Some Kind Of Disaster escrita por Mavelle


Capítulo 10
Capítulo 09


Notas iniciais do capítulo

Oiee!!
Tô postando um pouco mais tarde que o normal porque mainha me pegou pra elfo doméstico hoje rsrs, mas enfim, espero que gostem! Ah, e tem uma surpresinha nas notas finais do capítulo hihihi
Digam o que estão achando nos comentários e comecem a acompanhar pra receber notificação toda vez que postar um capítulo novo.

Beijos,
Mavelle

Sugestão de música: Deixa - Lagum feat. Ana Gabriela
https://open.spotify.com/track/3fLqmaO4vvZpFZSZy52VMp



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/796324/chapter/10

— O que estamos fazendo aqui? - Kate perguntou assim que saíram do carro.

Anthony olhou para ela estreitando os olhos. Sempre soube que crianças imitavam adultos, mas essa provavelmente é a primeira vez que vejo um adulto imitando uma criança, ela pensou, ao ver a expressão favorita da filha no rosto dele.

— Não precisa fingir aqui fora, sabe? - ele disse, sussurrando no ouvido dela.

— Claro que preciso. Benedict está tentando se esconder na cortina de um quarto do segundo andar.

— Falando nisso, por favor, me lembre de te mostrar o quarto da Lottie antes de mostrar o nosso pro Benedict poder fugir. E não é como se ele pudesse ouvir o que estamos dizendo.

— Ele tem mais talento com leitura labial que qualquer outra pessoa que eu conheço.

— Por que você acha que eu só estou falando no pé do seu ouvido?

Ela riu, tentando afastar o nervosismo. Sabia exatamente o que ia acontecer - estava prestes a ser pedida em casamento.

Bom, oficialmente.

Era um dia antes do dia dos namorados, ou seja, o “aniversário” de um ano deles seria no dia seguinte. No começo, tinham planejado noivar no dia mesmo, mas, como era um domingo, acharam melhor fazer no sábado. Meu Deus, só faz dois meses que começamos isso, Kate pensou. Foram os dois meses mais doidos da minha vida, mas ainda assim... É muito pouco tempo pra minha vida ter mudado tanto.

E ela não estava exagerando. Quando o resultado dos exames confirmando a doença de Charlotte chegou, ela sentiu como se o mundo tivesse sido arrancado de debaixo dos seus pés. Tinha sido apenas dois dias antes do Ano Novo e, como não queria estragar o fim de ano de ninguém, Kate manteve isso para si mesma. Bom, o quanto pôde. Anthony soube o que tinha acontecido na hora que olhou para ela.

Kate contou para Edwina no aeroporto e houve lágrimas de todas as partes, sem que ninguém se importasse que estavam num lugar público. Eddie quase se recusou a entrar no avião, dizendo que precisava estar ali para ajudar a irmã e a sobrinha, mas, no fim, foi convencida por Kate a voltar para a Escócia. Ela tinha sua própria vida e não devia pará-la por isso. Francesca foi o caminho todo consolando Edwina, apesar de também estar com o coração apertado ela mesma.

Ao contar para os Bridgertons, literalmente todos se ofereceram para ajudar como pudessem. De Violet até Hyacinth, que se ofereceu para tomar conta de Newton enquanto estivessem nas sessões com Charlotte, todos queriam ajudar. Kate se emocionou com isso. Era incrível o quão acolhida se sentia por eles e como o sentimento de família era forte quando estava entre eles. Isso era algo que ela não sentia com tanta frequência desde a morte de seus pais, mas, naquele momento, ela se sentiu completamente acolhida.

O tratamento começou pouco depois isso, na segunda semana de janeiro.

No início, tinha parecido que ela não teria tantas reações adversas, mas, com o passar das horas, ficou claro que era apenas uma questão de tempo. Naquele primeiro dia, ela parecera bem, mas, durante a noite, começou a vomitar e se manteve mal durante todo o dia seguinte. Logo de manhã, Kate ligou avisando que não poderia ir trabalhar e que Charlotte não iria para a escola. Estava tentando não alterar tanto as rotinas, mas se ela fosse ficar tão mal no dia seguinte, não tinha como ser diferente. E levou pouco tempo para perceber que isso aconteceria todas as vezes.

