Some Kind Of Disaster escrita por Mavelle


Capítulo 36
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Oii!!
Hoje eu tô só fan-service, aproveitem galeraaaaa
Tá bem final de novela (final de fanfic, no caso né), aproveitem! Falando em final, estamos nos aproximando dele, então vou dar uma mudadinha no dia das postagens porque é costume meu postar os três últimos capítulos mais perto um do outro se eu estiver com tudo terminado, como é o caso.
Então amanhã de noite tem uma surpresinha (rs), terça o capítulo 36, quinta o 37 e sábado o epílogo e aí acabou! Maaaaas, como eu comentei no fim do capítulo passado, tem mais vindo aí quando acabarmos esse desastrezinho.

Beijos,
Mavelle

Sugestão de música: Demorou pra ser - Vanguart



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Quase quatro semanas depois, Kate tinha definitivamente passado da fase do esquecimento completo e estava perto de surtar esperando o resultado do teste de paternidade. Achava que qualquer notificação no seu telefone era o email respondendo a hipótese que tinha surgido mais de um mês antes.

E isso porque ainda era quarta feira. Possivelmente, ainda teriam de esperar até a sexta para receber o resultado.

E, não bastasse a tensão psicológica, estava preocupada porque aquilo estava começando a afetá-la fisicamente. Além de estar se sentindo cansada como se passasse parte da noite em claro, naquela manhã tinha deixado de tomar café da manhã porque olhou para os ovos mexidos e o café e pensou que aquilo era a coisa menos apetitosa que já tinha visto. Mais tarde, recebeu uma bandejinha com uma xícara de chá e torradinhas e sentiu o estômago revirar. Só tinha tomado água a manhã inteira e, apesar de ambos parecerem opções perfeitamente aceitáveis para o desjejum, seu estômago estava reclamando. Notou então o bilhete que tinha vindo junto com a bandeja, apesar de ser mais que possível adivinhar de quem era sem ele.

"Coma, por favor

Estou preocupado com você

—A"

Ela respirou fundo. Devia mesmo comer aquilo porque precisava comer alguma coisa. Beliscou um pedaço de torrada e tomou a xícara de chá e, por 15 minutos, pareceu que tudo ficaria bem, mas depois disso começou a se sentir mal. Ela simplesmente respirou fundo, tentando ignorar aquele problema. Penelope estava na sua sala para que pudessem discutir como ela planejava divulgar sua série de livros, quando estivessem prontos para a publicação. E então, como era seu costume, Kate perguntou como ela pensava em fazer essa divulgação. Penelope estava respondendo e Kate prestava atenção ao que ela estava dizendo, até que ela começou a rir, quebrando a concentração de ambas.

— Ai, desculpa. - Penelope disse, ainda rindo.

— O que foi? - Kate estava confusa.

— É só que, quando eu comentei com o Colin que estava vindo aqui falar com você, ele disse que você ia perguntar como eu pensava em fazer a divulgação e então, enquanto eu contasse, você ia estreitar os olhos porque discordava do que quer que eu tivesse dito.

— Eu faço isso?

— Sim, e eu tirei a prova agora. Ele me disse que é uma piada interna entre os autores que você não foi contratado de verdade antes de receber uma estreitada de olhos da Kate, e pensar que todos os seus sonhos estão arruinados antes de ela lhe dar o melhor plano que você já ouviu.

— Meu Deus, eu sou horrível e previsível.

— Você não é horrível. Um pouquinho previsível sim, mas todo mundo gosta de você. E criou uma tradição.

— Bom saber que minhas manias criaram uma tradição para os autores. - Kate sorriu. E então percebeu que ela tinha dito que tinha sido o Colin que tinha lhe dito aquilo. Ela tinha juntado os dois, mas não sabia muito bem o que tinha acontecido depois daquele dia. Sabia que eles estavam saindo juntos toda semana (às vezes mais de uma vez), mas Penelope nunca deixava claro se era como amigos ou romanticamente. - Como estão as coisas entre você e o Colin?

— Eu tô pagando minha língua.

— Sério?

— Sim. Eu disse que não sabia se queria algo com alguém e duas semanas depois tava chamando ele de namorado.

— Você tá muito emocionada.

— Em minha defesa, foi ele que começou dois dias antes. Eu não diria que estávamos namorando, aí começamos a nos chamar de namorado e namorada e pronto.

