Sobreviventes de Cthulhu escrita por Beyond B Nat


Capítulo 3
Dia 1 - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Segunda parte do primeiro dia, o que será que vai acontecer? Hum...

Essa parte estou soltando junto com a primeira, apesar de irem ao ar em datas diferentes, aí não sei se teve feedback em relação à divisão dos capítulos ou não.

De qualquer forma, boa leitura.



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Mirt e Jade encontraram uma quantidade considerável de combustível e felizmente no tempo que se passou não encontraram nenhum outro ser vivo fora uns animais pequenos. Lucas colocou o que dava na mochila e ele e Jade pegaram cada um galão para levar em mãos. Eles avistaram Gabriel, que parecia estar olhando ao redor procurando algo, porém pouco antes de chegarem mais perto foi possível ver Gabriel mudar de expressão e assim que olharam para trás, Jade e Lucas viram dois carniçais correndo na direção deles.

— Oh, porra! De onde surgiu esses merdas?! — esbravejou Mirt enquanto soltava o combustível e segurava firme o machado em suas mãos. 

Os carniçais, também chamados de ghouls, são criatura humanoides magras, de pele pálida, com poucos pelos e dedos compridos com garras afiadas. Essas criaturas possuem uma enorme fome por carne humana, seja de um cadáver ou de alguém ainda vivo.

Eles se moveram rápido o suficiente para chegar perto de Lucas e Jade, porém Lucas moveu o seu machado segurando-o com as duas mãos e antes que um deles pudesse fazer algo o monstro teve a lâmina do objeto encravado em sua cabeça e logo em seguida caiu morto no chão. Mesmo estando longe, Gabriel sacou a sua arma e atirou no outro carniçal, que estava um pouco mais distante dos dois, porém esse monstro ainda continuou de pé.

Jade estava nervoso, veio vários flashs em sua cabeça e tentou assim como Mirt soltar o combustível da outra mão para possuir maior precisão no movimento e acertar o carniçal, porém ele fez o golpe no tempo errado e com isso a lâmina do facão passou perto, mas não acertou. O monstro grunhiu e avançou contra ele com a boca aberta, porém Lucas se colocou na frente e levou uma mordida no braço esquerdo. Logo em seguida deu um chute para afastar o monstro dele e tentou acertá-lo, porém como era justo o seu braço dominante que foi atingido, a dor o fez errar o golpe ao mover o machado.

Gabriel logo atrás entrou em pânico. Se ele errasse, seus amigos poderiam morrer na sua frente. Sua respiração ficou levemente irregular e ele tremia um pouco ao mirar. Tentou se concentrar e puxou o gatilho. Felizmente, o disparo conseguiu acertar a testa do carniçal e o monstro caiu pra trás pelo impacto da bala. 

Jade e Mirt encararam aquela coisa logo em seguida Gabriel e o monstro de novo. O carniçal estava de fato morto, então eles deram um suspiro de alívio. 

— Isso… Isso foi quase… — Jade falou. 

— Mirt, você tá bem? — Gabriel se aproximou. 

Lucas fez uma careta segurando o local do ferimento. 

— Tou, mas tá doendo pra caramba. 

— É melhor a gente cuidar disso num lugar seguro. — falou Jade

— Não achei nada por aqui, vamos ter que procurar. 

— Ok… Melhor irmos logo. 

Eles pegaram o combustível que soltaram, dessa vez Gabriel ajudou, e andaram um pouco nas proximidades. Após alguns minutos, apenas vendo lojas saqueadas, casas destruídas e prédios que poderiam desabar a qualquer momento, eles encontraram uma construção que aparentemente poderia servir para descansarem por alguns minutos. Era um prédio de dois andares a primeira vista com algumas entradas bloqueadas, mas valia a pena verificar se há meios de entrar.

Ao olhar em volta, para verificar se estavam seguros, eles perceberam três carniçais não muito distante se movendo na direção deles. Foram atraídos pelo som de tiros de minutos atrás? Provavelmente. 

— Oh, merda. Lá vamos nós de novo… 

— De novo nada! Vamos nos esconder logo! — falou Gabriel puxando Mirt pela alça da mochila dele. 

Eles andaram ao redor do prédio tentando fazer o mínimo de barulho possível para os carniçais não os perceberem. Gabriel avistou uma janela aberta e eles entraram por ela, logo em seguida moveram umas placas de madeira que estavam no chão sobre ela para cobri-la. Apesar de não verem muito do lado de fora, foi possível perceber que os carniçais os perderam. 

Eles respiraram um pouco, Mirt recolheu a manga do casaco para ver como estava seu ferimento e colocar algo para estancar o sangramento. No tempo que passou, já havia parado de sangrar um pouco e sua roupa o ajudou a proteger um pouco, então não foi tão grave como parecia e apenas colocar uma atadura bastou. 