Assim, sua nova rotina consistia em: trabalhar normalmente na segunda feira, sair mais cedo do trabalho na terça e levar Charlotte para a sessão de quimioterapia, trabalhar de casa na quarta e fingir que tudo estava normal no resto da semana, enquanto observava a filha ficar cada dia mais cansada. Ah, e o ocasional choro desesperado até dormir, que não acontecia há vários anos.

Ela ficou feliz ao perceber que ninguém tinha dito da boca para fora que a ajudaria. Violet a chamava para jantar com ela uma ou duas vezes por semana, no mínimo, Colin e Eloise tentavam distraí-la com outros assuntos e até Hyacinth e Gregory ajudavam, já que muitas vezes levava Newton para os jantares e os dois passeavam com o cachorro (coisa que há bastante tempo ela tinha que se esforçar para que acontecesse). Daphne fazia questão de nunca deixá-la levar Charlotte para uma sessão de quimioterapia sozinha, porque, na concepção dela, ela não deveria lidar com isso sozinha.

Kate se sentia muito sortuda por ter todas aquelas pessoas em sua vida.

Mas nenhum deles se comparava a Anthony.

Ela não tinha esperado que ele fosse ajudá-la – nunca tinha pedido que o fizesse –, mas não tinha se surpreendido quando ele se ofereceu para levá-la à primeira sessão com Charlotte. Ele partilhava da mesma opinião de Daphne, e pediu a ela, como sua vice, que assumisse alguns compromissos ao longo daquelas semanas para que ele pudesse ir com Kate. E, quando não podia mesmo sair do que quer que estivesse fazendo, pedia à irmã que acompanhasse a namorada, mas só até ele chegar para cozinhar, já que ele se comprometera a fazer o jantar todas as terças-feiras. No primeiro dia, ele tinha ficado com elas até Charlotte adormecer, quando ambos assumiram que estava tudo sob controle. E, no dia seguinte, quando ela lhe mandou uma mensagem dizendo que não poderia ir trabalhar porque Charlotte estava doente, ele se prontificou em levar o almoço para as duas.

E então almoçar com o Anthony nas quartas acabou se incorporando à nova rotina delas, assim como os jantares feitos por ele todas as terças.

— Por que você está fazendo isso? - Kate perguntou na primeira vez em que ele tinha levado o almoço da quarta feira. Eles tinham acabado de comer e Anthony começou a limpar a cozinha.

— Porque, primeiramente, precisava ser feito e você claramente não está com o estado mental para fazer isso agora. E, em segundo lugar, porque é o mínimo que eu posso fazer como seu amigo. - E namorado, ele adicionou na mente. - E, além disso tudo, você cuida dela melhor que ninguém, mas alguém precisa cuidar de você.

— Eu estou bem. - ela falou, soando um pouco na defensiva.

Ele respirou fundo.

— Sabe de algo que me marcou do dia que a Lottie nasceu?

— Eu gritando com você porque você teve o azar de estar comigo na hora que a bolsa rompeu e teve que me levar pro hospital? - ela perguntou, sarcasticamente.

— Não, você estava no seu direito de fazer isso. Foi mais tarde, quando minha mãe foi te visitar. Ela disse que, daquele momento em diante, você nunca mais estaria sozinha. E, bom, é verdade: você tem a Lottie e nunca vai estar sozinha, mas ela não pode te ajudar com muito do que precisa ser feito. Mas isso não quer dizer que você precise enfrentar tudo isso sozinha, nem que está sozinha porque ela não pode te acompanhar nisso. Eu estou bem aqui - ele disse, segurando o rosto dela entre as mãos, enquanto algumas lágrimas teimavam em descer pelas bochechas dela -, e não vou sair. Deixa eu cuidar de você.

— Ok. - ela disse e simplesmente o abraçou, praticamente desabando em seus braços. Tudo sobre aquele abraço a fazia se sentir segura, desde o beijo suave em sua testa até a forma como a dobra do pescoço dele parecia ter sido moldada para a cabeça dela.

E agora, enquanto entrava pela primeira vez na casa em que iriam morar, era o toque familiar da mão dele na sua que a mantinha calma. Engraçado como eu passei a associar estar perto dele com conforto e segurança, Kate pensou.

— De novo, o que estamos fazendo aqui? - ela perguntou, sua mão ainda envolvida na dele, enquanto ele destrancava a porta. Com certeza, isso dificultava a abertura da porta, mas sabia que, se soltasse a mão dele, a sua começaria a tremer.

