Sobreviventes de Cthulhu escrita por Beyond B Nat


Capítulo 5
Dia 2 - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Mais uma parte, pessoal. O que será que eles encontraram no capítulo anterior? Hum... Veremos.



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Haviam vários carniçais no local, alguns estavam agachados fazendo algo e eles emitiam um som estranho que fez Gabriel sentir um nó na garganta ao perceber que a fonte da luz que viram eram uma lanterna que estava acesa e caída no chão.

— Oh, merda… — Lucas falou baixo. 

— O-o que a gente faz? — Gabriel perguntou na mesma altura.

— Dez… Onze… D... Ok, já sei como podemos dar um jeito neles. 

— Quê?!

Ao olhar para Lucas, Gabriel o viu com uma pedra na mão. 

— Sério?!

Lucas fez um gesto para Gabriel ficar em silêncio, jogou a pedra na direção de um túnel que era conectado à direita da área onde os carniçais estavam e logo em seguida se abaixou. Eles ficaram em silêncio ouvindo alguns ruídos feitos pelos carniçais e olhando de canto era possível ver alguns dos carniçais se movendo para o túnel.

— Puta que pariu, Mirt!

— Os separando é mais fácil lutar com eles.

Gabriel fez uma expressão de desconforto, olhou levemente para onde estavam os carniçais e pensou por alguns segundos. Os que sobraram ainda eram muitos para eles darem conta.

Mesmo não gostando dessa ideia, Gabriel tentou se concentrar e novamente pronunciou as palavras que recitara mais cedo. Ele ainda sentia o desconforto, mas tentava não perder o foco dessa vez. Quando o brilho esverdeado começou a aparecer, ele tentou controlá-lo para tomar forma não muito próximo dele, fazendo subir um pouco e se mover na direção dos carniçais, então se formou uma pequena esfera brilhante que parecia envolta de uma chama verde.

Antes de se abaixar, Gabriel havia visto um terceiro túnel no lado oposto a onde Lucas jogou a pedra, então Gabriel mentalizou para a esfera se mover naquela direção. Eles ficaram escutando os grunhidos dos carniçais, mas evitavam verificar para evitar que as criaturas os percebessem.

Passaram alguns segundos os ouvindo, até ocorrer quase um absoluto silêncio. Eles deram mais um tempo e finalmente decidiram dar uma espiada. 

Ficou apenas uma criatura no local e esta parecia estar olhando ao redor. Lucas se preparou segurando firme seu machado, então saiu de seu esconderijo e correu na direção do carniçal. O monstro fez um grunhido em tom ameaçador, Lucas chegou perto dele e fez um corte no braço da criatura, o carniçal tentou o arranhar, mas ele se esquivou.

Gabriel atrás dos entulhos se preparou para atirar, porém  Mirt moveu o machado novamente e acertou o crânio do monstro antes que este tivesse tempo de tentar acertá-lo. Se livraram desse bem rápido.

Gabriel se aproximou da lanterna caída no chão e a pegou. Podendo enxergar mais claramente com o objeto, o que ele suspeitava era verdade. Um amontoado de restos de carne e ossos estava no local onde uns minutos atrás os carniçais estavam concentrados e o cheiro férreo dava a entender que isso não estava aí a muito tempo. O veio um sentimento de náusea e a terrível sensação de que eles não deviam estar ali. Sua mente gritava que eles seriam os próximos.

— Vamos pegar o grupo menor que foi pra lá — Lucas falou, interrompendo os pensamentos de Gabriel — Depois damos cabo dos outros.

— Quê?! Não, NÃO! A gente tem que dar o fora daqui!

— A gente consegue dar um jeito neles, vamos, antes que eles se juntem de novo.

Lucas parecia o estar ignorando, Gabriel estava começando a se irritar. Eles pegaram a moto, com uma fita isolante que um deles carregava na mochila, prenderam a lanterna que acharam na moto, e dirigiram-se para o túnel à direita. Obviamente, o barulho do motor chamou a atenção dos carniçais logo a frente.

Lucas segurou a direção da moto com a mão direita e o machado com a esquerda, alguns dos carniçais saíram do caminho e não foram atropelados, mas Lucas conseguiu acertar o último que os percebeu com o machado e este teve a garganta cortada, por poucos centímetros não tinham uma cabeça de carniçal indo pelos ares. Enquanto isso, Gabriel tentou atirar em um dos outros, porém por estar em movimento e tendo que se segurar para não cair da moto, ele não acertou nenhum deles.

Por estarem numa moto, era mais difícil dos carniçais conseguirem chegar perto deles para atingi-los, porém o espaço era apertado e um deles conseguiu chegar perto o suficiente para fazer um arranhão numa das placas de metal de proteção do veículo e quase pegou a perna de um deles.

— Mirt, vamos sair daqui!

— Quê?!

— AGORA!

Lucas viu que os carniçais estavam se agrupando e decidiu dirigir para mais adiante e tentar sair da vista dos monstros. Enquanto isso, Gabriel se inclinou um pouco para trás e fez um disparo, porém não teve certeza se acertou algum deles ou não. Seguindo mais adiante no túnel, eles encontraram um buraco que estava bloqueado com uns pedaços de madeira. Eles desceram rapidamente da moto e tentaram tirar a madeira do caminho antes que os carniçais os alcançassem.

