A Última da Linhagem escrita por HR


Capítulo 5
Capítulo 5 - Verdades ocultas




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De repente o silêncio inundou aquela sala. Os estalos do fogo na lareira acesa eram a única coisa que reproduzia algum som, caso contrário, poderiam jurar ouvir a respiração de cada um entrando e saindo dos corpos. Único lugar em que não havia sossego e estava disparando informações diversas era a mente de Liv, que tentava resgatar lembranças que talvez façam sentido ou expliquem parte daquela loucura.

Elena havia se prontificado a buscar algo para tomar e Liv aceitou uma dose de uísque para ver se a relaxava. Então, com o copo entre as mãos e os cotovelos apoiados em seus joelhos ainda sentada no sofá, ela olha para Alaric. Ele sabia que na verdade ela estava buscando um apoio emocional para contar a história toda e ele apenas assentiu, sabendo que ela falaria também sobre sua esposa.

—Bom... – Liv dá mais um gole no uísque e então olha para Katherine sentada no braço do sofá a sua frente – Eu nasci em Tallahassee e vivi lá desde... ontem. É até engraçado dizer que saí de lá achando que minha vida iria se resolver, mas cá estou eu numa sala cheia de vampiros que eu sequer achava que existia, talvez correndo risco de vida.

—Mas você conhece o Ric, não sabia de nada mesmo? – Elena pergunta um tanto confusa.

—Eu conheci Alaric quando eu ainda era pré-adolescente e minha mãe tinha mudado de emprego pela décima vez. Ela fez amizade com uma amiga do trabalho que coincidentemente era a esposa de Ric, então as vezes acontecia delas terem que viajar a trabalho e eu ficava na casa dele até voltarem. – Liv olha com carinho para Ric ao lembrar daqueles tempos, mas logo seu semblante se fecha ao ter um flashback – Aí as coisas ficaram estranhas, a esposa de Ric simplesmente sumiu e isso deixou minha mãe muito inquieta.

Damon e Alaric se entreolham pelo canto do olho, logo desviando sua atenção novamente para Liv, aliás, já haviam discutido sobre isso tempos atrás. Todos pareciam estar realmente submersos na história e até mesmo Katherine evitou interrompê-la.

—Minha mãe começou a me dar aulas de defesa pessoal e me entregou uma pulseira. Me contava histórias de que a nossa família era uma sobrevivente, mas eu sempre achei que era porque éramos sozinhas e as únicas Petrovas até então...

—Espera aí, você disse que ganhou uma pulseira dela... Por que não está usando? – Stefan pergunta curioso, ao checar seu pulso.

—Eu não consegui mais usá-la depois que.... – Liv olha para o seu pulso, esfregando-o de leve com a outra mão – ...ela morreu semana passada.

—Sinto muito. – Elena diz com toda sinceridade, afinal, ela sabia o que era passar pelo momento de perda, pois já havia perdido quase sua família inteira também.

—Desculpa ser indelicado, mas você a trouxe junto? – Stefan novamente pergunta, curioso.

—Por que quer saber da minha pulseira? – Liv o olha visivelmente confusa.

—Ele só quer testar pra ver se a pulseira que sua mãe deu tem verbena. Porque isso prova que ela sabia sobre os vampiros e queria te proteger deles. – Katherine responde com visível tédio – Mas continua a história.

—Está na minha bolsa, no carro... – Liv diz para Ric na intenção de que ele fosse busca-la para finalmente tirar a dúvida. – Enfim.... É isso. Eu vim pra cá em buscas de respostas, mas eu não achei que iria acabar aqui.

—Só isso?! – Katherine ergue as mãos visivelmente decepcionada – E sua avó, bisavó, sei lá mais quem... e as histórias delas? Alguma coisa?

—Eu não faço ideia...

—Que ótimo, então você é inútil. – Katherine se levanta, indo na direção de Liv.

