Some Kind Of Disaster escrita por Mavelle


Capítulo 9
Capítulo 08


Notas iniciais do capítulo

Oiee!!!
Como prometido, capítulo novo na terça ihuuuu
Digam nos comentários o que estão achando da história até agora, por favorrrr, o feedback de vocês é muito importante pra mim.

Beijos,
Mavelle



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Kate tinha entrado na Bridgerton se sentindo derrotada. Se esforçou para ao menos não parecer triste, mas não conseguiu. Por que eu fui usar minha hora de almoço para pegar os resultados dos exames?, ela pensou. Devia ter ido depois que acabasse o expediente. Assim, ao menos eu poderia ir para casa chorar em paz. Porque eu choraria, não importa se fosse um resultado bom ou ruim.

Ela só entrou no elevador e apertou o botão do seu andar, mas, antes que as portas fechassem, uma outra pessoa pediu o elevador.

— Espera.

Era Anthony.

De todas as pessoas, ele era a que ela tinha menos interesse em ver no momento. Ele saberia as perguntas certas a fazer e ela não mentiria para ele, então teria que admitir o que estava consumindo seus pensamentos e sua paz de espírito. Só precisava aguentar 30 segundos dentro do elevador. Ia dar certo.

Ele entrou no elevador e deu um de seus sorrisos mais irresistíveis e Kate tentou sorrir de volta, mas não conseguiu. A porta tinha acabado de se fechar atrás dele e o elevador tinha começado a subir. Anthony já tinha percebido que algo estava errado e estava prestes a perguntar, mas o elevador parou de súbito e as luzes apagaram. Menos de 15 segundos depois, as luzes de emergência acenderam.

— O elevador deu pane? - Kate perguntou.

— A energia caiu. - ele disse, passando a mão pelo rosto. - Eu sabia que estava esquecendo alguma coisa. A companhia elétrica disse que ia ter uma queda de energia de 30 minutos das 13:30 até as 14 para eles fazerem uma manutenção na rede elétrica e eu esqueci de encaminhar o email para o resto da empresa.

— Você podia fazer isso agora.

— É um elevador, estou sem sinal.

— Droga, é verdade. - ela respirou fundo. - Desculpe, não pensei nisso.

— Tudo bem, deu pra perceber que você não estava tão...

— Bem?

— É. - ele respirou fundo. - Quer falar sobre isso?

Ela engoliu em seco.

— Não. Novamente, se eu disser em voz alta vai se tornar real.

O coração dele apertou. Já imaginava que seria sobre isso, mas ainda tinha aquela pequena chance de que Charlotte estivesse bem. E se antes já tinha sido horrível descobrir isso, agora que eles tinham passado as últimas três semanas convivendo ainda mais de perto... Parecia que seu coração estava sendo arrancado do peito.

— Então não diga nada. Pelo menos, não agora.

E aí ela só o abraçou.

E, mais uma vez, ela se deixou chorar.

Não é minha culpa que ele tenha o melhor abraço do mundo, Kate pensou, enquanto se sentia vulnerável e, ao mesmo tempo, segura, nos braços dele. Como se todos os seus problemas fossem sumir se ficasse ali por tempo o suficiente.

O que ela não percebeu foi que ele também derramou algumas lágrimas. Não tantas quanto as dela, mas, ainda assim, estavam lá.

Eles só ficaram abraçados por alguns minutos, sem que ninguém dissesse nada ou fizesse movimentos bruscos. A única coisa que Anthony fazia era passar as mãos pelo cabelo dela, numa tentativa de consolá-la e tudo o que se escutava era a respiração de ambos. Kate finalmente soltou e os dois sentaram no chão do elevador.

— Quer falar sobre isso?

— Na verdade, não. Quero fingir que nada disso está acontecendo. Estava animada para passar a tarde inteira trabalhando em algo, mas, aparentemente, não vai acontecer.

— É. - ele respirou fundo. - Sabe, eu realmente devia tentar avisar alguém que estamos aqui e pedir pra alguém nos tirar, mas não tem nada que eu ou qualquer um possa fazer agora. E não é como se eu fosse fingir que tem alguém trabalhando de verdade no dia 29 de dezembro.

— É verdade. Ainda temos 20 minutos aqui. Então, por favor, me distraia. Minha cabeça fica voltando para o mesmo assunto.

