia na Mansão Blackwaters, a bela garota de cabelos ruivos.

A garota que lhe parecia tão familiar.

Entretanto, Alexandra nunca a viu na vida, na verdade só se encontraram duas vezes: em sua corrida e na sala de aula. O que sentia pela ruiva parecia estranho e ao mesmo tempo familiar, como se já tivessem sido amigas quando crianças. Isso não fazia o menor sentido, pois Alexandra era relativamente nova em Salém, nascera na cidade mas fora mandada para um internato quando criança. Retornara apenas para terminar o ensino médio e se adentrar no negócio da família, pois seu irmão era irresponsável demais para o trabalho.

— Selena, está me ouvindo? — Sebastian indaga se ajoelhando ao lado do corpo inerte se sua irmã.

Selena era o nome da ruiva, significava luz, mas a garota na qual estava em cima não brilhava, pelo contrário parecia opaca. Morta.

Alexandra sentiu um aperto dolorido no peito. Elas definitivamente se conheciam, mas de onde? Talvez tivessem sido amigas antes da loira ser mandada para o internato ou até mesmo se conheceram na instituição. Impossível, Alex não tinha amigos, pelo menos não uma amizade tão profunda que fazia seu coração apertar.

E então a menina acordou, cuspindo toda a água que estava em seus pulmões. Alexandra arquejou. Selena parecia brilhar, estava viva, com sua pele pálida refletindo o brilho da lua, mas antes que a loira pudesse falar qualquer coisa, Sebastian pega sua irmã no colo, a afastando tanto de Selena quanto de todos os outros alunos da Phips High.

— Jamilla, nos leve para casa — Ele ordena dando de costas para a pessoa que salvara a vida de sua irmã.

—S-Sim — Milla fala enquanto pega as chaves do carro de forma desajeitada.

Todos ali estavam assim, assustados e nervosos. Acho que nunca presenciaram um afogamento, mas Sebastian não podia se importar menos. Tudo o que ele via e pensava era sua irmã. Estava viva, mas algo nele havia mudado. Sebastian não se importava com a quantidade de vezes que sua irmã falava que o odiava, nem as diversas guerrinhas que armava ou as vezes que ela o fizera passar vergonha, ele amava tudo aquilo.

Ele amava sua irmã.

Vê-la pálida, desacordada e com os lábios roxos o deixaram fraco. Como se toda a sua magia tivesse ido embora. Talvez Selena fosse a origem de todo o seu poder.

Bash…

Ela o chama baixinho, tremendo contra a pele quente de seu irmão.

Você está bem, Lena.

Sinto muito.

Você está viva e isso é o que importa.

Os dois ficam em silêncio, ele a acomodando no carro e ela ainda repassando os momentos com o Espírito em sua mente. Nada daquilo fazia sentido, assim como os corvos suicidas do dia anterior. Como uma alma foi capaz de controlá-la sendo que elas jamais fariam algo do gênero. Almas são o nada, um grande vazio.

Mas um Espírito alterou a realidade de Selena.

Isso deve significar alguma coisa.

Brigue comigo, mana.

Bash?

Selena podia sentir o poder de seu irmão extravasar, ele não conseguia mais manter sua postura. Uma chuva devastadora despenca do lado de fora, arruinando o luau. Era Sebastian, seu coração estava apertado demais, preocupadíssimo demais com sua irmã para se importar com uma festa estúpida de adolescentes.

Brigue comigo, diga que me odeia e me faça passar vergonha na frente de todo mundo, mas nunca corte a nossa ligação… Pelo menos não dessa forma.

Bash, eu sinto muito…

Selena sabia muito bem o que aquele pedido significava. Ela segurou a mão de seu irmão, ele estava tremendo um pouco. Os dois permaneceram em silêncio no banco de trás do carro vermelho de Jamilla, apenas aproveitando a companhia.

 

⇻♡⇺

 

No meio da chuva estava Alexandra, observando o veículo vermelho acelerar pela rodovia. Nele estava uma pessoa que havia mexido com a vida da loira de uma forma que ela não esperava. Se fosse qualquer outra pessoa caindo no Darkside River, Alex não ligaria, decerto seria um morador e saberia nadar até a superfície. Porém, quando a garota viu as madeixas ruivas sumirem na escuridão das águas negras do rio, seu coração pareceu explodir.

Num ato instintivo ela largou sua guitarra e correu para o deque. Em sua mente ela questionava tudo aqui, não queria se molhar, muito menos parar de se apresentar. Entretanto, seu corpo fazia o exato oposto.

Quando tirou Selena do rio e a colocou no gramado, Alexandra quase quis chorar. A garota estava pálida, com lábios roxos, meio azulados. Com os olhos levemente marejados ela iniciou os prontos-socorros necessários. No momento em que Lena se levantou, clamando por ar, Alex quis gritar de alegria, contudo a garota fora retirada de seus braços e arrastada para o maldito carro vermelho.

