Some Kind Of Disaster escrita por Mavelle


Capítulo 7
Capítulo 06


Notas iniciais do capítulo

Oieee!
Feliz sábadoooooo
Voltei com mais um capítulo, espero que gostem! Comecem a acompanhar a história para serem notificades sempre que um capítulo novo for lançado.

Beijos,
Mavelle



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— Pronta? - Anthony perguntou a Kate ao parar o carro no estacionamento do aeroporto.

— Sim. Nos preparamos pra isso ontem.

Preparação mais difícil da minha vida, Anthony pensou, sarcasticamente. Passar o dia beijando Kate não foi a pior maneira de passar o sábado, mesmo que estivéssemos parando pra avaliar o vídeo e o nível de estranheza do que estávamos fazendo. Definitivamente, não foi assim que eu imaginei que passaria o fim de semana.

Kate pegou Charlotte no banco de trás do carro e a colocou no braço enquanto não entravam no aeroporto, mas, assim que entraram, deixou ela ir no chão segurando sua mão. Anthony tinha pego a outra mão de Kate, mas Lottie decidiu que queria ficar entre os dois, então soltou a mão da mãe momentaneamente, apenas para ir para a frente deles e pegar uma das mãos de cada um. Em seguida, ela virou para Anthony e apertou os olhos, claramente indicando que só ela podia segurar a mão da mãe. Os dois adultos trocaram um olhar e quase começaram a rir.

Os três foram até o portão de desembarque 2 atraindo mais olhares que podiam contar. Aparentemente, uma menininha de dois anos praticamente puxando dois adultos pelo aeroporto chamava atenção, mas, pelo menos, era de um jeito bom. Quando chegaram no portão, várias outras pessoas já estavam esperando os passageiros desembarcarem. Como Charlotte ficava na altura das pernas das pessoas, Anthony se ofereceu para segurar ela para que ela pudesse ver a tia chegar.

— Não sô mais bebê, Tony. - ela disse, mas já tentando ver entre as pernas dos adultos.

— Você está certa. - ele respondeu. - Erro meu, me perdoe. Com certeza você quer ver do jeito das crianças.

— Eu quelo. - ela disse, já esticando os bracinhos para que ele a pegasse. Ele a pegou e colocou sobre seus ombros, segurando ela pelas perninhas e apoiando a coluna dela.

— Tá vendo melhor?

— Tô veno tudo. Bigada, Tony. - os dois sorriam um pro outro.

Kate só observava a cena, com um sorriso leve no rosto. A situação em que eles estavam era louca e estranha em muitos níveis, mas, pelo menos, Anthony e Lottie eram doidos um pelo outro. Tirando quando ela estava com ciúme da mãe, claro. Mas, de resto, não tinha do que reclamar. Nunca casaria com alguém que não gostasse de sua filha, mas não esperava alguém que gostasse tanto assim dela.

Após mais alguns minutos, nos quais engataram uma conversa com uma senhorinha que estava esperando seus netos, Edwina e Francesca apareceram no corredor empurrando um carrinho com suas malas.

— TIA EDDIE! - Charlotte gritou e basicamente começou a pular nos ombros de Anthony, que ainda a mantinha segura ali. As meninas ainda não tinham visto eles, mas, com o grito, não tinha como não ver.

— Peraí, Lottie. - Kate disse, já tirando a filha e a colocando no chão. - Assim você machuca o Anthony.

Ela pareceu chocada.

— Disculpa, Tony.

— Tudo bem. - ele respondeu, mas ela já tinha corrido. - Minha popularidade vai cair, não vai? - ele perguntou, já estendendo a mão para Kate, que simplesmente a pegou, entrelaçando os dedos com os dele, enquanto caminhavam na direção das irmãs.

— Sim, sinto muito. Ela adora a Eddie. - ela respondeu.

— Anthony, como que você não conta pra gente que está namorando a Kate? - Francesca perguntou quando eles se aproximaram o suficiente. Edwina estava distraída com Lottie, que estava rindo muito.

