Sobreviventes de Cthulhu escrita por Beyond B Nat


Capítulo 6
Dia 2 - parte 3


Notas iniciais do capítulo

Finalmente a parte 3 do segundo dia, pessoal! Espero que gostem e aproveitem o capítulo :D



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Jade analisou por um tempo as coisas que haviam na base. Eles não possuíam muito mas ele tinha certeza que algo poderia ser útil.

Passaram algumas horas, ele conseguiu com uns pedaços de borracha, que eram o que sobrou de um pneu, fazer uma espécie de braçadeira para proteger o antebraço. Poderia ser útil para ele e Gabriel, já que eles só possuíam colete como proteção, pena que o material não era o suficiente para fazer mais.

No meio tempo, ele conseguiu fazer uma “bolsa” improvisada, além disso não havia mais nada de útil para utilizar em melhoras. Ele ficou pensativo e um pouco agoniado. Não tinha como ele saber onde seus amigos estavam nesse momento e nem se seria uma boa ideia explorar ao redor para ver se encontrava alguma coisa, pois seus amigos sabiam que ele ficaria cuidando da base, mas não que poderia dar uma saída. 

Vez ou outra ele olhava pela janela, estava tudo mais tranquilo do que o normal. Às vezes ele avistava um cachorro na rua ou algo humanoide que pela distância não dava para saber se era uma pessoa normal ou alguns monstro ou cultista, porém em nenhum momento havia sinal de alguém indo na direção do refúgio, então esses detalhes não importavam tanto.

Já estava quase no meio da tarde e Jade se encontrava matando tempo jogando paciência com um baralho que tinha. De repente, ele escutou uns barulhos descompassados vindo dos fundos da base. Ele rapidamente pegou seu facão e ficou atento. Assim que a porta se abriu de forma abrupta, viu que eram Lucas e Gabriel, porém o estado deles estava horrível, com um se encontrando com a roupa rasgada em alguns lugares além de uns arranhões e um pouco de sangue na cabeça e o outro com o braço sangrando, além do visível estado de cansaço de ambos .

Antes que Jade pudesse perguntar alguma coisa Lucas deu uma inclinada e só não caiu no chão por que o ruivo foi rápido e o segurou. Ele desmaiou.

— Meu Deus! O que aconteceu com vocês?!

Gabriel se encostou na parede, tentando respirar um pouco e segurando o local do seu ferimento. Sua respiração estava irregular e seu corpo tremia um pouco, mas ele conseguiu dizer:

— Carniçais… Eram muitos e… Acho que eles vão vir pra cá.

— Oh, droga. Entra, aí você me explica melhor.

Eles se moveram mais pra dentro da casa, Jade colocou Lucas num sofá que havia no local e deu um pouco de água para Gabriel beber enquanto ele procurava algo para cuidar dos ferimentos deles.

Jade retornou com uma garrafa contendo menos da metade de álcool e alguns curativos. Gabriel retirou o casaco e se sentou no chão, ao lado do sofá, enquanto Jade o ajudou a desinfetar e a enfaixar o seu braço. Mesmo assim, era evidente como Gabriel estava assustado com o que aconteceu, mesmo com um tempo para respirar, ele não parava de tremer.

— GC, o que aconteceu?

Jade se questionava se era uma boa ideia perguntar logo para Gabriel nesse estado o que ocorreu, porém ele precisava saber.

— A gente achou um túnel de metrô e parecia que umas pessoas passaram por alí, então a gente entrou lá. Passaram mesmo, pra ser lanche daqueles carniçais — Gabriel riu de nervoso — A gente perdeu a moto, mas conseguimos fugir, mas aquelas coisas não são idiotas. He… Eles vão achar a gente.

— Você não tem como ter certeza disso e se por acaso eles vierem-

— ELES VÃO VIR PRA CÁ! Você acha que com o rastro de sangue que deixamos pra trás eles não vão nos achar?!

De repente, Lucas acordou de súbito e ambos olharam pra ele. Gabriel fechou a cara e falou “a gente já era”, antes de se levantar e seguiu para o dormitório. Lucas levou alguns segundos para processar o que aconteceu entre eles chegarem no refúgio e ele acordar aí percebeu que havia desmaiado. 

— Como você tá? — Jade o perguntou.

— Um pouco dolorido, mas tou bem…

— Gabriel acabou de falar o que acontece. Mais ou menos.