— Foi assim comigo e com o Anthony também. Quando eu me dei conta, já estávamos noivos.

— Vamos com calma também, né? Gosto bastante dele, mas não nos conhecemos a vida inteira que nem vocês dois, então vamos mais devagar. Ele me chamou para ir almoçar na casa da mãe no domingo, então acho que é um bom começo.

— Meu Deus, você vai conhecer a Violet. - Kate parou para pensar um momento. Domingo marcava literalmente um mês desde o coquetel com os autores. Não acredito que a Daphne vai ganhar o bolão!, Kate pensou. Ela nunca vai calar a boca sobre isso. - Ele já te preparou para o que pode acontecer?

— Como assim? - Penelope parecia preocupada. - Não vá me deixar nervosa, por favor.

— É porque pessoas desavisadas tendem a se assustar um pouco quando chegam nos almoços de família dos Bridgertons.

— Por que não imaginam que oito irmãos implicantes, dois agregados e uma criança fazem um pouco de barulho?

— Em defesa da minha filha, ela é a mais quietinha dentre todos nós.

— Ele me avisou que os almoços podem ser um pouco intensos sim.

— Ainda bem, então. Eu confio no Colin com a minha vida, mas por um momento...

Kate se obrigou a parar. Estava sentindo outra onda de náuseas, então parou e começou a inspirar e expirar fundo. Sabia que talvez não fosse a escolha mais esperta, mas tomou um gole de água e voltou a respirar fundo.

— O que foi? - Penelope questionou ao ver a amiga parar e começar a fazer isso.

— Acho que estou passando mal. - ela respondeu.

— O que você comeu hoje de manhã?

— Tomei uma xícara de chá e comi umas torradinhas pouco antes de você chegar. Em casa, eu olhei pra comida e não quis comer. O Anthony reclamou comigo dizendo que eu devia comer sim, por causa do meu estado e-

— Você tá grávida? - Penélope a interrompeu, arregalando os olhos.

— O que? - Kate parecia chocada. - Não, claro que não. Eu uso anticoncepcional.

— Ah tá. É porque você falou que estava passando mal e depois falou do seu “estado”. - ela fez aspas com as mãos. - Desculpa, é só que é a primeira coisa a que eu associo quando usam essa palavra se tratando de pessoas.

— Não. Meu estado é que eu estou cansada demais em consideração ao que deveria estar. Acho que está me influenciando a ponto de dar retenção de líquido e...

Kate parou de falar. Estava nauseada, enjoada de comida, cansada e inchada. A última vez que teve os quatro sintomas de uma vez foi quando estava grávida de Charlotte.

Pegou o telefone e abriu o aplicativo que usava para monitorar o ciclo menstrual e - surpresa! Deveria ter tomado a injeção do anticoncepcional 2 semanas antes. Ela geralmente esperava menstruar para tomar a dose seguinte e, confiando no efeito dos hormônios, se desligava de contar os dias.

Então lembrou da última vez que tomou a injeção: ficou doente três dias depois e precisou tomar antibiótico, que podia cortar o efeito do anticoncepcional. E depois disso veio a liberação de Charlotte, o recebimento do prêmio e Penelope basicamente confirmando que Anthony era o pai da Lottie. Entre estar doente e todos esses eventos acontecendo em sua vida, tinha esquecido que o anticoncepcional podia não funcionar. E, bem, eles tiveram muito a comemorar.

— Kate? - Penelope chamou, preocupada.

— Eu posso estar. - ela disse, em voz baixa, olhando para a amiga.

— Estar o que?

— Grávida.

Ela arregalou os olhos.

— Mas você acabou de falar que...

— Eu sei. Eu tinha esquecido que fiquei doente no fim de setembro.

— Você tomou antibiótico? - Kate assentiu. - Meu Deus, Kate. Você realmente pode estar...

— Fala baixo, por favor. As fofocas viajam muito rápido aqui dentro.

— Ok, ok. O que você vai fazer?

— Bom, acho que um teste de gravidez. - ela respirou fundo. - Almoça comigo? Nós podemos falar do que íamos falar na reunião e que acabamos não falando.

— Ok. Vamos no laboratório e aí eu vou te obrigar a comer alguma coisa porque, mesmo que não esteja comendo por dois, você está precisando comer.

