Some Kind Of Disaster escrita por Mavelle


Capítulo 34
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Oiii!
Gente, vou logo me desculpando porque esse capítulo está ENORME, mas é por uma boa causa, eu prometo. Na verdade, duas boas causas. Ou três, se contar a cena que eu tinha tirado e botei de volta porque queria que estivesse aqui.
ENFIM, aproveitem!

Beijos,
Mavelle



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Uma semana tinha se passado desde que tinham recebido a notícia de que Charlotte estava bem e tinha sobrado pouco espaço na mente de todos para algo que não fosse comemorar isso. Tanto é que Penelope conseguiu o acordo com a Bridgerton e Kate só ficou sabendo porque Anthony comentou com ela, o que queria dizer que era uma notícia antiga. Ela o amava, mas não podia negar que ele não era a pessoa mais atualizada nas fofocas e, se ela tinha ficado sabendo através dele, o resto do planeta (ou da empresa, no caso) já sabia que Penelope Featherington, também conhecida como Lady Whistledown por causa de seu blog, tinha assinado com a empresa.

E ela tinha entrado em boa hora, já que estava para acontecer o Coquetel Anual dos Autores, um evento para melhorar a relação da empresa com eles, que acabavam por ser os contratados com menor contato com os outros. Apesar de acontecer em outubro, muitos consideravam como o início da temporada de confraternizações de fim de ano.

Assim, naquela quinta-feira Kate tinha ido para o trabalho um pouco mais arrumada que de costume. Não tinha participado ativamente nos anos anteriores, apenas descia durante sua pausa, trocava algumas palavras com algumas pessoas e voltava para o trabalho. Entretanto, como esse ano tinha ajudado Daphne a planejar tudo, se sentiu na obrigação de participar do evento inteiro. Além disso, como trabalhava lá e era parte da família, ela também representava a empresa até certo ponto, apesar de não ter nenhum cargo que indicasse isso formalmente.

Quando faltava apenas meia hora para que o evento começasse, Kate resolveu mandar uma mensagem para Penelope, que foi logo respondida.

“Kate: Você vem hoje né?

Penelope: Claro que sim

Penelope: Olha pra minha cara e me diga se eu vou perder a oportunidade de beber de graça enquanto esfrego na cara de quem não acreditava que eu vendi minha série pra maior editora do país?

Kate: Claro que não

Penelope: Dedicado a minha mãe, Aaron e Penelope de 21 anos

Kate: Ainda bem que a Penny de 21 anos se convenceu que tinha potencial

Penelope: Ainda bem mesmo

Penelope: Muito obrigada, inclusive

Penelope: Acho que esse tempo todo você foi a única pessoa que acreditou constantemente

Kate: Eu tenho certeza que não é verdade

Penelope: É sim

Penelope: Eu não estaria aqui se você não tivesse me incentivado

Penelope: Então muito obrigada por ser a amiga que incentiva as minhas ideias “doidas”

Penelope: Te amo

Kate: ASSIM EU CHORO

Kate: Por nada

Kate: Te amo também, Penny

Penelope: Tô terminando de me arrumar aqui e já saio

Penelope: Até daqui a pouco

Kate: Até”

Ela guardou o telefone na bolsa e saiu da sala, pegando o elevador em seguida. Tinha combinado com Anthony que se encontrariam na sala dele antes de descer só para poderem chegar juntos. Ambos tentaram justificar dizendo que era tentando aparentar estar em sintonia e blá, blá, blá, mas sabiam que eram apenas desculpas. Queriam chegar juntos porque queriam estar juntos e isso era tudo.

Quando chegou no andar, fez o caminho até a sala dele. Ela via se as persianas estavam abertas e, se ele estivesse sozinho, simplesmente entrava. Se as persianas estivessem fechadas, falava com Dan e ele dizia onde ele estava e o que estava fazendo, sem que Kate perguntasse. Isso acontecia porque Dan se sentia intimidado por ela (coisa que ela achou engraçadíssima quando descobriu) e simplesmente dizia qualquer coisa antes que ela perguntasse.

Como nesse dia as persianas estavam abertas e ela percebeu que ele estava sozinho, mas falando no telefone, bateu à porta, ao que se seguiu um “entra”.

Assim que entrou na sala, Anthony levantou o olhar e seu queixo caiu. Ela sorriu e fechou a porta atrás de si, indo se sentar numa das cadeiras em frente a mesa dele.

