Sobreviventes de Cthulhu escrita por Beyond B Nat


Capítulo 2
Dia 1


Notas iniciais do capítulo

Por enquanto vou nomear os capítulos como os números dos dias de jogo, depois penso se continuo com isso ou não, caso inclua mais de um dia em um capitulo ou o pior aconteça com o grupo, mas eu queira continuar escrevendo com outros personagens, hehe (estou sem saber o futuro deles quase tanto quanto vocês)

Enfim, eis aqui o primeiro dia dos nossos sobreviventes um ano depois do despertar de Cthulhu.



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Dia 1

A noite anterior foi mais uma complicada pra alguns deles. Jade acordou de súbito, respirando forte e suando frio. Era apenas um sonho, mas era muito palpável. Ele sozinho naquela área aberta cheia de restos de construções, porém nenhum sinal de vida, aquele monstro o atacando sem ele ter como lutar ou fugir… Com isso, Jade ficou tremendo um pouco até perceber que essa era a realidade, apesar de alguns momentos serem indistinguíveis de um pesadelo. 

— Hum, pelo jeito não sou só eu que tive uma noite ruim. — Disse Gabriel, ao perceber a maneira que Jade acordou. 

Jade suspirou, tirou parte do seu cabelo ruivo que ficou no seu rosto e perguntou a Gabriel que horas ele havia acordado. O rosto dele, com as olheiras mais profundas do que o normal, deixava explícita a resposta:

— Quem disse que eu dormi? 

— É, devia saber. Ao menos dá pra perceber que já amanheceu. 

— E acordou desse jeito porque? 

— Nem quero falar… 

Antes que dissessem mais alguma coisa, foi possível notar que a conversa deles acordou Lucas, pois foi possível ver aquele cara de cabelo azul se mexendo no colchão improvisado que estava deitado e resmungando "Vocês fazem muito barulho". 

— Levanta, Mirt, a gente tinha que acordar cedo de qualquer jeito. — falou Gabriel o cutucando com o pé.

Lucas resistiu um pouco, mas Gabriel continuou o cutucando para irritá-lo. Mirt chegou até a estender a mão na direção de Gabriel e este deu uma recuada, mas Lucas desistiu do que ia fazer pela preguiça e só resmungou "eu odeio vocês" finalmente saindo de baixo do lençol. 

Uns minutos depois, estavam cada um comendo uma porção da comida que tinham e conversando sobre o que precisavam procurar.

A comida, apesar de serem alguns enlatados e grãos, além de água, era o suficiente para pouco mais de uma semana, então isso não seria preocupação por enquanto. Porém, ainda haviam coisas pra se preocupar. Essa casa de um andar é pequena, apesar de poder suportar mais uma ou duas pessoas além deles três; e a única proteção que eles possuíam de alguma coisa os atacarem a noite era muito improvisada, com umas armadilhas e cerca elétrica ao redor do local.

Além disso, só um deles possuía uma mochila para carregar recursos ou qualquer coisa sem ocupar as mãos e a moto que eles  possuíam estava a uns dias sem combustível. Tê-la funcionando seria útil e poder carregar mais materiais também.

Tendo a ciência do que precisavam, Jade lembrou que há uma avenida principal não muito longe do refúgio, onde possuía alguns postos de gasolina ao longo dela então poderia ser um lugar bom para começarem a busca. 

Todos concordaram em seguir para lá, então o grupo preparou o necessário para partir. Lucas pegou uma mochila, carregando medicamento e outros itens que poderiam ser úteis, um machado e vestiu uma roupa pesada. Graças a uma busca em uma delegacia uns dias atrás, Jade e Gabriel possuíam cada uma arma de fogo e um colete leve para se defender e além da pistola carregada, Jade levaria um facão em mãos.

Após tudo pronto, eles fecharam bem as entradas do refúgio com algumas correntes e checando se todas as armadilhas estavam bem posicionadas. Com a quase certeza de que o lugar ficaria seguro enquanto eles estivessem fora, eles seguiram para o destino. 

A caminhada durou uma hora, eles andaram em silêncio, não havia muito do que conversar. Vez ou outra era possível notar algum pássaro voando no céu e animais pequenos ou apenas passando ou vasculhando lixo. Essa região os era bem familiar, porém estranho andar por ela tão vazia e sem sinal de pessoas, apenas construções abandonadas e um pouco de vegetação tomando conta do asfalto e de algumas construções.

Ao chegar na região que queriam, parecia estar tudo ainda calmo, por enquanto. Sair muito cedo tinha essa vantagem. As construções ao longo da avenida estavam depredadas, alguns lugares onde eram para ser algum prédio possuía apenas entulho, algumas árvores foram derrubadas sobre a estrada e ao longe era possível ver os restos de um ou outro veículo que sofreu algum acidente e até mesmo carcaça de algum ônibus que pegou fogo.

No caminho, Gabriel estava pensativo, até que decidiu levantar o assunto:

— Acho que a procura por combustível vai durar muito tempo… Talvez eu possa procurar as outras coisas enquanto vocês vão atrás de gasolina.

— Tem certeza disso? — Jade esboçou uma feição de preocupação.

— Sim, consigo me virar. — Gabriel dá de ombros.

— Certo. Eu e Jade procuramos pra lá,  — Lucas aponta na direção que há  ao longe um posto  — GC procura o resto pelo outro lado… Hum… Só não bata de frente com os monstros.

— Vocês dois também. Nos encontramos por aqui meio-dia ou uma hora, acho que dá tempo pra achar muita coisa.