— Bom dia pra você também, Frannie. - ele disse, já abraçando a irmã. - Obrigada, meu irmão querido, por ter vindo me buscar no aeroporto, também estava com saudades de você.

Ela revirou os olhos e o soltou.

— Como você aguenta? - ela perguntou, já abraçando Kate. - Você devia mesmo ter contado por que isso é um milagre.

Kate riu.

— Eu me conformei com o fato de que me apaixonei pelo homem mais convencido de Londres. Depois disso, percebi que quase todas as chateações dele são causadas por essa parte da personalidade, então eu aceito.

— Você podia ter só dito que era o amor. - Anthony reclamou, já pegando o carrinho de Francesca, enquanto Edwina percebia que eles tinham chegado lá.

— Não é só amor, não. Eu te amo, mas não a ponto de aguentar isso. - Francesca disse.

— Kaaaaate! - Edwina disse, enquanto abraçava forte a irmã. Não se viam desde o aniversário de Charlotte, que tinha sido no final de agosto.

— Eu estava com tanta saudade! - Kate disse, quase com lágrimas nos olhos. Tinha muito a conversar com a irmã.

— Tá vendo, Frannie? - Anthony falou, já implicando com a irmã. - É assim que você cumprimenta seu irmão depois de passar mais de 3 meses sem se verem.

— Você tá se esforçando pra ser um porre hoje, meu Deus do céu.

— Anthony, deixa a Francesca em paz. - Kate reclamou, ainda abraçando Edwina de lado enquanto o grupo andava na direção da saída. - Dê a sua irmã meia hora de paz até chegar em casa.

— Você tá do meu lado ou não?

— Claro que estou do seu lado. Se eu não pedir pra ele colocar um freio, tem uma boa chance de ele ficar te enchendo até chegarmos na casa da Violet e depois você ter que aguentar os outros 6 por mais meia hora.

— Faz sentido.

— Vocês ficam aí me difamando, mas são exatamente iguais. - Anthony disse, depois virou para Edwina, que já tinha soltado Kate e agora andava segurando Charlotte no braço. - Você tem sorte que são só você e a Kat e ela é bem menos pior que qualquer um de nós.

— Claro. - Ed respondeu. - Ela não tem com quem competir pra ser mais irritante. Inclusive, boa sorte pra vocês três.

— Chumbo trocado não dói ou tratado de paz? - ele perguntou à irmã.

— Paz. Eu não falo uma palavra sobre você e a Kate e você não fala sobre eu e a Escócia. Combinado? - Frannie disse.

— Eu não faria esse acordo. - Edwina disse distraidamente.

— Como é? - Anthony perguntou e Kate apertou o braço dele de leve. - Você sabe de algo que nós ainda não sabemos, Ed? - ele perguntou, tentando amenizar o tom.

— Não, claro que não. - ela remendou. - Era mais pra Frannie do que pra você. Ela com certeza vai querer fazer algum comentário quando todos estiverem juntos. - Charlotte começou a balançar a cabeça, concordando.

— É verdade. - Francesca disse. - Armistício no carro e guerra em casa?

— Ótimo. - Anthony disse, mas ainda não estava convencido.

Eles tinham acabado de chegar no carro e as meninas ajudaram Anthony a colocar as coisas no porta-malas enquanto Kate colocava Charlotte na cadeirinha. Menos de 2 minutos depois, estavam todos acomodados e já saindo do aeroporto.

Assim que saíram, Kate pôs a mão sobre a coxa de Anthony. Ele a olhou rapidamente e deu um sorriso de lado. Não tinham ensaiado isso, mas foi um gesto tão natural da parte dela que ele só seguiu a deixa. Sabia que ela estava nervosa, então era melhor só seguir o que quer que ela fizesse o dia inteiro.

