Damon entra no Grill parcialmente lotado e se dirige até o balcão de bebidas, sentando em uma das banquetas e se debruçando como de costume para pedir seu uísque. Jeremy é quem está hoje trabalhando e ele propositalmente ignora-o, se voltando para atender as pessoas do lado oposto ao seu apenas para evitar qualquer tipo de conversa. 

—Você não está na sua melhor fase… - Klaus se apoia no balcão ao lado de Damon, atraindo sua atenção - Mas sabe quem está? Exatamente… eu.

—O que você está fazendo aqui? - Damon o olha completamente confuso, lembrando que ele havia supostamente arruinado seu plano e esperava por uma recepção mais sangrenta - Achei que estivesse planejando a maneira mais inusitada de acabar comigo depois da cela…

—Na verdade, eu vim te agradecer. - Klaus sorri, deixando-o ainda mais confuso em relação ao que estava acontecendo - Você desencadeou a maldição pra mim. Não sei como não havia pensado em tentar transformar alguma Petrova em vampira…

—Katherine era vampira e não funcionou.

—Exatamente. Ela já era uma vampira, não se tornou uma. - As palavras de Klaus parecem golpeá-lo no peito.

—O que você vai fazer com ela? - Ele agora começa a ficar um tanto preocupado com o futuro de Liv, tentando não transparecer seu arrependimento.

—Bom… o sangue dela está com a magia ativa, então terei de drená-la para criar meu exército. - Klaus vê o copo de uísque chegar para Damon, mas ele o bebe, provocando-o. - Então se me der licença… 

—Onde ela está? - Damon se levanta e segura o braço de Klaus, determinado a tirar respostas dele por bem ou por mal.

—Peça para Bonnie fazer um feitiço de localização… Ah, espera, vocês não podem. - Klaus zomba de Damon irritando-o ainda mais, mas que acaba deixando-o ir.

Klaus se afasta transparecendo autoconfiança, deixando Damon ali remoendo-se de raiva por dentro. Ele estava prestes a cometer alguma loucura, mas pela primeira vez, decide descontar sua frustração no copo de uísque, jogando-o contra a parede. Jeremy e vários outros ali ao redor o repreendem com o olhar, mas ele apenas dá de ombro e sai pela porta enquanto recebia uma ligação de Bonnie.

—Bon-bon, você leu meus pensamentos. - Ele atende enquanto caminha até o seu carro.

—O que você descobriu? 

—Primeiro eu preciso te fazer uma pergunta… Qual a chance de tirar uma maldição de alguém? - Damon franze a testa torcendo para ouvir a resposta que queria, angustiado.

—Não muito altas…. depende…. por quê? O que você descobriu?!

Stefan e Caroline estavam olhando sala por sala e tentando procurar algum indício de que Liv poderia ter passado por ali, mas nenhum cheiro de sangue e nem rastros. Ela certamente não estava ali e os dois então se dirigiram para fora da escola, frustrados. Caroline sentia o clima tenso entre os dois e o silêncio era prova disso. Ela sabia que era porque havia tido um lance amoroso com Klaus no mesmo período em que Stefan havia demonstrado seus sentimentos por ela, o que ainda causava um desconforto entre os dois perante o assunto.

—Eu ainda não pedi desculpas daquele dia. - Caroline de repente interrompe o silêncio e se volta para Stefan, já do lado de fora da escola.

—Tá tudo bem, Caroline. - Ele dá um breve sorriso e continua andando, evitando a conversa que ela queria trazer à tona.

—Não, não está. - Ela insiste e ele por fim para de andar, permitindo que ela se aproxime e se posicione a sua frente. - Eu estava dividida, eu estava apaixonada por ele por algum motivo e não me permiti sentir mais nada por outra pessoa.

—Caroline…

—Só me escuta, Stefan. - Ela o corta abruptamente, lançando um olhar autoritário e ansioso para continuar a falar - Eu agi por impulso e me deixei levar pelo charme de Klaus, mas a verdade é que…

—Stefan! - Katherine interrompe o momento, fazendo Caroline revirar os olhos e sentir a irritação a dominar.

Katherine estava com sangue seco pelo braço e parecia eufórica para contar sobre alguma coisa. Ela mesma não sabia o que a angustiava mais: Klaus descobrir que ela estava sim ainda viva e provavelmente estar correndo risco de ser torturada até a morte, ou de que ele havia levado Liv enquanto ela se mostrava em seu estado “estripadora” acionado.

—O quê? - Stefan fica boquiaberto depois de ouvir Katherine contar sobre o que tinha acontecido.

—Oh… - Caroline contorce o rosto, preocupada. - Isso não é bom.

—Pra onde ele a levou?!

—Eu não sei, ele me golpeou antes de levá-la… mas… - Katherine tenta se lembrar de algo - Se ele quer um exército híbrido, precisará de um lobisomem também…

—Eu aposto em Hailey… - Stefan diz, concluindo a partir de que ela já havia o enfrentado várias vezes para desafiá-lo.

—Mas como ele vai fazer isso? - Caroline tenta encontrar alguma lógica.

—Ele já tentou com a pedra da lua, mas falhou… talvez tenha algo a ver com a maldição no sangue de Liv. - Katherine sugere, concentrada na linha de raciocínio - É claro!

—O quê?

—Ele vai usar o sangue dela… - Katherine diz como se fosse óbvio, mas os dois ainda parecem não ter chego na mesma conclusão que ela, então continua - Ele vai fazer uma espécie de transfusão de sangue… Vai drenar Liv e injetar seu sangue em lobisomens!

—Droga…. - Stefan suspira, rapidamente pegando seu celular para ligar para Bonnie.

—Mas onde ele faria isso? - Caroline e Katherine trocam olhares vagos em busca de alguma ideia.

Liv olha ao redor sentindo-se um pouco desnorteada e fraca, em um lugar que mais parece um porão. A luz era baixa, várias coisas estavam espalhadas pelo lugar de uma forma quase desorganizada e dava a impressão de ter alguns utensílios hospitalares. Ela começa a prestar atenção em seu corpo e percebe que estava amarrada, sem conseguir enxergar o que a incomodava direito apenas conseguia sentir que algo estava acontecendo. E quando seus olhos parecem se acostumar com a luz e ficarem mais nítidos, vê alguém deitado sob uma maca ao lado. Era uma mulher e estava com tubos ligados ao seu corpo enquanto se mantinha desacordada. Ao seguir a direção dos tubos, Liv percebe que eles estavam ligados a ela mesma e foi então que concluiu: estavam fazendo uma transfusão de sangue e a doadora era Liv.