A Última da Linhagem escrita por HR


Capítulo 3
Capítulo 3 - Além da realidade




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O bar estava um tanto cheio e pela iluminação baixa, pouco dava para encontrar alguém de primeira vista. Havia muitos grupos de amigos bebendo e falando alto, uma pequena fila ao redor do balcão do bar para pegar suas bebidas e música ao vivo. Estava movimentado o bastante para uma quarta-feira, para a sorte do dono.

—Me desculpe, mas... – Um homem de repente aparece ao seu lado, assustando-a. Ele não parecia ter a intenção, então ele sorri sem jeito, se desculpando novamente. – Perdão, não quis te assustar, eu só.... Você está procurando alguém?

—Você é péssimo em cantadas. – Ela apenas diz, tentando segurar o sorriso enquanto usa seu tom de julgamento.

—Na verdade.... – Ele abre um sorriso espontâneo e parece desistir do que iria falar anteriormente – Meu nome é Stefan. Stefan Salvatore.

—Prazer. – Ela responde educadamente, olhando em volta ainda em busca de Ric.

—E você definitivamente está procurando alguém. – Ele a analisa, olhando também em volta – Se eu puder ajudar...

—Duvido muito, o nome dele é Alaric. Ele é alto, loiro, sempre está vestindo gola V...

—Espera, Ric? – Ele a olha no mesmo instante, curioso.

—Você o conhece? – Ela também o olha confusa, achando que talvez estivesse brincando com ela.

—Sim, ele está no balcão, se quiser... – Stefan comenta e antes que possa terminar a frase, ela se dirige até o balcão do bar para encontra-lo, deixando-o ali sozinho por alguns segundos até que ele decide segui-la.

Alaric estava em sua quarta dose de uísque, conversando com outro homem amigavelmente. Ambos estavam entretidos demais na conversa e nem perceberam a presença dela até então.

—Seria legal atender o celular. – Ela diz para ver a reação de Ric, que se vira lentamente para se certificar de que era mesmo quem imaginava ser.

—Liv? – Ele muda sua expressão instantaneamente, surpreso com a presença dela. – O que está fazendo aqui?

—Qual é a probabilidade? – Damon a olha pasmo, como se não acreditasse mesmo no que via.

—Precisamos conversar. – Ela suspira e bebe o restante do uísque no copo de Ric.

—Ric... – Stefan diz sutilmente esfregando sua mão no pescoço disfarçadamente, insinuando que ele olhasse para o dela, e o amigo logo nota também.

—Claro... – Alaric diz, depois de ver a marca no pescoço dela aparecer entre os fios de cabelo – Vamos para um lugar mais tranquilo...

Stefan percebe a perturbação em seu olhar e que tentava disfarçar virando seu uísque. Naquele segundo, os pontos se encaixam e ele percebe o que o irmão havia feito. Stefan senta ao lado do irmão no bar e o olha, esperando por alguma resposta coerente.

—Sim, fui eu e ainda bem que não a matei. Tá todo mundo me culpando por algo, não poderia afastar Ric também. – Damon encara o nada por um tempo, lembrando da discussão com Elena.

—Você ia matá-la? – Ele o olha, incrédulo.

—Elena surtou quando eu disse que não iria salvar Matt ao invés dela no acidente. Ela me perguntou a verdade Stefan, e eu respondi. – Damon fica indignado e dá de ombros – Por que ela ainda espera ouvir coisas boas sobre mim? Chega a ser irônico.

—E por isso, você queria mostrar quem é você de verdade. – Stefan completa seu raciocínio e pelo olhar do irmão, ele havia acertado. – O que te impediu?

Damon não responde, porque ele realmente não sabia o que dizer e até preferiu assim. Os dois acabaram ficando em silêncio e se separando por fim dentro do bar para evitar que aquela conversa pudesse ter alguma continuação.

 

Enquanto isso, Alaric estava com Liv perto de seu carro, ouvindo com atenção tudo o que ela dizia, realmente surpreso com a morte misteriosa de sua mãe e ao mesmo tempo, curioso a respeito de quem havia a mordido pois a ideia dela ter talvez passado raspando pela morte o incomodava profundamente. Ambos criaram um laço de amizade muito firme nos anos em que se encontravam e saíam para o parque, fazendo competições ridículas de cachorro-quente e vários desafios que deviam ser esquecidos no tempo. A questão, era que por mais vergonhoso tenha sido alguns desses momentos, eles só queriam vive-los de novo ao lado de quem amavam.