Cerca de meia hora depois, Anthony parou o carro na frente da casa da família. Os carros de Benedict e Simon já estavam parados na rua, o que queria dizer que provavelmente todos já estavam lá. Eloise, Gregory e Hyacinth ainda não tinham saído de casa, Colin e Benedict moravam na mesma rua, então geralmente iam juntos, e Daphne morava com o noivo.

Os cinco saíram do carro e, enquanto Francesca e Edwina iam com Charlotte tocar a campainha, Anthony e Kate pegavam a mala de Francesca. Ela estava um pouco nervosa, apesar de saber que a reação dos outros seria parecida com a de Benedict, Daphne, Francesca e Edwina. Ainda assim, estava esperando que alguém aparecesse com uma razão pela qual eles dois não podiam estar juntos. Kate pegou a mão livre dele, mais pela sensação de segurança que a mão dele na sua passava do que pela atuação.

O portão já estava aberto quando chegaram na frente e as meninas já tinham entrado, o que queria dizer que todos já estavam em cima de Francesca. Eu vou passar despercebida pelos próximos 10 segundos, Kate pensou, feliz.

O tempo de anonimato dela durou ainda menos do que o esperado.

Violet logo viu os dois e começou a andar em sua direção. Ela tinha um sorriso enorme no rosto.

— Oi, Violet. - Kate disse, já abraçando a sogra e tentando conter o nervosismo. Sempre tinha gostado muito dela e acreditava que o sentimento era mútuo.

— Oi, Kate. - Violet disse. - Ouvi dizer que você é minha nova nora.

— Bom, é verdade. - ela disse, ainda sorrindo.

— Então estou feliz por vocês.

— Obrigado, mãe. - Anthony disse e a mãe foi abraçá-lo.

— Finalmente, não é? - ela sussurrou em seu ouvido, ao que ele apenas assentiu com um sorriso.

Na época, seu pai tinha sido o único em quem ele confiara para dizer que estava gostando de Kate, mas sabia que não haviam segredos entre ele e sua mãe, então ela definitivamente sabia. No último ano da escola, tinha percebido que gostava dela, mas parecia absurdo dizer aquilo em voz alta, especialmente porque, enquanto ele tinha 17 anos, ela só tinha 14.

Além disso, era platônico. Eles tinham se beijado uma vez e, enquanto isso tinha aumentado o interesse dele, o dela, se já tinha existido, parecia ter sumido. Ele tinha superado depois de ir para a faculdade, apesar de Kate continuar sendo uma constante em sua vida.

— EU DISSE! - Hyacinth gritou e saiu correndo para onde eles estavam, só para abraçar Kate. Ela estava surpresa com a demonstração gratuita de afeto pela parte da menina, mas estava aliviada demais para não ficar feliz. Hyacinth a mais nova dos irmãos Bridgerton, era também a mais ciumenta (com todos os irmãos, sem discriminação), e ela estava andando abraçada com ela. - Eu disse pro Gregory que era você, mas ele não acreditou.

Kate riu.

— Bom, todo mundo sabia. - Violet disse. - Não precisava mais do que juntar dois e dois.

— E eu aqui jurando que tínhamos sido discretos. - Anthony disse, enquanto todos andavam na direção da entrada da casa.

— Foram, mas pelas reações da Daphne, Benedict e usando um pouquinho de lógica, foi bem fácil ligar os pontos. - Eloise disse, saindo um pouco da zona “Francesca” e indo para a zona “Kate”. - Até o filme que vocês estavam vendo já dava a pista.

— Não compare a gente com aquele filme dos infernos, por favor.

— A última vez que eu vi ele com tanta raiva de um filme foi quando obrigamos ele a ir assistir Amanhecer parte 2 no cinema com a gente. - Kate disse. - E olhe que no meio disso tiveram uns três filmes dos X—men.

Dias de um Futuro Esquecido é uma obra de arte, Apocalypse é ok e eu não tenho nem palavras para descrever a atrocidade que Fênix Negra foi, o que provavelmente é a razão para esse ter sido o filme que eu mais reclamei desde Amanhecer parte 2. - Anthony disse e as meninas começaram a rir.