— Lembra que eu comentei que tinha uma casa? - ele perguntou, enquanto abria a porta.

— Ah, então essa é a famosa casa. - Kate comentou enquanto Anthony fechava a porta atrás deles.

— É. Vamos, eu quero te mostrar tudo antes de jantarmos.

— Hmmm, jantar? Feito por você?

— Hoje não.

— Que pena. Tô começando a gostar mais da sua comida do que da minha, e olhe que eu gosto mais da minha comida do que da de muita gente.

Ele deu um sorriso convencido.

— Amanhã eu te faço café da manhã.

— Olha que eu cobro.

— Pode cobrar à vontade.

Primeiro passaram pela sala, que era gigante e tinha um lustre no teto e uma lareira a gás, além de um painel para a televisão. Anthony tinha comprado a casa já com armários projetados pelos donos anteriores, então os inquilinos precisaram levar algumas coisas, que levaram embora quando saíram.

— Pelo menos, seus inquilinos tinham bom gosto. - Kate disse, observando o lustre.

— Ah, não. Isso era dos antigos donos. Os inquilinos não tinham nenhum senso de nada.

— Sério?

— Digamos que é melhor que tenham deixado a casa sem nada.

— Não podia ser tão horrível.

— Eu te mostro lá em cima.

Ela estendeu a mão para ele e os dois começaram a subir as escadas. Então entraram na primeira porta à esquerda e Kate entendeu o que Anthony quis dizer.

— Quem permitiu que esse papel de parede fosse fabricado? - ela perguntou e ele começou a rir, a abraçando por trás. - É sério. Quem deixou que um papel de parede de zebra preto e rosa fosse feito em larga escala? E se não tiver sido feito em larga escala, quem disse “pode usar minhas máquinas para fabricar isso”?

— Então você não quer o papel de parede? Pensei que ia ser ótimo para o escritório, já que ajuda tanto no foco.

— A focar nele e esquecer que o resto existe. - ela respirou fundo. - Por favor, me diga que essa é a última atrocidade.

— É sim. Desde o fim do mês passado, eu venho ajeitando algumas coisas por aqui. Eu só deixei o papel de parede pra te chocar mesmo.

— Conseguiu. - ele a soltou e ela começou a andar pelo cômodo, que tinha um tamanho mediano. Só então ela percebeu que não sabia de um detalhe muito importante. - Você costuma trabalhar muito de casa?

— Não tanto que fizesse um escritório tão grande em casa necessário, no máximo uma noite por semana. Eu usaria a salinha que tem lá embaixo e que já tinha sido pensada para isso, mas você está trabalhando de casa ao menos uma vez por semana, então achei que um espaço maior deixasse as coisas mais confortáveis. Além disso, no meio do ano a Bridgerton libera para pessoas com filhos trabalharem de casa. Eu sei que a Edwina vem para ficar com a Lottie um tempo e que você geralmente tira férias em outra parte do verão, mas vai que. De qualquer forma, achei que um escritório seria uma boa ideia.

— É uma ótima ideia.

— Vamos. - ele pegou a mão dela e a conduziu para o próximo quarto, que agora tinha paredes brancas. - Acredite em mim, aqui era pior do que aquele outro quarto.

— Como podia ser pior do que aquele outro quarto? Papel de parede com estampa de leopardo verde e roxo?

— Você chegou assustadoramente perto.

— Quem eram essas pessoas?

— Eu não sei e não quero saber.

— Acho que é melhor mesmo. - ela respirou fundo. - O último quarto vai ser o escritório. O que está pensando para esse?

— O quarto da Edwina, claro.

— Um quarto de visitas, você quer dizer?

— Bom, quando ela não estiver aqui, talvez, mas estava pensando como o quarto dela mesmo. - Kate se surpreendeu. - Acho que é importante poder dizer que tem um lugar esperando por você quando você volta para casa.

— Ah. Nunca tinha pensado por esse lado. - ela simplesmente o abraçou. - Obrigada.

— Por nada. - ele pigarreou e os dois saíram do quarto, entrando no seguinte. - Acho que você vai gostar desse.

Era o maior quarto até aquele momento e a primeira de duas suítes.