—Ela estava no trabalho, as filmagens e o chefe dela comprovaram isso. Aconteceu algo no caminho para casa, mas ninguém viu, ela simplesmente desapareceu por dias até... – Liv desvia o olhar para o céu estrelado da noite, impedindo suas lágrimas de caírem.

—Caramba... – Alaric só consegue dizer, inconformado – Eu devia estar lá com você.

—Não, tudo bem. – Ela seca a lágrima que teimou em cair e então dá um leve sorriso – Só me diga que encontrou quem fez aquilo com a Isobel.

—Então... – Alaric franze a testa parecendo receoso em responder – Vai parecer completamente absurdo e até hilário dizer isso, mas... eu encontrei e hoje somos amigos. E antes que diga algo...

—O quê?! – Ela praticamente surta, boquiaberta.

—... eu descobri coisas sobre ela que eu não imaginava. Por exemplo, o fato dela ser fanática por vampirismo e literalmente implorar para que ele a transformasse. Na verdade, ela disse que “odiava a vida dela”.

—Espera... – Liv sente como se aquelas informações a golpeassem fortemente, deixando-a atordoada – Vampirismo?

—Ah... – Alaric percebe que ela na verdade não havia descoberto nada sobre isso e tenta direcionar o assunto para outro lado – O que é isso no seu pescoço?

—Não, não... Isso é loucura... Eu dirigi por horas pra ouvir que vampiros existem? – Ela dá uma risada nervosa sem acreditar no absurdo que era aquele assunto, mas ao ver Alaric ainda sério mordendo o lábio sem saber o que dizer, ela empalidece. – Eu... eu preciso ir.

—Espera, Liv... Você tem onde ficar?

—Eu dou um jeito. – Liv suspira e antes de ir embora, vira novamente para Alaric – Foi... Foi bom te ver, Ric. Mas amanhã de manhã eu vou embora daqui.

—Liv... – Ele a chama, mas ela apressa o passo, transtornada, até seu carro.

Era loucura demais. Não fazia sentido algum. Isobel vampira? Ela nunca soltou nada do tipo em nossas conversas, em nenhum momento deu a suspeitar sobre e... como assim Ric virou amigo do assassino de sua esposa? A morte de minha mãe... não, não... Era demais pensar que vampiros existem. Deve ser alguma lenda bizarra da cidade que alguém fez parecer tão convincente.

Estava difícil achar algum hotel dentro daquela rota, então decidiu entrar numa rua secundária uma pouco mais estreita que a anterior e aparentemente menos habitada, o que a deu calafrios. Antes de pensar em dar a volta, ela vê duas mulheres com uns movimentos estranhos no meio da rua, como se estivessem brigando e se debatendo, então parou o carro imediatamente. Tinha um mal pressentimento daquilo, mas não podia ignorar o que estava acontecendo. Quando de repente, uma das mulheres caiu ao chão, com seu corpo completamente inerte e Liv sentiu naquele segundo seu coração acelerar. A outra mulher se virou para Liv e pela meia luz do poste, pôde ver sua boca coberta de sangue.

—Parece que temos sangue fresco na cidade... – Ela sente o cheiro do sangue seco no pescoço de Liv – Literalmente...

—Talvez Alaric esteja certo afinal. – Ela fala em voz alta concluindo seu pensamento – Você é uma vampira, não é? Isso é loucura, mas...

—Dãa. – Ela usa seu tom irônico e a olha como se fosse óbvio, mas então muda sua expressão completamente – Você disse... Alaric?

—Pelo visto todos conhecem ele por aqui. – Liv tenta manter a calma, vendo que a conversa parecia tomar um rumo menos tenso.

—Quem é você? – Ela cruza os braços e limpa o sangue de seu lábio.

—Liv. Livina Petrova.

—Não... – Ela dá um sorriso nervoso e fica visivelmente perturbada – Você está brincando comigo, não é?

—Por que eu brincaria com isso? – Ela a responde, indignada.

—Porque.... – Ela tenta raciocinar enquanto pronuncia as palavras – Eu sou uma Petrova também. Katerina Petrova.


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Notas finais do capítulo

Espero que a última cena tenha ficado tão bom quanto imaginei para escrevê-la, hahahaa que tal??



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