— Desculpe, você poderia repetir? - ele disse. - Deu uma interferência aqui e eu não consegui escutar a última coisa que você disse. - ele ficou em silêncio e olhou para a tela do computador. - Daqui a quatro semanas é uma data ótima para nos encontrarmos. - ficou em silêncio novamente e então riu. - Oferta tentadora, mas acho que vocês estão acostumados a cerveja de qualidade superior. - mais uma vez o silêncio seguido de uma risada. - Pois bem. Preciso ir, mas te vejo mês que vem, certo? Muito obrigado, Schulz. - ele desligou a chamada, e então olhou para Kate. - Você está linda.

— Você realmente vai me dizer isso toda vez que me vir hoje? - ela questionou. Ele a tinha elogiado quando ela terminou de se arrumar, quando voltou para o carro depois de ter deixado Charlotte na sala, quando saíram para almoçar e agora novamente.

— Sim. Toda vez que você some da minha frente, eu esqueço que você não está usando calça social e camisa e, Deus do céu, eu nunca estou preparado. Eu literalmente não consegui me concentrar no que eu estava fazendo. E, antes que você possa começar a pensar outra coisa, você sempre está linda, não importa o que esteja usando. Ou não usando.

Ela sentiu suas bochechas esquentarem um pouco. A única resposta de Anthony foi um sorriso convencido.

— Está tentando ganhar pontos depois de ter flertado numa chamada de negócios na minha frente? - ele ia começar a responder, mas ela o interrompeu. - Inclusive, por que você faz ligação de negócios flertando?

— Porque eu quero que eles venham e me ofereçam um negócio muito bom. - ele se levantou e foi ficar de frente para ela, se apoiando na mesa. - E eu te garanto que é inofensivo.

— Eu acredito.

— Você ficou com ciúmes que eu estava flertando com um alemão chamado Sascha por telefone?

— Não. - ela disse. - Não estava com ciúmes, mesmo antes de você dizer que estava falando com um homem.

— E, mesmo que fosse uma mulher, teria sido um flerte inofensivo.

— Tudo bem. Eu só perguntei porque achei estranho você estar flertando com alguém enquanto fazia uma chamada de negócios, mas, como você estava tentando atrair alguém para vir aqui de bom humor e oferecer um bom negócio, não parece mais tão estranho.

— Você realmente não se importa?

— Não. São só negócios e eu estou bem segura da minha posição. - Anthony apenas a encarou por um momento. - Estou errada de estar segura da minha posição?

— Não mesmo. - ele logo respondeu. - Eu só fico chocado toda vez que você abre a boca e eu percebo quanta sorte eu tenho.

— Sorte é?

— Sim. Sorte de amar e ser amado por você. Sorte de você não ter olhado na minha cara e me dito “não” quando eu te fiz o que está registrado como o pior pedido de casamento da história.

— Ora, não deve ter sido o pior. Com certeza, alguém já fez um pedido tipo “eu tenho 3 vacas, 6 carneiros e 10 galinhas, casa comigo?”.

— Eu digo em tempos recentes. Você merecia mais.

— Merecia mesmo, mas da segunda vez foi melhor.

— Foi mesmo, né? Era tudo verdade, mesmo que na época eu não soubesse que te amava. Ou que realmente é hilário conversar com você enquanto você está com sono. - Kate estreitou os olhos. - É engraçado sim, desculpe.

— Tudo bem. - ela respirou fundo e se levantou. - Vamos descer?

***

Cerca de 40 minutos depois, o salão de eventos da Bridgerton estava lotado. Kate não lembrava de ter visto aquela sala tão cheia em anos anteriores, mas agora estava apinhada com vários dos autores. Ela estava com Anthony e os dois conversavam com uma das autoras contratadas na semana anterior quando Penelope chegou. Kate pediu licença e foi até onde ela estava.

— Olha aí, a minha primeira-dama favorita. - Penelope disse com um sorriso, antes de se jogar nela e abraçá-la sem a menor cerimônia.

— Pelo amor de Deus, Penelope, fala baixo. - ela reclamou, já soltando o abraço. - Daqui a pouco vão começar a achar que eu me autointitulei.

— Claro que não. - ela disse. - Qualquer um que te olhe ou converse com você por 5 minutos percebe que você é elegante demais para isso.

— Você percebe que está falando da mesma pessoa que dividia um quarto com você na faculdade e bebia tequila da garrafa sem blusa e com o short aberto, né?

— Eu nunca disse que era perceptível 8 anos atrás, estou falando de agora e, meu Deus, você está linda. De verdade, a minha primeira-dama favorita.