— Ele gostou, só está fazendo charminho. - Kate disse.

Nesse momento, Charlotte percebeu que Hyacinth ainda estava abraçando Kate e simplesmente saiu correndo de perto da tia para se agarrar com a perna da mãe, pedindo colo.

— Você está ciumenta demais hoje, sabia? - Kate disse, já a colocando no braço. Ela apenas negou com a cabeça, já enfiando o rosto na dobra do pescoço dela, como se estivesse com vergonha, o que era exatamente o contrário de como estava menos de 5 minutos antes. Ela aproveitou que estava de frente para a pessoa que poderia sanar todas as suas dúvidas enquanto ela ganhava pontos e perguntou: - Algum deles passou por uma fase assim, Violet?

Ela estava para responder que todos tinham ficado assim quando o irmão imediatamente mais novo nasceu, mas foi interrompida.

— Vó Let! - Charlotte disse, claramente tentando imitar a mãe, mas todo mundo entendeu como se ela tivesse chamado Violet de avó.

Os olhos da matriarca se encheram de lágrimas.

— Oi, Lottie. - ela respondeu e então Charlotte pareceu se distrair com a planta que estava por trás dela.

— Panta bonita.

— É uma planta linda, né? - ela disse, com um sorriso orgulhoso. - Quer ver?

Ela simplesmente estendeu os bracinhos e Violet a pegou. Era de se esperar que, com 8 filhos, ela amasse crianças e era exatamente esse o caso. As duas foram se afastando enquanto Violet mostrava as plantas para Charlotte, com Hyacinth logo atrás delas.

Depois disso, os grupos começaram a se dispersar: Francesca pegou sua mala com Anthony e ela e Edwina entraram, principalmente para ir ao banheiro; Gregory passou por Anthony, deu uma batidinha no ombro dele, disse “boa” e entrou em casa; Simon foi olhar o almoço (porque alguém tinha que fazer isso); e o restante ficou pela frente da casa.

— Você só vai ver ela de novo na hora de sair. - Daphne avisou, já abraçando Kate, que finalmente estava perto o suficiente para que pudessem se falar.

— É, eu já imaginava. - Kate deu de ombros. - Tudo bem.

— Eu sempre disse que o primeiro neto ia ser do Anthony. - Benedict disse, com um sorriso de lado. - Não sei porque ninguém acreditava em mim quando era algo tão óbvio.

— Só não foi do jeito que todo mundo esperava. - Anthony respondeu.

— Ah, eu esperava que fosse assim, sim. - Eloise disse. - Como eu tinha dito, aquele filme parece com vocês.

— Por favor, não diz isso de novo, Elô. - Kate pediu. - É bem capaz dele infartar ou sei lá.

— Gente, agora vamos falar de algo realmente importante. - Colin disse e todos ficaram quietos. - Eu não acredito que você roubou ela de mim. - ele se fez de indignado.

— Oi? - Kate não estava entendendo. Bom, na verdade, nenhum deles estava.

— Você não lembra que tínhamos combinado que se nenhum de nós estivesse casado até os 40, a gente casava?

— Eu pensei que tinha feito esse acordo com o Benedict.

— E fez. - Benedict disse.

— Ei, não é justo. Ele faz 40 antes que nós dois e você faz antes que eu. - Colin reclamou.

— Sinto muito, eu não faço as regras. - Kate respondeu. - Mas ninguém acha que ele vai chegar aos 40 sozinho.

Todos pareceram considerar por uns momentos e - ela estava certa. Benedict ainda não tinha encontrado alguém, mas todos sabiam que era só uma questão de tempo.

— Você realmente queria entrar pra família, né? - Eloise perguntou, já brincando com Kate.

— Claro. - ela disse, já entrando na brincadeira. - Eu tinha planos A, B, C e D.

