Some Kind Of Disaster escrita por Mavelle


Capítulo 8
Capítulo 07


Notas iniciais do capítulo

Oieee!!! Feliz sábado!
Primeiramente, queria comunicar que durante o mês de dezembro, vamos ter dois capítulos por semana - um no sábado, como de costume, e outro na terça. Estou com um pouco mais de tempo livre agora e acho que vai dar para fazer isso. Não sei como vai ficar no ano que vem, mas espero que consiga fazer isso também.
É isto, espero que gostem do capítulo!
Ahhh, e eu gosto bastante de escrever ouvindo música, então de vez em quando nos capítulos pode ter uns trechos com citação de músicas ou em que eu sugira uma música. Aí vou colocar o link para ouvi-las no Spotify no começo dos capítulos, ok?

Beijos,
Mavelle

Música: You And Me - Lifehouse
https://open.spotify.com/track/0815caqt2Lytro5EIzMufT



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 — Você vai matar o homem do coração. - Edwina disse, ao ver a irmã pronta para ir para a festa.

— Eu espero que não. - Kate disse e, em seguida, virou para a filha que estava sentada na cama com a tia. - Lottie, pode me dar os brincos? - a menina entregou os brincos a ela, que tratou logo de colocá-los. Se bem conhecia Anthony, ele já devia estar chegando.

— Não quer ficar viúva antes de casar?

— Quem falou em casamento?

— Bom, ele seria burro de não querer.

— Calma, Eddie. Não faz nem um ano que estamos juntos. - ela falou, já colocando umas coisas que precisaria na bolsa.

— Tempo não quer dizer nada.

— Eu sei que não quer, mas vamos com calma. Eu não sou só eu. - ela disse, olhando para Charlotte pelo espelho.

— É. Você é você e a criança cuja terceira pessoa favorita é seu namorado.

— Terceira?

— Você é a primeira, eu sou a segunda e ele é a terceira. - Lottie assentiu, como se concordando com a ordem que a tia deu.

— De qualquer forma - Kate disse, já desconversando -, eu não sei se ele quer. Já falamos de começar a morar juntos, mas ele nunca falou nada sobre casamento.

— Tudo bem. Vou deixar de te pressionar sobre isso.

— Obrigada. - o interfone começou a tocar. - Atende, por favor? Acho que o Anthony deve ter chegado.

Ela checou como estava mais uma vez antes de começar a recolher suas coisas. O vestido que usava era preto, tinha um decote ombro a ombro e ia até o chão, sendo justo até o quadril. Sabia que estava bonita, então não ia fingir modéstia, mas achava que podia ter exagerado um pouco. Afinal, era só a festa de fim de ano da Bridgerton.

— Como estou? - perguntou, virando-se para Charlotte, que ainda estava sentada na cama.

— Linda, mamãe! - Charlotte disse, batendo palmas.

— Obrigada, meu amor. - ela disse, já beijando a bochecha da filha. Tinha deixado uma leve mancha vermelha na pele pálida e estremeceu ao perceber isso.

Ainda não tinha contado para a irmã sobre o possível diagnóstico da filha. Tinha ido com Charlotte fazer os exames extras durante a semana, mas ainda não teve a coragem de dizer para Eddie o que estava acontecendo. Sabia o quanto a irmã amava o natal e como essa época do ano fazia com que se sentisse mais próxima dos pais e não queria estragar o recesso para ela. Só contaria caso houvesse algo para contar (que infelizmente provavelmente seria o caso) e quando ela já estivesse voltando para Edimburgo.

Até o momento, a única pessoa que sabia era Anthony. Apesar de não gostar da situação em que estavam, Kate tinha que admitir que ele estava sendo ótimo. Tinha acompanhado as duas quando foram fazer os exames, muito mais para pagar do que por qualquer outra coisa, mas era bom ter uma companhia, especialmente porque em alguns momentos parecia que ela estava prestes a surtar.

Kate pegou o sobretudo que estava separado no guarda-roupa e o colocou em cima da cama, enquanto passava perfume. Charlotte tinha saído correndo do quarto quando ouviu a porta abrindo e ela agora escutava os três interagindo na sala. Fez um checklist mental, sabendo que não estava esquecendo de nada, pegou o sobretudo e foi para a sala.