— Ok. - ele parou para pensar um minuto. - Eu já te disse o que vamos fazer no ano novo?

— Não. Inclusive, eu queria saber, já que é depois de amanhã e tudo o mais.

— Lembra do Andrew, que é casado com a Poppy, prima do meu pai?

— Aquele que é cunhado das suas tias e xinga que nem um marinheiro?

— Esse mesmo. Eles tem uma casa de praia em Brighton e minha mãe pediu que eles cedessem para passarmos o ano novo lá.

— Sério?

— É. Ela disse que estamos todos proibidos de entrar no mar porque não quer ninguém doente, mas que estava pensando em fazer uma fogueira na praia. Isso ou um churrasco. Ela disse que ainda estava decidindo, da última vez que perguntei.

— E quando foi isso?

— No começo do mês.

— Eu devia ligar pra ela e perguntar se ela quer ajuda com alguma coisa.

— Ela provavelmente vai brigar comigo se você fizer isso, mas vai gostar mais de você.

— Vou fazer isso. Não custa nada ganhar uns pontinhos com a sogra.

Ele negou com a cabeça, mas tinha um sorriso no rosto.

— Ela já te adora.

— Mesmo assim. Quero conquistar ela a ponto de, se nos separarmos, ela colocar a culpa em você.

— Você está tentando virar minha própria mãe contra mim?

— Talvez. - ela sorriu e depois pensou um pouco. - Vamos passar a noite lá, certo?

— É. Ainda não tinha pensado sobre isso, mas relaxe, vamos pensar em alguma coisa.

— Ok. Eu pergunto discretamente para a sua mãe quando ligar perguntando o que eu posso fazer.

— Certo. - eles ficaram em silêncio. - Eu te contei o que o Benedict fez depois da festa de fim de ano?

— Não. - ela pareceu curiosa. - Você tem toda a minha atenção agora.

— Ok. Ele criou um Instagram só pra procurar ela, mas ela não deu um nome pra ele. Só se chamou de Prata.

— É sério? - ele assentiu. - E como ele pretende achar ela?

— Eu não faço ideia, mas não está indo bem.

— Quem diria? - ela disse, ironicamente, mas depois voltou ao seu tom normal. - Claramente, uma pessoa que não deu o nome não quer ser encontrada.

— E, ainda assim, por alguma razão, ele tem certeza que vai encontrar ela.

— Deixa ele sonhar.

— Eu pensei que você tinha dito que devíamos cortar os sonhos pela raiz.

— Calma lá. Cortar os sonhos da Eddie de mais sobrinhos é uma coisa, mas essa é a primeira vez que o Benny está interessado de verdade em alguém novo em muito tempo. - ela deu de ombros. - Deixa ele sonhar. Vai que um dia eles se reencontram.

— Katharine Grace Sheffield, nunca te imaginei como uma romântica.

— Não sou uma romântica, só acho que um pouco de esperança não mata ninguém.

— É verdade.

Nesse momento, as luzes do elevador se acenderam.

— Olha, a energia voltou. - Anthony disse, explicitando o óbvio, e então levantou, estendendo a mão para ela, que prontamente a pegou.

— Quer ir jantar lá em casa hoje de noite? - Kate perguntou.

— Não vai ser um problema? - ela estreitou os olhos para ele, que sorriu. - Ok, entendi. Não teria me chamado se fosse.

— Mesmo que fosse, é a Eddie que está fazendo o jantar hoje, então é problema dela. E eu tenho certeza de que ela não vai reclamar de fazer um pouco mais de comida. Só preciso avisar a ela.

— Ok.

O elevador voltou a se mover e, alguns segundos depois, a porta se abriu.

— Até mais tarde. - Anthony disse, levando a mão dela aos lábios em seguida, muito mais porque queria do que pela pequena audiência do lado de fora do elevador.

— Até. - ela disse, com um sorriso.

***

Dois dias depois, na véspera do ano novo, Kate já estava um pouco mais calma. E tinha que admitir: o jantar tinha ajudado muito com isso. Estar em sua sala de jantar com Charlotte, Edwina e Anthony e simplesmente ter um jantar descontraído tinha mostrado que, apesar de tudo, a vida poderia seguir normalmente. Pelo menos por enquanto.