***

Quando Anthony recebeu o email, estava numa reunião com uma empresa alemã com a qual poderia fechar um acordo para montar a nova fábrica com um maquinário altamente moderno e superior a tudo o que já tinha sido usado nas outras filiais. Definitivamente, era algo que precisava de sua atenção, principalmente porque os valores em negociação eram bem altos, mas quando olhou discretamente o telefone e viu que tinha recebido um email do laboratório onde tinham feito o teste, seu foco tinha sido tirado dali. Eu tenho a resposta, ele pensou, engolindo em seco. A resposta definitiva que estamos esperando há um mês e não há nada que eu possa fazer agora porque estou no meio de uma reunião. Devia focar em terminá-la logo, assim eu posso ir logo atrás de Kate para descobrirmos juntos.

Ele respirou fundo. Tudo o que queria, antes mesmo de ver que tinha recebido o email, era vê-la. Será possível que sentia saudades só porque não tinha almoçado com ela naquele dia?

Talvez um pouquinho, mas provavelmente tinha mais a ver com o fato de que ele estava preocupado com ela desde aquela manhã. Tinha trocado informações com Penelope, que basicamente obrigou Kate a comer no almoço, mas ainda precisava falar com ela e tentar entender se havia alguma coisa errada e como poderiam resolvê-la.

Querendo terminar aquela reunião o mais rápido o possível, Anthony começou a negociar de forma tão direta que Daphne só pôde pensar que, se fosse ela falando daquele jeito, diriam que ela era mal educada. Ele não usou sutilezas ou meias-palavras para amaciar os representantes da empresa para lhe dar um desconto, simplesmente disse o que queria e o que estava disposto a pagar por aquilo. E tudo isso com uma máscara impassível no rosto e mantendo uma calma fria que assustaria qualquer oponente.

Tinham alguns momentos em que Daphne pensava que seu irmão tinha nascido para comandar a empresa e aquele era um deles. Em quinze minutos, tinha convencido os alemães a lhes dar garantia de dez anos (acima do que eles geralmente ofereciam) e uma manutenção anual, tudo isso pagando não muito mais do que tinham pago dois anos antes por equipamentos que agora se tornavam ultrapassados.

Uma vez que tudo ficou acordado e combinaram de enviar o contrato por email até a sexta feira, para que fosse analisado antes de assinar, o grupo se dispersou. Os três representantes da empresa alemã e o chefe técnico das máquinas da Bridgerton foram embora, deixando Anthony e Daphne sozinhos.

— O que foi isso? - ela perguntou, ainda surpresa.

— Isso o que? - ele perguntou, arrumando os papéis com os valores (que tinha gravado também em áudio, se por acaso eles quisessem voltar atrás) e os colocando dentro da agenda.

— Acho que nunca te vi negociar algo tão bem e tão rápido.

— Ah. Eu preciso ver a Kate.

— Tá tudo bem? - ela se preocupou.

— Acho que sim. Ela não estava bem de manhã e eu não a vi desde então, mas Penelope foi almoçar com ela e a fez comer. Ela disse que está bem, mas não acho que vou relaxar até ver ela.

— Espero que não seja nada demais.

— Eu também.

Depois disso, Anthony foi para a sala de Kate. Sabia que ela não tinha nada marcado nesse horário, assim como ele e, depois de um mês de dúvidas, finalmente saberiam. Ele simplesmente bateu à porta e ela lhe disse para entrar, mas ele percebeu que, no momento em que o viu, o sorriso leve que estava no rosto dela cresceu, passando a ocupar uma boa parte de seu rosto. Aquela alegria simplesmente por vê-lo encheu seu coração.

— Eu te amo, sabia? - ele disse, andando até onde ela estava, muito bem acomodada em sua cadeira, e se apoiando na mesa dela. Tinha fechado a porta atrás de si, então estavam com total liberdade para fazer o que quisessem.

— Sim. - ela sorriu. - Não tinha como eu te amar tanto quanto eu amo e não ser mútuo. E eu tenho algo pra te contar. - ela mordeu o lábio inferior ao tentar conter um sorriso.

— Você já viu o resultado do teste de paternidade? - ele perguntou, seu coração batendo acelerado.

— Chegou? - ela parecia surpresa. Com tudo o que tinha acontecido entre se separarem de manhã até aquele momento, tinha até esquecido que deviam descobrir naquela semana.

— Não era isso que você ia me contar?