— Vê desenho comigo? - Charlotte pediu a Anthony.

— Hoje eu não posso. Pode ser amanhã?

— Amanhã amoço vó Let! - ela disse, com um biquinho.

— Poxa. Tudo bem, você é uma pessoa muito ocupada, mas antes do Natal a gente dá um jeito, né?

Ela assentiu e Kate, que observava a cena ainda sem ser percebida, sorriu. E ela teria continuado assim, se Newton não tivesse ido até onde ela estava e começado a abanar o rabo, feliz.

Quando Anthony a viu, esqueceu como respirar por um momento. Ela estava deslumbrante. Eu estava certo, ele pensou. Literalmente ninguém vai perceber que eu estou lá com essa deusa do meu lado.

— Uau. - ele disse, já ficando de pé e indo na direção dela.

— Eu exagerei, né? - ela perguntou, apreensiva.

— Não mesmo. - ele ficou parado ao lado dela, como se estudando seu rosto. - Eu quero muito te beijar agora, mas não acho que você queira chegar na festa já com o batom borrado.

Ela riu.

— Bom, de acordo com a vendedora, o batom é à prova de manchas. Eu nunca confio muito quando dizem esse tipo de coisa, mas talvez esse seja o melhor lugar para testar.

Ele então a beijou com mais intensidade do que faria normalmente. Já nos beijamos vezes o suficiente para estabelecer um padrão?, Kate pensou, enquanto correspondia, se esforçando para manter as mãos longe do cabelo dele, como geralmente faria. Se eu não chegar com o batom borrado, mas ele estiver com o cabelo todo assanhado de que vale o esforço do teste? E então continuaram assim por alguns momentos, aprofundando ainda mais o beijo.

— Ei, ei, ei. - Edwina chamou a atenção dos dois, que se separaram, um pouco ofegantes. Ela estava sentada no sofá com as mãos sobre os olhos de Lottie. - Acho que já deu pra testar. Lembrem que tem uma audiência aqui.

— Desculpa. - Anthony disse. - Acho que nos animamos.

— Muito bem. - Edwina disse, já destampando os olhos de Charlotte.

— Meu batom parece o mesmo? - Kate perguntou, não necessariamente para algum deles.

— Deixa eu ver. - Anthony disse, segurando o queixo dela e olhando para seus lábios. - Eu diria que não fiz um bom trabalho, mas acho que é porque o batom cumpre o objetivo.

— Não foi por falta de tentativa de estragar. - ela disse com um sorriso, mas depois virou para a irmã. - Eddie, confirma pra mim, por favor?

— Minha opinião de especialista não é suficiente?

— Você pode até ser especialista na minha boca, mas ela é mais detalhista que você. - Kate disse, enquanto Edwina observava seu batom.

— Hmmm, deu uma leve manchadinha bem aqui. - ela disse, apontando um ponto na parte de cima do lábio dela e já consertando. - Mas era imperceptível a quem não estivesse procurando de verdade.

— Obrigada. - então virou para Anthony. - Vamos?

— Claro. - ele respondeu.

— Tchau, Lottie. - ela disse, dando um beijo na cabeça da menina. - Se comporte. - então virou para a irmã. - Até amanhã, Eddie.

— Até. - ela disse, com um sorriso no rosto.

Anthony deu também um beijo na testa de Charlotte e deu tchau para Edwina. Ele então segurou a mão livre de Kate, já que ela carregava o sobretudo no outro braço, e eles estavam para sair.

— Esperem! - Edwina disse, e, quando os dois se viraram para ela, tampou os ouvidos de Charlotte. - Usem camisinha! - ela olhou para Charlotte, que a olhava estreitando os olhos. - Ou não, né. Eu quero outra sobrinha. Ou um sobrinho! Tanto faz, na verdade. - ela tinha um sorriso enorme no rosto.

Kate revirou os olhos.

— Nem tão cedo.