— Eu ultrapassei a Michelle Obama no seu ranking? - Kate parecia surpresa.

— Claro. Ela me inspirou de várias maneiras, mas nunca me disse “você tem capacidade de chegar aonde quiser, Penny” diretamente.

— Sério que foi isso que me colocou na frente da Michelle?

— Mas é claro. E também porque você, indiretamente, paga meu salário.

Kate começou a rir. Penelope ia dizer mais alguma coisa, mas viu algo (alguém, para falar a verdade) que a fez basicamente congelar no lugar. Ela puxou Kate de lado. Tinha muita gente no evento e aquilo era algo que precisava de discrição, para falar o mínimo.

— Ai meu Deus. Por que você não disse que tinha encontrado o pai da Lottie?

— O que? - Kate parecia confusa.

— O pai da sua filha. - Penelope falou, tentando apontar discretamente para o homem que agora andava na direção delas com um sorriso largo no rosto.

— Sim. - ela sorriu antes mesmo de ele terminar de se aproximar e, no julgamento da amiga, parecia prestes a vomitar arco-íris quando ele parou ao lado delas com um sorriso que era comparável apenas ao dela. A adoração de um pelo outro era perceptível. Anthony passou uma mão pela base da coluna de Kate, num movimento que já era mais que normal para os dois. Ele sempre gostava de estar em contato com ela de alguma forma, não importava quão pequena pudesse parecer. - Penny, quero que você conheça meu marido, Anthony. Amor, essa é a Penelope.

— Então você é a famosa Penelope? - Anthony perguntou, já apertando a mão dela. - É bom finalmente ter um rosto para as histórias da faculdade da Kate.

A cabeça de Penelope estava presa na penúltima frase de Kate.

— Vocês são casados?

— Sim. - Kate afirmou, estranhando um pouco o comportamento da amiga. Elas tinham conversado sobre o que tinham feito no ano em que não tinham se falado e tinha certeza de que tinha falado disso. - Eu não tinha dito que tinha casado?

— Sim. Eu sabia que você tinha casado, mas não sabia que tinha sido com ele. - Penelope destacou a última palavra. Ambos Kate e Anthony pareciam confusos. - Sabe, quando você disse que tinha se casado, podia ter dito “Lembra aquele cara com quem eu fiquei no seu aniversário e que é o pai da minha filha? Pois é, reencontrei ele, nos apaixonamos e agora estamos casados.”

A boca de Kate se abriu em surpresa e Anthony parecia quase que congelado no lugar. Penelope começou a se perguntar se não teria dito a coisa errada.

— Calma. - Kate disse, muito séria. - Você está dizendo que foi com o Anthony que eu fiquei naquele dia?

— Não foi com ele? - Penelope perguntou, apreensiva, e depois começou a tagarelar. - Eu bebi bastante naquela noite e você sabe que eu lido com bebidas melhor do que a maioria das pessoas, mas eu posso ter me enganado. Talvez fosse só um outro cara alto, também chamado Anthony, bem parecido com ele e que também fosse deixar esses mesmos olhos na sua filha e– Kate é ele, eu tô dizendo.

Os olhos de Kate se encheram de lágrimas e ela simplesmente abraçou sua amiga.

— Obrigada. Obrigada, obrigada, obrigada.

— Por nada? - Penelope respondeu, estranhando a situação. Quando olhou para a frente, Anthony também tinha lágrimas nos olhos. - Alguém me explica o que tá acontecendo, por favor?

— Ok. - Kate soltou a amiga e respirou antes de começar. - Eu nunca tinha ido atrás do pai da Charlotte porque eu não lembrava da aparência ou do nome dele. De qualquer forma, o tempo passou e eu me apaixonei pelo Anthony, que tinha sido meu vizinho a vida toda. Essa semana, estávamos conversando sobre ele adotar a Lottie e eu contei sobre a noite em que eu engravidei. E aí ele contou a versão dele da mesma noite, e acabou que ela é bem parecida com a minha, com nós dois estando nos mesmos lugares na mesma hora. Só não tínhamos certeza.

— Ela é a cara dele. - Penelope disse e os dois pareceram um pouco duvidosos. - Ok, não a cara dele, mas se ele tiver uma irmã, provavelmente parece com ela.

— Teve aquela vez que acharam que ela era filha da Francesca. - Anthony disse.

— É verdade. - Kate concordou.