Quando perguntou a Violet o que precisava fazer para o ano novo, ela dissera (como esperado) que só precisava ir.

Ela imaginou que o mínimo que poderia fazer era ir mais cedo, já que Violet estava lá desde o dia 30 com os quatro mais novos e provavelmente precisaria de ajuda com a preparação da comida e do espaço. Então, Kate preparou tudo para que só precisassem passar em casa para almoçar e que pudessem pegar a estrada logo depois, o que ocorreu sem problemas.

Chegando lá, a tarde foi bem atarefada, ajudando Violet a organizar as mesas ao ar livre e os acompanhamentos para o churrasco, mas logo acabaram-se as atribuições de cada um. E aí, quando tudo já estava arranjado, começaram os “estresses” típicos de quando reuniam mais de 10 pessoas num espaço que provavelmente não tinha sido pensado para ser dividido daquela forma.

A casa tinha dois andares, cinco quartos e três banheiros para 13 pessoas. Apenas um dos quartos, o menorzinho, ficava no andar de baixo, então Violet ficou com este para si. Inicialmente, Hyacinth ia ficar com ela, porém, ao perceber que Francesca, Eloise e Edwina ficariam juntas em um dos quartos, resolveu que estava muito grande para ficar com a mãe e decidiu migrar para o quarto delas, que já era o maior dos quartos do andar de cima e tinha um dos banheiros. O terceiro quarto ficou para Benedict, Colin e Gregory, o quarto para Daphne e Simon e o último para Anthony, Kate e Charlotte.

— Eu preciso arranjar uma namorada. - Colin disse, quando descobriu a divisão dos quartos. Ele, Benedict, Daphne e Simon tinham sido os últimos a chegar, já que só tinham saído de Londres depois das 15 horas. - Não acredito que Daphne e Anthony vão estar de chameguinho enquanto eu vou ter que dividir o quarto com o Gregory e o Benedict.

— Ei! - Gregory disse, já batendo no braço do irmão. - Não é como se eu tivesse escolhido ficar com vocês dois.

— É, mas, pelo menos, eu não ronco, ao contrário de vocês dois.

— Os três roncam. - Anthony disse. - Você só é um pouco mais afetado que eles porque dorme tarde. E sem chameguinho pra mim hoje, como você diz.

— E por que não? - Benedict perguntou. - Casa de praia, virada do ano...

— Porque a Lottie vai estar no quarto com a gente? - Anthony disse, num tom que mostrava que estava explicando o óbvio.

— Ah, é verdade. Forças, guerreiro. - ele disse, já batendo no ombro dele.

Anthony revirou os olhos e subiu as escadas, decidido a tomar um banho antes que a fila se formasse. Eles estavam dividindo o banheiro com Daphne e Simon, que já tinham dito que tomariam banho depois dos outros, mas, ainda assim, tinham Kate e Charlotte na fila também.

Quando chegou na frente do quarto, bateu de leve na porta antes de abrir. Como não escutou nada e a porta não estava trancada, resolveu abrir a porta lentamente. Quando parecia que não haveria mais risco em terminar de abrir, ele simplesmente escancarou a porta.

Charlotte passou correndo pelo espaço aberto e Kate só teve tempo de dizer “PEGA ELA!”, o que Anthony não demorou a fazer. O quarto deles era o último e mais distante das escadas, mas, mesmo tendo mais que o dobro da altura da menina, Anthony só conseguiu alcançá-la quando ela já estava quase nas escadas. Então a pegou no colo e começou a voltar para o quarto.

— Onde acha que está indo, mocinha? - ele perguntou, quando já estavam entrando no quarto.

— Vê a avole de natal. - ela disse, com um biquinho.

— Daqui a pouco eu desço com você pra ver, tá certo? - ele disse, já fechando a porta do quarto atrás de si e colocando Charlotte no chão. - Não pode descer as escadas sozinha.

— Mas…

— Não pode, Lottie. - Kate disse. Charlotte parecia triste, mas conformada. - Vem cá, deixa eu terminar de te arrumar.

A menina foi até onde a mãe estava e só então que Anthony percebeu que Kate estava sem blusa (mas com sutiã), com uma calça e com uma toalha enrolada na cabeça. Ela logo percebeu que ele estava olhando para ela de uma forma estranha.

— O que foi? - ela perguntou.