— Vou tentar convencer ela. - Anthony disse, dando uma piscadela para a cunhada enquanto eles saíam do apartamento. Kate apenas olhou para ele e balançou a cabeça em negativa, enquanto ele ria. - Deixa ela sonhar. - ele disse, enquanto entravam no elevador.

— Se eu deixar ela sonhar, depois ela vem cobrar. É melhor cortar os sonhos pela raiz.

— Eu não acredito que aceitei juntar meus trapos com uma mulher fria assim. - ele disse, num tom de brincadeira.

— Você que pediu.

— Eu não conhecia esse seu lado.

Ela revirou os olhos. Eles simplesmente entraram no carro, que já estava à sua frente, e foram até o salão de festas que tinha sido alugado para a ocasião, chegando exatamente às 19 horas. Kate ia sair do carro, mas Anthony a parou, colocando a mão no seu braço.

— Antes da gente entrar, eu queria te dizer uma coisa.

— O que foi? - ela parecia apreensiva.

— Minha reação quando você entrou na sala foi completamente espontânea. Bom, até a parte do beijo. - Quem eu quero enganar?, ele pensou. Tem certas coisas que não dá pra fingir. Eu queria beijá-la de verdade naquela hora, mas se eu disser isso, o resultado vai ser desastroso.

— Por que você está me dizendo isso?

— Porque eu precisava que você soubesse. Não queria que você achasse que eu só disse que você está bonita porque tínhamos uma plateia.

— Ah. - ela sentiu o rosto esquentar um pouco. - Obrigada. Você também não está nada mal.

— Nossa. Eu estou aqui, prestes a dizer que você vai ser a mulher mais bonita da festa e você dizendo que eu estou bonitinho.

— Me desculpe, mas todo homem fica igual aos outros nesse tipo de evento e eu não minto. - ela reavaliou. - Sobre isso. - ela pensou novamente. - Quando estamos sozinhos.

— Minha nossa. Quantos remendos você fez aí? - ela deu uma cotovelada de leve nas costelas dele.

— Me respeita. Já posso virar mentirosa profissional.

— Você quer dizer atriz?

— Algumas atrizes mentiram menos na carreira toda do que eu na última semana.

— Exagerada. Vamos?

Kate assentiu e os dois saíram do carro, entrando no prédio de mãos dadas.

***

Pouco mais de uma hora e meia depois, as bochechas de ambos já estavam dormentes de sorrir.

— Por que eu concordei em receber todo mundo na porta com você? - Kate perguntou baixinho, enquanto tinham um momento de pausa, já que ninguém tinha entrado no último minuto.

— Porque foi sua ideia me deixar aqui pra recepcionar todo mundo e, como uma boa primeira-dama, veio me acompanhar.

— Primeira-dama? - ela perguntou, levantando uma sobrancelha.

— É. A namorada do presidente.

— Mas você não é presidente. E a primeira-dama é a esposa do presidente, não a namorada.

— Para mim o nome não ser presidente é só uma tecnicalidade. E quanto à primeira-dama ser só a esposa… bom, é só uma questão de tempo.

Ela respirou fundo.

— Sim. Quatro meses.

Se alguém tivesse lhe dito quinze dias antes que em 4 meses estaria se casando, ela riria.

E se tivessem dito que ela estaria casando com Anthony Bridgerton... Bom, ela provavelmente teria chorado de rir.

Ainda assim, lá estava ela, posando como sua “primeira-dama”, como ele tinha dito. Ela tinha um sorriso no rosto e a mão dele repousava na base de sua coluna, o que, primeiramente, pareceu um pouco estranho - não necessariamente desconfortável -, mas tinha evoluído para algo reconfortante.

O que era bom.

Apesar de só fazer uma semana que estavam fingindo estar juntos, eles fingiam estar juntos por quase um ano. Não podiam parecer tensos perto um do outro. Ainda bem que é o Anthony e não qualquer outra pessoa, Kate pensou. Se fosse qualquer outro, acho que não pareceria tão normal assim depois de só uma semana. É estranho que seja normal?

Os pensamentos dela foram interrompidos pela chegada de um casal.

— Rápido, quem são esses? - Anthony cochichou no ouvido dela.