Quando os três estavam na Escócia em junho, Francesca e John a tinham levado para tomar sorvete e a dona do lugar achou que ela era filha deles e disse que parecia com a mãe. A afirmação se seguiu por negativas (em diferentes intensidades) das três pessoas que estavam na mesa. O não de Charlotte foi seguido de um “minha mamãe é Kate, essa é tia Frannie” e o de Francesca seria seguido de um “quantos anos você acha que eu tenho?”, mas tinha aprendido desde muito cedo a não dizer tudo o que passava pela sua cabeça. John não tinha mais nada a acrescentar. Só faziam 6 meses que eles namoravam e eram novos demais, então, apesar de amar Francesca, a única coisa relacionada ao assunto que passava pela sua mente eram formas de evitar ter filhos.

Kate teve uma ideia. Se Penelope tinha reconhecido Anthony, ela saberia dizer o que tinha acontecido até certo ponto, certo?

— Você se importaria de nos contar como...

— Vocês ficaram juntos? - Penelope perguntou e ela assentiu. Penelope respirou fundo. - Nunca imaginei que estaria contando a um casal a história de como eles ficaram juntos, mas vamos lá. Kate estava bebendo com a gente, aí você - ela apontou para Anthony - apareceu e os dois praticamente gritaram o nome um do outro no meio do bar. Depois eu vi você falar algo no ouvido dela, ela te abraçou e do nada vocês começaram a se engolir no meio do clube. E aí, uns quinze minutos depois, a Kate chegou em mim, me abraçou e disse “Feliz aniversário, amei a festa, mas preciso ir dar pro Tony”. Honestamente, eu fiquei chocada com a eficiência de vocês.

O rosto de Kate ficou vermelho.

— Penelope, como que você me deixou ir? Tá vendo que eu não ia falar uma coisa dessas se estivesse bem?

— Primeiro, eu também estava bêbada. Nem tão perto do quanto vocês estavam, mas eu estava levemente alterada. Só percebi o quão não-Kate a frase era depois de dar uma acalmada e, a essa altura, vocês já tinham ido embora há bastante tempo. Segundo, como vocês claramente se conheciam, não achei que fosse ter algum problema. E, terceiro e mais importante, se eu tivesse percebido que você estava bêbada a ponto de esquecer, não teria deixado você ir. E o Anthony também não parecia estar bêbado a esse ponto também, então...

— Eu acho que disfarço bem. - Kate disse.

— Talvez eu também disfarçasse bem. - Anthony disse e depois virou para Kate. - Estamos lascados quando a Lottie começar a beber escondida.

— Puta merda, é verdade. - ela concordou.

— Se a Lottie for metade como a mãe, vocês tem mesmo que se preocupar. - Penelope disse, depois virou para Anthony. - Ela era a melhor aluna da turma, mas também era a que sempre chegava atrasada na segunda-feira porque tinha bebido demais no domingo.

— Para de me difamar, pelo amor de Deus.

— Mas amor, eu já sabia. - ele disse. - Muitas vezes você saía com o Benedict, então eu acabava sabendo.

— Por que eu nunca soube que o Benedict era fofoqueiro?

— Acho que era menos pelo lado fofoqueiro dele do que pelo lado dele que falava demais com a Daphne, que estava convencida de que éramos apaixonados.

— E ela estava errada?

— Não. Só levou quase dez anos pra percebermos, mas ela estava certa. - Kate sorriu e ele deu um beijo na bochecha dela. - Ok, eu preciso ir para não dizerem que estou dando tratamento especial para a autora nova.

— Vá lá. - Kate disse e ficou olhando enquanto ele se afastava.

— Ele é um amor, Kate. - Penelope disse, depois que não dava mais para ele escutar.

— Eu sei. - ela suspirou e sorriu. Amava aquele homem com todas as fibras do seu ser e, a cada dia, tinha mais certeza disso. Então um pensamento randômico lhe ocorreu. Seria perfeito, ela pensou. Como eu não pensei nisso antes? — Você tá solteira, né?

— Kate... - a amiga estranhou a mudança repentina de assunto.

— Só responde, por favor.

Penelope suspirou.

— Sim, desde que terminei com o Aaron. Mas não sei se quero algo com alguém agora.

— Eu só quero te apresentar uma pessoa. O que vocês vão fazer depois é com vocês, mas eu preciso apresentá-los. - Kate começou e então começou a procurar alguém pela multidão. E então encontrou sua vítima. Ela deu um sorriso que alguns talvez descreveriam como diabólico e pegou a mão dela. - Vamos, ele está bem ali.