Gabriel sentiu que eles estavam distantes de mais da direção que ele mandou a esfera de luz e ele tentou fazê-la rodear pela área torcendo para distrair os carniçais. Eles conseguiram tirar pedaços de madeira suficientes para passar a moto pelo buraco, então logo em seguida eles entraram, fecharam novamente e logo em seguida apagaram a lanterna. 

— Você consegue fazer-

Gabriel fez um “xiu!” tentando se concentrar. Ele estava suando e sua respiração estava irregular. Eles passaram alguns minutos em silêncio, em breves momentos eles ouviram sons vindos do lado de fora, porém não parece que os carniçais perceberam onde eles estavam. Nesse tempo de silêncio que parecia uma eternidade, Lucas tentou fazer um curativo improvisado em seus ferimentos e Gabriel ficou se concentrando na esfera de luz que criou para não deixar os carniçais do lado de fora se reagruparem.

— Acho que dá…

— Que tal a gente cair fora logo!

— Tá, fala mais baixo.

— Se a gente continuar com essa porra, a gente vai terminar que nem os donos da merda dessa lanterna que a gente prendeu na moto!

Lucas suspirou, dava pra ver que Gabriel estava irritado por ele ter optado em atacar os carniçais ao invés de deixá-los quietos.

— Olha, esse lugar é perto da base e não sei se você reparou mas parece que a passagem que temos se conecta aqui, apesar de que não sei onde o nosso túnel tá. De qualquer forma, as paredes são bem familiares. Eles podem nos achar e nos atacar seja lá na base ou se a gente sair de lá por alguma razão. Não dá pra a gente deixar crescendo um grupo de carniçais.

— A porra das armadilhas e cerca elétrica servem pra que, caralho?!

Lucas ficou pensativo por alguns instantes e finalmente disse:

— Não acho que vai ser o suficiente. Se fosse um grupo pequeno talvez, mas esse não é o caso.

— E você acha que lutar com eles aqui vai?!

Lucas suspirou. O que ele estava fazendo?

— Ok, você tá certo. Vamos sair daqui.

Alguns segundos de silêncio depois, eles, tentando fazer o mínimo de ruído possível, retiraram o bloqueio e moveram a moto pro lado de fora. Estava um breu e de repente eles escutaram um som baixo, um pouco difícil de identificar.

Eles ficaram poucos segundos parados, mas perceberam que o som eram de alguns grunhidos vindo de um dos lados. Lucas suspirou e acendeu a lanterna, e, como suspeitava, havia alguns carniçais no caminho da única saída que eles sabiam. Não havia como passar deles sem lutar.

— Usa a proteção da moto como escudo — falou Gabriel — eu fico atirando.

Lucas concordou com a cabeça e tentou acertar um dos carniçais como havia feito antes. Dessa vez a lâmina de seu machado não passou nem perto e enquanto isso, Gabriel reparou que um dos carniçais estava sangrando, então ele decidiu definir este como alvo e atirou, entretanto o tiro apenas atingiu o braço do monstro, a criatura encarou Gabriel em fúria.

O carniçal parecia ser bem resistente, mesmo bastante ferido, este avançou contra Gabriel, ignorando totalmente Lucas, que estava mais perto. Os outros tentaram acertar Lucas, mas ele se esquivou do ataque de um e deu um chute em outro, enquanto só a moto sofreu um leve impacto.

O carniçal que focou em Gabriel se moveu rapidamente, este não teve tempo de reagir, a não ser colocar um dos braços na frente em defensiva. A criatura o derrubou no chão enquanto os dentes afiados penetravam seu braço. A dor era enorme e ao encarar os olhos daquele monstro e vir em sua mente os cadáveres que vira a poucos minutos, era como estar diante da própria morte. 

Lucas viu o carniçal sobre Gabriel, nesse momento bateu-lhe o desespero. Eles não deviam ter continuado nesse lugar. Ele tentou fazer uma aceleração de retorno, porém um dos carniçais ficou na sua frente. Ele tentou atropelá-lo para passar direto, mas essa tentativa não deu certo, pois com o impacto ele caiu da moto e rolou poucos metro a frente.

Gabriel tentou voltar a si, ele não queria morrer, não devorado ali, com isso deu uma joelhada e logo em seguida um soco com sua mão livre no carniçal que estava em cima dele. Uma boa quantidade de sangue saiu de seu braço e a dor subiu até a altura de seu ombro, mas ele tentou ficar de pé. 

Lucas ficou levemente tonto com a queda, mas não podia apagar ali, felizmente ele viu que Gabriel conseguiu nocautear o carniçal que o atacou, porém isso não era motivo de vitória. Assim que avistou que seu amigo estava livre, ele se levantou e gritou:

— CORRE! CORRE! CORRE!


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Notas finais do capítulo

RUN! RUN! RUN! AHHHHHHHH!!!

Desculpa parar por aqui, pessoa, ficariam muito grande os capítulos se fosse dividir o dia em só duas partes. A próxima será a última desse dia. Até semana que vem.



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