— Deixe eu adivinhar. - Anthony disse. - Cada um correspondia à pessoa com mesma inicial?

— Não. Desculpa, amor, mas meu plano A era a Daphne. - Kate percebeu que o “amor” tinha sido um tantinho quebrado na sua mente, mas aparentemente não tinha passado para a sua voz.

— Há! - Daphne apontou o dedo para o irmão. - Sua namorada me quis antes de querer você.

— Que absurdo. - Anthony passou a mão pela cintura de Kate, quase sem pensar.

— Eu desisti logo desse plano porque a Daph muito claramente não estava interessada em mim.

— Perda dela. - ele murmurou, mas alto o suficiente para que pelo menos Colin e Kate, que estavam do seu lado, escutassem.

— E aí você realmente era meu plano B - ela falou, se virando para Anthony -, mas às vezes a gente percebe que o segundo plano é melhor que o original.

— É, é sim.

Ele olhou para ela sorrindo de lado e a beijou.

— Altos níveis de glicose aqui, acho que vou embora pra não ficar diabética. - Eloise disse e entrou.

— Sabe, acho que vou ver se a Frannie está precisando de ajuda pra desfazer as malas. - Daphne disse e também entrou.

— Será que o almoço está pronto? Vou ver. - Colin disse, já seguindo as meninas.

No fim, só estavam, Anthony, Kate e Benedict. Anthony olhou para ele e levantou ambas as sobrancelhas e depois olhou em direção à porta que levava para dentro de casa, então Benedict simplesmente entrou, sem inventar uma desculpa, como Colin e Daphne. Só então foi que Anthony percebeu que ainda estava com a mão da cintura dela e a tirou.

— Nos saímos bem, eu acho. - ele disse em voz baixa, depois de verificar que não tinha ninguém na sala e que sua mãe e Hyacinth estavam agora passeando com Lottie no jardim dos fundos da casa.

— Acho que sim. A Elô se expulsou de graça, e depois todo mundo também.

— E viu? Eu disse que precisávamos praticar beijos. - ele estava com um sorriso no rosto.

— Você que resolveu me beijar num momento nada a ver.

— Nada a ver seria se eu não te beijasse depois de ficar olhando com tanta adoração.

Ela revirou os olhos.

— Tá bem, se você insiste.

Eles ficaram em silêncio por um momento, até que Anthony fala.

— Ah, eu gostei da sua piada sobre os planos A, B C e D. Só podia ter alterado a ordem.

Ela tinha um sorriso irônico no rosto.

— O que foi? Ficou com ciúmes por não ser o primeiro da minha lista?

— Isso era real?

— Bom, parcialmente. Eu pensava que se fosse entrar para a família seria através de Daphne, mas logo percebi que a gente não se gostava assim. Você realmente era minha segunda opção. Depois Colin e por último Benedict, porque as minhas chances com ele são ínfimas.

— Você achava que teria mais chances comigo do que com o Benedict?

— Pra ser bem honesta, sim. - ela disse, mordendo o lábio inferior pra não rir, enquanto ele revirava os olhos. Então olhou para a sala e viu que praticamente todos tinham voltado e estavam encarando os dois. - Acho que temos uma plateia.

— Aparentemente. - ele disse. - Acho que devíamos entrar.

— NÃO! - um coro de vozes saiu da casa.

— O que foi? - Kate perguntou, já um pouco apreensiva.

— Vocês passaram esse tempo todo aí fora e não viram o que está em cima das suas cabeças? - Colin perguntou, apontando para a caixa da porta.

Foi aí que os dois viram: o visco*. E então começaram a rir. Anthony levantou a sobrancelha que estava para o lado que só ela via, claramente perguntando se ela queria ou não. Se não quisesse, eles desconversariam, mas ela sabia que devia ser feito.

Kate simplesmente passou os braços ao redor do pescoço dele e o beijou. Ele a puxou para mais perto e um grupo começou a bater palmas e a gritar “TÃO NAMORANDO”. Eles pararam o beijo e Anthony percebeu que ela estava corando.