— Droga… — Ela sibilou no momento em que a tempestade caiu.

Findava, assim, a festa, a apresentação e o sentimento estranhamente familiar. Sua vida estava voltando ao normal, o único problema era que Alexandra estava incerta se realmente queria isso.

— Irmã? — Uma voz masculina se aproxima dela — Parece que os novatos são mal-educados e…

— Cale a boca, Magnus — Ela retruca olhando para o irmão.

Socá-lo a faria bem.

— Ui, está nervosa, irmãzinha?

Pensando bem, socá-lo a faria muitíssimo bem.

Alexandra suspira, se afastando de seu irmão. A noite definitivamente havia acabo e isso só significava uma coisa: precisaria voltar para casa.

— Se acha que vai para casa, está muito errada Alex! — Seu irmão fala sem olhá-la nos olhos — Papai mandou uma mensagem.

O sangue da garota congela. Uma mensagem de seu pai nunca era uma boa notícia, principalmente quando Magnus a recebia primeiro.

— Ele disse que sua presença é requisitada e não devemos nos atrasar, deixaríamos os hóspedes esperando.

— Você quis dizer nossos padrinhos? — Ela fala pegando seu casaco na esperança de estar seco.

Errado.

Estava mais encharcado do que ela mesma.

— Sabe muito bem que não sou aceito pela nossa família… — Sua voz soa chorosa, mas Alexandra conhecia muito bem seu irmão, aquilo era apenas um show.

— Ainda bem que sabe que ninguém gosta de você — Ela dispara se aproximando de sua moto.

— Sei de alguém que gosta…

— Quem? A morte?

— Não seja maldosa comigo, irmã — Seus olhos finalmente se encontram, Alexandra podia ter certeza de que eles mudaram de cor, indo de um âmbar para verde cor de cobra, logo em seguida retornando para a cor original — Selena gosta de mim…

A garota cerra o maxilar. Ela ia socá-lo.

— Conheci ela mais cedo na escola… Quando tocou em mim, quase desmaiou — Ele sorri maliciosamente — Está caidinha por mim…

— Ou ela apenas sentiu que você não é uma boa pessoa, Magnus, o que não é muito difícil, para ser sincera.

Os dois ficam em silêncio observando o resto dos adolescentes de Salém irem embora por conta da chuva. Quando finalmente ficaram sozinhos, Magnus soltou um suspiro exagerado.

— Eu amo chuva — Ele comenta — Parece que sempre lava a nossa alma.

— Como se tivesse uma, irmão — A loira fala subindo na motocicleta

— Para onde está indo?

— Adivinha? — Ela sibila fazendo o veículo roncar.

— Para casa?

Os olhos de víbora de Magnus a analisam. Era óbvio que Alexandra não iria para casa, já que não queria ficar na presença de seus pais, muito menos com seus padrinhos. Reuniões familiares dos Hollister eram, no mínimo, inexplicáveis. Ela investigaria a razão de suas confusões, o motivo de sua noite ter acabado com uma tempestade e uma onda súbita de tristeza.

Ela acelera mais uma vez, passando por Magnus sem lhe dirigir uma só palavra.

Sabia que sofreria severas consequências no momento em que pisasse em casa, mas ela precisava vê-la, certifica-se de que Selena estava bem.

 

⇻♡⇺

 

Selena já se sentia muito melhor, sentada a lareira e vestida com uma calça felpuda de um pijama qualquer e um moletom cinza. Estava sendo obrigada a repedir pela quinta vez o que havia acontecido enquanto bebia o maravilhoso chocolate quente de Nykkia. Andrômeda, Celeste e Nykkia estavam sentadas em poltronas antigas formando um semicírculo na frente da garota.

— Pela milionésima vez, eu estava sentada e vi um Espírito passando e… — Ela engole em seco — Parecia que estava sob um feitiço.

— A alma falou alguma coisa, minha filha?

— Andrômeda Bishop, não fale besteira! Sabe muito bem que Espíritos não falam! — Celeste exclama, irritada.

Nykkia suspira, parecia cansada. Não só por conta dos corvos e da alma que quase guiou Selena a sua morte, mas por causa de suas melhores amigas.

— Ela não disse nada, mãe, mas me olhou pedindo socorro… Era uma garotinha com roupas antigas, como aquelas da minha apresentação de balé quando tinha sete anos — Selena explica bebericando do chocolate quente — Não consegui me comunicar com ela, mas ela queria dizer algo… Só não sei o que.

— Selena, ela apareceu somente para você, certo?