— Não, mas o que eu vou contar pode esperar. Nesse momento, isso é mais importante. - ela se levantou e foi ficar do lado dele, que assentiu e abriu o documento. Tinha duas páginas, mas o que queriam saber estava na última, então só passaram direto para ela.

“A probabilidade de paternidade do sr. Anthony Bridgerton em relação à menor Charlotte Mary Sheffield é da ordem de 99,9999%.

Este resultado nos leva a concluir que o sr. Anthony Bridgerton pode ser considerado pai biológico de Charlotte Mary Sheffield.”

As mãos dele começaram a tremer e ele colocou o telefone em cima da mesa, só olhando para Kate depois disso. Os dois simplesmente se abraçaram e começaram a chorar.

— Me desculpe. - foi tudo o que Anthony conseguiu dizer.

— Não peça desculpa por isso. Você me deu o melhor presente que eu poderia pensar.

— Kat, você sabe que não é disso que eu estou falando. - ele respirou fundo e colou a testa na dela. - Eu queria ter estado com você desde o início.

— Eu sei. Não foi fácil fazer tudo sozinha, mas nenhum de nós lembrava de nada daquela noite. Acredite em mim, se eu achasse que era você, mesmo que por um momento, eu teria ido atrás de você.

Ele sorriu de lado, mas logo ficou sério de novo.

— Eu podia ter bebido um pouco menos naquela noite. E aí eu lembraria.

— Nós dois podíamos, mas aí a Lottie não estaria aqui hoje. Além disso, você estava lá por mim e está aqui por nós agora e isso é o que importa.

— Eu devia ter estado com você o tempo inteiro, não só em alguns momentos.

— Acho que tudo acontece por uma razão. Talvez nós não estivéssemos juntos hoje se soubéssemos desde o início.

— Eu gosto de acreditar que estaríamos. Demorou muito para eu perceber quão incrível você é. Talvez se não tivesse me esquecido que tínhamos ficado juntos, eu teria percebido antes.

— Realmente, demorou pra ser.

— Mas agora é. - ele respirou fundo. - Ainda acho que deveria ter sido antes...

— Não é como se você tivesse fugido da responsabilidade. Eu sei que você teria estado lá desde o começo se soubesse.

— Eu perdi tanta coisa... A primeira vez que ela sorriu, as primeiras palavras dela...

— Bom, pelo menos você estava lá quando ela nasceu, e foi a primeira pessoa a colocar ela pra dormir. E os primeiros passos dela literalmente foram de você para mim naquele fim de semana na praia.

— Esses três fatos foram mais por coincidência do que por qualquer outra coisa. - ele fez uma pausa. - Sabe o que eu estava pensando enquanto a embalava, tão pouco tempo depois de ela nascer? Que ela precisava de cuidado e de proteção e que ainda precisaria por um bom tempo e quem quer que tivesse fugido dessa responsabilidade era um idiota.

Ela o abraçou.

— Você não sabia. Eu não sabia.

— E ainda assim, eu era tudo o que sempre critiquei.

Kate tomou uma decisão e soltou o abraço. Simplesmente o olhou nos olhos.

— Bom, não adianta chorar pelo leite derramado. Não tem nenhum jeito de voltar no tempo e refazer tudo. Só podemos seguir em frente, mas eu tenho certeza que você está dando o seu melhor por ela agora e que, desta vez, você vai ser parte de tudo.

— Desta vez? - ele ecoou, claramente confuso.

— É, desta vez. - Kate respondeu, colocando a mão dele sobre sua barriga, que continuava tão plana quanto antes, mas o significado do gesto era bem claro.

— Vamos ter outro filho? - Anthony estava claramente emocionado.

— Sim. - os olhos dela se encheram de lágrimas. - Eu sei que não era o que estávamos planejando para agora e que só estamos juntos de verdade há 6 meses, mas...

Ele simplesmente segurou seu rosto entre as mãos e a beijou.

— Eu não ligo. - ele a olhava nos olhos. - Faz pouco tempo, eu sei, mas você é o amor da minha vida e nós passamos por mais coisas juntos nesses últimos meses do que muita gente na vida toda.

Kate achava que ele ainda ia complementar, mas não foi o caso.

— Achei que você ia dizer que nós fazemos os melhores bebês. - ela disse com um sorriso.

Ele riu.

— Eu diria que minha opinião é um pouco parcial nesse quesito, assim como a sua.

