Em menos de uma hora, Alaric já estava com Jeremy buscando por Elena para que fossem até a casa do lago. Todos as suas armas estavam no porta-malas e seu nervosismo por pensar que Liv poderia estar ameaçada toma conta de si. Ele havia prometido protegê-la e estava falhando miseravelmente, por isso a culpa o consumia.

Bonnie chega segundos depois e corre para o carro, que parte logo em seguida. De início, ninguém parecia conseguir lidar com os pensamentos conturbados e acelerados que impossibilitavam alguma conversa ou comentário, era apenas a música em volume baixo quebrando o silêncio, até Jeremy arriscar.

—Alaric, trouxe o seu cantil?

—Isso é sério, Jeremy? - Elena lança um olhar de repreensão. - Você quer beber uma hora dessas?!

—Eu estou nervoso, a bebida me acalma.

—Está vazio. - Alaric responde simplesmente - Mas mesmo se tivesse, não te daria. Foi mal Jer, mas estou tentando te ajudar.

—Você não disse que tinha parado? - Bonnie franze a testa, confusa.

—Estou parando… eu juro. Mas é que…

—Damon está me ligando… - Elena corta o assunto encarando a tela do seu celular, preocupada.

—Atende logo!

—Damon? - Ela atende, receosa. - Não me diga que…

—Ela fugiu.— Ele faz uma pausa, tempo suficiente para que Elena expressasse sua reação e Alaric se preocupasse - E Klaus está aqui. Vocês precisam achá-la e trazer até aqui…

—O que você não está contando Damon? - Ela franze a testa, desconfiada com o rumo da conversa.

—É mais complicado do que parece… — De repente, um ruído e então, é Klaus quem continua a ligação - Olá querida. O que Damon está tentando dizer é que ele bebeu do sangue de Liv, fizeram um pacto de sangue. Ou seja, eu posso muito bem matá-lo nesse momento e ativar a maldição nele. Com isso, em tese, não precisaria mais de Liv. Então, se querem poupá-lo dessa terrível desgraça, me tragam ela ainda hoje!

E ele então desliga. Elena demora alguns segundos para processar tudo, enquanto todos a enchem de perguntas. Ela explica toda a conversa e mesmo assim ainda não conseguiu aceitar a ideia de que ele havia feito um pacto de sangue com Liv, o mesmo pacto que havia feito certa vez com Elena. Aquilo foi um enorme banho de água fria, que a calou pelo resto do trajeto.

Liv não sabia para onde ir, não fazia ideia de onde estava e para onde iria. Ela estava em frente a uma lanchonete aparentemente vazia e por um momento, pensou em usar algum telefone de lá para ligar para Alaric. Seguiu sua intuição e entrou, mas viu que não estava vazia, havia dois atendentes que a receberam extremamente sorridentes.

—Eu… posso usar o telefone?

Um deles responde afirmativamente, mostrando-lhe onde ficava o aparelho enquanto Liv se aproximava por trás do balcão com seus nervos a flor da pele. Porém, ela percebe que estava ouvindo a vibração da artéria da garota e a pulsação de seu corpo inteiro ficar cada vez mais algo à medida que chega até o telefone com ela. Liv sente suas veias abaixo dos olhos começarem a ficar evidentes e suas presas ameaçarem a saltar e mesmo tentando contornar seu desejo, suas mãos tremiam, ansiosos pelo seu sangue.

—Fique à vontade. - Ela sorri, mas ao notar os olhos de Liv a garota começa a ficar preocupada.

—Não grite, por favor… - Liv quase suplica enquanto compeli-a.

Ela não resiste acaba avançando na garota e bebendo cada gota de seu sangue, até que o seu corpo caia sem vida ao chão. Ela recua assustada ao ver que passara dos limites e quando escuta um barulho atrás de si, vê o outro atendente ainda mais apavorado. Num primeiro momento, seu único pensamento foi que não poderia deixar testemunhas sobre o que havia feito e então avançou sem pensar muito. Mas, alguém entrou na sua frente antes, Katherine.

—Você vai esquecer tudo o que viu aqui e vai para casa. - Ela o compeli, deixando-o ir em segurança, para a surpresa de Liv.

Mas Liv estava sentindo o sangue humano da garota ainda nos lábios e isso a fazia ansiar ainda mais, aumentando sua fome. Katherine percebe seus olhos extremamente vermelhos e suas veias saltadas e conclui que ela poderia muito bem matá-la naquele mesmo segundo e isso quase aconteceu. Liv avançou em Katherine, mordendo-a no pescoço. Ela estava fora de si e não estava consciente, assim como Stefan ficava em suas crises de matança, por isso, sabia que precisava trazê-la para a realidade.

—Sou eu Liv! Katherine! - Katherine consegue afastá-la usando sua força, mas ainda a vê determinada a dissecá-la - Petrova! Sou sua família!

Liv no mesmo segundo parece acordar de um transe. Ela olha ao redor assustada ao ver o corpo da atendente e novamente olha para Katherine em busca de ajuda. Ela limpa o sangue que escorria pela sua boca e tentava aos poucos voltar para o que estava acontecendo, quando lembra de Klaus novamente e consequentemente, de Alaric.

—Eu preciso ligar para o Ric…

—Liv, hei! - Katherine a puxa pelos ombros para que a olhe nos olhos - Eu sei o que aconteceu e eu tenho um plano.

—Plano? - Ela se sente perdida, sem saber se ela falava realmente do que achava que se tratava - Klaus? Você sabe como matar ele?

—Não vamos matá-lo, vamos fazer melhor. - Ela sorri maliciosamente, certa de que seu plano seria perfeito.