— Estava analisando sua roupa. A falta dela, pra falar a verdade.

Kate olhou para si e suspirou.

— Ia acontecer em algum momento. Além do mais, é como se eu estivesse de biquíni.

— Tudo bem. Eu vou tomar banho. - ele disse, já pegando uma toalha limpa e indo para o banheiro.

Quinze minutos depois, ao voltar para o quarto com a toalha enrolada ao redor da cintura e as roupas sujas debaixo do braço, abriu a porta aos poucos, encontrando Charlotte tentando sair mais uma vez. Ela olhou para cima e sorriu para ele.

— Meu Deus, como você é impaciente.

— Quinze minutos são uma eternidade na vida de uma criança de 2 anos. - Kate disse, por trás de um biombo que, por alguma razão, estava no quarto. - Você não devia ter dito que ia D-E-S-C-E-R com ela.

— Mas eu pretendo fazer isso. Só não agora.

— Nunca diga nada que não vá acontecer num futuro muito imediato.

— Obrigado pelo aviso.

— E precisamos de um troço desse. - ela disse, saindo de trás do biombo e apontando, enquanto secava o cabelo com a toalha. - Sério, é tão prático, dá pra esconder toda a bagunça atrás dele.

— Além de dar um pouco de privacidade.

— É, isso também.

Tinham decidido que quartos separados seria algo ruim, porque Charlotte era perceptiva demais. Ela tinha passado as três últimas semanas dizendo que o quarto dela era só dela e que o “quarto de mamãe” agora era o “quarto de mamãe e tia Eddie”. A primeira vez que ouviram, perceberam como poderia ser um problema, mas não tinham desistido da ideia de quartos separados até ouvir ela falar disso pela quinta vez – num espaço de duas horas.

Ela estava bem falante nesse dia.

Kate foi passar um pouco de maquiagem enquanto Anthony se vestia e Charlotte esperava (um pouco impacientemente) vendo um vídeo no telefone da mãe. Quando ele terminou de se vestir e sentou para calçar os sapatos, Lottie imediatamente soltou o telefone e ficou em pé do lado da porta.

— Peraí, apressadinha. - Anthony disse, quase rindo, ainda sentado na cama e já colocando os sapatos. - Sapatos primeiro. Você já colocou seus sapatos?

— Sim! - ela respondeu, assentindo com a cabeça e parando na frente dele.

— E suas meias? - ela estreitou os olhos.

— A meia é antes do sapato!

— Ah, é verdade. - ele bateu com a mão na testa de leve. - Que bobeira a minha. - então se levantou. - Pronto, agora podemos ir.

— Não. - Kate disse, interrompendo o que estava fazendo e indo até onde os dois estavam. - Você não vai sair daqui com a manga enrolada assim. Pelo amor de Deus, parece que não tem quem dobre. - ele levantou uma sobrancelha para ela. - Sério, me dá seu braço.

Ele revirou os olhos.

— Tá. - ele entregou o braço a ela, que desfez o que ele tinha feito e dobrou a manga do jeito certo. E depois ele estendeu o outro braço e ela fez o mesmo.

— Olha só. Bem melhor agora.

— Obrigado. - ele disse, com um sorriso.

— Por nada. - ela sorriu de volta. - Eu não podia deixar meu homem descer assim.

— Seu homem, é?

— É, meu homem.

— Ok, vou deixar anotado, gata. - ele disse, com um olhar divertido.

— Gata já é brega. 

— Tony? - Charlotte chamou, já puxando de leve o tecido da calça dele. - Vamo?

— Ok, vamos. - ele disse, pegando a mãozinha dela na dele e saindo do quarto. Quando chegaram nas escadas, ela quis descer correndo. - Calma. Tem que descer com cuidado, Lottie. Devagar.

Ela assentiu e então eles começaram a descer no ritmo dela. Gregory, que tinha acabado de tomar banho e agora subia as escadas, quase riu da cena. Charlotte colocava ambos os pés em um degrau antes de avançar para o próximo por ter as perninhas muito curtas e Anthony ia acompanhando. O hall estava iluminado, mas ao chegarem na sala de estar, onde a árvore estava, as luzes estavam desligadas.

— Ui! Esculo! - ela disse, já abraçando a perna dele, com medo.