— Sim, acho que nem Bash a viu…

— Não, não vi… — Sua voz rouca ecoa pela sala — Acompanhei Lena com o olhar, achando que estava apenas brincando ou fazendo algum feitiço, até que… Bem, vocês sabem.

— Ela poderia ter morrido… — Andrômeda fala baixo, Selena sabia que sua mãe estava preocupada, estava óbvio, já que nunca a viu com tantas olheiras.

— Mas não morri, uma menina me tirou de lá… — Selena fala se aconchegando um pouco mais na poltrona.

— Sebastian não estava com você?

— Não, mãe, ele estava com os amigos dele, mas não teve culpa… Nenhum de nós sabia o que ia acontecer — Ela se levanta da cadeira, destemida como sempre — Tudo aqui em Salém está estranho demais, não percebem? Primeiro os corvos, agora os mortos fazendo contato?

— A filha de vocês está certa… Nunca li nada sobre Espírito serem capazes de colocar nós bruxas em transe.

— Espíritos sozinhos, não — Celeste dispara, observando o fogo se mexer.

— Do que está falando, vovó?

— Nós bruxas não somos uma espécie em extinção, Lena… Há mais seres mágicos por aí do que pensa.

— Pense bem no que vai falar, mãe… — Andrômeda alerta.

— Não estou entendendo o seu ponto, vó?

— O que os Nightingale andaram aprontando? — Celeste fala apontando para Seth, o pai dos gêmeos — Fazendo pactos e mexendo com magias que não tem menor noção sobre as consequências!

— Você sabe muito bem que os negócios que minha família faz é 100% seguro! Nunca fomos de fazer pactos sem amarrar muito bem todas as pontas do contrato! — Seth fala, ou melhor, emana fazendo a sala escurecer — Não me ofenda, sogrinha.

— Vocês nunca aprendem!

— Pare, mãe! Você mesma já fez um pacto com um Nightingale ou se esqueceu como conseguiu fazer o negócio de seu falecido marido crescer?

Selena revira os olhos. As ofensas foram lançadas.

Ótimo, mal posso esperar para começar a ver os pratos voarem!

Não fale isso, Lena, há tantas porcelanas caras aqui. Daria para vender e comprar uma moto…

Você não gosta de motos, Bash.

Era apenas a mais pura verdade, o gêmeo sofrera um gravíssimo acidente de moto ao tentar dirigir o veículo de seu tio, caindo no asfalto de Nova Orleans no momento em que acelerou. Quebrou o braço esquerdo e leva, até hoje, cicatrizes no joelho que mais pareciam manchas de tinta. Sebastian sorri, observando sua avó mexer os dedos, fazendo um prato com flores pintadas voar pela sala, se estilhaçando na parede ao lado de seu pai.

E lá se vai 150 dólares.

Na verdade é algo mais antigo, deve valer um pouco mais de 300 dólares.

Pior ainda, maninha.

Um largo sorriso surge na face de Selena, era bom ter um momento normal. Seus olhos se voltam para Nykkia, que se sentava de forma elegante perto da lareira, pensativa, mexendo sua xícara de chá. Um oásis de paz em meio toda a confusão da família Bishop-Nightingale. A paz é interrompida por um baque surdo de duas estantes de livros.

— Nem comece, Seth, sabe muito bem que eu estou certa — Ela sibila cruzando os braços — E não derrube minhas estantes, há meus romances ali!

— Está certa ou apenas gosta de criticar os outros? — Seu pai fala derrubando mais uma estante — Acredite eu não poderia me importar menos com esses livros mal escritos.

A cena era cômica: uma senhora de idade, vestida com um luxuoso robe de penas vermelhas, contra um homem de roupas pretas do pé a cabeça. Cacos de vidro, lascas de madeira e livros ocupavam o chão da sala. Era apenas uma conversação saudável entre sogra e genro à Bishop-Nightingale. E de repente a casa se cala. Um barulho de motor se aproximava da Mansão Blackwaters, fazendo com que Celeste rapidamente arrume todo o ambiente caótico, era como se a discussão nunca tivesse acontecido.

Duas batidas na porta.

— Abra, Selena — Ordena sua mãe.

Respirando fundo e ainda sorrindo, Selena se aproxima da porta. Ela amava a magia e, ainda mais, a sua família. Sua mão toca na maçaneta, mas ela não precisava ver quem estava do outro lado para saber quem era. Não era o cabelo loiro que entregava, mas sim o seu coração que acelerava a cada instante.

— Vai abrir ou não? — A voz era rouca e parecia levemente constipada.

Era Alexandra, encharcada pela tempestade causada por Sebastian.

— Me desculpe — Selena fala sentindo sua face aquecer; ela estava sendo patética — Entre, saia dessa chuva.