Após isso, passaram alguns minutos de silêncio até que Mirt perguntou:

— E então? Dá pra gente continuar? 

— Eu não sei… — Jade estava receoso.

— A gente ainda tem um tempo, mas tem certeza que você tá de boa? 

— Acho que não vou virar zumbi, então suave. 

Gabriel revirou os olhos pela piada sem graça. Bem que os carniçais não são muito diferentes de zumbis dos filme e séries, considerando que um humano pode virar um deles caso seja morto por um e o corpo não tenha sido totalmente devorado. Gabriel ficou de pé e olhou pensativo pro relógio em seu pulso:

— São umas duas horas. Se formos mesmo ficar mais tempo fora da base, melhor irmos logo.

Os outros concordaram, então saíram do esconderijo por onde entraram e seguiram para uma próxima área. Nessa região havia muito mais vegetação e um pouco mais densa. Mal dava para reparar em uma construção ou outra. Provavelmente chegaram num parque. Eles poderiam encontrar comida ou alguns materiais que poderiam usar ou para reforçar o refúgio ou para melhorar a moto.

Eles decidiram procurar os materiais, encontraram umas chapas de metal e umas peças de borracha próximo de uma poça de lama onde uns sapos coaxavam, porém essa busca durou mais tempo do que eles esperavam. O sol estava começando a se pôr e bateu um arrependimento por gastar tempo de mais nisso. Eles pegaram o que encontraram e se moveram o mais rápido que podiam de volta para o refúgio.

A noite e a escuridão tomou conta do céu rapidamente, porém eles conseguiram chegar na base sem se deparar com monstros no caminho. A noite é um momento muito mais perigoso que o dia pois, não basta a baixa visibilidade, muitas hordas de monstro rondam pela região, dizem que até os Grandes Antigos já foram vistos por perto.

Eles chegaram cansados, por terem precisado acelerar o passo e dois deles terem que carregar peso nas costas. Foi um alívio chegar na base, mas ficar fora até essa hora foi muito arriscado.

— Meu Deus, foi muito perto… — respirou Mirt, colocando a bolsa no chão.

— A ideia foi sua, idiota! — falou Gabriel, irritado e tirando a mochila das costas.  

— Menos, vocês dois… 

Gabriel ficou quieto e andou para a garagem tentar ver o que conseguiria fazer com a moto. Lucas foi para o depósito pegar mais um medicamento para cuidar do seu ferimento e Jade ficou num canto vendo Gabriel trabalhar.

Dava para ver que Gabriel não estava sabendo o que fazer, mas pelo repentino mal humor Jade decidiu não dar palpite nisso.

— E então, aconteceu alguma coisa quando a gente se separou? 

— Só encontrei o Seu Francisco no caminho, sabe, aquele que me ensinou umas magias ligadas a desmortos, coisa e tal.

— Sério?

— É, ele mudou de base, mas ele não quis dizer onde tá morando agora.

— Entendi. Ele parece ser uma pessoa legal, apesar de mexer com essas coisas.

— Você sempre acha que há um lado bom nas pessoas. 

Jade ficou quieto, então Gabriel percebeu que não devia ter dito isso e pediu desculpas. 

— Tudo bem. E você não tá errado de qualquer forma.  

Mirt apareceu onde eles estavam e o grupo conversou um pouco, com os outros sendo atualizados sobre o senhor que poderia servir de ajuda, caso o encontrassem de novo e a possibilidade de haver cultistas nas proximidades, o que nunca é coisa boa. A conversa se seguiu também sobre outros assuntos, até Gabriel desistir de tentar mexer na moto.  

— Não sei porque ainda tento mexer nessas coisas.  

— Quer que a gente mexa?  

— Fiquem a vontade, nerds.  

Lucas riu enquanto Gabriel se dirigia pro dormitório. Ele e Jade pegaram algumas das peças e tentaram ver o que poderiam fazer na moto. Eles decidiram pegar as placas de metal e reforçar a estrutura dela, para criar uma proteção contra impactos e ataques. Somando isso com o combustível que conseguiram, poderiam explorar um pouco mais distante do refúgio, apesar de um carro ser o ideal, já que eles são três.  

Apesar de tudo que ocorreu durante o dia, a noite seguiu tranquila dessa vez. Ao menos silenciosa.


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Notas finais do capítulo

Coisa "linda" que rolou quando coloquei o grupo pra pegar peças ao invés de ir logo pra base: Achei que levaria só uma hora, mas na tabela que diz o tempo de procurar itens específicos diz 3h para peças, que são usadas para melhorar a base e itens. Ah, se tivesse rolado horda nesse dia ia dar muito ruim...

Enfim, sobreviveram ao Dia 1!

Deixem seus comentários, pessoal :D

[Nota: Capítulo revisado e atualizado em 04/11/20]



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