— O quarto da Lottie? - Kate perguntou e ele assentiu. - Meu Deus. O Newton vai viver aqui. Se ele já fica no quarto dela metade do tempo mesmo sendo pequeno, imagina aqui.

— Com certeza. - ele foi na direção da outra porta do quarto e a abriu, mas logo fechou. - Eu ia te mostrar o banheiro, mas acabei de perceber que esqueci de tirar a atrocidade dele. Acho que já basta o papel de parede de zebra pela noite.

— Tudo bem. - ela disse, mas fez um “C” com a mão, ao que Anthony revirou os olhos e assentiu. Os dois voltaram para o corredor. - Então só sobraram dois cômodos.

— Um deles é um banheiro, e acho que é mais seguro evitarmos banheiros hoje. Eu tinha esquecido completamente de checar os banheiros.

— Acho que talvez seja melhor mesmo. Imagino o que poderíamos encontrar lá dentro.

— Provavelmente algumas formas de vida escondidas. - ele disse, tentando parecer despreocupado, mas Kate sabia exatamente o que ele queria dizer.

— Baratas e moscas-de-banheiro? - ela perguntou, mordendo o lábio inferior em seguida para tentar não rir. Tinha quase certeza que Colin podia ouvi-los, então fizera isso para irritá-lo.

— Sim. - Anthony respondeu, com um sorriso que dizia que também queria rir.

— Melhor evitar mesmo, então.

— Definitivamente. - ela começou a andar na direção do quarto principal.

Nesse quarto, não havia guarda-roupa, mas não estava vazio – havia uma cama king size encostada numa das paredes. Além disso, no quarto tinham duas portas, uma para o banheiro e uma porta de correr que Kate acreditava ser um closet.

— Eu nem posso imaginar porque esse é o único móvel que eu vi na casa inteira que não estava aqui quando você comprou. - Kate disse, com um sorriso travesso para o caso de Benedict estar tirando fotos de algum lugar.

— Mas não é. Ainda não fomos na cozinha.

— Ah. Eu honestamente pensei que comeríamos no chão.

— Claro que não. Certo, não tem mesa, então vamos usar o balcão, mas ao menos temos cadeiras.

— Olha aí. Já é uma grande evolução do primeiro jantar no meu apartamento.

— Realmente, acho que quase qualquer coisa é uma evolução daquilo.

O primeiro jantar no apartamento de Kate tinha sido os quatro Bridgertons mais velhos e ela comendo pizza no chão com as lanternas do telefone como única iluminação. Tinha sido apenas algumas semanas depois da morte dos pais dela e, bem, tudo era bastante improvisado.

— É sim. - Kate respondeu. - Mas eu confio na sua escolha de restaurante.

— Obrigado. - ele disse, com um sorriso. E então se aproximou dela para falar baixinho em seu ouvido. - Olha o closet, tem porta. Talvez não precisemos de um biombo.

— Ah, eu quero mesmo assim. Eles são bonitinhos.

— Sim, senhora. - ela revirou os olhos. - Vamos descer, o jantar deve estar esfriando.

— Por favor. Estou morrendo de fome.

Nesse momento, os dois saíram do quarto e começaram a voltar para o andar de baixo.

— Se eu soubesse que estava com tanta fome, teríamos jantado primeiro e depois feito a tour pela casa.

— Você claramente tinha um plano para a noite. Eu não estragaria o que quer que você tenha planejado por causa de 15 minutinhos de fome.

— Ah, não é nada muito planejado.

E era verdade. Bom, ao menos na concepção de Anthony.

O plano era bem simples: mostrar a casa, jantar, fazer um discurso bonito, pedir ela em casamento e, no dia seguinte, fingir que passaram a noite fazendo amor para comemorar o noivado. Eu poderia ter feito tudo sozinho, mas envolver Colin e Benedict é uma forma de ter registrado e, também, de pedir apoio, apesar de eles já terem dado quando eu disse que queria casar com a Kate, Anthony pensou.

Nesse momento, já tinham passado da sala de jantar, sem mesa ou cadeiras, e chegavam à cozinha. Ela estava esperando algo simples, já que Anthony tinha dito que não tinha sido muito planejado, então ficou surpresa ao entrar na cozinha e perceber que estava iluminada à luz de velas e que tinha um refratário estilo os de buffet sobre a bancada. Mas o que mais chamou a sua atenção foram as flores laranjas dentro do vaso no centro da bancada.