— Calma. Vamos ligar as luzes da árvore. - ela estendeu os bracinhos e ele a colocou no braço, já atravessando a sala e indo para o lado da árvore. - Hmm, vamos ver. - ele começou a tatear a árvore procurando pelo botão para acender as luzes, encontrando logo em seguida. - Achei. Quer ligar as luzes? - ela assentiu e Anthony pegou a mãozinha dela e a colocou sobre o botão. - Aperta aí.

Ele ficou observando o rosto dela enquanto acendia as luzes: primeiro a surpresa e depois a alegria.

— Avole linda!

— É, não é? - ele disse, sem conseguir evitar que um sorriso se espalhasse pelo seu rosto.

— Senta com eu pa ve.

— Ok.

Então os dois sentaram no chão, um pouco distantes da árvore, e ficaram só observando por alguns minutos. Quanto tempo fazia que eu não sentava para olhar algo tão simples quanto uma árvore-de-natal?, Anthony pensou, ainda olhando a enteada olhar fascinada para a árvore. Toda vez que ela parecia ficar entediada, o padrão em que as luzes piscavam mudava e o interesse dela se renovava. É engraçado como crescemos e deixamos de ver graça nas coisas pequenas. Já devo ter visto centenas e talvez até milhares de árvores-de-natal, e nunca pareceu nada de mais, mas agora é completamente diferente.

E talvez fosse mesmo. Havia algo de muito satisfatório em mostrar a ela algo tão simples e banal quanto uma árvore-de-natal. Fazia ele ter vontade de lhe mostrar mais daquilo que já tinha deixado de considerar importante.

***

Mais tarde, depois de todos já estarem cheios, foram para a praia esperar a chegada do ano novo e a queima de fogos. Todos tinham se dividido em pequenos grupos, então Kate estava sentada em uma toalha na praia com Anthony ao seu lado e Charlotte no seu colo. E aí, enquanto o ano terminava naquela parte do mundo, Kate segurou sua filha mais forte contra o corpo. Essa não vai ser sua última virada de ano, ela pensava, as lágrimas já se acumulando ao redor dos seus olhos. E nem penúltima ou antepenúltima. Você vai viver para ver a passagem do ano até muito depois do resto de nós ter retornado para a terra. Eu prometo.

— Eu sei o que você está pensando. - Anthony disse, olhando para as duas. - E eu prometo que vou fazer o que puder para que o seu desejo se realize.

— Não foi um desejo. Foi uma promessa. E uma que pretendo cumprir.

— Não importa se foi um desejo ou uma promessa; eu vou te ajudar no que puder.

— Obrigada. - ela sorriu e depois fungou. - Ai, meu Deus. Olha, eu sei que provavelmente foi tudo o que eu fiz nas últimas três semanas, mas eu prometo que eu não choro tanto assim normalmente.

— Tudo bem. - ele disse, afastando as lágrimas do rosto dela com os dedos. - Foram três semanas bem atípicas.

— Não chola, mamãe. - Charlotte disse, já virando para a mãe e a abraçando. - Te amo.

— Também te amo, meu bebê. - Kate disse, beijando sua bochecha.

E nesse momento, os fogos começaram a ser soltos ao redor da praia. Com o barulho, Lottie voltou a se apegar a ela, com medo. E então Anthony passou a mão nas costas dela, ao mesmo tempo querendo ajudá-la a se acalmar e chamar sua atenção.

— Lottie, olha o céu. - ele disse. - Parece as luzinhas da árvore que a gente viu mais cedo.

Só então ela tomou coragem de olhar para o céu. E então saiu do colo da mãe e sentou entre os dois.

— Uau. - ela olhava para o céu, encantada.

Os dois apenas a observavam com um sorriso bobo e, apesar de estar se assustando um pouco com o barulho dos fogos, Charlotte parecia muito mais interessada em olhar o céu do que em focar no susto. Anthony olhou para Kate, percebendo que ela também olhava para ele, e os dois olharam na direção de onde alguns dos outros estavam. Então eles se beijaram, seguindo a tradição do primeiro beijo do ano.

— Feliz ano novo. - Anthony disse, sorrindo para Kate.

— Feliz ano novo. - ela sorriu de volta.

O ano que começava prometia ser louco de muitos jeitos, mas havia uma estranha centelha de esperança dentro do peito de ambos.


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