— John da contabilidade e a esposa. - ela disse, cochichando de volta para ele e tentando não parecer suspeita.

O casal se aproximou dos dois e, enquanto Kate falava com a mulher como se fossem velhas amigas, Anthony teve um pouco mais de dificuldade, não conseguindo sair da formalidade com John.

— Boa noite, John. - Anthony disse, apertando a mão dele.

— Boa noite, senhor Bridgerton. Essa é minha esposa, Sheila. - John respondeu, apresentando a esposa, que tinha parado de falar com Kate para cumprimentá-lo.

— É um prazer. - ele respondeu, apertando a mão dela.

— Igualmente. - ela disse. - Eu sei que acabamos de nos conhecer, mas eu preciso te pedir desculpas. - Anthony franziu a testa, mas manteve o sorriso, claramente mostrando que não estava entendendo. - É que eu ficava empurrando a Kate pra os outros pais solteiros da turma das meninas.

— Taylor, a filha deles, estuda na mesma sala que a Lottie. - Kate disse, explicando.

Ele fez um sinal com a mão, como se ela devesse esquecer daquilo.

— Relaxe. Ninguém sabia que estávamos juntos, não teria como ter adivinhado. De qualquer forma, aproveitem a festa.

Eles saíram, acenando para o Anthony e Kate, que continuavam na entrada da festa.

— Parece que todos já chegaram. - Anthony comentou e Kate olhou o salão, que estava aparentemente cheio.

— Parece que sim. - ela disse e depois foi perguntar ao porteiro. - Boa noite, ainda falta mais alguém da lista?

— Só o senhor Martin e acompanhantes. - ele respondeu.

— Acompanhantes? - Kate perguntou.

— Ele pediu dois convites extras e disse que era para a mãe e a irmã. - Anthony explicou. - E aí me disse hoje que não ia poder vir. - ele deu de ombros.

— Ah. Vamos comer, então. - Kate disse, já puxando ele pela mão.

Mas, assim que eles sentaram na mesa, Violet pediu que eles levantassem.

— Mãe... - Anthony começou.

— Alguém tem que abrir a pista de dança. - ela afirmou. - E com alguém, eu quero dizer vocês.

— As pessoas não parecem animadas para ir agora. Deixa a gente comer alguma coisa e nós vamos.

— Vão agora, por favor. - ela disse, sua voz em um tom entre a súplica e o comando.

— Vamos, Anthony. - Kate disse, levantando e já puxando ele pela mão para o espaço no salão que estava reservado para que as pessoas pudessem dançar. - Ela devia ter alguma razão secreta para isso.

A banda já estava tocando músicas mais lentas, mas ninguém tinha começado a dançar ainda. Então eles ficaram no centro do espaço (para a eterna mortificação de Kate) e começaram a dançar.

— Eu sinto que tenho que te dizer que eu sou uma péssima dançarina. - Kate disse, praticamente sussurrando no ouvido dele. Ele apenas sorriu.

— Finalmente algo em que você não é boa e eu sou.

Ela pisou no pé dele de leve (e de propósito).

— A parte boa de eu ser má dançarina é que eu posso pisar no seu pé e você nunca vai saber se foi de propósito ou por acidente.

— Agora foi de propósito, mas na festa do ano passado foi sem querer.

— Errado. - ela disse, com um sorriso. - Ambas propositais.

— Hoje eu mereci, mas o que eu te fiz ano passado?

— Você estava dizendo que eu precisava de óculos se estava achando o Ryan da equipe de TI bonito.

— Bom, era verdade. - ele ficou meio que esperando que ela pisasse em seu pé de novo e se surpreendeu quando ela não fez isso. - Ué.

— Ele era um merda. Era bonito, mas era um merda. E eu realmente precisava de óculos, apesar de só ter descoberto isso alguns meses depois. - Ele sorriu para ela e ela lhe deu um selinho. Anthony levantou uma sobrancelha. - Ué. Só você que pode tomar iniciativa?