A loira avança pela porta a passos cuidadosos, se espantando com o interior da mansão. Era linda e antiga, como uma casa de um colecionador fervoroso ou o campus de uma faculdade inglesa. Parecia a casa ideal da Alex de dez anos de idade.

— D-Deseja alguma coisa? Chá? — Selena gagueja observando Alexandra andar pela casa, ela parecia feliz, se não fosse por sei nervosismo, Lena juraria que tinha visto um breve sorriso em seu rosto.

— Queria falar com você — A loira dispara

Vão para a sala, não estamos mais lá. Falei que era sua namorada e eles decidiram te um pouco de privacidade.

Ela não é a minha namorada, Bash.

Ainda não é.

Calado!

Ah, como eu senti falta disso.

Selena suspira, se virando para Alexandra.

— Venha para o meu quarto, vai ficar resfriada.

— Hã?

— Está encharcada.

— Por um momento me esqueci — Ela fala abrindo um sorriso mínimo — Não quero dar trabalho, apenas falar com você.

— Como quiser — Selena fala abrindo o braço, guiando Alexandra para a cozinha.

A garota se senta ao lado da lareira, tremia, mas não era por conta do frio. Estar na Mansão Blackwaters a fazia se sentir em casa, como se pertencesse a aquele lugar. Parecia estranho pensar aquilo, mas não se passava da mais pura verdade.

— Me desculpe por estragar o seu show — A bruxa diz triste ao entregar uma xícara de chocolate quente para a visita.

— Não se preocupe, ia ser pior se tivesse morrido.

Selena se cala.

Droga”, pensa Alexandra. Sempre insensível e agora ela se sentia péssima por ter sido grossa com uma garota que mal conhecia.

— Não foi isso que eu quis dizer…

— Não tem problema — Selena retruca se sentando no chão — Fiz besteira e isso poderia ter tido uma consequência grave…

O cômodo fica em silêncio, sendo embalado pelo queimar da madeira no fogo.

— Acho que, bem, meu irmão me retirou da festa antes que eu pudesse te agradecer…

— Sim, ele parecia possesso.

— Hum… Meu irmão sempre foi assim, muito sentimental — Selena comenta sorrindo, desviando seu olhar para o fogo — Obrigada por me tirar do rio e perdoe Sebastian.

— Apenas fiz o que tinha que ser feito.

Mentira. No momento em que Selena caiu no rio, Alexandra sentiu sua vida ser sugada junto, como se ela tivesse afundando junto, fisgada por uma linha invisível que, de alguma forma, conectava as duas. Se a garota não sobrevivesse, Alex tinha certeza que morreria junto.

— Mas não era sua obrigação… — Selena revira os olhos — Apenas aceite meus agradecimentos.

Alexandra sorri. Talvez Selena fosse tão teimosa quanto ela.

— De nada — Ela fala deixando a xícara intocada na mesinha ao lado da poltrona e se aproxima de Selena — Nós nos conhecemos?

— Acredito que não — Selena sentia seu corpo aquecer, ela estava tão perto que era possível sentir o cheiro de seu perfume: lavanda.

— Sinto que já a conheço… — Ela deixa escapar, se aproximando cada vez mais de Selena

Alexandra sabia muito bem que isso parecia loucura e estava surpresa por Selena não ter se afastado ou lhe dado um tapa. Estava perto demais, se ela se inclinasse mais um pouco seria capaz de beijá-la. Aquilo era, sem dúvida, uma espécie de droga: o seu cheiro e seu calor era inebriantes.

— Não sente o mesmo? — Sua voz era rouca e sensual, levemente forçada. Alexandra estava perdendo a cabeça.

— Eu… — Selena tenta falar, mas estava perdida nos olhos da garota; marrons claros com pequenas estrias castanhas que mais pareciam douradas.

— Talvez eu esteja louca — Alexandra sorri mais uma vez, mas essa alegria era causada pelo rosto de Selena — Está com uma cara engraçada.

A bruxa sai de seu transe, se sentia insultada.

— Me desculpe, mas eu ouvi certo? Cara engraçada?

— Sim — Alexandra diz repousando suas costas na poltrona.

Selena ficou boquiaberta, atônita.

— Ah, fala a pessoa que está parecendo um cachorro molhado!

Touché.

As duas riem. Alexandra estava feliz, ouvir a risada de Selena parecia uma música, talvez, um dia, ela escreveria uma música que se parecesse com tal som. Seria um sucesso, para seu coração ao menos e no fim do dia isso era o que mais importava. Elas ficaram ali, jogando conversa fora como se fossem melhores amigas desde de crianças, ou amantes em seus primeiros meses de namoro, era difícil dizer. Não perceberam as horas passarem, talvez tivessem percebido, porém decidiram ignorar.


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Notas finais do capítulo

Comentem: ideias, sugestões, elogios; estou sempre aberta para novos aprendizados.



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