Penelope apenas a seguia, curiosa sobre com quem Kate estava tentando juntá-la. Tinha plena confiança na amiga, mas ela parecia muito obstinada.

— Colin! - Kate chamou, quando chegaram perto do alvo dela. Ele estava sozinho, bebendo um coquetel em um canto do salão, mas sorriu quando ela o chamou.

E Penelope achou que estava diante do homem mais charmoso que já vira. Ele era alto e tinha os olhos de um verde profundo, além de um sorriso enlouquecedor.

— O que eu posso fazer pela minha cunhada favorita hoje? - ele perguntou, ainda sem notar a mulher por trás de Kate.

— Ah, nada de mais. É só que eu tive a sensação de que deveria te apresentar uma pessoa. Colin, essa é Penelope e ela é uma das novas autoras que fechou contrato com a editora. Penny, esse é Colin, irmão do Anthony. Ele também tem livros publicados pela editora. - ela alternava entre olhar de um para o outro enquanto fazia as devidas apresentações.

Colin se sentiu estranhamente afetado pela loira baixinha que estava ali na sua frente. Ela tinha os olhos mais bonitos que ele já vira na vida e ele tinha certeza de que poderia definitivamente se afogar naquele azul.

— Nossa, é bom finalmente te conhecer. - Penelope disse. - Quer dizer, a Kate contava histórias sobre você o tempo todo na faculdade. 

— Ahhh, você é a Penelope da faculdade? Meu Deus, agora as histórias fazem mais sentido.

— De como eu entrei numa after party do BAFTA no porta malas de um mini cooper? - ela disse, com um sorriso.

— Isso foi verdade? Eu sempre achei que fosse exagero da Kate.

— Claro que não. - e aí Penelope começou a contar em detalhes como tinha feito aquilo, para o divertimento de Colin.

— Acho que o Anthony está me chamando. - Kate disse, para anunciar sua saída, mas foi ignorada.

Os dois já estavam num universo paralelo. Ela foi então para onde Anthony estava conversando com um autor idoso, que tinha sido literalmente o primeiro autor a fechar contrato com a Bridgerton. Pouco depois, o assunto deles acabou e o senhorzinho foi para outro lugar. Anthony a abraçou por trás.

— Você está com a mesma cara que a Lottie faz quando fez algo errado, tem plena consciência disso e não se arrepende nem um pouco. - ele praticamente sussurrou contra seu ouvido. - O que está aprontando, Kat?

— Nada ruim, eu prometo. - ela disse com um sorriso no rosto. - Mas estou oficialmente tirando da geladeira o projeto “Arranjar uma namorada para o Colin”.

— E como está indo? - ele perguntou, interessado. Sim, podia fazer 10 anos que ela tinha esse mesmo projeto sem sucesso, mas pelo menos alguém estava tentando.

— Bom, eu apresentei ele pra Penny e eles esqueceram que eu estava do lado. Achei que estava indo bem quando eu saí de lá, há 20 minutos. - Kate começou a correr os olhos pelo salão e encontrou os dois num dos cantos, mas agora ambos tinham coquetéis nas mãos. E, sempre que um deles estava falando, dava para perceber o outro escutando com atenção, mesmo tão de longe quanto eles estavam.

— Parece estar indo bem.

Nesse momento, Daphne se juntou a eles.

— O que estamos vendo? - ela perguntou.

— O Colin prestes a desencalhar. - Anthony respondeu.

— O que? - ela estava surpresa de verdade. E então olhou para onde Colin estava. - Como esse milagre aconteceu?

— Eu apresentei os dois. - Kate disse, orgulhosa. - Sabe quando você para e pensa “essas duas pessoas seriam perfeitas juntas”?

— Eu pensava isso sobre vocês a maior parte da minha adolescência e vida adulta e olha no que deu.

— Pois é. - Anthony disse. - Nós só fomos lentos.

— Tudo acontece no seu tempo. - Kate disse. - Eu amo o que temos agora.

Daphne ia provocá-la, mas todos foram pegos de surpresa ao verem Penelope ficar na ponta dos pés e beijar Colin. E depois ele praticamente a grudar contra a parede.

— Desde quando o Colin é eficiente assim? - Anthony perguntou.

— Influência da Penelope. - Kate respondeu. - Tá vendo, eu sou uma gênia.

Eles ficaram em silêncio uns momentos, só observando discretamente Colin e Penelope, que tinham parado de se beijar e tinham voltado a conversar. Depois de uns dois minutos, saíram de mãos dadas do prédio.

