A Última da Linhagem escrita por HR


Capítulo 7
Capítulo 7 - Ocultação




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—Liv, tá tudo bem. – Elena parece ter certeza do que dizia enquanto tocava seu braço gentilmente para acalmá-la, olhando-a nos olhos afirmando o que dizia – Nós estamos aqui, ninguém vai poder te ferir.

—Eu posso fazer um feitiço de ocultação. – Bonnie sugere, recebendo a atenção de Liv – Assim ele não poderá te achar com nenhum tipo de magia.

—Você é um gênio, Bonnie.

—Isso é incrível! – Liv se surpreende, mais aliviada.

—Eu só vou precisar de um lugar mais calmo... – Bonnie olha em volta – Vamos fazer na despensa do Grill.

—Tudo bem, eu só... – Liv olha para as cartolinas nas suas mãos e vai até Damon que aparentemente era o único sem fazer nada, então joga-as na frente dele, apressada. – Agora é sua função.

—Hei! – Damon resmunga, indignado – Eu já estou ocupado aqui.

—Fazendo o que por exemplo?

—Agindo, enquanto vocês fogem. – Damon se levanta da banqueta do bar e fica bem próximo de Liv – Então... com licença.

 Foram poucos segundos, mas o bastante para Liv sentir uma tensão diferente ali durante aquele relance de olhar que passou dos seus olhos aos seus lábios antes dele quase esbarrar propositalmente nela enquanto vai em direção a porta. Ele tinha um charme diferente de qualquer homem que já conheceu e aquilo a deixou balançada por alguns segundos enquanto acompanhava-o com o olhar, ainda desnorteada.

 

 

Bonnie e Liv foram para os fundos do Grill enquanto Elena voltou para ajudar Caroline depois do mini ataque de surto que ela deu por conta do atraso da decoração. A festa era amanhã e apenas metade do local estava decorado e isso era um prato cheio para a ansiedade dela, então eles começaram a apressar os passos para finalizar ainda hoje.

Havia sal, velas acesas e ferro em pó numa tigela improvisada, enquanto Bonnie sussurrava algumas frases em latim. Liv olha tudo um tanto assustada, nunca havia visto algo parecido e sequer se imaginou precisar de algum feitiço um dia. Sabia que tinha uma grande chance de dar certo, pois acreditava que havia mesmo magia ali e que Bonnie era capaz de fazê-lo. A verdade era que desde que chegou na cidade, muitas coisas haviam se desconstruído da sua realidade tornando o sobrenatural em algo real, então agora acreditava em tudo.

 –Preciso do seu sangue para ligar você ao feitiço.... – Bonnie diz plenamente, como se aquilo fosse completamente normal, enquanto estendia uma faca para ela.

—Tudo bem... eu acho.

 Liv então faz um pequeno corte fundo em sua mão e Bonnie a ajuda para que algumas gotas caíssem dentro da tigela, que pega fogo no mesmo segundo que Bonnie voltava a sussurrar mais palavras em latim. Liv recolhe a mão, observando tudo completamente admirada. Aquilo era incrível, Bonnie era incrível.

 –Está feito. – Ela sorri toda simpática enquanto apaga as velas – Ninguém poderá te achar através de algum feitiço ou sentir sua presença, é como se estivesse “bloqueada”.

—Obrigada! – Liv sorri, aliviada. Então depois de ajeitarem tudo para voltar, Liv continua – E o que vai rolar aqui?

—Amanhã é Halloween. – Bonnie responde, animada. – Todos virão para passar a noite aqui. Ano passado foi no cemitério, mas... não acabou muito bem.

—Como assim?

—Bonnie, eu preciso de mais sangue falso. – Caroline dispara no mesmo segundo enquanto passa pelas duas com pressa.

 

 

 

Damon chega na delegacia já totalmente familiarizado com o ambiente e vai direto para a sala da xerife, que no momento parecia estar de saída. Ironicamente ambos criaram uma certa ligação que até é difícil de ser explicada, levando em conta o fato de que ela comandava o plano de ação contra vampiros e mesmo assim guardava o segredo dele e de todos os envolvidos. Inclusive, agora sua filha Caroline também era vampira - não por opção dela -, então ela acabava protegendo-os pelo seu bem.

 –Você está com a cara de quem vai me pedir algum documento sigiloso. – A xerife estreita os olhos para Damon.

—Eu fico encantando por me conhecer tão bem. – Ele abre um sorriso elegante enquanto se aproxima da mesa dela.

—Você ainda vai me ferrar bonito com isso... – Ela suspira e se senta na cadeira de sua mesa, desistindo de sair e abrindo espaço em sua agenda para o que quer que fosse a confusão – O que aconteceu agora?

—Na verdade é mais para “quem”. – Damon mexe em suas pastas expostas na mesa, recebendo um tapa na mão da xerife, que o lança um olhar de repreensão – Quero saber quem estava revirando o carro de Liv Petrova.

—Nós não temos essa informação. – Ela cruza as mãos por cima da mesa – Só sabemos que aparentemente ele não levou nada.

—E você está com cara de que está ocultando algo. – Damon apoia-se com as mãos em cima da mesa, chegando perto da xerife a ponto de constrange-la.

—Tudo bem... – Ela desvia sua atenção e joga uma pasta sob a mesa – Suspeitamos desse homem. Ele não tem nenhum registro como cidadão aqui na cidade e nem em qualquer outro... só temos uma imagem dele pela câmera de segurança de uma casa próxima... mas, não fui eu quem te contou isso.

—Você é a melhor, xerife. – Damon abre um sorriso e pega a pasta ainda sem abri-la.

—Ah, Damon... Amanhã é Halloween.

—Eu sei, estarei de... vampiro seria muito clichê? – Damon brinca com um sorriso debochado.

—Eu quero dizer que não quero mortes amanhã. – Ela o olha agora séria enquanto ele a ignora, olhando a ficha de quem havia pegado – Você terminou com Elena e eu não sei como está a sua saúde mental no momento, então eu só...

—Não acredito... – Ele diz referindo-se ao sujeito, ignorando-a.

—Damon! Você ouviu o que eu...

—Cada palavra. – Ele dá um sorriso apressado devolvendo a pasta à mesa.

—Você sabe quem é?!

—Infelizmente. E adivinhe, ele sim pode acabar com sua festa amanhã. – Diz enquanto tira seu celular do bolso e então sai às pressas.

 Não era possível, mas analisando as recentes loucuras, talvez era. Enquanto a ligação chamava por Stefan, várias suposições borbulhavam em sua mente sobre a ligação dele com Liv, mas nenhuma fazia sentido.

 –Damon? Precisamos de sangue falso.  – Stefan diz ao atender e Damon por um segundo fica um tanto perdido, ouvindo-o reforçar novamente – f-a-l-s-o.

—Acho mais válido esperar pelo banho de sangue de amanhã e estará tudo resolvido. – Damon apenas diz, entrando em seu carro.

Espera aí... o que descobriu?

—Eu gostaria de entender. Por isso eu estou indo aí tirar satisfação com Bonnie.

Desenvolva, sou péssimo com adivinhações.

—Silas.

Silas? Damon, seja mais específico! Silas está morto, o que...

—Estava, aparentemente.


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