— Se ele falou dos carniçais, já é a preocupação principal…

— Você também acha que eles estão vindo pra cá.

Lucas moveu a cabeça confirmando. Eles ficaram em silêncio por alguns segundos, até Jade dizer “Se eles vierem, melhor estarmos prontos.”

 

Passaram algumas horas. Lucas tomou uns analgésicos para aliviar a dor e cuidou dos próprios ferimentos, enquanto Jade checava se a eletricidade estava funcionando e se as armadilhas estavam bem posicionadas. Após isso tudo, Jade e Lucas pegaram cada um uma arma de fogo e subiram no telhado da casa, onde daria para ver tudo ao redor.

O sol começou a se pôr. Em alguns minutos, apenas a luz da lua permitiria que eles enxergassem o que chegasse perto da base, porém pouco antes de anoitecer totalmente foi possível avistar ao longe algumas silhuetas. Eram humanóides e era evidente que estavam se movendo na direção deles.

Mais alguns minutos, escureceu cada vez mais e os carniçais chegaram mais perto. De uma vez, algumas armadilhas ao redor da base acionaram, algumas dessas eram feitas com pólvora, então houve algumas explosões. Alguns carniçais foram jogados para trás e tiveram um ferimento grave, avançando contra o muro da casa mancando.

Eles tentaram avançar e se enroscaram nos fios de arame eletrificado, quando estiveram um pouco mais altos, Jade e Lucas atiraram cada um em um carniçal, porém ainda haviam muitos para lidar, os restantes ainda levaram mais descarga elétrica e bateram contra a estrutura do portão da casa, que era a única coisa que os separavam do interior da base.

Jade e Lucas se prepararam para atirar novamente, porém repararam que os carniçais ficaram mais lentos e assim aos poucos pararam de bater contra o portão e os que estavam à vista caíram do muro.

— Ufa! Deu certo. — Jade se sentou aliviado.

Lucas se sentou também, porém parecia cabisbaixo.

— Me desculpe por não ter ido com vocês. — Jade falou.

— Eram muitos, mesmo que tivesse ido pra lá nós três a pé, não daria pra acabar com eles. Sacrifiquei a Star Kill, he…

Lucas suspirou e continuou:

— Eu e Gabriel quase morremos por minha causa. A gente teve mais de uma chance de ir embora, Gabriel ficou falando pra gente vazar, mas eu insisti da gente tentar acabar com eles. Isso… Por que eu fico fazendo essas merdas?

Jade deu um tapinha no ombro dele e falou:

— Não vale muito ficar se culpando. Vocês dois estão vivos e isso que importa, ok?

Lucas concorda com a cabeça, apesar de ainda estar se sentindo culpado.

— Acho que amanhã a gente pode pensar em algo pra isso não acontecer de novo — continuou Jade — e também ver o resultado do estrago desses monstros.

— Ok.

— Pode descer já. Eu vou daqui a pouco.

Lucas deu de ombros e seguiu para onde precisava ir para descer do telhado. Jade suspirou e olhou para o céu. Este estava limpo e estrelado. Antes ele iria gostar e achar bonito ver o céu assim, porém o vinha uma leve tristeza olhar a imensidão do espaço dessa forma.

 

No momento que era possível ouvir o som das armadilhas acionando, os tiros e os monstros tentando entrar na base, Gabriel apenas colocou as mãos sobre a cabeça e tentou controlar a sua respiração. Ele precisava se acalmar,  precisava acreditar que eles sobreviveriam a esse ataque.

Aquela “sombra” estava o tempo todo do seu lado, o encarando com aqueles olhos de brilho púrpura. Uma criatura de pele totalmente escura e magra, quase esquelética e com umas extensões que saíam de seu corpo como se fossem tentáculos. O ser estava tão perto que, se fosse possível, daria para sentir sua respiração.

Normalmente, Gabriel não se importaria, mas nessa circunstância estava se sentindo desconfortável. Ele sussurrava “me deixe em paz”, porém o ser continuava ali, o encarando. O som do que acontecia do lado de fora parecia entrar em sua cabeça, lhe vinha em mente os cadáveres que havia visto nos túneis, o carniçal que mordeu o seu braço e por pouco não o matou, o terror que estava acontecendo quando todo esse inferno começou...

De repente ele escutou um som vindo de dentro de casa e lhe faltou ar por um segundo, porém percebeu que era Lucas andando pela casa. Foi nesse momento que ele percebeu que os barulhos do lado de fora pararam.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?



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