— Dou um mês pra ele levar ela pra almoçar em dia de domingo lá na mamãe. - Daphne disse, ao ver os dois saindo.

— Um pouquinho mais, porque a Penelope disse que não queria nada. Acho que seis semanas. - Kate disse.

— Três semanas. - Anthony disse. - Faz meia hora que eles se conheceram e já foram embora juntos.

— O que estamos apostando? - Eloise perguntou. Tinha acabado de chegar ao evento, já que tinha estado presa numa reunião antes disso.

— Quanto tempo vai levar até o Colin levar a namorada pro almoço na mamãe. - ele respondeu.

— Colin tá namorando? - ela parecia ainda mais surpresa que Daphne. - Como essa informação chegou em vocês antes de chegar em mim?

— Ei. - Kate reclamou. - Eu geralmente sei o que está acontecendo.

— Kate, eu te amo, mas demorou dois anos pra você conseguir entrar em uma das linhas de fofoca e você acabou expulsa menos de uma semana depois de anunciar que você e o Anthony estavam juntos, enquanto eu fui admitida depois de dois dias aqui. Daphne nem sabia que essas linhas existiam pela cara dela e Anthony sabia, mas finge que não porque ele se considera superior à fofoca.

— Eu não diria que sou superior à fofoca. - Anthony começou. - Só tenho mais o que fazer da minha vida.

— De qualquer forma - Eloise ignorou o comentário dele -, não tem como o Colin ter começado a namorar e a informação ainda não ter chegado em mim.

— Bom, ele pode ainda não estar, mas ele estava trocando saliva com uma outra autora, que a Kate apresentou pra ele. - Daphne respondeu. - Antes de ir embora com ela, claro.

— Eles se conheceram agora e vocês já estão pensando quando ela vai conhecer a mamãe?

— Você não viu as carinhas deles. - Kate disse. - Era tão óbvio o quanto eles estavam bebendo cada palavra que saía da boca do outro. E eu tenho um pressentimento que você ia gostar dela também.

— Ok, então. Vou ter que confiar em você enquanto o Colin não apresenta ela pra gente.

— Vamos perturbar ele até ele apresentar ela pra gente. - Daphne disse.

— É um equilíbrio muito delicado entre perturbar ele até ele apresentar a Penelope pra vocês e ele desistir. - Anthony comentou.

— É verdade. - Eloise concordou. - Amanhã a gente pergunta como ele está e daqui a uma semana perguntamos se ele saiu com ela de novo.

— E aí eu chamo vocês duas para saírem comigo e Penelope daqui a umas duas semanas. - Kate falou. - Assim como quem não quer nada.

— Por isso você é minha cunhada favorita. - Eloise a abraçou.

— Eu sou sua única cunhada.

— Por enquanto, mas, se você arranjar isso, vai continuar a ser mesmo depois que surgirem outras.

— Olha a pressão que você tá colocando em mim, Eloise. Mas tá bem, vou tentar convencer ela a ir.

Depois disso, os quatro se dispersaram e foram conversar com outras pessoas. Mais ou menos duas horas depois, todos os outros já tinham ido embora e Kate e Anthony finalmente estavam sozinhos. O evento tinha sido um sucesso e definitivamente tinha cumprido seu objetivo de melhorar a socialização (principalmente se usassem Colin e Penelope como parâmetro).

— Você quer conversar sobre o que a Penelope disse? - Anthony perguntou quando chegaram no estacionamento. Provavelmente seria o único momento em que teriam a oportunidade de falar sobre isso, já que iriam buscar Charlotte na casa de Violet e depois ficariam para jantar.

— Não acho que tenha muito o que conversar sobre aquilo. - Kate respondeu. - Eu me convenço mais cada vez que penso no assunto e parece que toda vez que eu olho para ela, eu vejo mais de você que eu simplesmente não percebia antes. E eu confio no que a Penelope disse, mas…

— Eu sei. - ele respondeu e respirou fundo. - Também quero ter certeza e já adiamos isso por tempo o suficiente.

— Então amanhã nós vamos no laboratório, certo? - ele assentiu e a abraçou. - E aí vamos saber.

— E aí vamos saber. 


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Notas finais do capítulo

Vindo aqui postumamente para dizer que, se alguém quiser ver a conversa entre Penelope e Colin, eu postei uma oneshot contando da tarde pela perspectiva deles:
https://fanfiction.com.br/historia/801546/Todo_Azul_do_Mar/



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