—Espera. – Elena dispara antes que Katherine possa tocar nela – Sabemos que a esposa de Ric foi transformada em vampira antes de definitivamente morrer... vocês não acham que ela possa...

—Não, ela definitivamente morreu. – Liv diz, incomodada – Eu vi ela no caixão, com...

—...o pescoço estraçalhado e o corpo sem sangue? – Katherine continua a frase com toda a sua petulância.

—Na verdade, sim. – Liv desvia o olhar e se levanta, incomodada.

—Vocês estão pensando o mesmo que eu? – Damon olha para Stefan e Elena com um enorme mistério em seu rosto.

—Ele não teria a matado dessa forma, é muito... principiante. – Katherine interrompe, olhando para os meninos – Ele iria tortura-la antes.

—Ok, pra mim já deu. – Liv esfrega as mãos no rosto, extremamente incomodada com o rumo da conversa.

—Eu te levo pro meu apartamento, pode dormir lá. – Alaric volta do seu carro com a pulseira na mão, mas a guarda no bolso antes que vissem quando se depara com a situação, percebendo que estava na hora de ir, repreendendo Katherine com o olhar pelo o que havia dito. – Quanta sutileza.

 

 

Foi difícil dormir naquela noite. Mesmo depois de um banho frio para diminuir qualquer tensão e aliviar suas paranoias, Liv ainda se sentia exausta mentalmente. Não havia passado sequer 24h desde que chegou e tudo que já absorveu parecia mudar toda a sua história, fazendo-a repensar diversas vezes sobre “Quem é a Liv?” ou então “Quem era sua mãe?”, porque sua vida agora parecia ter sido uma grande mentira. A vida toda ela sequer desconfiou de qualquer segredo que sua mãe poderia estar escondendo, até agora, quando começa a juntar alguns pontos.

Estava quase clareando o dia novamente e havia dormido pouquíssimo durante a noite. Liv estava lendo seu diário da adolescência que guardou como recordação, e encontrou algumas reflexões que hoje poderiam estar lhe dando algumas respostas. Ela sublinhou todas e até reescreveu em outra folha, encaixando algumas frases até desvendar algo e quando releu tudo seu queixo caiu.

—Liv? – Alaric dá leves toques na porta do seu quarto de hospedes na intenção de verificar se já havia acordado.

—Ric, entre.

Ele entra, mesmo um pouco receoso de ser invadindo de certa forma a privacidade dela, mas se surpreende ao vê-la sentada no chão do quarto com um caderno e várias folhas jogadas em volta. Mas uma em específico estava nas suas mãos e ela o estende para Alaric.

—Eu lembrei de algumas coisas, escrevi outras no meu diário e... acho que eu descobri porque ela vivia fugindo e mudando de emprego. – Liv se levanta para apontar com o dedo as palavras enquanto disparava falando – Teve uma época que eu ouvia ela falar no telefone com alguém e ela sempre estava citando um certo “ele”, como “ele não pode estar na cidade”, ou “ele não sonha que eu estou morando aqui”... e talvez esse “ele” seja quem a matou!

—Liv...

—Eu escrevi “Minha mãe não cresceu ao lado da mãe” e depois “ela não me deixa sair de casa”. Alguém também matou minha avó e minha mãe não me deixava sair porque ela tinha medo de que “ele” pudesse me encontrar, e....

—Liv! – Alaric a interrompe, analisando-a – Você ficou a noite toda fazendo isso?

—Eu tenho que descobrir a verdade. – Ela suspira, por fim acalmando-se da adrenalina. – Talvez Katherine esteja certa e alguém está matando nossa família geração a geração.... Ric, eu...

—Vem cá. – Alaric então a abraça de repente, aconchegando-a em seu peito enquanto acaricia suas costas – Eu não vou deixar que ninguém encoste em você. Nós vamos encontra-lo antes que ele possa te achar.


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Notas finais do capítulo

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