Os outros concordaram e o grupo se separou.

Passando por não muito distante de onde estavam, Gabriel percebeu os restos de uma construção que pelas cores e uma placa caída no chão, facilmente ele reconheceu que era uma faculdade particular que havia à beira dessa avenida, porém devia existir uma parte mais acima do prédio, onde eram as salas de aula, mas parece que desabou e só restou um pouco da parte administrativa e alguns andares do estacionamento.

Verificando um pouco o local, ele encontrou alguns papéis, livros e muito entulho pelo chão. Lhe veio em mente lembranças do que aconteceu “naquele dia”, estava em aula quando aconteceu e algumas pessoas ou se abrigaram em alguma sala ou saíram correndo. Seus devaneios cessaram quando ele percebeu que no meio de alguns escombros estava uma mochila preta que parecia que foi largada ali. Ela estava com alguns livros, mas se livrando do espaço ocupado por eles, daria para usá-la. 

De repente, Gabriel percebeu que havia alguém por perto e ficou em alerta, olhando ao redor e segurando firme o revólver que tinha em mãos, porém lhe veio um alívio ao perceber que era alguém com um rosto conhecido. Francisco Freitas, era um velho feiticeiro que um tempo atrás havia ensinado uma das magias que Gabriel atualmente conhece e este costuma ajudar outros sobreviventes, apesar de às vezes evitar situações que considera arriscadas.

— Não acredito… Quem é vivo sempre aparece!

— Nossa! A quanto tempo, meu rapaz!

Gabriel se aproximou de Seu Francisco. Olhando ao redor, parecia estar tudo tranquilo, então era possível conversar.

— O que faz por aqui, tão longe?

— Ah, você não faz ideia das coisas que aconteceram no meu refúgio umas semanas atrás… Uma horda de abissais destruiu tudo por lá, até hoje não sei como saí vivo. Felizmente consegui arrumar outro lugar não muito longe daqui para me instalar.

— Hum, imagino.

— E seus amigos, como estão?

— Não lembro se na última vez que nos vimos éramos mais gente, mas hoje somos três e, bom, nos mantendo, basicamente.

— Entendo.

— Então… Apesar de fazer um bom tempo que a gente não se esbarrava, o senhor sempre ajudou bastante, não rola dizer onde está vivendo agora?

O mais velho fez uma expressão séria, após uns segundos pensativo, ele respondeu:

— Não é muito seguro espalhar essa informação por aí. Acho bom fazer o mesmo, independente de ainda estarem morando naquele lugar ou não. 

A base deles não mudou desde a última vez que Gabriel viu Seu Francisco, mas ele apenas deu de ombros e com isso decidiu não mencionar esse detalhe e mudar de assunto. Após uns minutos, o velho senhor disse que teria que ir numa outra direção, então eles se despediram e se separaram. 

Depois de mais um tempo andando, Gabriel chegou numa área diferente, onde havia um pouco mais casas do que prédios e um pouco menos de sinal de destruição que na avenida principal. Ele procurou pelos escombros, porém não encontrou nada de útil dessa vez. Entretanto, no momento que considerou em voltar, ele percebeu umas inscrições no que sobrou de um muro. Os símbolos eram estranhos, ele nunca os viu antes e não conseguia saber o significado, apesar de considerar a possibilidade de ser algo ligado a cultistas. Como não conseguiu decifrar e ele estava tempo de mais andando por aí, ele decidiu deixar isso de lado e voltar para onde se separou de seus amigos. 

Chegando no local, Lucas e Jade não apareceram ainda. Olhando a hora, era meio-dia e meia. Gabriel decidiu procurar nas proximidades um lugar para ficar escondido enquanto os esperava. Ele não encontrou nenhum lugar que fosse bom e próximo o suficiente para ficar e olho no ponto de encontro, porém, após uns minutos, ele avistou seus amigos se aproximando. 

Mirt e Jade encontraram uma quantidade considerável de combustível e felizmente no tempo que se passou não encontraram nenhum outro ser vivo fora uns animais pequenos. Lucas colocou o que dava na mochila e ele e Jade pegaram cada um galão para levar em mãos. Eles avistaram Gabriel, que parecia estar olhando ao redor procurando algo, porém pouco antes de chegarem mais perto foi possível ver Gabriel mudar de expressão e assim que olharam para trás, Jade e Lucas viram dois carniçais correndo na direção deles.


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Notas finais do capítulo

DESCULPAAAAAA!!!
As notas desse dia ficaram muito longas, aí decidi dividir o capítulo, não me matem, por favor hehe X'D

Bem, como levo um tempo para escrever as notas (e também tenho que arruar tempo para jogar o rpg), aí quero saber se vocês preferem os capítulos sendo o dia todo de uma vez, podendo resultar em capítulo grandes, porém com um intervalo longo entre eles; ou dividido em partes caso ocorra muita coisa no dia, tendo assim capítulos na faixa dos mil e pouco e, caso o dia tenha sido dividido, as partes do mesmo dia tendo intervalo de uma ou duas semanas e sobrando mais tempo para ser jogado e escrito o dia seguinte (não sei se fui clara nessa explicação).

É o negocio, quero saber o que vocês acham de terem ou capítulos longos, porém com muito tempo entre eles; ou capítulos curtos com um intervalo menor de postagem. Comentem o que acham e também o que acharam do capítulo.

Até o/

[Nota: Capítulo revisado e atualizado em 04/11/20]



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