Ele fez um sinal, negando com a cabeça, e ela apenas sorriu, indo beijá-lo de novo. Eles continuaram dançando e a música mudou. Kate começou a olhar discretamente ao redor do salão, claramente procurando alguma coisa, enquanto Anthony olhava para ela e, sempre que tentava desviar o olhar e parar de parecer um maluco obsessivo, não conseguia. Não sabia exatamente o que estava acontecendo consigo naquela noite. Sempre soubera que Kate era uma mulher atraente, e já a tinha visto tão arrumada quanto estava naquele momento, mas havia algo diferente naquela noite.

And it's you and me / E somos eu e você

And all the other people / E todas as outras pessoas

And I don't know why / E eu não sei por que

I can't keep my eyes off of you / Não consigo tirar meus olhos de você”

Sem perceber, ele passou a encarar os lábios dela, e então estava baixando um pouco sua cabeça e...

— Meu Deus, acabei de entender o desespero da sua mãe. - Kate disse, quebrando a linha de raciocínio de Anthony. Se ela não tivesse falado, eu teria beijado ela de verdade, ele pensou. Isso não pode voltar a acontecer, não se quisermos que isso funcione. - Olha o Benedict. - ela disse, apontando com o queixo para Benedict, que dançava com uma garota que ela não conhecia. Ele tinha um sorriso que ia de um lado ao outro do rosto e olhava para a garota com adoração. Anthony ia simplesmente virar a cabeça para ver, mas Kate reclamou. - Seja discreto, pelo amor de Deus. A gente tá dançando, basta me conduzir pro outro lado. - ele revirou os olhos, mas fez como ela tinha sugerido.

— Quem é ela? Ele chegou sozinho e eu não lembro de ter visto ela chegar com alguém.

— Não sei.

Os dois ficaram observando Benedict por mais alguns momentos e, quando a música acabou, foram se sentar. Afinal, dez minutos dançando podiam não aumentar a fome, mas também não a matavam.

***

Às duas da manhã, os últimos convidados (ou seja, a família de Anthony) tinham ido embora e, finalmente, Kate e Anthony iriam embora. Ambos estavam cansados e ficaram em silêncio o caminho até o apartamento dele, mas, assim que chegaram no andar, Kate tirou os saltos.

— Meu Deus, finalmente. Eu não aguentaria mais dez minutos com esses sapatos.

Então, esquecendo que não estava mais de salto, ela deu um passo à frente, tropeçando no vestido e batendo contra as costas de Anthony.

— Eu jurava que você não tinha bebido hoje. - ele disse, ironicamente, já abrindo a porta.

— E não bebi. - ela disse enquanto entrava, segurando o vestido para não tropeçar de novo. - Eu já não sou a melhor atriz quando estou sóbria, imagine bêbada. Além disso, eu nunca bebo quando estou com você.

— Sério? Nunca tinha percebido isso.

— Pois é. Ai, os sacrifícios que eu faço em nome dessa amizade e que você não nota.

— Não seja por isso. Pode dormir na minha cama que eu fico no sofá.

— Sério? - ela pareceu interessada.

— É. Só tem uma cama e, como eu te convidei para passar a noite, nada mais justo, não acha?

— Eu não vou discutir com você.

Ela foi para o banheiro, enquanto ele passou no quarto para trocar de roupa e pegar um cobertor e travesseiro. Quando tinha voltado para a sala e começado a arrumar o lugar para dormir, Kate chamou.

— Anthony! Posso pegar uma camiseta sua? Esqueci de trazer uma roupa para dormir.

— Pode.

— Obrigada.

Anthony se acomodou no sofá, que, pelo menos, era grande e confortável e estava para cair no sono, quando ouviu os passos dela vindo pelo corredor. Então abriu os olhos e a viu. Agora que ela estava de rosto lavado, descalça e usando uma camiseta antiga sua, ele não estava mais afetado pela simples existência dela. Ou pelo menos, ele achava que não.

— Ah, Anthony. - ela disse.

— O que foi?

E então ela abriu um sorriso genuíno e ele soube que, mesmo que não estivesse mais loucamente atraído por ela como no começo da noite, um pouco daquilo tinha continuado ali.

— Boa noite. - Kate disse, já voltando para o quarto

— Boa noite. - ele respondeu, olhando para o teto e com um sorriso bobo surgindo no rosto.


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