A Última da Linhagem escrita por HR


Capítulo 22
Capítulo 22 - Pacto de sangue




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Era de noite quando Liv acordou por fim e decidiu levantar da cama. Enquanto amarrava o cabelo, não pôde deixar de notar os porta retratos que estavam sob a cômoda de roupas com fotos aparentemente de família. Eram fotos bem antigas com duas crianças pequenas que possivelmente deveriam ser Damon e Stefan junto de seus pais. Vê-los ali com seus semblantes tão puros e inocentes lhe fez refletir sobre a vida e seu futuro ao se pegar pensando que ser mãe não era mais um sonho possível.

—Eu escutei você levantando… - Damon se justifica ao entrar pela porta, parecendo estar realmente animado com algo - Eu fiz pizza!

—Damon, posso te fazer uma pergunta? - Liv se vira para ele totalmente séria, jogando um banho de água fria na animação dele. - Você sequer cogitou a possibilidade de que meu grande sonho poderia ser mãe antes de me matar?

—Não vamos fazer isso. - Damon dá meia volta para sair do quarto.

—Damon! - ela o chama, vendo-o estagnar na porta para ouvi-la. - Você pelo menos percebeu o quão egoísta você foi?

—Egoísta? - Ele se vira, indignado - Eu fiz aquilo pra te proteger! Ele iria te torturar até a morte igual fez com toda a sua família!

—Não que as coisas estejam muito diferentes agora… - Liv abaixa o tom de voz, soltando sua frustração numa respiração alta enquanto olha a escuridão da noite pela janela. - Damon, eu estou condenada de qualquer forma… sou a última Petrova, sou quem tem a maldição do sangue, sou quem Klaus quer torturar de fato.

—Liv… eu não fazia ideia. - Damon se aproxima, realmente sentindo-se abatido ao ver que sua decisão tinha piorado a situação. - Mas eu prometo que não vou deixar que nada aconteça com você e não vou falhar dessa vez.

—Quando você ficou tão sensível? - Liv franze a testa, desconfiada enquanto Damon apenas dá um leve sorriso.

—Vai querer pizza ainda? - Ele desvia o assunto, mudando sua postura completamente, andando determinadamente até a porta.

—Na verdade… - Liv sente as veias abaixo de seus olhos se ressaltarem novamente. -Você tem aquelas bolsas de sangue?

—Desculpe… - Damon franze a testa sentindo-se culpado e continua num tom de brincadeira - Eu acabei com todas… Tive que me recompor depois de ser tão... sugado.

—O que acontece se você beber de mim? - Liv propõe, vendo-o um tanto desconfiado e reflexivo sobre a pergunta - Eu bebo de você e você de mim.. Seria quase como uma fonte inesgotável.

—É… - Damon estreita os lábios enquanto pensava no que dizer - Como eu posso te explicar… No nosso mundo, de vampiros, essa troca significa um pacto de sangue e… e é extremamente poderoso porque fazemos isso com a nossa parceira... é uma forma de selar um relacionamento, uma intimidade.

—Ah… Entendi. - Liv ergue as sobrancelhas, surpresa com a informação e por um momento até desvia o olhar sem saber como reagir. - Mas… eu realmente estou a ponto de avançar em você.

—Observações: primeiro, é ótimo que esteja conseguindo decifrar seu organismo e reconhecer quando estiver a beira de um ataque. E segundo, isso na verdade foi bem excitante e não tenho como recusar.

Damon rasga seu pulso e em poucos segundos Liv estava agarrada em seu braço, bebendo de seu sangue com ferocidade pois estava realmente faminta. Ela sabia que estava ultrapassando o limite necessário de sua dose diária de sangue e quando ele mesmo se deu conta, sentiu seu corpo levemente fraquejar. Ela recua para analisá-lo e o vê com um semblante ousado, assim como o dela, querendo arriscar alguma coisa.

—Vamos fazer isso…

Ela o vê dando um leve sorriso enquanto Liv rasga seu próprio pulso dando-o para que Damon bebesse. Vê-lo beber de seu sangue lhe dava a sensação de prazer inexplicável e foi então que entendeu como Damon se sentia ao oferecer seu sangue. Logo, ambos bebiam um do outro ao mesmo tempo e parecia que a “fonte inesgotável” estava funcionando, pois até perderam a noção do tempo, recuando apenas quando Liv sentiu um peso na consciência de ter passado dos limites fitando agora o moreno por um tempo com sua boca molhada de sangue. Ela então o puxou para um beijo ali mesmo, que acabou novamente em sexo.






 

Caroline decide por fim ligar para Klaus mesmo sem ainda ter pensado numa contraproposta, até porque tinha pressa e não queria ver Stefan definhando por mais um dia. Ele estava visivelmente abatido e não levantava do sofá para quase nada pela fraqueza e pela dor que sentia no corpo todo enquanto a febre só aumentava, deixando-o frágil e claro, teimoso. Recusava qualquer ajuda e dizia que ficaria bem, que só precisava descansar um pouco e que iria passar, mas todos sabiam que era mentira. Ele apenas não queria dar o braço a torcer e muito menos revelar o quanto aquilo podia estar afetando-o.

Klaus acaba aceitando o fato de se encontrarem e aquilo era óbvio. Ela conseguia mexer com as emoções mais fracas dele de alguma forma e ele acabava cedendo na maioria das vezes por um simples pedido da loira. O pavor dele era magoá-la e sempre deixava claro que era apaixonado por ela sem que precisasse usar as palavras.

—Olá, love. - Klaus a recepciona com um sorriso doce de canto de boca, enquanto puxa a cadeira de modo gracioso para que ela pudesse sentar. - Espero que goste de cheesecake, pedi um para você. A calda é extremamente vermelha e... saborosa.

—Não vamos demorar muito. - Ela apenas diz totalmente seca, fazendo-o desmanchar seu semblante simpático.

—Mas por que a pressa?

—Graças ao seu showzinho de híbridos, Stefan foi mordido por um deles. - Ela permanece elegantemente séria, tentando esconder seu nervosismo em fazer aquilo funcionar.

—Ah, entendi… - Ele se encosta nas costas da cadeira, erguendo as sobrancelhas com desinteresse - Stefan… é por isso que está tão nervosa?

—Eu não estou nervosa. - Ela mente, franzindo a testa de leve na dúvida de que talvez estivesse mesmo transparecendo isso. - Eu só quero o seu sangue. E quero Tyler de volta também.

—E por que acha que eu simplesmente daria o meu sangue pra salvar alguém que você está apaixonada? - Ele pergunta seriamente, atingindo Caroline num grau que acaba nem conseguindo responder. - Eu realmente não me importo com suas paixões de veraneio… Já lhe disse que pretendo ser seu último amor e obviamente tenho todo o tempo do mundo, então… A pergunta que te faço é: o que eu ganho em troca?

—O que você quer? - Ela retribui a pergunta, cruzando os braços como forma de defesa, temendo que não fosse sugerir o que estava imaginando.

—Liv. E como são dois pedidos, me vejo na obrigação de também fazer outro e… é você vir comigo para Nova Orleans. - Ele agora apoia seu cotovelo por cima da mesa para encará-la mais de perto e poder analisar melhor a reação da loira.


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