— Lírios? - ela perguntou, apesar de reconhecê-las logo de cara.

— É. Você disse uma vez que amava lírios.

— Eu não acredito que você lembrou! - Kate tinha um sorriso bobo estampado no rosto.

Quase 10 anos antes, os dois tinham ido fazer uma trilha pelos arredores de Aubrey Hall, a casa de campo da família dele. Como o dia estava nublado, mais ninguém quis ir com eles, mas isso não foi um empecilho. Eles andaram por quase uma hora, e, quando estavam na metade do caminho de volta, encontraram uma casa bem antiga e aparentemente abandonada. O que chamou a atenção dos dois foi que, pelo muro baixo, dava para ver as centenas de lírios das mais variadas cores.

— Meu Deus! - Kate se animou. - Eu amo lírios. - ela então virou para Anthony. - Tira umas fotos minhas aqui, por favor?

— Tá, mas vamos logo. - ele disse, parecendo apreensivo.

Os dois pularam o muro baixo e Anthony tirou as fotos que Kate queria, entregando, em seguida, um lírio laranja que tinha acabado de colher. Ele simplesmente registrou o olhar surpreso e depois grato dela enquanto sentia o coração bater mais rápido.

E então, ouviram o barulho de alguém dentro da casa e saíram correndo.

— Eu ainda tenho as fotos para me lembrar. - Anthony disse, com um sorriso nostálgico.

— Eu era uma péssima influência pra você.

— Não, não. É só que você era menor de idade.

— E menores de idade podem fazer o que der na cabeça?

— Exatamente. - ambos sorriram. - Vamos comer? Uma certa pessoa me disse que estava morrendo de fome.

— Sim, por favor.

Ambos se serviram e conversaram sobre tudo e nada, ao mesmo tempo. Falaram sobre a casa, sobre quem deviam ter sido os inquilinos de gosto questionável, sobre a semana que tinha passado, sobre o tempo e como o aniversário de Violet estava se aproximando. Antes que pudessem perceber, quase meia hora tinha se passado.

— Sabe, depois desse tempo todo você ainda não me disse porque estamos tendo um jantar romântico aqui. - Kate disse, uma vez que eles tinham acabado de jantar e os pratos estavam na pia.

— Não? - Anthony perguntou, com um sorriso que dizia que tinha certeza de que não tinha dito.

— Não.

— Bom, eu queria te mostrar a casa do jeito que ela está agora. No momento, essa é minha casa. E é exatamente o que parece: uma casa vazia e que claramente tem coisas faltando. O que eu queria é transformar ela na nossa casa. Quero que pare de ser a casa do Anthony e passe a ser a casa do Anthony, Kate, Charlotte e Newton. Eu só ia te pedir pra vir morar comigo, como já estávamos falando antes, mas percebi que isso seria só uma forma de adiar aquilo que vai acontecer de qualquer maneira. Porque, mais do que a casa, a comida e as tarefas, eu quero compartilhar minha vida com você. Eu quero poder conversar com você de manhã cedo e tarde da noite todos os dias, porque não há ninguém com quem eu prefira partilhar meus planos ou contar o que eu fiz naquele dia. E também porque é hilário conversar com você enquanto você está com sono. - Kate revirou os olhos, mas riu. - E eu quero que você seja a primeira pessoa que eu vejo quando acordo e a última que vejo antes de dormir, não só hoje ou amanhã, mas sempre. Eu te amo, Kat. Acho que te amo desde muito antes de ficarmos juntos. Deve ter sido, se não, não sei porque guardei na memória tudo sobre você. - ela riu e os olhos dela se encheram de lágrimas. Estava emocionada de verdade, coisa que definitivamente não imaginava que fosse acontecer. Nesse momento, Anthony saiu da cadeira e se ajoelhou na frente da cadeira em que ela estava sentada, já pegando uma pequena caixinha de veludo do bolso. E então a abriu, revelando um anel de ouro branco com três diamantes pequenos com corte quadrado. Kate não conteve um suspiro de surpresa. - Katharine Grace Sheffield, casa comigo?

— Sim!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

CENA BÔNUS - Anthony contando a Colin e Benedict que quer se casar: https://homecomingalligator.tumblr.com/post/637313155124641792/anthony-contando-a-benedict-e-colin-que-quer-casar



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Some Kind Of Disaster" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.