— Vocês tem 11 anos? - ele perguntou ao grupo, ainda sem soltar Kate.

— Queria dizer que eu tenho 12 e eu não participei disso, muito obrigada. - Hyacinth disse. - Pergunte ao Colin e a Ed, que puxaram.

— Eddie! - Kate reclamou.

— Foi mais forte que eu, desculpa. - Edwina disse.

— E Colin?

— 100% proposital. - ele sorriu descaradamente.

— Pronto, gente, já deu. - Violet disse, ainda com Lottie no braço. - Agora cada um venha fazer alguma coisa que o almoço não vai se terminar sozinho.

Assim, todos se dispersaram e, finalmente, Kate e Anthony entraram na casa.

***

No fim da tarde, Anthony foi deixar as meninas em casa. Ele estacionou o carro na vaga para visitantes, já que levariam algum tempo para tirar a cadeirinha de Charlotte e a mala de Edwina.

— Vou deixar vocês conversarem. - Edwina disse, já saindo do carro e levando Charlotte, que tinha adormecido. Kate entregou a chave de casa para ela e continuou no carro com Anthony.

— Acho que foi um sucesso. - ele disse.

— Sim. - Kate disse. - Espero que tenha sido, porque eu estou exausta.

Ele riu.

— Eu também. - ele fez uma pausa. - Ah, minha mãe disse para eu convidar vocês para o Natal e Ano Novo.

— E não já estávamos?

— Bom, sim, como todos os anos, mas ela disse que agora era diferente. - ele deu de ombros. - De qualquer forma, estão convidadas.

— Obrigada. Iremos.

— E sábado que vem é a festa de fim de ano da Bridgerton.

— Eu soube. - ela disse, olhando diretamente para ele.

— Me acompanha? - ele pediu.

— Claro. - ela sorriu.

— Estava mesmo esperando um pedido?

— Sim. Só porque agora estamos “juntos” - ela fez aspas com os dedos - não quer dizer que eu não queira um pedido pra te acompanhar.

— Sim, senhora. Passo pra te buscar às 18:30, ok?

— A festa não só começa às 20?

— Sim, mas como o anfitrião, eu preciso estar lá para receber todos. E também as equipes do buffet e de coquetéis.

— Ah. - ela respirou fundo. - Tinha esquecido que você precisava supervisionar tudo antes da festa começar. De qualquer forma, se precisar de ajuda, pode dizer.

— Relaxe. Geralmente eu consigo me virar.

— Bom, eu me sinto na obrigação de ajudar. Afinal, acho que fui promovida à co-anfitriã.

Ele sorriu de lado.

— Acho que sim. Vai ser bom não ter todos os olhos em mim uma vez na vida.

— Exceto que vão estar.

Eu duvido, Anthony pensou. Ninguém vai prestar atenção em mim com ela do lado.

— Vamos? - ela chamou.

Eles saíram do carro, pegando as coisas de Edwina e a cadeirinha de Charlotte, então pararam rapidamente no carro de Kate para deixar a cadeirinha e subiram até o apartamento dela.

— Está entregue. - Anthony disse, assim que chegaram no andar dela.

— Meu Deus, parece que eu voltei no tempo com você dizendo isso. - ela disse, com um sorriso. Era exatamente isso que ele dizia para puxar assunto com seu pai quando quer que desse carona a ela.

Ele riu.

— Era esse meu objetivo. Te vejo amanhã?

— Sim.

— Tchau. - ele deu um beijo rápido na bochecha dela e voltou para o elevador, que ainda estava no andar.

— Tchau. - ela disse enquanto as portas se fechavam.

Tinha sido uma longa semana, mas ela suspeitava que a que estava vindo seria ainda pior.


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Notas finais do capítulo

*Visco ou mistletoe: erva usada como decoração natalina e cuja tradição diz que casais devem se beijar quando estiverem embaixo dele.



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