— Não, a minha é completamente parcial. - ambos sorriram.

— Desde quando você sabe?

— Eu fiz o exame na hora do almoço e tinha acabado de ver o resultado quando você chegou. Eu não tinha associado os sintomas, mas agora faz muito mais sentido.

— Você devia ter me contado.

— Você estaria muito aéreo na sua reunião. E eu sei como era importante.

— Acho que a empresa alemã não se importaria de levar um pouco mais do nosso dinheiro.

— Fez um bom negócio então? - ela perguntou, suas mãos passando pelos cabelos da nuca dele.

— De acordo com a Daphne, abre aspas: "eu nunca te vi negociar algo tão bem e tão rápido", fecha aspas.

Kate começou a rir.

— Então você fez um ótimo negócio.

— Ainda bem, já que temos que guardar para duas faculdades agora. - eles sorriram e ficaram em silêncio um momento. - Kat.

— Oi.

— Não me leve a mal, mas como aconteceu?

— Eu preciso te explicar de onde vem os bebês? - Kate perguntou, uma sobrancelha levantada. - Pelo tanto que a gente pratica, eu não imaginava que você não soubesse.

Ele revirou os olhos.

— Essa parte eu sei. Eu estou perguntando como aconteceu se você usa o anticoncepcional.

— Lembra que eu adoeci lá no final de setembro? - ele assentiu. - Pois é, antibiótico corta o efeito do anticoncepcional.

A boca dele se abriu em surpresa.

— Por que eu não sabia disso?

— Sei lá. Achei que fosse de conhecimento geral. E desculpa ter sido relapsa com isso.

— Meu amor, não é sua culpa. Você é incrível por lembrar de tudo o que já lembra, mas foi bem na época em que estávamos doidos por causa do prêmio e pra saber se a Lottie estava liberada ou não. Além disso, se me perguntassem, não estaria nos meus planos para agora, mas estava pensando em ir conversar com você sobre isso quando toda essa loucura terminasse.

— Sério?

— É. - ele deu de ombros. - Nós nunca tínhamos conversado sobre ter outros filhos.

— É porque é uma conversa que geralmente acontece antes do casamento e o nosso não aconteceu de um jeito muito tradicional. - ela fez uma pequena pausa. - O que você acha?

— Honestamente, acho que dois já está bom. - Anthony respondeu, depois de considerar por um momento.

— Ainda bem que você concorda comigo. - ela disse. - Quando eu penso em quando éramos crianças, eu lembro que era muito divertido ter tanta gente com quem brincar, mas cinco é demais. Então eu lembro dos dias em que não podíamos sair e ficávamos só eu e a Eddie e isso era mais do que o suficiente para nos divertirmos.

— Talvez leve um tempo pra eles conseguirem brincar juntos assim, já que vai ser uma diferença de quase 4 anos de um para o outro, mas eu mal posso esperar pra ver isso. - ele tinha um sorriso bobo no rosto.

— Calma lá, emocionado. - ela riu. - Só estou de 5 ou 6 semanas. Ainda vai demorar pra ele ou ela nascer e ainda mais para ter tamanho para brincar com a irmã mais velha.

— Ok, tudo bem. - ele respondeu e então simplesmente a beijou e a abraçou. - Eu estou tão feliz que isso esteja acontecendo.

— Eu também.

— Depois da Lottie estar liberada, essa é a melhor notícia do ano.

— Você lembra que engatamos essa conversa porque acabamos de descobrir que nossa primeira filha é sua também, certo?

— Claro que sim, mas, como eu tinha dito, o fato da Lottie ser minha filha biológica não muda nada. Então, apesar de eu estar feliz por ela ser nossa filha em todos os sentidos, eu ainda fiquei mais quando ela me chamou de pai a primeira vez.

— Então todo esse choro agora e o que você vai chorar quando encontrar ela...

— Eu nunca disse que não estava feliz por isso.

— Pensei que você ia negar que choraria quando encontrasse com ela.

— Nós dois sabemos que eu sou uma manteiga derretida, principalmente quando se trata dela. Não tem para onde fugir. - ele fez uma pausa minúscula, mudando de assunto e, ao mesmo tempo, não. - Amor, eu preciso te avisar que eu provavelmente vou chorar a cada coisinha que acontecer.

Ela riu.

— Bem vindo ao clube.


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